quarta-feira, 30 de março de 2011

Para Memória Futura

Desde 1976 que ininterruptamente o 25 de Abril é comemorado na Assembleia da República com uma sessão solene.

Deixo a foto de uma dessas sessões. Com a esperança que um ou outro deputado por aqui passe e sinta um laivo de "vergonha" por este ano a mesma não se vir a realizar.

Desculpas estão desmontadas pelo capitão de Abril, Vasco Lourenço, no anterior Post.

A foto tem Manuel Alegre a discursar numa dessas sessões porque tenho a convicção de que se fosse ele o Actual Presidente da República, não permitiria esta falta de vergonha e de respeito pela data e o que ela representa.

Uma Voz Autorizada

O coronel Vasco Lourenço considera “incompreensível” que o 25 de Abril não seja este ano oficialmente assinalado na Assembleia da República (AR), afirmando que isso só se justifica pela “vergonha da situação a que [os deputados] levaram o país”.


“Eu acho incompreensível, não consigo perceber como é que um Estado de Direito democrático resultante do 25 de Abril tem vergonha de assinalar o dia ‘inicial e limpo’, como diria a Sophia [de Mello Breyner], desse mesmo Estado democrático”, afirmou o capitão de Abril, em declarações à Lusa.

A dissolução da AR, que se deverá concretizar no máximo até 11 de Abril, vai levar ao cancelamento da habitual sessão solene comemorativa do 25 de Abril, informou hoje a porta-voz da conferência de líderes.

Reconhecendo que “a justificação é que a Assembleia da República estará dissolvida”, o presidente da Associação 25 de Abril entende que, “se houver uma situação excepcional, a Assembleia sempre poderá reunir”.

“Não vejo por que é que [os deputados da AR] não poderiam ter encontrado forma de evocar o 25 de Abril, a não ser que tenham vergonha da situação a que levaram o país”, reiterou

Se cá estamos, foi porque um dia nascemos. Mesmo sem nos terem ouvido...

terça-feira, 29 de março de 2011

Nova Oportunidade...

Num País em que se tentou aumentar o nível de escolaridade através de qualquer coisa chamada de “ novas oportunidades” e se aumentou exponencialmente o número de licenciados com a adopção do processo de Bolonha, cujo resultado em termos estatísticos foi o de aumentar o grau académico no número de desempregados e de jovens à procura do 1º emprego. Podíamos aproveitar a oportunidade da visita do Ex-Presidente Lula da Silva e da actual Presidente Dilma Rousseff e a boa vontade demonstrada para ajudar Portugal a ultrapassar as dificuldades que enfrenta.
Lembrei-me que talvez fosse uma boa ideia pedir ajuda no sentido de proporcionar um curso acelerado a alguns dos nossos políticos especialmente aos que se perfilam para ocupar alguns lugares que entretanto vão ficar vagos.
Até porque os manuais do curso podiam ser impressos ao abrigo do acordo ortográfico o que tornaria as coisas mais fáceis e reutilizáveis consoante fossem feitas remodelações e substituições.
Sei que não vão faltar outras ideias mas como me parece que uma das coisas que Lula Percebeu foi que (e por cá não há meio disso ser entendido) “A maior riqueza dum País é o seu povo”
Pronto é só uma ideia. Eu sei que o Brasil é muito mais longe que Bruxelas, mas?

Nota: O diploma não é da minha colecção, foi surripiado algures na internet

Caetano Veloso - Sozinho (Ao Vivo)

domingo, 27 de março de 2011

Tempo de Não tempo de Sim

Gravura surripiada algures na intenet

Eis que de novo chega um tempo de batalhas.
Chega um tempo de povo. Tempo de viver
Ou morrer. Chega um tempo de romper as malhas
que um tempo-aranha tece para nos prender
nas teias de cadeias malhas de muralhas.

Chega um tempo de massa. Tempo revolucionário.
Tempo de negação. Afirmação. Transformação.
Chega um tempo em que o poeta - mesmo o solitário -
já não está só: é só mais um na multidão.
Tempo de ver em cada coisa o seu contrário.

Chega um tempo febril. Fabril. Tempo de sín-
tese. Tempo de guerra. Tempo de mudança.
Chega um tempo de não. Chega um tempo de sim.
Tempo de desespero. Tempo de esperança.
Chega um tempo de início num tempo de fim.

Chega um tempo de agir no sentido do Tempo
tempo de se ganhar o tempo já perdido
tempo de se vencer o tempo-contratempo
para que o Tempo torne a ser sentido.
Chega um tempo de empunhar as armas do Tempo

Manuel Alegre ( o Canto e as Armas)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ressaca ((2)

Dos abundantes comentários e noticias que ao longo do dia foram produzidos acerca da situação politica portuguesa de que fui apanhando uns bocados aqui e ali, ressalta uma ideia. Portugal e as suas instituições Democráticas eleitas pelo voto dos Portugueses perderam o direito de decidir sobre questões da sua soberania. Mal ou bem a maioria da Assembleia da Republica em pleno uso do seu mandato, tomou a decisão de rejeitar um conjunto de medidas que inabilmente (digo eu) o Primeiro Ministro decidiu negociar com os “donos” da Europa sem passar cavaco a ninguém. Em face dessa rejeição previamente anunciada em jeito de chantagem o Primeiro Ministro e o respectivo Governo decidiram apresentar a demissão, direito que também Democraticamente lhes assiste.

Face a estes acontecimentos caiu-nos tudo em cima. Apenas porque mais de 60% dos representantes dos votantes nas ultimas eleições legislativas rejeitaram um tal de Pec não sei quantos.

Põe-se a questão para quê uma assembleia da Republica que só serve se estiver alinhada com Bruxelas e os donos da Europa. Sim a gente precisa de quem nos empreste o graveto mas a que preço? Não me refiro só à taxa de juro.

Apetece-me recordar uma parte duma canção cantada por José Mário Branco.

De quem é o Carvalhal??? É Nosso!!!



Ressaca

Várias vezes escrevi que José Sócrates fazia parte do problema e não da solução.
Agora que se demitiu devia estar satisfeito e convencido que tive razão antes de tempo.
Mas não. O que sinto neste momento é uma grande preocupação pelo futuro imediato e temo as consequências que se vão abater sobre Portugal e os Portugueses.

Do que tenho lido e ouvido estou meio convencido que isto foi preparado pelo próprio Sócrates.
O comportamento de ontem retirou-me alguma duvida que ainda subsistia. A história da nossa Democracia tem episódios em que à última hora mesmo no fio da navalha se conseguiram encontrar compromissos para evitar crises políticas cujo resultado seria sempre gravoso.
Acreditei que podia ainda haver qualquer hipótese de entendimento até ver o deplorável comportamento do ainda Primeiro-ministro.
A falta de respeito demonstrada pelo seu comportamento ontem na Assembleia da República, deixando alguns Ministros e o grupo Parlamentar sós a enfrentar as “feras” que se juntaram num estranho coro a cantar a mesma cantiga, retirou-me qualquer duvida de que foi tudo programado para que o desfecho fosse este.

Lamentável que se vá entregar à direita mais retrógrada o poder de mão beijada.

Lamentável que as vozes discordantes que se sabe existirem no interior do PS nada tenham feito para evitar este desfecho, que vai sair bem caro a Portugal e aos Portugueses.
Quanto a José Sócrates não sofri nunca qualquer desilusão, simplesmente porque nunca tive qualquer ilusão. Quanto ao PS, sim. Acreditei durante mais de 2 dezenas de anos que a melhor solução para Portugal era este partido e por isso lhe dei o meu voto.

terça-feira, 22 de março de 2011

Mario Soares pede intervenção de Cavaco

Mario Soares pede intervenção de Cavaco para impedir  "uma catástrofe"
Mário Soares, ex-Presidente da República e ex-primeiro-ministro, acredita que só Cavaco Silva pode evitar que a crise política agrave a crise financeira do país e pede ao Presidente que intervenha na contenda entre PS e PSD para “impedir uma catástrofe”.
P.S. Pedro Coimbra um habitual comentador deste blogue deixou-me no post anterior este comentário “O Prof. Jorge Miranda disse tudo - "uma geração de políticos sem qualquer qualidade".

Não sendo grande conhecedor da história, ao longo da vida fui lendo umas coisas que me levaram a perceber que a humanidade ao longo da sua existência sempre teve os seus ciclos negativos. Uns originados por catástrofes naturais (como estamos a assistir no Japão) outras pela estupidez dos homens (como estamos a assistir na Líbia).

Uma catástrofe natural ou provocada pela estupidez humana deixa sempre um raio de destruição de grandes proporções que leva uma imensidão de tempo a que a situação seja reposta, nunca o sendo na totalidade dadas as vidas perdidas e os efeitos radioactivos cujos efeitos nunca se conseguem colmatar e perduram sabe-se lá até quando.

A história diz-nos que depois de grandes calamidades sobressaem sempre grandes líderes que têm um grande papel na reconstrução dos Países afectados.

Mário Soares tem a lucidez de alertar para a catástrofe que aí vem, não pelo facto de haver eventualmente eleições antecipadas mas pelo grau de dependência externa em termos de empréstimos para o financiamento do País e da nossa economia.

Sou dos que acredita que há no País e na área de quem tem legitimidade para governar gente capaz de assumir a liderança. Só era preciso que quem faz parte do problema se afastasse e desse lugar a alguém que fosse capaz de traçar um rápido caminho na reposição da confiança, interna e externamente perdida.

Há no Norte uma expressão “popular” que me apetece usar aqui “ não coiso nem sai de cima”.

segunda-feira, 21 de março de 2011

E a nós. Quem é que nos ouve?

PEC IV chega hoje ao Parlamento

A noticia cujo link publiquei acima deixa-me algumas interrogações sobre a capacidade de que as decisões que venham a ser tomadas correspondam aos sentir dos Portugueses.
É evidente, que mal ou bem o Parlamento e os grupos parlamentares correspondem ao nosso sentido de voto. Os deputados estão lá porque os elegemos (claro os que votámos).

Mas será que muitos de nós nos sentimos ainda representados por aqueles em quem directa ou indirectamente depositamos o nosso voto?
Será que a decisão que vier a ser tomada corresponde aquilo que os eleitores pensam e querem?

Assistimos neste fim-de-semana a um conjunto de acontecimentos que analisados cada um por si, demonstram o quanto cada vez mais a oligarquia política está desligada do verdadeiro sentir dos Portugueses. Enquanto assistimos (via TV) a um conjunto de iniciativas Político Partidárias de afirmação das actuais lideranças. Víamos na Rua um gigantesco número de pessoas exigindo o respeito pelos seus direitos.

Será que os “nossos” políticos (no poder ou e a caminho) se tornaram tão insensíveis ao clamor popular que não tenham nada a dizer? Sinceramente não ouvi!

domingo, 20 de março de 2011

Zeca Afonso - Coro da Primavera



No dia do Blogger, dedico este post a todos aqueles que utilizam este excelente meio na defesa de causas justas e que duma forma e de outra nos vão dando noticias.

sábado, 19 de março de 2011

Cão Raivoso

"Carta ao Meu Pai"

(Esta carta foi publicada no Jornal da Marinha Grande, após um lamentável e irreparável engano, no Hospital Santo André em Leiria. Eu que não ligo nada a estas coisas, dos dias disto e daquilo pois os mesmos tornaram-se numa promoção consumista, senti vontade de dizer qualquer coisa ao meu velhote, sim porque a saudade aumenta consoante o tempo passa).


CARTA AO MEU PAI. Manuel Henriques (Lelo Cidadão)

Velhote.

Dei comigo a pensar que, em quase 52 anos de vida nunca te escrevi uma carta ou um simples postal. A razão é só uma, nunca foi necessário comunicar contigo por escrito, porque nunca estivemos tempo suficiente afastados para que isso fosse necessário.

A ultima vez que estive contigo vivo, foi menos de 24 horas antes de teres entrado no hospital onde viveste a história mais rocambolesca da tua “existência”.

Nunca te passou pela cabeça (nem a nós) que depois duma vida modestíssima serias noticia nacional… verdade! Nem queiras saber? Jornais e televisões falaram de ti… não contaram nada a teu respeito, não falaram de teres começado a trabalhar com 7 anos, nada sobre a tua vida de dificuldades e em muitos momentos quase de miséria não mencionaram nada sobre o teres crescido com o teu pai na prisão. Sabes? Nem no teu nome.
Foste noticia nacional e o teu nome nem sequer foi referido, praticamente ninguém sabe quem tu eras o que fizeste que profissões exerceste… nada… nada…

Ironia do destino nem sequer foste noticia por teres morrido, sim Pai aconteceu-te aquilo a que estamos todos condenados. Morreste.

Foste notícia porque alguém “fez” com que continuasses vivo num qualquer impresso hospitalar, mudaram-te o nome e entregaram-te a outra família para te fazerem o funeral. Por pouco não foste enterrado com o fato de outra pessoa vestido.
Li uma vez em qualquer lado, que quando um cão morde um homem, isso não é notícia. Mas quando se verifica o contrário já é.

Então Pai tu foste o homem que mordeu o cão e como tal passaste a ser noticia, por isso simplesmente. “o homem que mordeu o cão”.

Desculpa a ironia, pois creio que lá onde estás não há jornais nem televisão nem sei o endereço para te mandar esta carta…mas há uma coisa que sei, partilharias a indignação que os teus filhos; noras; netos; esposa; Família; amigos e muita outra gente, sente pela situação caricata; inadmissível e inacreditável em que te envolveram.

Pelo menos que sirva para que nunca mais uma família julgue um seu ente querido vivo e só o saiba morto mais de 30 horas depois.

Descansa em paz querido Pai

05 Março 2007

Rodrigo Henriques

sexta-feira, 18 de março de 2011

E logo agora que a primavera está a chegar

Será que mais ninguem tem nada para dizer?
"É preciso que a temperatura política baixe em Portugal"
António Costa

Pronto! Tenho mesmo que arrancar o Dente.

Desde muito novo que apanhei uma trauma com os dentistas que originou que passasse a vida a fugir-lhes.

Com a idade já só por cá habitam para aí metade dos originais, os outros foram sendo substituídos e como nunca tive dinheiro para ir ao Maló tive que recorrer à tradicional acrílica .

Mas na verdade ando para aqui há uns tempos com um dente a balançar e vou sempre adiando a visita ao dentista, na esperança que ele caia por si e assim poupe os 50 euritos que nos tempos que correm tanta falta fazem. Mas teimoso (até parece um alto dirigente político) balança, balança mas não cai.

Lá terá que ser. Vou pegar no telefone e marcar uma consulta o mais rápido possível, pois o dito vai moendo, moendo e já me está a tirar o sono.

Claro que, lá vou ter que acrescentar um à cremalheira que já tem uns anitos e tapar o buracão que vai ficar. A questão que me preocupa é se a dita vai aguentar com mais um dente acoplado, pois o orçamento anda curto para mandar fazer uma nova. O ideal era vir por aí um prémiozito (mesmo dos pequenos) para ir ao Maló.

Mas acho que não, azarento como sou.

quinta-feira, 17 de março de 2011

JORGE PALMA - Os Demitidos

A publicação deste video não tem nada a ver com o actual momento político. Trata-se apenas da vontade de ouvir e partilhar esta belíssima canção interpretada por uma voz de excelência.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Demito-me


Há dias em que sentimos que há uma imensidão de coisas para dizer. Todos nós, certa ou erradamente temos algo para opinar.
Mas também podemos parar e ouvir um pouco. Talvez até vestir uma personagem diferente da habitual. Não, não se trata de pôr uma mascara e muito menos enfiar a cabeça na areia. Trata-se apenas de parar para pensar, para que a confusão instalada não nos limite o  racíocionio.

terça-feira, 15 de março de 2011

Mas Afinal quem é que manda aqui?

A noticia que repruduzo em baixo foi surripiado a um blogue amigo, que não cito por não querer compremeter ninguem com as minhas opiniões pessoais que por aqui e ali vou deixando.
Ainda recentemente ouvimos o actual Primeiro-Ministro numa resposta a jornalistas falar nos 8 séculos de história e na não, sujeição à subserviência.
Caramba! Então o que é isto? Chegamos ao tempo de comer e calar? (neste caso não comer e calar) Pronto. Hoje de manhá ao ler o "conto do Vigário" achei que o meu ex-colega do "Largo das Calhandreiras" estava com um Azedo esquisito e que acabou por me contagiar. Mas pode ter sido só das migas do almoço, mas até me apetece dizer "quanto mais a gente se agacha mais o .. se vê!"

Bruxelas, 15 mar (Lusa)

O comissário europeu dos Assuntos Económicos disse hoje esperar que o confronto político em Portugal em torno das medidas de austeridade suplementares anunciadas pelo Governo não impeçam a sua implementação, que considerou fundamental para “pôr em ordem” as contas públicas.

Numa conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, Olli Rehn, ao ser questionado sobre a eventualidade de as medidas de consolidação orçamental anunciadas por Portugal "descarrilarem" face a uma falta de entendimento entre Governo e oposição, disse esperar “certamente” que tal não aconteça.

“Relativamente a um possível 'descarrilamento' (das medidas), eu espero certamente que não, porque estas medidas destinam-se a assegurar a sustentabilidade orçamental de Portugal e a estimular o crescimento económico e a criação de emprego através de reformas estruturais”, declarou.

O comissário acrescentou que “não será fácil, mas é o caminho necessário para Portugal conseguir restaurar a sua competitividade, melhorar o crescimento” e “pôr em ordem” as suas contas públicas.

ACC/FPB/Lusa

"Dia Não"

domingo, 13 de março de 2011

E a Seguir?

Confesso que não me tornei grande entusiasta da manifestação que ontem decorreu , que na verdade juntou um número de pessoas que superou largamente as expectativas dos próprios organizadores.
Naturalmente que o motivo da convocação rapidamente ultrapassou o objectivo dos organizadores pois vastos sectores da nossa população sentiram que aquela palavra simples tinha a ver com todos.

Estão à rasca, os jovens licenciados à procura do primeiro emprego e os que o têm em grande parte são precários, mas também o estão os seus Pais que esgotaram as suas economias para lhes pagar o curso e têm que os continuar a sustentar, também o estão os outros trabalhadores que sobrevivem com o salário mínimo, apesar de muitos anos de trabalho. Estão à rasca os trabalhadores de empresas que não pagam o salário a tempo e horas e só por enquanto, pois a tendência de muitas centenas ou milhares é o seu encerramento. Estão à rasca os trabalhadores que depois de uma vida inteira de trabalho têm como garantia 3 anos de fundo de desemprego.

Há muito mais gente à rasca do que se pode pensar. Para não falar nos que estão já completamente enrascados, pois dificilmente conseguirão sair de situações em que caíram por muitas e variadas razões.

Mas para além do móbil da manifestação, surgiram umas ajudas preciosas de última hora que fizeram engrossar o caudal. Destaco duas: O apelo claro do recém-empossado Presidente da República aos jovens para “fazerem ouvir a sua voz” e o desajeitado anúncio por parte do Primeiro-ministro (até parece que estava feito com os organizadores) de mais medidas gravosas que vão atingir ainda com mais força as já débeis condições de vida de grande parte dos Portuguesas.

Tudo somado resultou no cocktail ideal para o resultado da manifestação, que não pode ficar sem consequências.

sábado, 12 de março de 2011

Passos em Volta

Quando o sol chegou aos subúrbios da cidade
Anunciando mais um dia igual aos outros
Ele acordou e pressentiu
Que hoje o seu dia ia ser diferente
Sentiu nos lábios o sabor
Dum sorriso finalmente triunfante

Escorregou da cama
E contemplou o espelho sorridente

Acabou-se a incerteza dos seus passos em volta
De um sentido que ele nunca encontrou
Pela primeira vez tinha o destino nas mãos

Desta vez ele não duvidou

Sentiu-se invadir por uma estranha lucidez
Que o conduzia pelas calhas do passado
Serenamente descobriu
Que afinal tudo tinha o seu sentido

Levou o olhar á janela
Lá em baixo a rua estava abandonada
Levantou o fecho
E de repente alcançou a liberdade

Acabou-se a angústia dos seus passos em volta
Dum amor com que ele apenas sonhou
Pela primeira vez tinha o futuro nas mãos

Abriu a janela e voou

Queixa das Almas Jovens Censuradas

José Mario Branco canta Natália Correia

sexta-feira, 11 de março de 2011

11 de Março de 1975 - 36 Anos Depois

Carlos Barbosa de Oliveira escreveu (e relembrou-nos) no seu "Cronicas do Rochedo" um excelente post sobre os acontecimentos de 11 de Março de 1975, ou seja 36 anos depois é importante, não deixar apagar a memória. Ver AQUI

quinta-feira, 10 de março de 2011

As fontes de inspiração do Prof. Cavaco Silva. Aliás, dignissímo Presidente da República Portuguesa

Informado que andava por aí um grupo musical chamado de “os Deolinda” a agitar a malta e tendo ainda atravessado na garganta um outro cantor que nos idos anos de 1994 deu um contributo para a queda de um dos seus governos, sim aquele que não tirava os óculos.
O nosso Presidente anterior e presente achou que para moleza já tinham chegado os últimos 5 anos e vai daí agarrou-se ao you Tube e fez uma pesquisa. Como não sabia bem o nome da canção que parece andar por aí a empurrar a malta jovem para uma manif. Escolheu aquela que lhe pareceu ser a tal.
Tanto ouviu que saiu discurso prá-frentex. Só não citou os que estão à rasca porque, presidente que se preze não diz palavras foleiras, sim porque para isso tem o seu companheiro de partido na presidência da Madeira.
Aqui fica

O Convite que não Aceitei...Não é por nada, mas os salgadinhos fazem-me subir a tensão.

segunda-feira, 7 de março de 2011

O meu Carnaval

Admito que nunca fui grande folião. Admito até que há largos anos não assisto a um cortejo de Carnaval. Provavelmente sou demasiado sorumbático para me divertir vendo uma série de gente fazer determinado tipo de figuras.

E se ao longo da vida fui definindo as minhas preferências de diversão cada vez menos o Carnaval era uma delas. Mas se o fosse, provavelmente neste não teria grandes motivos para me divertir. Aliás nem consigo perceber como é que ainda tanta gente participa nos festejos fingindo uma alegria que é impossível ter.

Talvez amanhã que por aqui também é feriado consiga, não ver televisão, não ouvir rádio, não ligar o portátil e passe o dia a fingir que está tudo bem que isso da crise é uma invencionice, que isso do desemprego não existe, que as taxas de juro é coisa normal que na Libia e noutros Países não se passa nada, que o preços dos combustíveis estão no preço justo. Enfim isolo-me, não vejo, não ouço e não leio.

Pronto! Cada um goza o Carnaval à sua maneira.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Imaginemos...

Não, não vou publicar um vídeo clip dos Beatles. Talvez vá contar um sonho daqueles que a gente tem e não sabe explicar bem.

Para quem anda atento à grande quantidade de notícias, análises, comentários, debates, etc… etc… Vemos em cada dia que passa a realidade da situação do País. Verdade seja dita não consigo vislumbrar no horizonte soluções credíveis e convincentes no actual estado político- partidário. Até porque a crença em que apareça por aí um qualquer milagre, é cada vez mais escassa.

Já algumas vezes escrevi e ainda assim penso, que o problema não está no facto de ser o PS a governar Portugal. Acredito é que há no PS gente com melhores condições para o fazer do que alguns membros do Governo a começar pelo Primeiro-Ministro.

Não ponho em causa a legitimidade da actual maioria. Penso sim que a actual liderança governativa faz mais parte do problema do que da solução.

Por razões profissionais, lido diariamente com pessoas de vários extractos sociais e tendências políticas. Não consigo encontrar ninguém que defenda o actual Primeiro-Ministro. Naturalmente que há quem o faça até publicamente. Mas são membros do PS e outros próximos que fazem parte dos beneficiários da actual situação, admito que alguns o façam por convicção, mas creio serem muito poucos.

Será que eu seja anti-PS? Claramente não!

Será que defenda uma solução a curto prazo que passe por eleições antecipadas que resulte na entrega de mão beijada do poder ao PSD e à sua actual liderança? Radicalmente também não!

Sou dos que pensa que no actual estado de coisas a solução passa pelo estabelecimento de entendimentos políticos-partidários em que o interesse do País seja posto em primeiro plano para que gradualmente seja restabelecida a confiança e consigamos ver, por muito ténue que seja, uma luz ao fundo deste desgraçado túnel.

Segundo me pareceu ler, a moção apresentada por José Sócrates ao próximo congresso do PS aponta para a separação do cargo de Secretário-geral do de Primeiro-ministro. Boa altura para ficar a tomar conta do PS e deixar que alguém com melhores condições e credibilidade tome conta dos destinos do País

quinta-feira, 3 de março de 2011

Festival RTP da Canção 2011 - Canção nº 8 - "Deixa o Meu Lugar" - Inês ...



Inês Bernardo, uma jovem da Marinha Grande é uma da finalistas ao Festival RTP da Canção 2011, cujo final é já no próximo Sábado.
Parece que a votação será feita por SMS.
Perdoem-me o "bairrismo" mas a Inês canta mesmo bem. Vamos lá gastar 0.60€ e votar.

Afinal era só Fumaça

Merkel elogia reformas em Portugal, mas diz que é preciso assegurar a sua implementação.


Andávamos para aqui a ficar à rasca com as eventuais novas medidas de austeridade resultantes  da reunião de ontem e vai-se a ver a Senhora até elogiou as reformas efectuadas em Portugal.
Não percebo é lá muito bem aquela parte em que diz que "é preciso assegurar a sua implementação". Deve ser um problema de tradução. É que o Alemão é uma lingua um bocado díficil .

quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma Bica e um Pastel de Nata, com Factura se faz favor...

Esta foi umas das noites mal dormidas. Daí ter – me levantado um pouco mais tarde e o pequeno-almoço ficou por tomar.
Passei por um café e pedi uma bica e um pastel de nata. Logo que fui servido pedi a conta. A empregada respondeu-me que tinha que esperar pela factura. Para que é que eu quero a factura, ande despache-me que já estou atrasado. Não pode ser, ainda anteontem aqui estiveram os fiscais das finanças e disseram-nos que somos obrigados a passar factura em tudo.

Olhei para o canto e lá estava outra das empregadas de empreitada a passar facturas à mão. Ainda perguntei. Então mas a máquina registadora não faz isso? Faz mas é preciso comprar um programa informático que custa 2 mil e tal euros e o meu patrão ainda não teve dinheiro para isso.
Pronto um gesto que demoraria 5 minutos acabou por demorar o dobro e a factura que fui obrigado a agarrar foi parar ao cesto dos papéis mais próximo, até porque não sabendo de cor o nº de contribuinte dei um ao “calha”.
Vim pelo caminho a pensar mas que raio de simplex é este?