quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fundamentalismos e outros (ismos).

Ontem dirigi-me a um novel “estabelecimento” no centro da minha terra (este tema fica para outro post).  Dado que o “mentor “ não estava presente embora a encomenda lá estivesse à minha espera e assim que me anunciei logo fui devidamente atendido. O neto do tal mentor, já o sabendo é meu homónimo. Aproveitei o facto para meter conversa com um miúdo de 7 anos coisa que correu bem, não fora o facto de um dos clientes chamar à conversa o futebol, não disfarçando o puto uma grande irritação, pois sendo adepto do (sabe-se lá porquê) Porto ainda estava bastante irritado pela derrota dos dias anteriores. Embora eu nessas coisas seja mesmo uma ave rara, lá confessei que era Sportinguista de nascimento, coisa que não me livrou de uns olhares esquisitos. Quando me despedi com um aperto de mão ao Pai tentei o mesmo com o filho, coisa não conseguida e como despedida não conseguia mais que um olhar de "desprezo". Ao inquirir o puto do porquê e não obtendo resposta lá percebi que aquela reacção era apenas pelo facto de eu não ser do Porto (ou seja adepto). Ainda tentei dar uma lição ao miúdo, mas népia, nada.

Depois de levantar e pagar a encomenda lá me dirigi ao parque de estacionamento virado para o belo parque da cerca. Enquanto fumava um cigarro não deixei de pensar naquela animosidade de uma criança de 7 anos que me olhava capaz de me “fuzilar” pelo simples facto de eu não ser adepto do seu clube. Embora inconscientemente este miúdo (certamente para gaudio de quem o levou a um clubismo exacerbado) será um dos fundamentalistas que por aí vão alimentado ódios nos campos: desportivo, religioso, político e etc…


Entretanto nem tudo é mau: Quando sair daqui vou a correr tentar marcar uma viagem de fim de Ano a Cuba, dados os recentes acontecimentos que apontam para o desejado desanuviamento nas relações Estados Unidos da América /Republica de Cuba. Há aquela chatice da greve da TAP, mas nada que não se resolva com uma viagem de automóvel até um aeroporto com ligações a Cuba, algures no Pais vizinho. 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Recordar é viver ou sofrer?

Um copo de vidro (só isso)
Há uns tempos que uma das minhas extravagâncias semanais é ir almoçar ao clube recreativo de Casal Galego, ao Sábado onde o prato, é o tradicional cozido á Portuguesa.
Ao chegar hoje ao local e antes de perceber o que se passava logo pensei num dos ditado populares neste caso e tendo em conta o nome do Lugar “pariu a galega” ditado que ainda não percebi o real significado. Pronto, depois de voltas e mais voltas para encontrar um lugar de estacionamento, lá percebi a razão de tanta confusão. Havia um almoço de Ex- trabalhadores do Manuel Pereira Roldão que segundo apurei atingia um número superior a centena e meia.

Entre a satisfação de ver, que apesar de tudo a confraternização entre colegas duma empresa que deixou de o ser (há décadas) e uma leve mágoa (mas compreensível) por não ter sido convidado, pois também eu fui operário desta fábrica, não deixei de recordar um período da minha vida (ou seja dois) pois, foi nesta fábrica que aos 10 anos iniciei a minha actividade e depois de outras andanças aí a terminei aos 23 anos de idade. No vidro entrei em “criança” fui jovem adolescente e homem maduro (coisas que aconteciam nas varias etapas prematuramente).

Apesar de nas entradas e saídas ter encontrado vários companheiros de uma velha jornada e ser convidado a entrar no local de encontro, não o fiz talvez porque os “fantasmas” falaram mais alto. Ver dezenas e dezenas de profissionais em pleno uso das suas capacidades físicas, atirados (involuntariamente)  para a reforma antecipada, não é um bom momento. Dói, mas dói mesmo!


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sexta Feira à Noite.

Um brincadeira de um caricaturista amigo
Hoje é Sexta-feira estou aqui por casa literalmente ocupando o tempo fazendo umas incursões pela blogosfera e redes sociais.
Sem cair em saudosismos, em conversa online com um amigo recordei tempos daqueles que “já não voltam mais”.
De facto, durante alguns anos da minha vida a sexta-feira era o dia de jantar com os amigos e de seguida ir beber um copo e por vezes dois ou três, especialmente quando a saúde o permitia e a preocupação de conduzir não existia. Para além disso e já com uma idade pouco recomendável para descobrir vocações, lá descobri uma coisa chamada karaoke e aí fui fazendo uma "perninha".


Pronto! Tempos em que gastava acima das minhas possibilidades, né?



sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Show off ou tapar o sol com a Peneira.

Para aí há dezena e meia de anos aqui na Marinha Grande, a brigada anticrime andou durante cerca de um ano a vigiar um “hipotético” traficante de drogas. Noites e dias de vigilância ao local, policias escondidos em locais estratégicos munidos de máquinas fotográficas para juntar os indícios suficientes para que o respectivo Juiz emitisse o mandato, coisa que demorou mais de um ano.

Reunidos os indícios suficientes e determinado o modus operandi  dos “artistas” lá se marcou uma acção, com a mobilização de todos os efectivos da terra e presumo com ajuda de forças policiais de outras corporações. Segundo me contaram aquilo parecia “coisa má” eram sirenes e pirilampos, dezenas de agentes fardados e á civil e zás lá vai o traficante (presumível) e mais alguns clientes de Ramona direitos ao tribunal para serem ouvidos pelo respectivo Juiz. Dá-se a bronca! Havia traficante e clientes, mas não havia prova do crime. Os agentes encarregados da respectiva apreensão esqueceram-se da respectiva, em cima de uma mesa. Imediatamente voltaram ao local, mas o dono da casa (familiar do tal presumível traficante) que não se encontrava no local na altura da acção, foi alertado pelo espectáculo e voltando a casa verificou que havia em cima da tal mesa, uns pacotes de pó branco que de imediato enfiou pela sanita abaixo.
Conclusão. Os artistas foram de imediato libertados e parece que até tiveram direito a boleia de regresso.

Lembrei-me desta “cena” ao assistir ao show off da tal acção de ontem, na busca a 41 locais (acho que era este o numero) para recolha de algumas provas dos crimes cometidos no BES. Alguém acredita que depois de 5 meses as provas não foram já todas pela sanita abaixo?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Justiça (outra vez).

Acabei de escrever um comentário de resposta a um amigo (advogado de profissão) no Facebook a propósito de uma questão local. Logo de seguida respondi a um mail da minha advogada a propósito de um assunto em que estou envolvido e me parece haver discordâncias (ou não) de interpretação.

Para que não haja duvidas confesso que ao aproximar-me (perigosamente) dos 60 anos só uma vez sentei o meu traseiro no banco dos réus. Tratou-se de um acidente de viação com uma vítima mortal do qual fui absolvido, porque apenas estava no sítio errado à hora errada. (ultimo parágrafo da sentença que me absolveu). Não deixei no entanto de durante quase 3 anos ter sobre mim uma acusação de homicídio por negligência.

No entanto os meus contactos com a justiça levaram-me a conhecer aspectos da mesma que me foram levando a cada vez acreditar menos na palavra (ou na sua utilização) que devia estar sempre presente na sua verdadeira acepção. Justiça, pura e simplesmente.

Para quem não tem qualquer preparação em termos académicos e sendo um leigo em matéria tão complicada, pôr-me a mandar palpites é um acto complicado e passível de levar alguns dos meus amigos que exercem a digna profissão de advogados ou mesmo juízes a mandar-me umas porradas (por acção ou omissão).

Mas num País onde o Ministério da respectiva está entregue a alguém que até tem um diploma de direito e sendo publica a real incapacidade de semelhante criatura para o exercício de tão relevante cargo, porque é que não hei-de estar à vontade para mandar umas bocas.

Termino contrariando a ideia de que a chamada “justiça popular” seria a solução, embora às vezes apeteça, apeteça mesmo. Mas acho que seria sempre pior. Mas para isso é necessário que os agentes (a montante e a jusante) dignifiquem a justiça e que não a deixem tornar-se apenas uma fonte de rendimento (quantas vezes, bastante altos) e de tráfico de influências como tem vindo a verificar-se.

PS: Se alguém se sentir ofendido com este escrito e me quiser mover um processo, aviso que não tenho dinheiro para pagar a um advogado e nem direito a assistência judiciária, pois os meus rendimentos (apesar de parcialmente penhorados) não me dão esse direito.  

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Referendar o Mercado.

Mercado fins do século XIX (presume-se)
Mercado anos XIV do século XXI
Quando um conjunto de contrariedades nos complicam a vida é não é fácil agir em defesa dos interesses colectivos. A tendência crescente é olharmos para o umbigo e tratarmos da nossa vidinha. Fruto dos tempos e que se enquadram bem na célebre frase de Camões: “O Fraco Rei faz fraca a forte gente”.

A Marinha Grande foi elevada à categoria de Cidade em 1988 e tem um número aproximado de 30.000 habitantes. Dotado das infra-estruturas básicas tem naturalmente algumas lacunas, sendo que uma delas é a “existência” de um mercado tradicional com as condições minimamente dignas em termos higieno-sanitárias. Escrevi existência entre aspas porque na verdade até tem, mas um conjunto de situações que são muito difíceis de entender e mais ainda de explicar levaram a que estejam abandonadas (não foram sequer utilizadas) e já a entrar em degradação provocado em parte por incúria humana.

Em conversa com alguns amigos destas andanças decidimos lançar uma petição com a intenção única de relembrar uma das situações mais gritantes que se mantém por resolver. Claro e dar uma pequena contribuição para a eventual solução do problema.


A Marinha Grande tem o mercado instalado há anos em tendas. Há anos foram construídas instalações destinadas a nelas se instalar o mercado que foram abandonadas. Até hoje tem-se falado muito no mercado, sem que se tenha passado a uma fase de concretização. A construção de um mercado implica um esforço significativo por parte da câmara, sendo que a obra apenas poderá ser realizada caso sejam obtidos fundos comunitários. Até hoje não foi dada oportunidade aos munícipes de se pronunciarem sobre as alternativas, designadamente no que diz respeito ao aproveitamento das instalações que foram abandonadas ou pela opção de fazer instalações novas. A câmara já adoptou o orçamento participativo, reconhecendo a importância de dar voz aos munícipes em alguns assuntos. É o momento de permitir que os munícipes se possam pronunciar sobre o mercado. A câmara deverá submeter a questão do mercado a uma consulta popular, comprometendo-se a respeitar a decisão que vier a ser tomada. A câmara deverá permitir que os munícipes se pronunciem sobre a possibilidade de ser aproveitadas as instalações do Atrium ou se deve ser construído um mercado novo. Se concorda que devem ser consultados os munícipes sobre o futuro mercado, subscreva a petição para que possa ser remetida ao Presidente da Câmara e Presidente da Mesa da Assembleia Municipal.
Subscrever aqui

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um post sem titulo (por não saber o que lhe chamar).

"Estou chocado! Um conhecido meu, um dos grandes executantes de guitarra clássica que conheci, figura ligada pessoalmente e familiarmente à música de Coimbra, homem de cinquenta e poucos anos, que tirou em Coimbra um curso superior... anda a tocar guitarra nas ruas do Porto para matar a fome...e acaba de escrever , agora mesmo, aqui no Face o seguinte:
"Ora bem estou a morrer de frio e de fome no fim da ponte d luis. alguém me arranja uma manta e ou um pão? agradecido"

Mário: vem para Coimbra , pá!"

A foto e o texto foi roubado na página do Rui Pato no facebook. 

Para além de já  aí ter deixado uma opinião e ter partilhado a publicação, fiquei preso a esta imagem e a este texto que revela uma realidade muitas vezes sem voz nestas andanças. Até porque as vitimas desta situação miserável deixam de ter acesso a estes meios e só lhes resta tentar sobreviver através da "caridade alheia".

Talvez porque ainda o consiga fazer vou usando estes meios no mínimo para difundir situações concretas e abstractas do que por aí se vai vendo e sentindo e claro que não preciso de sair do meu meio familiar para perceber muitas das realidades que por aí se vão sentindo. Aconselho vivamente alguns amigos que por aqui e ali vão debitando teorias que olhem para estas situações que são são só a ponta do gigantesco icebergue e que percebam que os seus dogmas não colhem junto destes espoliados e desprezados que deixaram de ter voz e que só lhes resta pedir uma "manta e um pão".

Entretanto siga a festa cada vez maior (pelo menos em espaço). Os que atingiram o limiar da pobreza são úteis, nem que seja para alimentar os discursos. 

Desculpem (mas fiquei mal disposto)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

"Venho dizer-vos que não tenho medo!"


Este poema de Manuel Alegre cantado por Luís Cília e pelo
Adriano transmitiu-nos uma mensagem que muitos de nós, mais ou menos jovens
adoptamos como nosso. 32 anos depois do Adriano nos deixar, faz todo o sentido
ouvi-lo e interrogarmo-nos  se o “medo”
ainda anda por aí ou se a afirmação do poema se mantém. No que me diz respeito
sim, tenho medo! Não de ter que ir combater numa guerra que sabia, injusta. Não
de enfrentar uma hipotética detenção e tudo o que se lhe podia seguir. Já não
tenho medo do Salazarismo e do Marcelismo, da PIDE ou da DGS. Tudo isso faz
parte da História, trágica mas é passado sem deixarmos de lutar para que esse
período negro se não apague das nossas memórias. As suas vítimas merecem-nos
isso.

Mas sim hoje tenho medo. Será cobardia confessar os medos
que se vão apossando de nós? Sim eu tenho medo! Tenho medo dos poderes
instalados, não do poder da direita que hoje domina, esse sabe-se como o
combater. Mas há outros poderes que dominam as forças que o deviam combater,
atrevo-mo a dizer, até a vanguarda que só o é numa espécie de faz de conta. Sim
tenho medo que as gerações que nos sucedem assistam apáticas a isto tudo e por
que não lhe conseguimos transmitir a ideia de que “temos que ser nós a fazer o
que tem que ser feito”.

 Sim tenho medo!

sábado, 11 de outubro de 2014

Blogosfera, redes sociais, opiniões e opções (ou ir empatando).

Numa altura em que se discute e se opina sobre a importância das diversas plataformas de discussão e difusão de opiniões, nada como umas boas conversas sobre a realidade com amigos daqueles que se mantêm como tal, independentemente dos caminhos que cada um tomou ao longo da vida.

Tenho a sorte de no mundo real e mais tarde no virtual ir mandando uns bitaites sobre o que penso. Ressalvo sempre que nem sempre penso certo. Mas penso.
Vivemos uma fase da nossa vida colectiva em que as coisas não atam nem desatam (aliás cada vez estão é mais desatadas) e a cada um de nós, resta deixar para os outros a resolução, ou fazermos parte dela. Percebo perfeitamente todos os que acham “que não vale a pena” que são todos iguais”, “que todos querem é tacho” e mais um conjunto de desculpas (digo eu) para deixarmos para os outros a decisão daquilo "que a todos nós diz respeito".

Andante por estes caminhos (da bloga e do face) e no último ano com tempo de sobra, lá vou lendo (sem subestimar outros meios) por aqui e ali opiniões, sugestões provenientes de franco-atiradores (como é o meu caso) mas também de repetidores de opiniões e orientações como são cada vez mais. 
Embora sendo um modesto franco – atirador nestas andanças que já têm algum tempo e não querendo copiar qualquer estilo, fico quieto e calado quando a motivação não surge limitado a ler e mandar uma boca aqui e ali quando acho oportuno. Sempre foi assim e assim será.

Manter um blog, uma página de uma qualquer rede social, a participação “por empreitada” em posts de outrem para difundir (mesmo que sub-repticiamente) conceitos programáticos encobertos com links que nos dirigem para páginas de alguém que diga (ou tenha dito) coisas que não nos atrevamos a dizer não faz o meu estilo. Naturalmente que recorrer a quem sabe dizer melhor que nós, para mim não é “pecado” e quantas vezes a isso, recorro.

Vivemos num País que chegou a uma situação que a muitos de nós Já conduziu a uma situação muito complicada e sem retorno. Mas isso faz com que nos mobilizemos no apoio de soluções que rapidamente conduzam à saída do pântano (e desta vez a sério) a que nos deixámos conduzir (sim deixámos). Como disse no meu post anterior: se “já não formos os beneficiários, pensemos nas gerações que nos precedem.”.

Utilizar estes meios para esgrimir contra “os moinhos de vento do passado que nos atormenta ”pode ir aliviando algumas consciências” mas não resolve, mesmo nada.


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dez dias que abalaram e abanaram.

Agarrado às más noticias que nos vão chegando de todos os lados e por diversas vias acabamos por involuntariamente nos ir acomodando, olhando para o nosso umbigo e ir perdendo a esperança de que algo possamos fazer para alterar o estado das coisas e se já não formos os beneficiários, pensemos nas gerações que nos precedem.

Este texto a que darei o destino de post é escrito a uma hora a que habitualmente já não ando por aqui. Pouco adepto da televisão mesmo com a imensidade de programas que vou tendo à disposição, vou andando por aqui “vendo, ouvindo e lendo” .
Não me sentindo com capacidade para emitir opiniões acerca da situação internacional (o que não significa que não a tenha) limito-me a deixar algumas ideias que me parece, terem alterado os estado das coisas no nosso País.

Há dez dias trás todos nós barafustávamos sobre o estado das coisas em termos sociais, no emprego, na saúde nas finanças, na educação e numa enormidade de problemas que afectavam a nossa sociedade. Dez dias depois nenhum destes problemas foi atenuado e antes pelo contrário, creio que todos se agravaram.

Mas algo mudou. A pior coisa que pode acontecer numa sociedade democrática é que os seus cidadãos sintam os problemas e nada, mesmo nada os mobilize para a sua solução.
Parece-me que neste últimos dez dias aconteceram coisas que a não resolverem nada no imediato apontam pelo menos para um retomar da esperança de que a desgraçada situação em que nos encontramos, não é nenhuma fatalidade e tem solução apesar das cicatrizes que deixa e que em muitos casos, ficarão para sempre à vista.

Na verdade não deixo aqui nada em concreto. Mas é de propósito!

sábado, 20 de setembro de 2014

Um passado que morre. Um futuro incerto.


Faz tempo que a existência de piscinas públicas ou privadas, por aqui eram apenas uma miragem (no que diz respeito a públicas quase que assim continua na nossa freguesia se não chamarmos piscina ao tanque da Embra).
De facto à época não sei bem, se a palavra “piscina” fazia parte da linguagem corrente. Que me lembre os “putos” da minha geração conheciam bem o Barreiro do “Melro”, o do Camarnal o da Cerâmica (junto ao Lisboa e Marinha) mais a vala do Tremelgo, a do Pelão (que recentemente soube chamar-se Ribeira das Bernardas) e ainda mais uma ou outra que íamos descobrindo. Eram as nossas piscinas, onde nos refrescávamos nos verões mais quentes que em tempos de “aquecimento global” teimam em passar por aqui fugazmente.

Ora bem. Hoje e depois e depois do já habitual (aos Sábado) cozido no clube de Casal Galego, rumámos a S.Pedro de Moel. Como a intenção era só cheirar a maresia e olhar o mar fomos direitinhos ao chamado parque de estacionamento das piscinas de onde se avista S.Pedro de Moel quase por inteiro. Não sei se foi do “cozido” ou da visão, mas que me senti mal, senti. Não, não pode estar a acontecer. Aquela bela imagem que se sobrepunha a todas as outras, aquela que já foi nacional e internacionalmente a imagem de S. Pedro de Moel, apresenta, mesmo a alguma distância um estado lastimoso de degradação e abandono.
Não, não pode estar a acontecer!

Ao iniciar este curto post  tinha por intenção contar uma pequena história que descrevia as aventuras e desventuras da minha ida à inauguração das referidas piscinas. Decorria (sujeito a confirmação) o ano de 66/67. Do que me lembro mesmo é que a minha pasteleira roda 28 só era boa para descidas e rectas, dado que só funcionava em terceira (mas esta parte fica para outra ocasião, se houver).

Surripei na net (por facilidade) a foto que encima este post. Digo por facilidade porque terei alguma dezenas algures por aí, mas teria que procurar. Caloíce.  Também podia ilustrar com uma das fotos actuais, que já por aí circulam mas, tal como aos amigos que partem, prefiro guardar a imagem dos bons tempos. Coisas minhas.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Opções (sem desculpas)

Confesso que sou muitas vezes tentado a desistir de falar de política, não assistir a debates e a não me meter nestas “coisas”. Desculpas, tinha várias. O facto de ser um miserável falido e poder culpar tudo e todos, a desilusão provocada pelos políticos no activo no poder e na oposição e até o veredicto do meu cardiologista que me aconselha a não me meter em situações que provoquem emoções fortes.

Na verdade a política faz parte da minha vida desde que me conheço. Para quem ainda em criança é “acusado” de ser neto de um ex-presidiário e demora tempo a perceber que talvez a pessoa de que mais gostou na vida, tinha sido preso politico, porque defendeu causas justas que o levaram a passar 14 anos no carceres fascistas. Para quem com 10 anos de idade, come o pão que o diabo amassou, indo trabalhar para o forno de uma fábrica de vidros, para ajudar a melhor o miserável orçamento familiar, não pode alhear-se daquilo que se passa à sua volta, olhar para a degradação da situação económica e social do seu País.

Na verdade fui um dos simpatizantes do PS (mais assim, do que assado) que na altura própria manifestei o meu desacordo com o “oferecimento” de A. J. Seguro para a liderança do PS. Também fui manifestando o desencanto que (nunca tive )pela sua gestão do principal partido da oposição.
Também fui um dos cidadãos anónimos que dirigi umas palavras (numa noite muito dolorosa) a António Costa dando o meu modesto empurrão, usando mais ou menos a expressão de que “o PS precisa de alguém na sua liderança, que não se limite a ser um bom rapazinho”.

Tudo para dizer que se já não tinhas dúvidas de que A. Costa (dos perfilados) é o meu preferido a quem vou dar o meu voto (se me reconhecerem esse direito) para que assim seja.

domingo, 24 de agosto de 2014

Alice - Gato Morto

Por muito que custe, vai havendo por aqui e ali quem tente fazer coisas bem feitas, na musica (mas felizmente não só). Não sendo um melómano e grande conhecedor, sou sensível ao que de bom se vai fazendo, especialmente (e no que respeita à musica) ao conteúdo do que se diz de forma cantada. Talvez os Alice me passassem ao lado, não fora o facto de ter como amigo (daqueles que o são na verdadeira acepção da palavra) o pai de um dos membros da banda (o Diogo Borges). Na verdade só comemoro os meus aniversários de cinco em cinco anos, e há quatro no ultimo que comemorei (o 55º) tive o prazer de ouvir o Diogo tocar viola com uma qualidade que augurava um futuro promissor. (recordo que alguns dos acordes, eram musica do Zeca). O pai que veio almoçar comigo um dia destes, ofereceu-me o primeiro CD do grupo, que nas calmas fui "degustando" acompanhado com as letras que numa brochura acompanhavam o respectivo. Força! "A cantar também se diz".

domingo, 10 de agosto de 2014

"Já não há canções de amor?"

(Republicado e revisto)

Ele divorciado a viver só, há mais de 10 anos. Ela viúva há 6 também a viver só. Ele tinha uma filha ela duas. Embora vivessem na mesma terra (na altura já Cidade) e ocasionalmente se cruzassem não sabiam nada um do outro. Até que um dia num bar duma famosa discoteca ela passou e não ligou (ou seja, disfarçou). Ele com os vapores da noite (que ajudavam a desinibir) dirigiu-se à mesa, meteu conversa sentou-se e lá foi tentando perceber como era. Quando soube que estava viúva sofreu um choque porque o marido era um amigo de infância e juventude e ainda com alguns laços familiares. Ele a custo conseguiu que ela acedesse a trocarem números de telefone. Quando se despedirem (prometendo um outro encontro) já ele estava com cerca de 24 horas sem dormir e com alguns vapores há mistura, já entaramelava a voz.
Nessa madrugada ainda houve um telefonema para ver se estava tudo bem. Claro que no dia seguinte (ou no fim do dia) lá surgiu o convite para um café e a seguir uma volta até ao Sítio da Nazaré. A paixoneta dos 15/13 anos (nessa altura amadurecia-se mais depressa) acordou e claro que renasceu algo que deu num grande amor que dura há precisamente 13 anos. Mas não foi fácil. A relutância dela em encetar uma relação fazia-a avançar e recuar. Ele chegou a apagar o nº de telemóvel várias vezes (o problema é que o tinha decorado).
Cerca de 10 dias depois estando ela de férias ele tirou uma semana também. Ela grande amante de Praia, enquanto ele gosta só de ver o mar. No entanto pegou nuns velhos calções e numa toalha de banho, foi à sua procura na praia onde sabia que estava. Decidido rematou: Estou de férias mais 4 dias. Se tiver companhia vou dar uma volta sem destino ao norte, se não tiver vou passar 3 dias a Moscovo, aceitas ser a minha companhia? Ela aceitou e no dia seguinte partiram com destino ao Norte. Alojando-se num turismo de habitação em Ponte de Lima. É evidente que a noite de lua-de-mel, adiada mais de 3 décadas, aconteceu nessa noite.
A música escolhida tem a ver com um dos melhores momentos vividos naqueles dias. Com a precipitação apenas havia um CD dos Scorpions. Em determinada altura circulando por uma autovia na Galiza ambos sentiram um impulso muito forte para se beijarem. Ele enfiou o carro numa entrada para uma bomba de gasolina e beijaram-se apaixonadamente durante todo o tempo que durou esta canção.
Este post conta a estória (embora o post seja longo) abreviada de duas crianças que se apaixonaram e pelas vicissitudes da vida reencontraram-se a tempo de viver uma intensa paixão que se mantém. Também uma forma de corresponder ao desafio do querido amigo Carlos Barbosa de Oliveira em Crónicas on the Rocks. Mas também por esta estória ter começado, precisamente há 13 anos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Bem-vindo ao grupo camarada Ricardo Salgado.

Bem-vindo ao grupo camarada Ricardo Salgado.

Meu caro camarada Ricardo Salgado. Há uns dias que andas nas bocas do mundo e só te chamam santo dado o teu santificado apelido. Pois é, parece que se “perderam” nos vários e tortuosos caminhos que tens percorrido, uns valentes camiões de dinheiro e por mais que tentes não consegues explicar onde param.

Embora esteja a usar um tratamento demasiado íntimo, só o faço porque apesar de nunca termos sido próximos, creio que te estão a acontecer coisas porque já passei e estou a pagar bem caro as consequências. Chegou a altura de alguém te manifestar alguma solidariedade, pois a maior parte do pagode não percebe o que é a angústia de ter contas para pagar e não ter graveto, como ainda ontem te aconteceu com aquela divida da Rioforte à PT, apesar de serem só uns trocos, comparado com o tamanho do buraco.

Pois é camarada Ricardo, este meu escrito que ainda pensei transformar em abaixo-assinado de apoio e levar as dezenas de milhares de falidos destes últimos 3 anos a assinar e tal como eu agora faço,  manifestar-te a já referida solidariedade. Claro que estas coisas são sempre complexas. Sei de certeza que não faltariam camaradas a acusar-te de que as suas falências se deveram também aos juros agiotas praticados pelo teu (e o dos outros) Banco. Também não faltaria quem te acusasse de grande parte da massa desaparecida estar bem guardada para que a essa secular família de Banqueiros e agiotas não falte nada,  a esta e às vindouras gerações.

Pronto camarada espero que te safes porque num qualquer País civilizado onde a justiça fosse igual para ricos e pobres, já estarias atrás das grades.

terça-feira, 15 de julho de 2014

E prontos (s)

Apesar do meu afastamento destas lides (como interveniente) vou lendo e aqui e ali ainda vou mandando uma boca. Na verdade isto de escrever na bloga já não é para todos, esta treta de saber andar de bicicleta nunca esquece, tem os seus quês. Lá manter o equilíbrio não é difícil, mas ao fim de 100 metros os bofes já estão à boca, digo eu que ainda no sábado passado experimentei, depois de um cozido na sede do grupo desportivo de Casal Galego e ao meio da rua voltei para trás em sentido proibido e tudo.

Acabei de ler (parcialmente) o regulamento para a chamadas eleições primárias do PS. Apeteceu-me desabafar e como quem me acompanha não está para me aturar (nesta conversa) decidi abrir o Word e desabafar para ver se sai alguma coisa publicável.

Ora bem! Segundo percebi qualquer cidadão (eleitor) que se declare simpatizante do PS e não esteja inscrito noutro partido (pode ter saído no dia anterior de outro) pode inscrever-se como eleitor nas primárias para eleger o candidato a candidato a primeiro-ministro pelo PS.
A ideia até me parece boa. Como no nosso sistema eleitoral não se elege primeiros-ministros é um bom trunfo alguém se apresentar ao eleitorado como putativo primeiro-ministro já eleito (pelo menos parcialmente).
Na verdade não posso ficar sossegado com este virar de baterias para aquilo que me parece secundário. Ou seja, o que passa a ser importante é eleger o tal “putativo” o resto são conversas. E os truques? Sim os truques. Não é por nada, mas ainda me lembro de como membro activo duma outra força partidária ajudar a “fundar” os Verdes e o extinto PRD.

Coisas que me vêm à memória.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Nem “coiso” nem sai de cima.

Tenho uma concepção (demasiado idealista para os tempos que correm) que ser político é um acto de servir e não para se servir.
Falo disto à vontade porque eu próprio já fui político e até o fui em termos profissionais, rejeitando sempre a ideia de fazer da política profissão, mesmo que pelas bandas por onde andei o termo fosse o de “revolucionário profissional”. Claro que no meu caso saí pelo meu pé quando achei que era a altura e tentei voltar à minha anterior profissão, o que não consegui porque a mesma caminhava para a extinção. Claro que tive que me fazer à vida e aprender outra.

Como penso que qualquer solução politica para o nosso País, passa em primeiro plano pelo PS, acompanho com atenção o que se vai passando no interior deste partido. Quem foi lendo os meus escritos neste blog sabe que alguma animosidade que deste texto possa ressaltar em relação a António José Seguro não é novidade, falo naturalmente em termos políticos, pois do ponto de vista pessoal, nada tenho contra esta figura.
Na verdade ao longo do reinado do seu antecessor também fui manifestando sérias criticas pois era por demais evidente que aquele estilo (chamado de Socrático) levaria o PS a uma situação demasiado penosa para este partido e consequentemente para o País e a destruição da vida de centenas de milhares de Portugueses.
Ainda na era Socrática defendi que era urgente alterações ao nível da direcção a começar pelo secretário-geral que impedissem que Sócrates se tornasse o Coveiro do PS.

Como vozes de “folhas secas” não chegam ao Largo do Rato e por ali a regra de ouro (até agora) é a de que o timoneiro "escolhido" ter de levar o barco até ao fim, sem a preocupação de escolher o bom ou o mau porto, aconteceu o que sabemos com as desgraçadas consequências que sentimos, naturalmente uns mais do que outros.

Creio que os opositores de A.J.Seguro, já esgrimiram argumentos de sobra para se concluir que por bom rapazinho que seja, por muita legitimidade que tenha, não é o líder que o PS precisa para convencer os Portugueses a entregar-lhe por uma maioria significativa o poder. Claro que  a correlação de forças no interior do PS não se mede por opiniões políticas, mas muito pelos interesses instalados, António Costa tem uma tarefa difícil, sobretudo quando encontra um “adversário”  que parece capaz de tudo para impedir a mais que evidente e necessária mudança de timoneiro e naturalmente de parte considerável da tripulação.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Um Homem não se apaga


Um amigo, que conheci por estas bandas mas mais recentemente também pessoalmente, fez uma publicação sobre o livro recentemente dado à estampa, "Pavel um homem não se apaga" que conta a história de (Francisco de Paula Oliveira) um destacado militante comunista que foi apagado da história do seu Partido.

Fiz um comentário porque conhecia um pouco da história de Pavel e de outros militantes comunistas, apagados. Já em conversa privada, confessei que ainda não o tinha adquirido porque o meu orçamento tinha sofrido uma queda abismal e qualquer compra teria que ser sempre bem ponderada.

De rompante este amigo propôs oferecer-me o livro, entregue por mão própria em troca de um café, O que fez hoje.
Para além do livro que vou devorar no próximos dias e que para surpresa minha, continha na 3ª página uma dedicatória do seu autor, o grande resistente (presumo que o ultimo Tarrafalista vivo) Edmundo Pedro. 

Obrigado Graza Arroios

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Os abstencionistas

OS ABSTENCIONISTAS

Sem dúvida que um dos temas mais referidos nesta discussão pós eleitoral, foi o número de cidadãos eleitores que não usaram o seu direito ao voto. Se juntarmos aos referidos os votantes em branco a percentagem ultrapassa os 70%, embora saibamos que os cadernos eleitorais não estão devidamente actualizados.

Apesar do muito falado e escrito, não vi até ao momento uma referência às razões reais que levaram a um tão grande número de abstencionistas. Não vi em lado nenhum a iniciativa de perguntar aos homens e mulheres que abdicaram de exercer o seu direito ou mesmo dever cívico.
Seria fastidioso trazer para aqui o número de pessoas que nestes três últimos anos viram as suas vidas destruídas, fruto das consequências de uma política económica e social desastrosa e já não acreditam que qualquer dos partidos existentes em Portugal, lhes restitua as suas vidas. Salve-se um ou outro fenómeno localizado, mas que no seu todo não altera a realidade.

Infelizmente sei do que falo e também eu senti vontade de ficar em casa, mandando às urtigas um direito que custou tanto a obter. Talvez só por isso e por respeito aqueles que tanto deram (muitos as próprias vidas) para que hoje possamos ”escolher” os previamente escolhidos para nos representarem nas instâncias europeias.

Receio que os holofotes continuem virados para a luta pela chefia do principal partido da oposição e se continuem as esquecer os “excluídos” da sociedade e não se consiga motivar grande parte deste eleitorado a voltar às urnas.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Olá Carreira! Hoje mando-te um cravo.

Há dois anos atrás escrevi no meu blogue uma carta ao Joaquim Carreira. Hoje procurando alinhavar algumas palavras, não encontrava nada de novo e à falta de melhor repito esta publicação, homenageando-o neste dia, após 3 anos da sua partida.

Sabes meu caro ? De vez em quando dão-me assim uns sintomas esquisitos e ponho-me a escrever para quem nem sequer o endereço conheço. Parvoíces, mas…Pronto como já cá não estás deu-me para isto, podia ser pior.

Faz exactamente hoje um ano que decidiste ir embora, eu bem te pedi para aguentares, mas “teimoso” como sempre, tinhas que escolher esta data histórica para que tanto contribuíste uma vida inteira, partires. Acho que já disse em qualquer lado que nos estragaste a festa. Não, não estragaste nada, talvez contribuísses para que ela fizesse mais sentido. Sim porque comemorar Abril faz-se com festa mas também com a noção de que Abril aconteceu porque muitos como tu abnegadamente e sem esperar nada em troca deram o corpo às balas, à tortura, ao degredo e à clandestinidade, abdicando duma vida própria para que hoje estejamos a comemorar a liberdade.


Mas olha por cá as coisas não estão nada famosas. As forças revanchistas apossaram-se do poder, não porque a direita ultraliberal “ganhasse”, mas porque a esquerda incapaz de criar entre si uma plataforma mínima de entendimento lhes cederam o poder de mão beijada.

Sabes? Isto está mesmo entregue aos “bichos” sim ao capital financeiro internacional e o que por aqui, quem aparece aparentemente como detentor do poder, não são mais do que mandaretes dos ditos. Pronto mas isto é muitos mais complicado e também não te estou para chatear interrompendo o teu merecido descanso.

Mas tenho uma má notícia, o Miguel Portas, sim aquele jornalista  que vinha, aí há duas décadas, conversar connosco a propósito da nossa luta para repor a Democracia interna no nosso Partido, também decidiu partir, ontem. Não sei bem se vai ter contigo, mas se for, tens umas boas horas de conversa, há isso tens!

Um grande abraço querido companheiro. Descansa em Paz que a gente por cá vai aguentando a “penada”.