quinta-feira, 30 de julho de 2009

E sempre que um homem sonha...

FINALMENTE… A TUMG JÁ ROLA - Armando Constâncio
A velha máxima “mais vale tarde que nunca” aplica-se aqui, com toda a propriedade. Com, pelo menos, trinta e seis meses de atraso, os transportes urbanos da Marinha Grande estão a dar os primeiros passos, mas só numa das funções para que foram criados.
Penso que é unânime o reconhecimento de que se trata de um projecto que os marinhenses validavam como importante, bem como não custa reconhecer que a campanha publicitária de lançamento do serviço foi muito bem concebida, é esteticamente perfeita e extremamente eficaz na mensagem que quer transmitir. Felicito por isso os seus autores.
Decorridos que já vão quase quatro anos de afastamento da actividade política, resolvi agora ditar alguns apontamentos, cujo objectivo é contribuir para que o projecto da Tumg seja assumido na sua integralidade, recorrendo a algumas reflexões que lhe estiveram na génese.
A Tumg começou a ser pensada na minha cabeça, em Junho ou Julho de 1993, se me não falha a memória, quando Álvaro Órfão fez a apresentação oficial da sua candidatura à Câmara Municipal, no Sport Operário Marinhense.
Sala cheia, ambiente de esperança e um discurso do candidato que fez o apelo à conquista da modernidade, expondo ideias e esgrimindo argumentos, muito sustentados pela qualidade de vida de que desfrutou na Suíça, durante os anos que lá viveu. Um dos temas abordados por Álvaro Órfão foi a necessidade de uma rede local de transportes.
Espectador e ouvinte atento, ainda sem nenhum compromisso assumido com o PS, “gravei” o que achei interessante e aí, nessa sessão, fui apresentado ao candidato que não conhecia pessoalmente.
O que sucedeu a seguir é conhecido e no segundo mandato, quando a pressão sobre a actividade da Câmara para resolver os problemas mais agudos abrandou, começou-se a definir um Plano Estratégico para a Marinha Grande. Melhorar as acessibilidades dos lugares mais periféricos ao Centro da Cidade, revitalizar o Centro Histórico, recuperar o Património Stephens, criar grandes zonas verdes de lazer, rasgar ciclo-vias, ligar a Zona Desportiva ao Centro por corredores verdes, criar um Centro Multi-modal de Transportes e zonas de estacionamento condicionado, encaixavam em novos conceitos de mobilidade que seria necessário assumir, ressurgindo aqui a ideia do então candidato Álvaro Órfão, que apontava para a criação de uma rede de transportes municipais.
Fazia todo o sentido esta estratégia, que apontava para ligações radiais, tipo “shutle”(vai/vem), dos lugares ao Centro e à zona Industrial, entroncando depois em circuitos circulares que serviam de forma intensiva a zona do comércio tradicional.
Sabendo-se que a actividade de transportes públicos é altamente deficitária, os estatutos da Tumg consagravam também a gestão do Parque de Máquinas e viaturas da Câmara, a gestão das zonas de estacionamento condicionadas e cheguei a elaborar, com a colaboração do Eng.º Massano, um pré-estudo de viabilidade económico-financeira, para a eventual e futura exploração da recolha de resíduos sólidos urbanos, parecendo-me que faz todo o sentido voltar a estudar esta possibilidade.
Com este pacote de actividades que ficariam a cargo da Tumg, a que se acrescentavam os transportes escolares e os apoios às Colectividades e Associações de Reformados, estavam reunidas condições para a sustentabilidade financeira da empresa, libertando a Câmara de tarefas para as quais tinha dificuldade em encontrar soluções, com destaque para as irregularidades na gestão dos horários de trabalho dos motoristas, pagamento de horas extras e controlar e tornar eficazes planos de manutenção da frota de viaturas.
Aprovaram-se os Estatutos e o estudo de viabilidade que era obrigatório, arranjaram-se instalações dignas, contratou-se um técnico com formação académica e profissional, ex-quadro da Rodoviária do Tejo, desenharam-se os circuitos, criou-se o ticket que tornava dispensável o uso de máquinas de pagamento ou parquímetros, fizeram-se reuniões com a ACIMG, as máquinas e viaturas passaram para activos da TUMG, adquiriram-se os dois primeiros novos autocarros Mercedes, de uma frota que deverá ter seis, mais um usado.
Quando, apesar da oposição sistemática da CDU, o projecto estava na fase final de implementação, surgiu um problema de ordem legal, não detectado pelos juristas da Câmara, que impedia a TUMG de fazer o aluguer de camiões de transporte da carga com mais de 5 TON., porque para essa actividade de transporte de mercadorias era necessário um alvará específico, a emitir pela Dir. Geral de Transportes Terrestres.
A partir daqui construiu-se a teoria das ilegalidades em que a TUMG estaria atolada, quando bastaria uma simples operação contabilística com a revenda dessas viaturas à Câmara, pelo valor de balanço, para que tudo ficasse sanado.
Este ridículo episódio, que se poderia resolver em poucos dias, serviu para sustentar a justificação do anunciado encerramento da empresa e tem sido usado agora, que se percebeu que a TUMG é um trunfo eleitoral, para justificar 4 anos de atraso.
Quero deixar claro que é bom para os Marinhenses que os transportes funcionem, mas é preciso dizer que, para subcontratar na Rodoviária do Tejo este serviço, o que na linguagem política usada pela CDU significa PRIVATIZAR um serviço público, nunca seriam necessários quase 4 anos.
Acho que deve ser um imperativo da força política que ganhar as eleições, qualquer que ela seja, retomar a estratégia traçada:
Fazer a gestão directa da rede de transportes, utilizando os motoristas da Câmara em regime de destacamento, ou outro enquadramento legal, que lhes garanta os direitos adquiridos, mas permita uma gestão de recursos humanos mais flexível e eficaz, com ganhos de produtividade e aumento de rendimento para os trabalhadores.
Alargar as linhas às zonas mais afastadas, Pilado, Amieira, Pêro Neto, Albergaria, Picassinos, Pedra/Fonte Santa, de forma a, gradualmente, se retirarem centenas de carros de circulação na cidade.
Intensificar os circuitos que servem as zonas de comércio tradicional, mesmo transitando em ruas fechadas ao trânsito automóvel.
Avançar com a construção do Centro Multimodal de Transportes, no chamado Parque da Móbil, para onde se transferiria a Gare da Rodoviária, se localizaria uma praça de táxis central, se daria forma a um parque de estacionamento bem estruturado e onde a Tumg teria uma plataforma de distribuição de várias ligações.
Retomar o projecto da transferência do Quartel dos Bombeiros para o lote de terreno no Casal de Malta reservado para esse efeito, construindo-se um parque subterrâneo, com jardim por cima, ligado ao Parque da Cerca e com um acesso pedonal subterrâneo ao renovado Edifício da Resinagem, onde se devem localizar duas salas de cinema.
Pôr em prática a gestão dos estacionamentos condicionados, especialmente no Centro Tradicional, para que fiquem estacionamentos disponíveis para os clientes, que agora estão impedidos de estacionar porque os lugares estão ocupados, das oito horas da manhã às dezanove horas, por viaturas de funcionários da Câmara, dos Bancos e até dos próprios comerciantes.
Retomar a actividade prevista nos estatutos, da gestão, manutenção e aluguer de máquinas e viaturas, emagrecendo a estrutura ineficaz da Autarquia, aumentando a eficácia e a eficiência dessa estrutura porque dispõe de técnico qualificado, o que iria gerar, com as receitas dos alugueres, os recursos financeiros suficientes para suportar os custos deficitários dos transportes públicos municipais.
Se a actividade da TUMG se confinar a uma empresa que se limita a fazer contratos de aluguer de autocarros de outras empresas privadas, então não me parece que se justifique a sua existência, porque o departamento de compras da Câmara está apto a fazer isso, como faz a aquisição de qualquer outro serviço.
Como marinhense, como munícipe e como cidadão do mundo, espero e desejo, que se concretizem acções pensadas e desenhadas num contexto coerente de planeamento, em vez de medidas desgarradas que servem para justificar o foguetório da propaganda, mas não cumprem, cabalmente, os objectivos para que foram criadas.
Ainda assim, é para mim motivo de alegria ver aqueles autocarros a circular, mesmo sendo alugados e os que precisam agradecem

quarta-feira, 29 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sem comentários

Marinhense Osvaldo Castro 'deixa' Leiria para avançar por Setúbal nas Legislativas O marinhense Osvaldo Castro não entra na lista de Leiria no sufrágio das Legislativas, integrando, pela primeira vez, o boletim de voto do PS pelo distrito de Setúbal. O socialista, um dos mais antigos deputados na Assembleia da República, e actualmente presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, é o sétimo na lista setubalense. As listas de candidatos a deputados socialistas foram votadas no sábado à noite em reunião da Comissão Política do PS, sendo que um dos casos mais problemáticos na formação das listas foi a exclusão de Osvaldo Castro dos nomes aprovados pelo PS/Leiria, avançou a agência Lusa. Em alternativa, o socialista - um dos mais destacados deputados do PS e com longa militância política na Marinha Grande - acabou por entrar na quota de 30 por cento dos nomes que o secretário-geral do PS, José Sócrates, tem o poder de indicar, ficando no sétimo lugar por Setúbal. Nas últimas Eleições Legislativas, em que o PS teve maioria absoluta, os socialistas elegeram oito deputados no círculo setubalense. À frente de Osvaldo de Castro, entre o primeiro e o sétimo lugar por Setúbal, entram Vieira da Silva, Eduardo Cabrita, Eurídice Pereira, Pedro Marques, Ana Catarina Mendes e um nome indicado pelo departamento das Mulheres Socialistas.No final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, o porta-voz dos socialistas, João Tiago Silveira, afirmou que as listas de candidatos a deputados "foram aprovadas com larguíssima maioria e com larguíssimo consenso"."As listas foram aprovadas com rapidez e antes tinham sido sujeitas a um intenso debate no PS. Houve debate antes, houve apreciação agora e houve uma votação esmagadora no sentido da aprovação destas listas", declarou João Tiago Silveira. Aveiro foi a excepção, ao registar oito rejeições, devido à não inclusão do secretário-geral adjunto da JS Pedro Vaz.Ministro Luís Amado lidera listaO ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, será o cabeça de lista dos socialistas por Leiria. O governante é natural de Porto de Mós e substitui no topo da lista do PS o actual ministro da Justiça, Alberto Costa, que há quatro anos liderou o sufrágio no distrito leiriense.Em número dois avança o secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, e em terceiro e quarto da lista seguem, respectivamente, o presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, João Paulo Pedrosa, e Odete João, deputada na Assembleia da República e presidente da Comissão Política Concelhia de Leiria do PS. Tomando como exemplo os resultados das últimas Legislativas, os quatro socialistas deverão ser eleitos para a Assembleia da República.


Nuno Henriques com Lusa

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Renovação ou exclusão?

Acabo de saber (ou confirmar) pela imprensa regional que o actual deputado, Osvaldo Castro ficou fora das listas de candidatos pelo PS às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Há uns dias escrevi aqui um texto aparentemente critico em relação a um artigo publicado pelo deputado Osvaldo Castro, pondo-o em contradição com outro escrito por Henrique Neto. Quando o fiz, não imaginava o desfecho aparentemente definitivo na composição das listas.
Arredado dos meios políticos há bastante tempo não conheço pessoalmente nenhum dos candidatos, embora tenha estado 2ou 3 vezes com o que parece ser o 2º elemento da referida lista.
Mas ao Osvaldo Castro conheço-o (sem pretensiosismo ) bem.
É um homem de causas, desde muito jovem envolveu-se em lutas por aquilo em que acreditava, pondo em risco a sua vida e liberdade. Dedicou grande parte da sua vida à defesa de princípios que adoptou. Por mérito próprio tornou-se um homem de estado, exercendo funções duma forma exemplar no Governo de António Guterres. Como Deputado e Presidente da comissão de direitos e liberdades foi exemplar, a impressa Nacional destacou-o recentemente como um dos 3 deputados sem faltas durante o ultimo mandato.
Abdicou da sua vida profissional (ao contrário de tantos outros) de advogado com reconhecido mérito, para se dedicar a tempo inteiro à causa publica.
Na Marinha Grande, terra que adoptou, foi um dos autarcas mais prestigiado. Osvaldo Castro tem um percurso que fala por si, não precisando de usar qualquer golpe palaciano para se perpetuar em qualquer lugar, muito menos bajulice (como o meu texto anterior parecia involuntariamente insinuar).
Tudo isto para dizer que aceito e apoio a renovação nas listas eleitorais dos partidos, para que não sejam sempre os mesmos. No entanto que se faça a renovação e que se dê a oportunidade a outros, mas que a escolha se faça duma forma transparente e que melhor sirva os interesses do País e não de acordo com arranjinhos de ultima hora e sem facadas nas costas. Mas sobretudo que não se excluam aqueles que merecem continuar.
Enfim: Há Partidos com excelentes princípios, mas com cada vez menos, boas pessoas.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pensar e agir em liberdade ou seguir o "chefe"

Acabo de ler no "jornal de Leiria" 2 crónicas escritas por 2 ilustres membros do PS. Sobre uma já aqui me referi, comentando-a também no "Praça Stephens".
Tenho por qualquer um deles uma grande estima (quase reverencial) pelo seu papel na luta contra a ditadura e o papel de relevo que ambos tiveram na construção da Democracia em Portugal e o papel activo que sempre desempenharam na defesa de causas que também abracei.
Sobre estes 2 ilustres membros do PS muito teria a dizer, aliás creio não me enganar nada ao dizer que do ponto vista politico o seu percurso ter sido muito idêntico. Ambos tiveram um importante papel na dinamização dos "estados gerais" que levaram o PS a ganhar as eleições por maioria, quase absoluta.
Mas o que me leva a escrever é a diferença abismal na argumentação usada pelos 2 cronistas para que seja atingido o mesmo fim, a vitória do PS nas próximas eleições legislativas.
Enquanto um defende a necessidade urgente de mudança de protagonistas, outro utiliza meia dúzia de "papões" para justificar o voto no PS. Enquanto um desassombradamente (como é seu timbre) questiona a legitimidade para que se mantenham à frente desta força politica os responsáveis pelo desaire eleitoral recente, o outro não toca no assunto.
Resumindo: Enquanto um diz o que pensa e usa a liberdade que lhe assiste e pela qual lutou toda a vida, o outro deixa que as grilhetas da eventual promessa de mais um mandato parlamentar , o levem a abdicar da liberdade, porque também ele lutou toda a vida.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As diferenças

http://joaopaulopedrosa.blogspot.com/2009/07/derrotar-o-pessimismoe-direita.html

Trago para aqui com a devida vénia o link de acesso a um extracto de um artigo subscrito pelo Dr. Osvaldo Castro a publicar amanhã no Jornal de Leiria.
Apesar de ter feito um comentário no Praça Stephens ( onde o referido extracto foi publicado) não resisto a trazê-lo para aqui, pois mais do que nunca é preciso reflectir e opinar sobre o futuro deste País, procurando quebrar o desinteresse (diria) quase pandémico verificado na nossa sociedade.
Como alguém disse: "Podes não te interessar por politica, mas os políticos interessão-se por ti, ou sobretudo pelo teu voto"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Que dizer e fazer?

Há uns tempos criei este blogue inspirado pela participação que fui tendo como bitateiro num dos melhores, criados por estas bandas( Largo das calhadreiras).
O meu objectivo era o de ao exemplo do que faço há muitos anos (ir tomando umas notas sobre as mais variadas questões do quotidiano. O que não se compadece com o bitaite pura e simples
Daí e por achar que podia e devia partilhar algumas das minhas opiniões com quem quisesse, criei este blogue e tornei-o publico.
O meu ultimo post referia-se a uma situação em que não me devia meter (assuntos internos de um dos partidos concorrentes, às eleições autárquicas) mas que como cidadão independente e eleitor de há uns tempos largos nesse mesmo partido, achei que devia meter o nariz, para onde(nunca) não fui chamado.
Agora que aparecem dados novos, tais como a "confirmação" de que para alem dos partidos tradicionais mais o emergente Bloco de Esquerda, tambem o tal MCIvai a votos e uns boatos de que há mais um movimento de esquerda que se prepara para eventualmente entrar na disputa, parece-me que apesar do curto espaço de tempo que resta, as coisas estão a ficar seriamente baralhadas.
À partida para quem prefere pouca agitação e águas paradas, estas hipóteses vêm complicar. Eu sou daqueles que prefiro uma enxurrada do que a estagnação, até porque sou alérgico a melgas e mosquitos.
A Marinha Grande tem (independentemente dos rótulos ideologicos) grandes valores em capacidade de gestão a todos os níveis inclusive, autárquico. Porque não escolher os melhores e afastar os medíocres? Embora reconheça nalguns dos candidatos já conhecidos, qualidades inquestionáveis.
Nas candidaturas partidárias já pouco há a mexer. Os actores principais e os figurantes estão escolhidos. Sabemos da insatisfação e falta de entusiasmo existente em relação aos mesmos. A democracia assente nos Partidos politico é o melhor sistema inventado pelo homem, mas esse mesmo sistema permite outro tipo de participação aos cidadãos. Porque não usá-lo?