sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Contra ventos e Marés (2)

Creio que discutir a legitimidade do governo hoje (ontem) empossado já não é mais do que discutir o sexo dos anjos. Compreendo que algumas amigas e amigos bem-intencionados, possam ter algumas dúvidas, tendo em conta a tradição. Ou seja parece que o “normal” é que o partido mais votado indique o primeiro-ministro e o governo empossado passe ou não na A. Republica. Desta vez não passou e o assunto está mais que esmiuçado.
Escrevo estas linhas num dia em que toda a gente opina, não para explicar o que quer que seja, mas somente para manifestar algumas preocupações.

Tal como centenas de milhares de Portugueses (em directo ou em diferido) ouvi as intervenções do presidente da Republica (o empossante) e a do Primeiro Ministro (o empossado). Se do primeiro ressaltou a contrariedade e a ameaça de que ainda era ele que mandava, do segundo a segurança e a demonstração de que este País tem futuro.

Andando por aqui e ali chego a esta hora da noite com uma preocupação: A direita, tudo vai fazer para criar o máximo de dificuldades a uma transição normal. As esquerdas parecem-me demasiado quietas e caladas. Não estamos em tempo de ver como é. Ou estamos com a opção tomada e trabalhamos e lutamos para que tenha êxito ou a oportunidade de uma viragem à esquerda de um sonho de décadas e agora possível, pode vir a tornar-se um pesadelo.
Amigos, camaradas e companheiros, do BE, PCP e PS. Não nos distraiamos!
P.S: Naturalmente que este apelo é também dirigido aos independentes de esquerda (onde me íntegro).

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Contra ventos e Marés.

Passaram 2 anos e alguns meses. Numa noite bastante triste dirigi a palavra a António Costa pela primeira vez. Estávamos no velório de Osvaldo Castro. Pedi ao Dr. Álvaro Pereira, presidente da Camara da Marinha Grande que me apresentasse o seu colega de Lisboa. Foi pouco o que lhe disse e a resposta viria uns tempos depois. Fui certamente dos inúmeros Portugueses com alguma simpatia pelo PS que deu um pequeno empurrão para que Costa viesse a assumir a liderança do seu partido.
Na véspera do 40º aniversário de um dia que dividiu dramaticamente os Portugueses Um secretário-geral do PS é indigitado (ou indicado) Primeiro-ministro. Nestes 40 anos, isso aconteceu diversas vezes, mas nunca com um apoio claro e inequívoco duma maioria parlamentar de esquerda.

Não sou dos que pensa que está tudo resolvido. Este País foi demasiado maltratado nestes últimos 4 anos. As mazelas vão demorar o seu tempo a tratar. Muito do que se perdeu é irrecuperável, mas sou dos que pensa que contra ventos e marés, um bom timoneiro é a condição principal para chegar a bom porto. Eu acredito!