terça-feira, 31 de maio de 2011

Dia do Pescador

Não sei porquê, mas hoje comemora-se o dia do pescador.

Se estivéssemos em campanha eleitoral para a Presidência da República e o actual Presidente fosse candidato de certeza que num dos centros piscatórios dos ainda existentes o dia de campanha, seria dedicado à pesca à laia de arrependimento pela malvadez que iniciou no que respeita ao abate de grande parte das embarcações de pesca.

Mas como Cavaco não está em campanha (directamente) parece-me que nenhum dos partidos em disputa eleitoral se lembrou deste dia.
Sabemos que Portugal é um dos Países do mundo com maior consumo per capita de pescado.
Sabemos também que temos uma das maiores áreas de domínio marítimo. No entanto também sabemos que mais de 80% do pescado consumido em Portugal é importado de todos os continentes, no entanto também sabemos que cada vez se pesca menos. Não é objectivo deste post aprofundar este tema, mas já agora dar o meu modesto contributo (embora duma forma desajeitada) para lembrar esta classe profissional.















O gráfico representa o número de embarcações totais registadas. Portugal
terá perdido, em 29 anos, quase 60% da frota total (pesqueira e de transportes) - fonte:PorData

O gráfico e respectiva legenda, foi surripiado ao Rogério Pereira

Chico Buarque - Construção


Inspiração roubada aqui

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Falando com a Casa Branca - Raul Solnado -1967

Apenas uma tentativa para animar a malta que anda para aí procupada com a dívida soberana. Até porque tristezas não pagam dívidas e rir até faz bem à saúde.

domingo, 29 de maio de 2011

Caracol «adivinha» vitória do PSD

«Sondagem» inspirada no polvo que adivinhava resultados no mundial de futebol
Uma «sondagem» que utiliza caracóis, inventada por uma associação recreativa da Figueira da Foz, inspirada no polvo que adivinhava resultados no mundial de futebol, deu sábado à noite a vitória nas eleições legislativas ao PSD, informa a agência Lusa.

A «máquina» de sondagens, intitulada «O Caracol Adivinha», fez uso de seis caracóis, representando os cinco principais partidos e também os votos brancos, iniciativa paralela à Corrida de Caracóis promovida pela associação de Torneira e Serrião, sedeada na freguesia da Borda do Campo.

«Como houve um polvo para adivinhar a selecção que ganhava [o mundial de Futebol], nós colocámos o caracol para saber quem ganha as eleições», disse à agência Lusa Sérgio Silva, um dos autores da sondagem do caracol.

A pista, vertical, denominada «Corrida ao Tacho», utilizou seis canas com cerca de dois metros, as partidárias identificadas e encimadas por um caracol colorido, com as caras de José Sócrates, Passos Coelho, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.

Dada a partida, devagar, devagarinho os caracóis começaram a escalada, sempre com o PSD à frente, seguido de perto pelo caracol do PS. A meio da prova, no entanto, passou a destacar-se o caracol dos votos brancos, que terminou a contenda na segunda posição.

Ao fim de quase meia hora, o caracol de Passos Coelho acabaria por obter uma vitória folgada, seguido do dos votos brancos, enquanto o caracol de Paulo Portas, mercê de uma recuperação final, ultrapassou em cima da meta o de José Sócrates.
In Portugal Diário

Nota: Não é meu costume brincar com "coisas sérias" mas tendo em conta a avalanche de sondagens feitas pelas "credenciadas" empresas de sondagens, não me admira nada que e tendo em conta a imaginação popular de repente surjam para aí uma catefrada de  prognósticos. Eu até estava a pensar numas rifas. Isto para rifar os piores, claro.

Mas o Caracol é "Velhaco"

Mariza - Chuva


Inspiração expontânea

sexta-feira, 27 de maio de 2011

'Se Sócrates perder não ficará líder', Almeida Santos

Almeida Santos, presidente do PS, diz ao SOL que se o partido perder as eleições Sócrates quererá sair, até «para simplificar uma solução de Governo».
Almeida Santos está convicto de que Sócrates fará tudo para que haja um Governo de maioria.
Em plena campanha eleitoral, o Presidente do PS não recusa falar ao SOL sobre cenários de derrota a 5 de Junho. Em matéria de alianças, Almeida Santos, não tem dúvidas de que os partidos acabarão por entender-se se for preciso formar maioria com o PS.

Depois do debate crispado na TV, entre Passos Coelho e José Sócrates, como será um governo PS-PSD com este líder socialista?
Acho que o interesse nacional após as eleições vai preponderar sobre a insensatez de quem diz que nunca será aliado do partido A ou B.

O problema é se o PS não ganhar as eleições....
Se o PS ficar em segundo isso significa que Sócrates não será ministro.
E poderá continuar a ser o líder do PS?

Poderá continuar líder, mas não é exigível é que quem é primeiro-ministro faça de parte de outro governo com outro primeiro-ministro. Não me lembro de nenhuma democracia em que isso tenha acontecido. Agora, depois das eleições os raciocínios são diferentes.

Diferentes em que medida?

Porque há-de haver um mínimo de patriotismo em todos os líderes partidários. E o patriotismo mínimo vai exigir uma solução. E o Presidente vai exigir uma solução maioritária. Partimos deste princípio: seja ele qual for, precisamos de um governo maioritário.

E se houver necessidade de o PS mudar de líder a seguir às eleições, com a urgência em formar um novo governo, perante a crise, há um meio expedito de o fazer?

É preciso que se crie essa situação, não sei se vai criar-se... Acho que José Sócrates, se não ganhar as eleições, vai ser difícil de segurar, mesmo como líder do partido. Eu tentarei tudo por tudo, mas vai ser difícil. Ele próprio há-de querer fazer tudo para simplificar uma solução nacional. E talvez o afastamento dele simplifique nessa altura uma solução nacional. Ele é um patriota, não tenho a mínima dúvida sobre isso.

Sócrates não estará nessa altura agarrado ao poder?
Não estará agarrado ao poder, é evidente. Pelo contrário! Vai sair disto cansadíssimo, estafado e também precisa de repousar.

manuel.a.magalhaes@sol.pt

"Tem de haver culpados por estarmos mais pobres"

Não é meu costume usar muito o Enjº Belmiro de Azevedo como fonte de inspiração para os meus posts. Nem acredito que esteja mais pobre. Mas até acho que tem razão (ver Noticia)

Belmiro de Azevedo refere que «alguém foi responsável por todos os portugueses estarem 30 a 40 por cento mais pobres neste período mais recente», considerando que «tem que haver culpados»

O empresário Belmiro de Azevedo afirmou à Lusa que «alguém foi responsável por todos os portugueses estarem 30 a 40 por cento mais pobres neste período mais recente», considerando que «tem que haver culpados».

Questionado sobre a possibilidade Portugal ter uma investigação formal para apurar quem esteve na origem do elevado endividamento do Estado, Belmiro de Azevedo considerou que «é preciso saber porquê», acrescentando que «tem que haver culpados nomeadamente aqueles que foram responsáveis pela gestão do país».


Em declarações à Lusa, o presidente da Sonae Capital afirmou que «alguém foi responsável por todos os portugueses e muitas empresas neste período mais recente estarem 30 a 40 por cento mais pobres».

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.

«Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro», disse.

Também o presidente da Comissão de Inquérito à Crise Financeira (FCIC, na sigla inglesa) do Estados Unidos, Phil Angelides, aconselhou uma investigação semelhante em Portugal e na Europa, como forma de apurar os factos que levaram à actual crise.

Agencia Financeira (via Portugal diário)

Melo das eleições

Sei que as eleições (sejam quais forem) são um acto sério. Sei tambem que usar um video Brasileiro pode não ser o mais correcto. Sei tambem que qualquer semelhança é pura coincidência. Mas pronto à falta de imaginação para melhor, aqui fica uma pequena "brincadeira" será?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não nos estão a tratar como se fossemos uma cambada de analfabetos???

Nos ultimos dias tenho (por aqui) estado calado em relação à eleições em disputa. Estou numa de os deixar "poisar" apesar de não deixar de estar atento. Sobre sondagens já emiti algumas vezes a minha opinião.
Agora sobre o deplorável aproveitamento "jornalístico" das mesmas, aqui fica um exemplo.
Reparem no titulo e na margem de erro admitida na própria sondagem... 
No site do Expresso

ATUALIDADE (a palalavra é copiada do original)

PSD destaca-se do PS (titulo destacado)

O erro máximo da Amostra é de 4,34 %, para um grau de probabilidade de 95,0%.

Ver Notícia
















Pronto. 36 Anos depois das primeiras eleições livres em Portugal nunca fui sondado para nada. Então não é de pensar que ninguém quer saber a minha opinião para nada.
Pronto desconfio muito das sondagens. Até porque já ouvi alguém, que percebe bem do assunto (porque dirigiu o centro de sondagens de uma determinada universidade e cujos tarefeiros eram pagos ”por fora”) dizer que elas são feitas sempre de acordo com determinados interesses, ele lá sabe.

Mafalda Veiga - Estrada


Música: Mafalda Veiga "surpreendida e honrada" com Prémio José Afonso

Lisboa, 24 Maio (Lusa) - Mafalda Veiga, distinguida com o Prémio José Afonso, no valor de cinco mil euros, pelo álbum "Chão" editado o ano passado, afirmou-se hoje "surpreendida e honrada" pelo galardão.

Lisboa, 24 mai (Lusa) - Mafalda Veiga, distinguida com o Prémio José Afonso, no valor de cinco mil euros, pelo álbum "Chão" editado o ano passado, afirmou-se hoje "surpreendida e honrada" pelo galardão.

"É um prémio muito importante, um motivo de orgulho e uma alegria, sinto-me feliz", disse a cantora e compositora.

Mafalda Veiga referiu-se ao autor de "Os Índios da Meia Praia" como "um dos nossos maiores compositores que é uma referência importantíssima para qualquer pessoa que escreve e compõe em português".

"Para mim, sempre foi importante ouvi-lo e faz parte dos meus dias muitas vezes", acrescentou.

A distinguida com o galardão que a Câmara da Amadora instituiu em 1988 afirmou que as canções que escreve "são mais quotidianas, falam dos portugueses no dia a dia".

O Prémio José Afonso tem como objetivo "homenagear o autor de 'Grândola Vila Morena' e galardoar um álbum editado no ano anterior ao da atribuição do Prémio e cujos temas tenham como referência a Cultura e a História Portuguesa", segundo nota da edilidade.

O galardão atribuído por unanimidade será entregue nos Recreios da Amadora no dia 25 de Novembro.

O júri foi presidido pelo vereador da Cultura, António Moreira, e constituído pela chefe da Divisão da Cultura da Câmara, Vanda Santos, a pianista Olga Pratts, o jornalista Carlos Pinto Coelho, falecido em Dezembro passado, e o maestro António Victorino d'Almeida, que não participou na votação, disse à Lusa fonte da Câmara da Amadora.

"Chão" foi produzido por Miguel Ferreira, António Pinto e Mafalda Veiga, que é autora (letra e música) de todos os temas do disco.

"Faz Parte", "Imortais" e "Abraça-me Bem" são algumas das canções que integram o álbum.

Mafalda Veiga, 44 anos, estreou-se como autora em 1983 com a canção "Velho", que incluiu no álbum "Pássaros do Sul", e com a qual ganhou o Festival da Canção de Silves, em 1984.

Fausto, Vitorino, Dulce Pontes, Filipa Pais e Sérgio Godinho, Né Ladeiras e Gaiteiros de Lisboa foram alguns dos intérpretes distinguidos com o galardão da Câmara da Amadora em edições anteriores.

O último Prémio José Afonso atribuído, foi correspondente ao ano de 2008 ao álbum "Senhor Poeta - Um tributo a José Afonso", dos Frei Fado D'El Rei.
NL.
Lusa/Fim

quarta-feira, 25 de maio de 2011

São Pedro de Moel

Alguns amigos mostraram conhecer e ter saudades de S.Pedro de Moel. Aos que conhecem e aos que não conhecem deixo o convite para uma visita. Tanto mais mais que parte da beleza deste local, as famosas "arribas" correm o risco de caír por "falta" de verba para a intervenção que apesar de estar programada, foi adiada. Quem sabe, até ser tarde de mais.

O Poeta Afonso Lopes Vieira tinha uma casa de férias (bem visível no video ao minuto 2:15). No seu testamento deixou-a ao Município da Marinha Grande para que aí fosse feita uma colónia de férias para os filhos dos operários vidreiros. Foi aí que passei as primeiras férias à beira-mar.
Hoje para além da pequena colónia de férias, funciona um pequeno museu. Precisamente com o seu nome.


Pinhal do Rei
Afonso Lopes Vieira

Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.

Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.

Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!

Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,

viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.


(In Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa)


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um Post Politicamente Incorrecto.

Durante e depois do processo eleitoral das presidenciais de 2006, a criação de um Partido Político formado a partir dos apoiantes e votantes do candidato Manuel Alegre, esteve na ordem do dia.

Era claro que o PS tinha entrado numa deriva de direita e José Sócrates encarregou-se de a partir dos imensos Boys que foi recrutando, dominar o aparelho partidário para que se pudesse perpetuar no lugar “conquistado”, até que o PS reagisse e o pusesse fora. Coisa que está dependente dos resultados eleitorais do dia 5 de Junho.

Trago para aqui a ideia entretanto posta de parte, porque é minha convicção que à falta da existência de um partido Político da área Socialista de esquerda, muitos eleitores sentem-se órfãos e não me parece que rejeitando o voto em José Sócrates o transfiram para a Direita de Passos Coelho ou afins.

Parece-me que o PCP e o BE têm aqui uma boa parte do eleitorado que se souberem fazer o discurso certo e direccionado, deles poderão sair beneficiados. Quem sabe se a necessária inflexão à esquerda que será necessário fazer não passará por um aumento significativo de votos nestes dois partidos. Não é nenhuma “loucura” nem ilusão pensar que PS, PCP e BE possam vir a ter uma maioria absoluta de deputados na próxima A. República.

Assumo que sou daqueles que ainda não decidi qual será o meu voto. Mas sei que nunca vai para a direita e muito menos para a abstenção. Como eu, sei que há muitos mais. Como eu, sei que há muitos mais à espera de ouvir as palavras certas, para decidir o voto, também certo.



PS: Apesar do teor aparentemente anti-PS deste texto, ressalvo que reconheço, existirem no PS, mesmo ao nível dos órgãos de Direcção e nas candidaturas a Deputados muito Socialista convicto.Critico sim  o silêncio a que se têm remetido, durante demasiado (e se calhar irrecuperável) tempo.

Strauss-Kahn não seria preso em Portugal

23 de Maio, 2011 por Margarida Davim

A história da detenção de Dominique Strauss-Kahn podia ter sido muito diferente se tivesse acontecido em Lisboa. «Se fosse em Portugal, não estava detido», assegura um juiz. «Cá a acusação demoraria meses», ataca um advogado. «Mesmo com urgência estaríamos um mês à espera dos testes de ADN», garante um magistrado do Ministério Público (MP).

A rapidez de actuação da polícia e do Ministério Público é a primeira diferença que salta à vista. Strauss-Kahn foi alvo de uma denúncia pouco depois do meio-dia de sábado. Uma empregada guineense de 32 anos chamou a polícia ao Hotel Sofitel de Times Square, em Nova Iorque, e foi imediatamente levada para ser submetida a exames médicos. Pouco antes das cinco da tarde do mesmo dia, o presidente do FMI era detido a bordo de um avião da Air France prestes a descolar.

«Esta detenção não era possível no sistema judicial português, porque não houve flagrante delito», defende o juiz António Martins, explicando que sem esse requisito legal «seria impossível deter o suspeito sem um mandado de um juiz ou de um procurador».

Rogério Alves tem uma opinião diferente. «Podia considerar-se que havia uma situação de ‘quase’ flagrante delito – uma figura prevista na lei portuguesa – por ter saído à pressa do hotel, deixando o telemóvel». O advogado acredita, porém, que «só um polícia mais atrevido» faria uma detenção nestas circunstâncias.

Um mês à espera de resultados de exames
Rogério Alves acha que «em Portugal quer-se sempre a acusação perfeita e o Ministério Público acaba por demorar meses até deduzir acusação». Mas o procurador Carlos Casimiro garante que o problema está nas provas. «A recolha de indícios é feita na hora da denúncia. O problema é o tempo que demoram a ser feitos os exames», explica, garantindo que «em 99,9% dos crimes sexuais a acusação demora por causa das provas periciais» – já que não se pode acusar um suspeito só com base no testemunho da vítima.

Segundo o Le Figaro, citando a americana MSNBC, «foram encontrados vestígios de ADN no corpo da vítima». Mas no nosso país os resultados demorariam muito mais. «O Laboratório de Polícia Científica está assoberbado com milhares de perícias, porque tem duas pessoas a trabalhar. Com urgência, chega-se a esperar um mês», conta Carlos Casimiro.

O juiz António Martins também duvida que alguém tão importante como o presidente do FMI pudesse ficar em prisão preventiva em Portugal. «Vimos uma juíza a decretar a prisão preventiva, oralmente e com uma argumentação sucinta. Cá, caía o Carmo e a Trindade», comenta, lembrando que a mesma decisão em Portugal obrigaria a «páginas e páginas, citando artigos de A a Z, para dizer que há perigo de fuga».

O facto de Strauss-Kahn ter abandonado o hotel à pressa – segundo os seus advogados para almoçar com a filha – e de ter deixado o telemóvel no quarto, ajudou à tese de que estaria em fuga.

Para o magistrado, a diferença é que «nos EUA todos os intervenientes respeitam o sistema judicial» e ninguém pôs em causa a decisão da juíza. «Não ouvimos os advogados a criticar o tribunal, a polícia ou a acusação».

Rogério Alves recusa acreditar que os juízes portugueses sejam menos independentes do que nos EUA: «A Justiça trata todos por igual. Temos é um sistema judicial tão complexo que quem tem mais recursos sabe aproveitar melhor os buracos da lei».

Nos EUA, o famoso caso de O. J. Simpson – ex-jogador de futebol americano acusado de matar a mulher, que acabou ilibado no processo crime e condenado no cível – abriu caminho a uma alteração para tornar mais igual o acesso à Justiça. «Para que não fosse quem tem mais dinheiro a contratar o melhor perito para a sua defesa, agora é o juiz que nomeia um para suspeito e vítima», explica Carlos Casimiro.

Os advogados de DSK (como é conhecido o francês), William Taylor e Benjamin Brafman, têm relembrado a presunção de inocência. E, segundo a imprensa, vão sustentar a defesa na tese de que o sexo foi consentido.

domingo, 22 de maio de 2011

Traz Outro Amigo Também - José Afonso

No meu post anterior tinha intenção de aprofundar mais o tema. Porque creio que os textos demasiados longos são pouco lidos, decidi ficar por ali para posteriormente voltar ao assunto.
No fundamental a ideia era abordar a capacidade de apesar de opiniões diferenciadas no que respeita às melhores soluções politicas para o País, nunca as relações de amizade e outras deverem ser afectadas por isso. A muitos de nós já aconteceu. Que nunca esqueçamos o significado da palavra amigo. Deixo aqui um link para um post que um amigo me dedicou. Ver

sábado, 21 de maio de 2011

O Fundamentalismo Político Partidário


Parece que foi há muito tempo, mas só passaram 37 anos. Até aí vivíamos debaixo de uma ditadura que cerceava os mais elementares direitos de cidadania entre eles o direito à liberdade e o exercício da Democracia.

37 Anos na vida de uma pessoa são consideráveis. Na vida de uma sociedade é pouco mais do que a adolescência. Viver em democracia, respeitar as opiniões diferenciadas é um processo de que ainda não passámos da aprendizagem.

Neste período conturbado e difícil em que tudo aponta para o aumento dessas próprias dificuldades, seria suposto que os dirigentes políticos partidários fossem avaliados pelas propostas que apresentam ao País para ultrapassarmos a situação e com isso ganhar o nosso voto. Não, são avaliados pelas suas boas ou más prestações televisivas. Não se questiona quem melhores soluções apresenta, mas sim quem ganha os debates, quem melhor ataca, quem melhor se defende, quem melhores truques usa. Deplorável!

À conta disto vivem uns tantos comentadores tipo “júri” de um qualquer concurso televisivo que lá vão dando as suas notas e assim ficamos a saber quem foi o vencedor que logo fica melhor posicionado para ganhar as eleições legislativas.

Sinceramente não foi este o tipo de Democracia com que sonhei. Não é este o “jogo” que me apetece jogar.

Tourada

Hoje na minha terra, pela 2ª ou 3ª vez (desde que me conheço) vai haver uma tourada. O objectivo é realizar fundos para aumentar as receitas de uma das mais antigas colectividades da nossa terra que mantem largas dezenas de atletas de várias idades a praticar futebol. Mantenho por esta colectividade um grande respeito. Sou amigo pessoal de vários dos seus dirigentes, incluindo o seu presidente. Daí a tristeza com que uso esta cantiga como forma de protesto. Francamente meus caros. A Marinha Grande tem alguma coisa a ver com touradas, toiros e tarados sedentos de sangue? Naturalmente que respeito as iniciativas das regiões onde a tourada faz parte das tradições locais. Mas Aqui? A imaginação só dá para copiar espectáculos cuja barbarie é o chamariz?
Pronto uma canção para vos animar. Espero que percebam o que queria dizer Ary dos Santos quando a escreveu e o Fernando Tordo quando a cantou.
Escrito a vermelho com o sangue que hoje vai ser derramado.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Um Contra O Outro"


Ver letra completa

Briga de Galos


Pronto. Eu sei que é de mau gosto, mas trata-se de uma sugestão ao organizadores de uma Tourada que vai decorrer este fim de semana aqui por estas bandas. Como a Tourada não tem nada a ver com as tradições locais, prevê-se uma fraca aderência ao deprimente "espectáculo". Talvez para a próxima seja mais rentável organizarem uma luta de Galos.

Se alguem viu neste vídeo qualquer referência ao debate de logo á Noite na Televisão está enganado, pois trata-se apenas de uma briga caseira de galos. Faz parte da natureza, pois os galos querem dominar o território.

PS: Pronto lá vi o debate. Parece-me que o "Galo Velho" não se safou lá muito bem. Mas isso fica para os entendidos. A mim pareceu-me que os truques habituais, mais as bicadas ocasionais e os saltos (quase) mortais não fizeram lá grande efeito. Deve ser pelos efeitos colaterais.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Assim Não Vamos Lá


ASSIM NÃO VAMOS LÁ
(Pedro Malaquias/ Paulo Bizarro/ Quinta do Bill)

Sei que estás sempre pronto a ajudar
que nunca recusas ou negas o esforço
contamos contigo prá fome no mundo acabar
contamos contigo logo a seguir ao almoço

E bem vejo que andas preocupado
vendo o ambiente já tão degradado
bem vistas as coisas acaba por ser engraçado
ser vires o lixo que deixas por todo o lado

Assim não...
Assim não,
não vamos lá..
Assim não...

Fazes campanhas bem intencionadas
agitas bandeiras p´lo mundo inteiro
pra que não se extingam espécies ameaçadas
vai torcendo não te extingas tu primeiro

Deixa-te estar,
o céu pode esperar,
se entretanto não cair...

Sabes bem pra onde vão
onde acabam as boas intenções.
Onde vão todas dar,
pra acabar a arder como tições.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ora tomem...

Habitação. Banca com luz verde para subir spreads nos contratos em vigor.

Ao dar uma voltinha pela imprensa, sempre na esperança de uma noticia que anime o dia, que para cinzento já chega o tempo e zás! Levo logo com esta. Lembrei-me logo de um comentário que o amigo Teófilo Silva fez no meu post anterior.
Esta vai ser a primeira musica do meu dia. Ver

terça-feira, 17 de maio de 2011

Não há dinheiro...


Dada a falta de inspiração para escrever um post de jeito, deixo aqui a Quadrilha a cantar uma cantiga que vai andar na boca de muita gente, apesar daqueles milhares de milhões que vão chegar entretanto (mas só para alguns).

domingo, 15 de maio de 2011

Quem Me Leva Os Meus Fantasmas

Dedicatória

Fernando Miguel Bernardes é um poeta de Gandara dos Olivais. Há muito que não sei dele. Escreveu este poema que foi e é brilhantemente cantado por Manuel Freire. Não consegui encontrar forma de publicar a canção. Queria com este gesto mandar um abraço ao Luis Coelho que hoje comemora os seus 64 anos. Creio que este poema se enquadra perfeitamente no seu estilo de fazer poesia que vai publicando no LidaCoelho. Abraço Luis

Se poeta sou
Sei a quem o devo [bis]
Ao povo a quem dou
Os versos que escrevo [3]

Da sua vida rude
Colhi a poesia
Tentei quanto pude
Dar-lhe a melodia

E é nessa harmonia
Entre a forma e o fundo
Que eu desejaria
Ver florir o mundo

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ode aos herdeiros políticos...

Surripiado à Fê Blue Bird em Só te peço 5 minutos
Ode aos herdeiros políticos.

Ganham aos catorze anos a primeira gravata, com as cores do partido que melhor os ilude.
Aos quinze, seguem a caravana.
Aplaudem conforme o cenho das chefias. São os chamados anos de formação.
Aí aprendem a compor o gesto, a interpretar humores, a mentir honestamente. Aprendem a leveza das palavras, a escolher o vinho, a espumar de sorriso nos dentes.

Aprendem o sim e o não mais oportunos.
Aos vinte anos, já conhecem pelo cheiro o carisma de uns, a menos-valia de outros, enquanto prosseguem vagos estudos de direito ou economia.
Estão de olho nos primeiros cargos; é preciso minar, desminar, intrigar, reunir.
Só os piores conseguem ultrapassar essa fase.
Há então os que vão para os municípios, os que preferem os organismos públicos. Tudo depende de um golpe de vista ou dos patrocínios à disposição.
É bem o momento de integrar as listas de elegíveis, pondo sempre a baixeza acima de tudo.

A partir do parlamento, tudo pode acontecer:
Director de empresa pública, coordenador de campanha, assessor de ministro, ministro, director executivo, presidente da caixa, embaixador na pqp!...
Mais à frente, para coroar a carreira, o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol.
No final, para os mais obstinados, pode haver nome de rua (com ou sem estátuas), flores de panegírico, fanfarras e... Formol!

José miguel silva


Sobre o autor:
O poeta português josé miguel silva nasceu em maio de 1969, em vila nova de gaia, no distrito do porto. Publicou os seguintes livros de poesia: o sino de areia (gilgamesh, 1999), ulisses já não mora aqui (&etc, 2002), vista para um pátio seguido de desordem (relógio d’água, 2003), 24 de março (2004) e movimentos no escuro (relógio d’água, 2005).

Ai as nossas Poupanças

Agrava-se Crach na Prata. Clik para ver Notícia

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Onde estão as Ideologias?


Assisti ao debate entre Passos Coelho e Jerónimo de Sousa.

 Não sou capaz de prognosticar qual o vencedor do chamado debate. Sim porque um debate pressupõe um maior aprofundamento sobre aquilo que está em jogo. Um debate eleitoral pressupõe também que nele se inclua o combate ideológico entre as concepções de direita e esquerda. Tirando a proposta já conhecida da venda dos títulos comprados por Portugal e que circulam pelos mercados e a negociação da dívida, nada mais.

A troca de galhardetes foi uma constante. Mais parecia uma conversa entre dois “parceiros” duma eventual futura coligação e que para disfarçar espetaram levemente aqui e ali uma ou outra alfinetada.

Propostas para o futuro, nada. O PCP pela voz de Jerónimo de Sousa só mostrou ter um objectivo. Contribuir para a derrota do PS nas eleições que se aproximam.

Sobre o futuro que é necessário construir, nada também. Um Partido que quer construir um futuro melhor,tem que apresentar alternativas sobre o tipo de sociedade que quer e apontar os meios para a atingir . As alianças que tem que fazer.

Sou dos que pensa que os tempos complicados em que vivemos vão sofrer grandes agravamentos. Sou dos que pensa que que o futuro passa pela esquerda. Sou dos que pensa que nenhum partido de esquerda tem condições sozinho para assumir a direcção governativa do nosso País. Sou dos que pensa que do PCP ao PS, passando pelo BE a generalidade dos militantes, simpatizantes e eleitores desses Partidos fazem a maioria do eleitorado do País. Sou dos que pensa que em 5 de Junho nada fica resolvido e que urge trabalhar já em alternativas, mudando naturalmente alguns dos protagonistas actuais. O comportamento amistoso (politicamente falando) visto ontem no “debate” deixou-me assim um bocado para o “envergonhado”.

Onde está a ideologia Marxista do PCP?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Vinho / Cerveja Taxa de Iva ou Grau alcoólico

Na troca de argumentos e na ânsia de mostrar trabalho de casa começam a aparecer as primeiras notas que alguém se encarregará de as juntar ao já abundante anedotário eleitoral.

Eduardo Catroga economista chefe da equipa redactora do programa eleitoral do PSD na ânsia de apresentar soluções, mistura cerveja com vinho, troca taxas de IVA por graus alcoólicos e ao fim e ao cabo parece que o que queria dizer era, que o vinho que actualmente paga 13% de IVA (talvez daí a confusão com o teor alcoólico) deve passar para 23%.

Só uma ignorância profunda, destes “economistas de cátedra” os leve a não perceber que se há sectores da nossa agricultura em que, fruto dos investimentos dos últimos anos nos tornou competitivos foram precisamente, pela sua excelência os vinhos produzidos em Portugal. Claro que lhe devem ter chegado os valores e provavelmente enquanto saboreava uma boa cerveja fabricada em Portugal mas entregue a capitais colombianos, verifica que se o vinho pagar mais 10% é uma pipa de massa. Assim meio atabalhoadamente, ficamos a saber que num futuro próximo iremos comprar um bom vinho Português à nossa vizinha Espanha mais barato que por aqui, resultado de taxas fiscais diferenciadas.

Cantiga Para Quem Sonha



Tu que tens dez reis de esperança e de amor
grita bem alto que queres viver.
Compra pão e vinho, mas rouba uma flor.
Tudo o que é belo não é de vender
Não vendem ondas do mar
nem brisa ou estrelas, só a lua cheia
Não vendem moças de amar
nem certas janelas em dunas de areia.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

Tu que crês num mundo maior e melhor
grita bem alto que o céu está aqui.
Tu que vês irmãos, só irmãos em redor,
Crê que esse mundo começa por ti.
Traz uma viola, um poema,
um passo de dança, um sonho maduro.
Canta glosando este tema,
Em cada criança há um homem puro.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

(de Luiz Goes)

sábado, 7 de maio de 2011

Eleições para Deputados ou para Primeiro-Ministro?

Sou dos que pensa que a Assembleia da República, no nosso regime democrático é um dos órgãos de soberania que melhor representa os cidadãos.
A Assembleia da república é um dos órgãos de Soberania eleito por sufrágio directo e universal. No entanto esta realidade tem vindo a ser desvalorizada e até adulterada. Atente-se na forma como alguns candidatos a deputados são “nomeados” e veja-se como em grande parte dos casos, essa nomeação não passa de um “pagamento“ de favores e os escolhidos nada têm a ver com as populações e os distritos que vão representar no caso de virem a ser eleitos.

O Primeiro-ministro no nosso sistema constitucional não é eleito por sufrágio universal e directo. O primeiro-ministro é convidado (tendo em conta os resultado eleitorais) pelo Presidente da República a formar governo. Mas na realidade esta verdade tende a ser esquecida ou tenta-se que o venha a ser.

Veja-se o ridículo da situação. Imaginemos (sim imaginemos só) que decido que quem deve continuar a ser primeiro-Ministro deve ser o actual. Como tal vou votar na Lista do PS do meu Distrito para a A. República, terei que eleger como Deputado o Eng.º Basílio Horta, cabeça de lista do respectivo Partido no meu Distrito, coisa que, apesar da sua recente adesão entusiástica aos “benefícios” do Socratismo não me convence.
Creio que a imprensa e a proliferação de sondagens onde se esquece esta realidade não ajuda nada a pôr as coisas com verdade.

Recordo-me do tempo em que os candidatos a deputados eram escolhidos entre os melhores Cidadãos dos Distrito e não pelos favores prestados (e fácil domesticação no futuro). O resultado é que os deputados eleitos (em grande parte) não nos vão representar e defender, mas dizer sim com a cabeça às decisões das direcções partidárias e governamentais.

Também aqui a nossa Democracia está mais pobre.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Chico Buarque- Tanto Mar- Revolução dos Cravos

A cantar é que te deixas levar

Um fadinho para combater a ansiedade, dadas as comunicações que certamente nos trarão muitas e boas notícias.Só não percebo é porque não foi decretada uma daquelas celebres pontes para facilitar as audições das tais comunicações.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Esse Desemprego!

Esse Desemprego!

Meus senhores, é mesmo um problema
Esse desemprego!
com satisfação acolhemos
Toda oportunidade
De discutir a questão.

Quando queiram os senhores! A todo momento!
Pois o desemprego é para o povo
Um enfraquecimento.
Para nós é inexplicável
Tanto desemprego.

Algo realmente lamentável
Que só traz desassossego.
Mas não se deve na verdade
Dizer que é inexplicável

Pois pode ser fatal
Dificilmente nos pode trazer
A confiança das massas
Para nós imprescindível.
É preciso que nos deixem valer
Pois seria mais que temível
Permitir ao caos vencer

Num tempo tão pouco esclarecido!
Algo assim não se pode conceber
Com esse desemprego!
Ou qual a sua opinião?


Só nos pode convir
Esta opinião: o problema
Assim como veio, deve sumir.

Mas a questão é: nosso desemprego
Não será solucionado
Enquanto os senhores não
Ficarem desempregados!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tenho dúvidas e medo de me enganar...

Se o leitor(a) for daquelas pessoas que nunca tem duvidas e raramente se engana, aconselho a não ler este post. Não é por nada, mas arrisco-me a que a caixa de mensagens fique cheia de comentários a chamarem-me uma data de nomes feios e ando assim um bocado pró sensível.

A cerca de um mês de um novo acto eleitoral dei comigo a pensar (sim porque há coisas que têm que ser pensadas com tempo para não sair asneira) em quem é que vou votar?

Embora tenha muitas outras coisas em que pensar, não percebo bem porquê hoje assaltaram-me estas duvidas todas e pronto lá estou eu a tentar passar para o “papel” aquilo que me atormenta.

Candidatos a Primeiros-ministros já lá vão 3. Até o PCP também já admite (finalmente) Fazer parte de um governo. Como o pessoal anda danadinho para protestar (e não faltam motivos) é natural que o BE se limite a capitalizar esta vontade e não mostre vontade de integrar um qualquer Governo e o Louçã não se candidate a Primeiro-ministro.

Eu sou daqueles (confesso) que na Política já tive 2 amores ou seja, um foi mesmo amor, o outro nunca o chegou a ser. Como já estou a ficar assim pró velhote não me apetece muito meter-me em novas aventuras. Fazer as pazes com o primeiro Amor, acho que não dá. É que fui muito maltratado (psicologicamente, não chegou a ser fisicamente, embora não faltasse muito).

O segundo (o tal que nunca chegou a ser a sério) envaideceu-se demasiado e fez uma catrefada de asneiras que eu não gostei nada e ainda por cima quer obrigar-me a engolir 2 Sapos de uma só vez, 1 vá que não vá, agora 2 acho que não tenho estômago para isso e o Omeprazol aumentou bastante.

Naquele onde quem "manda"  andava nos negócios da reciclagem e o patrão o pôs a gerir o partido, não me seduz. Até porque acho que quem se mete no negócio da sucata, fica contaminado pelo lixos tóxicos.

O que tem um recém-anunciado candidato a Primeiro-ministro, nem pensar. Até porque tenho aversão a negócios submersíveis.

Votar por protesto. Não se coaduna com a minha forma de estar. Ficar em casa ou votar em branco, também não.

Eu sei que um amigo destas andanças resolve estas coisas com o “eu o seu contrário e a sua alma” mas como eu acho que já não tenho alma, não dá.

Pronto foi só um desabafo. É que estou mesmo à rasca para decidir. Como se não bastassem os outros enrascanços.

Humanos - Muda de Vida

Verdade, mentira, certeza, incerteza...

Verdade, Mentira, Certeza, Incerteza


Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são?

O cego pára na estrada,
Desliguei as mãos de cima do joelho
Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas?
Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos
e as minhas mãos.

Qual é a ciência que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos.
Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.

Ser real é isto.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Aos Quatro Ventos"

Um post a divulgar! Do Raimundo Narciso em " Puxa Palavra"

Sérgio Godinho - O primeiro dia

Com um carínho muito especial a alguem que enfrentou hoje o seu primeiro dia de desemprego, depois de 40 anos a trabalhar.

A Nossa Vontade e o Nosso Pensamento


A Nossa Vontade e o Nosso Pensamento

Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nós e compelindo-nos
Agem outras presenças.

Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,

Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem
E nós não desejamos.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa