segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Especulações e Especulações"

Em 28 de Abril de 2010 escrevi este post.  No "Largo das Calhandreiras" .Hoje apeteceu-me lê-lo. Sabe-se lá porquê.

Quem está na actividade económica, seja na indústria ou comercio, não pode deixar de estar atento às notícias com que somos bombardeados, no que respeita à situação económica do País, da Europa e mesmo dos restantes continentes.
Ontem foi a notícia bombástica de que uma agencia de rating, a Standadar & Poor`s (S&P) ter cortado o rating da dívida pública portuguesa. Deixando para os especialistas a análise aprofundada desta questão, não podemos deixar de ficar preocupados com as consequências que vêm aí provocadas por este facto.

No entanto creio ter que fazer um paralelo com o comportamento dos bancos que operam em Portugal, que como sabemos de Portugueses já têm muito pouco, com a excepção da CGD e não sabemos até quando.
Também os bancos em Portugal atribuem rantings aos seus clientes tendo como consequência a atribuição das taxas de juro praticadas nos empréstimos concedidos, quando o são.
Assistimos desde 2008 a um aumento dos juros (spreeds) praticados pela generalidade dos bancos, assumindo esses aumentos uma autentica prática de agiotismo, pois no momento em que as empresas mais precisavam e precisam de apoio, esse mesmo “apoio” tornou-se muito mais caro, quando não foi mesmo retirado. Quantas empresas não soçobraram por esse motivo? Quantas empresas não tiveram que reduzir drasticamente o número de postos de trabalho, para reduzir custos? Quantos investimentos programados deixaram de ser feitos? Quanto deixou de se exportar?
Poder-se-ia aceitar o argumento de que era a crise internacional e o aumento do custo do dinheiro (lá fora) argumento utilizado quando nos comunicavam o aumento das taxas, até aí praticadas. Mas ao ver os resultados apresentados pelos diversos bancos, verificamos que houve muita especulação e os bancos agiram, como os agiotas fazem em todas as crises, aproveitam-nas para melhor rentabilizar o seu negócio.

Sabemos que os especuladores internacionais desencadearam um ataque a Portugal, que certamente nos vai custar caro?
Mas como se vão comportar os nossos "especuladores" por cá?

P.S: Uma noticia que entretanto me chegou

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Xutos & Pontapés - Teimosia

PS: Sócrates diz que crise política deitaria por terra o esforço dos portugueses

PS: Sócrates diz que crise política deitaria por terra o esforço dos portugueses

26 de Fevereiro de 2011, 22:59

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que qualquer crise política “deitaria por terra” o esforço dos portugueses para defender a economia e acusou a direita de querer impor uma “agenda ideológica contra o Estado”.

Na apresentação da moção de estratégia ao congresso socialista, José Sócrates centrou parte da intervenção na ideia de “estabilidade”, um dos temas centrais do texto que leva à reunião magna do partido.

Sublinhando que Portugal “só terá sucesso se tiver estabilidade política”, José Sócrates voltou a deixar críticas à oposição, insistindo na tese de que “qualquer crise política prejudicaria a economia e o país”.

“As crises políticas e a instabilidade política deitarão por terra aquilo que é o esforço dos portugueses, é por isso que a estabilidade é fundamental para enfrentar os desafios e as dificuldades, é fundamental para respeitar aquilo que foi a vontade dos portugueses”, declarou.

Ao longo de mais de 45 minutos, o secretário-geral socialista e primeiro-ministro aproveitou também para voltar a recusar qualquer intervenção nas funções do Estado, atacando a direita que “quer impor uma agenda ideológica” contra o próprio Estado.

“A agenda política da direita é aproveitar esta crise para impor uma agenda ideológica contra o Estado, contra todos os serviços públicos e uma batalha pela privatização de tudo”, acusou, recordando que a origem da atual crise nada teve que ver com excesso de Estado.

Pelo contrário, sublinhou, “teve a ver com a falta de Estado na regulação dos mercados financeiros internacionais”.

Prometendo que o PS estará mobilizado contra a privatização do Estado, José Sócrates reiterou que a direita apenas tem na cabeça “o enfraquecimento do Estado, o combate ao Estado e a promoção da privatização, a privatização em particular dos serviços públicos essenciais”, nomeadamente a Educação e a Saúde.

José Sócrates lembrou algumas das marcas da governação socialista, fazendo alusão à aprovação da despenalização do aborto, do casamento homossexual ou à nova lei do divórcio.

Como marca dos últimos seis anos, o primeiro-ministro apontou ainda a aposta feita na Educação, Ciência e Tecnologia. “No passado houve algumas governações que ficaram marcadas pelo investimento em estradas ou investimento em betão, esta governação ficará marcada pelo investimento em educação, em ciência, em tecnologia”, frisou.

As eleições diretas para a liderança do PS decorrem a 25 e 26 de março, realizando-se a 8, 9 e 10 de abril, no Porto, o congresso dos socialistas.

Além de José Sócrates, apresentaram candidaturas à liderança do PS o líder do PS-Madeira, Jacinto Serrão, Fonseca Ferreira e António Brotas.

@Lusa

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Paz Gilberto Gil

Baú de Memórias CPL (conjunto Pauta Livre) 2

Lado A


Lado B

P.S: O CPL Visto por um dos seu protagonistas:

O Conjunto Pauta Livre (CPL), era formado por um grupo de jovens da Marinha grande, com idades entre os 17 e os 22 anos que inicialmente se dedicava como muitos outros conjuntos existentes, a interpretar músicas essencialmente para dançar.

Nesta época, compreendida entre finais dos anos 70 e os primeiros dos 80 do século XX, não havia colectividade que não tivesse o seu baile semanal, assim como a sua festa anual, havendo por isso muita solicitação para os vários conjuntos. Quem tem mais de 40 anos, provavelmente recorda-se disto.

Surge então em Portugal, uma onda de “Rock português”, e foi uma revolução tão grande no campo musical, que não havia conjunto que não quisesse participar neste movimento. O CPL, formado por jovens que tinham as suas ambições musicais experimentaram então começar a compor os seus próprios temas, cujas letras reflectiam o que se passava não só em Portugal, mas também por todo o mundo. A primeira oportunidade de mostrar o seu trabalho surgiu num concurso em Coimbra denominado “SÓROCK81”, onde não foram muito felizes, porque a concorrência era muito forte e a experiência era ainda pouca.

Mais tarde houve outro concurso a nível nacional com eliminatórias por distritos. Aqui correu melhor, pois saíram vencedores pelo distrito de Leiria, dando-lhes a oportunidade de disputar as meias-finais em Almada.

Depois destas aventuras, seguiu-se a visita a algumas editoras discográficas com a intenção de gravar um disco, conseguindo-se esse objectivo através da editora RCS.

Muitos concertos se seguiram, tanto individuais, como em conjunto com outros grupos ou artistas da época, nomeadamente JÁFUMEGA, ROXIGÉNIO, ROQUIVÁRIOS, DINA, CARLOS PAIÃO, JOSÉ CID e outros não menos importantes.

Entretanto, com a existência de tantos grupos e com o aparecimento de outro fenómeno mais atractivo, que eram as discotecas que apareciam não só nos estabelecimentos próprios para esse fim, mas também nas colectividades, começaram a escassear as solicitações para actuações do CPL.

Como os músicos deste grupo eram apenas amadores, pois naquele tempo não se podia viver na província e pretender ter uma grande carreira musical, e como alguns constituíram família e outros tinham uma carreira universitária mais promissora, decidiram fazer um interregno, talvez até um dia, porque os momentos passados em conjunto foram tão bons que a amizade ficou para sempre.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vemos Ouvimos e Lemos...

No momento em que escrevo este texto, algures no Norte de África num País chamado Líbia, Homens Mulheres e Crianças morrem, ao que tudo indica às centenas em defesa, uns da liberdade, outros da manutenção de um regime déspota que já dura há 40 anos.

Não me atrevo a teorizar como tenho vistos nalguns blogues amigos sobre o que virá a seguir. Não me atrevo sequer a mandar palpites sobre as responsabilidades de vários Países Ocidentais, especialmente no que toca ao fornecimento do armamento que está a ser usado contra os manifestantes, apanhando muita da população que está no caminho e naturalmente inocente.

Mas há uma coisa que sei. Onde há um ser humano a ser preso, torturado ou assassinado, isso não me passa ao lado e como tal, não consigo ficar indiferente.

Era muito Jovem quando comecei a protestar contra as guerras. A guerra Colonial e a do Vietname. Muitas outras se seguiram. Muitas outras se seguirão. Enquanto algumas da chamadas economias fortes do mundo Ocidental tiver como um dos grandes pilares da sua economia a fabricação de armamento, haverá sempre guerras, em geral inventadas para que os stocks se gastem e se possam vender mais para alimentar a miserável e assassina industria da guerra.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

As balas, Adriano Correia de Oliveira

As Balas

Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dão o sangue derramado

Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dão o sangue derramado

Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dão o sangue derramado

Dá o Sol as searas pelo Verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dão o sangue derramado

Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dão o sangue derramado

Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas dão o sangue derramado

Dá a certeza o querer e o concluir
O que tanto nos nega o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que o sangue derramado

Que as balas só dão sangue derramado
Só roubo e fome e sangue derramado
Só ruína e peste e sangue derramado
Só crime e morte e sangue derramado.

Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano"


clique no play para ouvir a canção e no botão direito para ver o vídeo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Noticias tristres

Governo fecha Crisform na Marinha Grande

Não sou daqueles que fico com "azedumes" quando os numeros da nossa economia mostram melhoras. Mas sou dos que ficam com uma azia desgraçada quando esses numeros são feitos à custa de medidas deste tipo.

Excelentes Numeros (de circo)


Qualquer semelhança com uns numeros recentemente apresentados, é pura coincidência.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Democracia à rasca"

Bastou uma canção para que o brado ecoasse por aí fora.
Embora não seja jovem, também sou dos que estou à rasca, especialmente quando pela velocidade a que Portugal se está a afundar também serei um dos que sofrerei na pele a recessão que uns dizem que está aí e outros que não ( o meu anterior post sobre truques era sobre isso).

Apanhando a boleia dos Deolinda desenvolve-se um movimento com algumas características esquisitas onde se procura fazer crer que tudo se resolve “correndo com os políticos e afins”.

Embora seja dos que partilhe da ideia que nesse campo não temos sido lá muito bem servidos é evidente que é com os políticos e em Democracia que teremos que resolver os nossos problemas. Se estes não servem que se accionem os meios constitucionais que regem a nossa Democracia e se substituam. Qualquer deriva antidemocrática que aponte para outro tipo de solução, pode ser muito perigosa.
Já alguém em tempos sugeriu uma suspensão temporária da Democracia. O tipo de linguagem e soluções apontadas pelo tal movimento e as palavras de um tal comendador (conhecido por ter feito fortuna com base na especulação financeira) em que claramente defende a instauração de um novo” género de ditadura”, assusta-me. Ver Aqui
A história já nos mostrou como chegaram ao poder ditadores, assim “como quem não quer a coisa”.
Que os Políticos que exercem o poder no momento, sejam os primeiros a perceber e a agir em conformidade  não contribuindo mais para o desprestígio da função.
Como alguém disse: “a Democracia é o pior dos sistemas à excepção de todos os outros”

E por falar em Truques...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

BB King / Gary Moore - The Thrill is Gone

Coisas da vida real (2)

O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, afirmou hoje que os tribunais portugueses estão transformados num "paraíso para caloteiros e num inferno para os credores" e que isso é uma das principais causas para o afastamento dos cidadãos da sua Justiça.
No dia em que o ministro da Justiça anunciou para março reformas na ação executiva - relativa à cobrança de dívidas - e a considerou um dos principais problemas do setor, Marinho Pinto afirmou que este tipo de processos, juntamente com os processos de inventário, relativos a partilhas de heranças, são hoje "os dois principais aspetos da desjudicialização", que criticou.

"A ação executiva é uma vergonha, é o aspeto mais traumático do processo civil. Só há duas maneiras de alguém cobrar uma dívida a um devedor que não paga voluntariamente: uma é deitar-lhe as mãos ao pescoço, a outra é levá-lo a tribunal. Infelizmente, em Portugal cada vez é mais fácil e mais barata a primeira medida", ilustrou Marinho Pinto.

António Marinho Pinto criticou a atribuição de competências na ação executiva a pessoas que não são formadas em Direito, como os notários ou os solicitadores de execução, com o que se pretende "tirar trabalho aos tribunais e afastar os cidadãos".

"Se se vai a tribunal, gasta-se o que se tem e o que não se tem, passa-se lá anos e muitas vezes perde-se mais do que aquilo que se teria a receber", frisou o bastonário, que indicou que a sociedade assiste "perplexa e sem saber como reagir".

Quanto à classe política, comporta-se de forma "cobarde, sem ser capaz de tomar medidas para alterar este estado de coisas".

Outro aspeto que afasta as pessoas dos tribunais tem a ver com "as custas judiciais exorbitantes", assim mantidas para "deliberadamente afastar os cidadãos e aliviar os tribunais".

"Não é possível haver boa Justiça num país que a torna inacessível a grande parte dos cidadãos pelo seu elevado custo", defendeu o bastonário.

Lusa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Coisas da vida real...

Desemprego e recusas de ofertas de emprego

Um dos temas de que mais se fala no momento e infelizmente parece que por muito mais tempo é o do índice de desemprego.
No entanto também aparecem notícias que nos dão conta de que em alguns sectores há serias dificuldades no recrutamento de empregados.
Parece-me que o problema é demasiado complexo para ser tratado num post. No entanto atrevo-me a mandar alguns palpites, embora reconheça que vozes de blogger amador não chegam ao “céu”.

Um desempregado com uma profissão de 10 ou mais anos auferia um salário muito superior ao mínimo Nacional. Lógico que quando um desempregado pede (ou lhe é oferecido) emprego numa outra empresa, dum ramo e profissão a que é alheia, dificilmente o novo empregador lhe oferece mais que o salário mínimo, dado que à partida não se conhecem as qualidades profissionais do potencial novo empregado. Lógico se o desempregado em causa aufere um subsídio de desemprego superior, recusa porque não faz sentido voltar a trabalhar, recebendo menos, gastando mais em transporte e outros custos inerentes e enquanto o subsidio for chegando à sua caixa de correio lá se vai aguentando. Para não falar daqueles (e não são assim tão poucos) que vão fazendo uns “ganchos” que sempre ajudam o orçamento.

Este último tema merecia ser mais aprofundado dado que não faltam por aí “empresários” sem escrúpulos que aproveitam esta abundante mão-de-obra disponível e que sem pagamento dos devidos encargos aproveitam despudoradamente este expediente de usar, por vezes considerável mão-de-obra ao “negro” como por aqui se diz.
Claro que esta é uma parte muito pequena do problema. O fenómeno do desemprego é muito mais complexo. Se fosse só isto atrevia-me a sugerir que houvesse um sistema de compensação temporária para permitir que pelo menos não houvesse uma redução na remuneração (subsidio) auferida.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Xiu Minino não fala política, não fala política..."

Começo normalmente a trabalhar cedo. Depois de ver o que há para fazer e tomar as medidas que se impõem, procuro através da imprensa online saber como vai o meu País.
Não raros os dias em que me deitei a ouvir uma coisa e no dia seguinte já é diferente. Não é raro deitar-me a ouvir os nossos dirigentes governativos, dizerem-nos (por vezes com toda a pompa e circunstância) que estamos no “bom caminho e a recuperar” e no dia seguinte, lemos que fechámos 2010 com um pé na recessão e agora já lá estamos com os dois.
Talvez viciado em mandar umas bocas apeteceu-me escrever qualquer coisa sobre isto. Mas não saiu.
Lembrei-me desta canção e deste cantor que tive a sorte de ouvir ao vivo para aí há 20 e tal anos. Gravei parte da letra na minha memória. Especialmente aquela parte, que usei para o título deste post. Então uso-a em meu socorro dada a falta de inspiração.

Xiu minimo não fala política

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sérgio Godinho e D.Kikas - Namoro

A ler Saramago...

Este foi um fim de semana em que não faltaram escritos, crónicas e comentários de toda a maneira e feitio. Tudo porque alguem correcta ou incorrectamente anunciou ir usar um direito que lhe assiste no pleno uso do mandato que recebeu do eleitorado. O já celebre anuncio de apresentação duma moção de censura, tornou-de no assunto do fim de semana e pelos vistos ainda vai durar uns dias.
De tudo o que li e ouvi, não retive nada que apontasse para esta preocupação. O que pensa o Cidadão, que não escreve, não comenta, mas pensa que a política é isto e como tal não presta. Cá por mim voltei a reler o ensaio sobre a lucidez.

"Num país qualquer, num dia chuvoso de votação, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de atuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados.
Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez".

A Rosa Que Te Dei


Há sempre alguem a quem podemos oferecer uma Rosa.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak abandona o poder, Egipto explode de alegria

11 de Fevereiro de 2011, 16:40

Ao 18º dia de protestos, com centenas de milhares de egípcios nas ruas, o presidente Hosni Mubarak abandonou o poder. A decisão chegou pela voz do vice-presidente egípcio Omar Suleiman. As ruas do Cairo explodiram de alegria.

Centenas de milhares de manifestantes reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, explodiram de alegria com o anúncio da renúncia do presidente egípcio, após 30 anos no poder, relataram os jornalistas da Agência France Press no local.

"O Egipto é livre, o egipto é livre", grita-se na Praça Tahrir. Os manifestantes choravam, dançavam e cantavam "Deus é o maior!". Na Tunísia as pessoas também asiram para as ruas e buzinaram para comemorar a saída de Mubarak do poder.

Num comunicado feito na televisão estatal, o vice-presidente Omar Suleiman anunciou que Mubarak iria, de facto, abandonar o poder: "Nas circunstâncias difíceis que o país atravessa, o Presidente da República decidiu resignar ao cargo de Presidente e confiou no Presidente das Forças Armadas que continue o país. Que Deus nos ajude".

Após dois discursos nas últimas duas semanas em que Hosni Mubarak recusou abdicar do poder, o presidente egípcio delegou no seu vice-presidente o anúncio de renúncia, numa altura em que se encontra, juntamente com a família, na estância balnear egípcia de Sharm el Sheikh, junto ao Mar Vemelho.

A União Europeia já reagiu afirmando que o presidente Hosni Mubarak ouviu a voz dos egípcios ao anunciar sua renúncia ao poder, declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.

A decisão, acrescentou Catherine Ashton, é um caminho para "reformas mais rápidas e profundas" no Egipto.

De Israel, chegarem do governo apelos de uma transição calma no Egipto e o Hamas anunciou que comemora o 'início da vitória da revolução egípcia'
.

@SAPO com AFP

Obscenidades...

Ou seja "Poucas Vergonhas" nas nossas caras (imagens chocantes)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Opiniões com que Concordo.

Desde muito jovem que comecei a ouvir com atenção Henrique Neto. Figura nem sempre concensual dada a sua conhecida frontalidade. Como estou de acordo com o que H.Neto diz e a sua forma de chamar as coisas pelos nomes, deixo aqui o link duma sua entrevista  ao jornal i.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Menina dos Olhos Tristes


Com a devida Vénia ao Osvaldo Castro em a Carta  a Garcia  um cantiga indispensável.

"Poema de Reinaldo Ferreira, Música de Zeca Afonso, aqui cantada por Adriano Correia de Oliveira.

Tratava-se de um Hino de Revolta que se cantava, antes do 25 de Abril, em coro, em manifestações, nas Universidades, nos Quartéis...sempre que se podia...como desafio aos sicários do fascismo e como alerta ao povo português, cujos filhos estavam a ser sacrificados numa guerra injusta e de opressão".

Tom Jobim: Garota de Ipanema (com Vinicius de Moraes)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Água mole em pedra dura...

Vale a pena lutar. Ver aqui

Zeca Afonso - Vejam Bem

Numa altura em que a nossa memória, em face dos acontecimentos mundiais  nos relembram os nossso heróis, que deram o corpo às balas para que a liberdade e a Democracia fossem uma realidade, recordo aqui  um dos nossos heróis . Felizmente ainda vivo, mas a que a canção do Zeca, aqui publicada se adapta perfeitamente. Que a cada um de nós, ela sirva de alerta e que a nossa consciência se torne tão leve ou pesada conforme o mereçamos. Sei, camarada que não vais ler isto! Mas aqui fica.
 Joaquim Augusto da Cruz Carreira

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Revolução dos Cravos - Revolução de Jasmim.


Semelhanças. O Povo veio para a Rua...

Não era mais fácil encomendar os Bébés já com código de barras impresso?

Bébés obrigados a ter numero de contribuinte. Ver noticia

E se as nossas autoridades se Mexessem...

Pelos vistos ainda andam por aí umas massas a bom recato. O problema está no tempo em que as nossas autoridades agem. Quem sabe se se mexessem um bocadinho mais o buraco não seria tão grande, dado que como se vê ainda há uns dinheiritos que não foram gastos. Ver aqui

Ainda a propósito de Canções

Com a devida vénia ao autor. reproduzo um post publicado há uns tempos que conta uma "estória" das muitas passadas nos tempos em que cantar certas canções era proíbido. Reproduzo tambem um comentário que fiz na altura. Ver post original aqui
JOSÉ AFONSO
Passaram 23 anos após a morte de Zeca Afonso. Em 23 de Fevereiro de 1987, após uma dura luta contra a grave doença que o atormentava, viria a sucumbir no leito do hospital.
Muito já se disse do Homem, Poeta , Cantor e Compositor. Porém, nunca será de mais realçar o seu culto da amizade ao próximo, a solidariedade para com os mais desfavorecidos, a busca constante da liberdade para o seu Povo, bem presente nas suas canções.
Foste um "guerrilheiro" em que as tuas armas eram poemas e o ribombar dos teus canhões eram os sons das tuas baladas, entoadas em uníssono pelas multidões que te adoravam e adoram.
A censura e a repressão do antigo regime nunca te conseguiram calar. É de assinalar a ridícula acção da polícia política que em vésperas do dia 1º de Maio, te prendia preventivamente, para evitar que fosses fazer acções de canto livre junto das camadas trabalhadoras. Passada aquela data eras posto em liberdade.
A falta de liberdade antes de 25 de Abril de 1974, põe a ridículo as alegações caricatas de uns quantos políticos actuais que hoje apregoam não haver actualmente em Portugal liberdade de expressão. Onde está a censura prévia que cortava textos quase inteiros, a ponto de, o que restava, não ter qualquer sentido? Onde estão as prisões efectuadas nas madrugadas de hoje sobre aqueles que são de opinião política diferente do governo?
Tu, Zeca, para conseguires iludir os censores, em geral coroneis reformados, bordavas os teus poemas com expressões figuradas de simbolismos sub-reptícios de rara beleza.
Por falar em liberdade, lembro-me de um episódio a que felizmente assisti e que me marcou profundamente.
Decorria o ano de 1970 ou 1971. Foi publicitado que se iria realizar no Sport Operário Marinhense, pelas 21H30, uma sessão em que iria actuar José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e outros de que não recordo o nome. O evento gerou logo grande expectativa na juventude marinhense.
A sala estava repleta. Ao fundo do palco um grande cartaz com as primeiras letras de "Roseira brava, roseira...".
O espectáculo estava para começar quando chegaram elementos da polícia política- D.G.S., com ordens para proibir o evento. O ambiente da sala estava pesado, o nervosismo era visível nos rostos dos presentes. Zeca e Adriano percorriam o corredor entre as cadeiras, de um lado para o outro.
Um prestigiado médico local que se encontrava na sala como espectador, endereçou uma mensagem ao Governador Civil de Leiria, tomando a responsabilidade em como o espectáculo decorreria normalmente, sem alterações de ordem pública.
Mais uma espera e seriam talvez umas 23 horas quando veio a resposta: A sessão estava proibida!...
Não havendo mais nada a fazer, tu Zeca, dirigiste-te aos presentes e disseste: "Só nós estamos proibidos de cantar, vós não!... Sendo assim, cantem vocês para nós!..."
Então, perante os agentes atónitos, foi realizada uma sessão inesquecível em que, uma plateia em coro, interpretou um desfilar de canções cujas letras todos sabíamos de cor.
Hoje, constato com alegria que não só a minha geração, mas também os vindouros te admiram e essa é a maior prova da tua imortalidade.


folha seca disse...

Caro Carlos Rocha Vieira
Porque não tinha ainda descoberto o seu blogue, enviei este texto para A AJA. Espero que não leve a mal.
Cumprimentos

Li com grande emoção o post do Carlos Rocha Vieira, pois também era um dos jovens que lá estava.
Para além do Zeca e do Adriano, estava também o José Jorge Letria que na altura integrava este grupo, que pelo País inteiro ia “semeando” canções que tiveram um grande papel na consciencialização das populações. Não recordo se haveria mais algum cantor.

Não sei bem mas parece-me que isto se passou em 1973. Também me parece que não era um médico mas sim um advogado. O Democrata Marinhense Jóse Vareda acompanhado por outros Democratas, que se opuseram à identificação dos organizadores (jovens com a tropa por fazer) e deram a cara responsabilizando-se pelo evento.

De referir que O Sport Operário Marinhense na Altura para alem duma pequena sede alugada tinha também um pequeno barracão alugado junto da Ivima onde se faziam bailes e outras actividades, foi neste local que se passou o relatado.

No entanto a história não ficou por aqui. Parte dos presentes e os próprios cantores não desistiram de se juntarem num outro local. Depois de varias peripécias, para iludir as "autoridades" lá acabamos (cerca de 20 pessoas) no Mostruário do J.Ferreira Custódio, uma fábrica de vidros (propriedade na altura do José Vareda e do Xico Ganiço) a cantar e a ouvir os convidados até altas horas da madrugada.

25/3/10 12:02



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“ E diz o inteligente... Que acabaram as Canções”

Uma das críticas ou reparos que me fizeram pela minha participação como opinador no “Largo das Calhandreiras” era a de que publicava demasiados vídeos com músicas revolucionárias. Nota: esses reparos nunca vieram do colectivo que criou e dinamizou aquele blogue de que sinto grandes saudades e sei que não estou só neste sentimento

Sou duma geração em que a música, as canções e outras formas de dizer coisas que nos apetecia dizer, estavam por inteiro nos poemas e nas canções de que deles eram feitas e nos transmitiam mensagens não só de esperança, mas que nos mobilizavam para lutar por objectivos, uns atingidos outros não tanto. Aliás alguns muito longe de o serem.

Neste momento num País muito mais perto do que parece, há centenas de milhares (há quem fale em milhões) numa luta para depor um ditador que se mantem no poder há 30 anos. Para além da justeza desta revolta popular, há (e há sempre) os serventuários do regime que tentam aguentar os seus patronos até ao fim. Esperemos que isto não provoque uma sangrenta guerra civil com contornos imprevisíveis.
Há falta de melhor, a capacidade das pessoas também tem limites, vou publicando umas canções, pois para mim a "cantiga continua a ser uma arma".

Zeca Afonso _ Paz Poeta e Pombas

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DESAPRENDER LA GUERRA


Quando procurava uma canção para ouvir com o ojectivo de atenuar a ansiedade com que vou lendo as notícias sobre a situação no Egipto e temendo pelo que lá se possa vir a passar. Encontrei este videoclip. Não conhecia. Partilho-o convosco.