segunda-feira, 22 de julho de 2013

Relembrar Zeca Afonso é lutar contra os "Vampiros"

No passado sábado a AJA-Lisboa promoveu a propósito do 50º aniversário da gravação de uma da mais emblemáticas canções de José Afonso os "Vampiros" um espectáculo na em Lisboa.
Adepto da velha ideia de que a “cantiga é uma arma” creio que este espectáculo veio em boa altura, ou seja a data escolhida foi premonitória, dado o desenrolar (digo desenrolar, porque certamente as coisas não ficam por aqui) de mais um episódio da farsa com que nos têm brindado nestes últimos tempos.
 
Dado que em tão curto espaço de tempo já muito foi dito e escrito, aqui deixo os Vampiros na versão original.

Muitos foram os amigos que participaram (VER AQUI) no entanto realço a participação do Rui Pato que com a mesma viola da gravação original, esteve mais uma vez presente.

domingo, 21 de julho de 2013

Queria dar-te uma prenda…


Fez precisamente hoje 38 anos que nasceste. Sim mal tive tempo para te visitar (soubeste-o mais tarde) porque a defesa da democracia conquistada há pouco mais de 1 ano obrigava-me a estar presente por imperativo de consciência onde fosse necessário, era então um jovem acabado de se tornar Pai com 20 anos.
Fazia parte duma geração a quem queriam roubar o futuro, mas graças ao 25 de Abril recuperámos parte dele. Era para os vindouros que queríamos construir uma nova sociedade sem os constrangimentos porque passámos. Queríamos transformar em realidade os nossos sonhos guiados pela utopia das canções que cantávamos.
Não, não chegámos ao fim, muito ficou por fazer, mas resta-nos ainda muito daquilo que conquistámos, sobretudo a liberdade. Se a tua geração a souber usar este País pode de novo florir e a esperança renascer desde que juntos façamos o que tem de ser feito.
Digo que te queria dar uma prenda, mas para além do beijo que já te dei, não tenho mais nada para te dar. Até a esperança num futuro melhor me está vedado prometer-te. Sim depois de ambos trabalharmos quase a nossa vida inteira (eu comecei aos 10 e tu aos 15) fomos atirados quase para a indigência sem disso nos apercebermos,  mas garanto-te que não vou ficar a definhar à espera que outros resolvam por mim o que tenho que ser eu a fazer.
Amo-te!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Governação"

Numa altura em que anda tudo envolvido à procura de uma coisa que não existe "Governação" e de gente capaz de "Cagarrar" devidamente o nosso País. Que tal ouvir este poema do Pedro Barroso por si brilhantemente declamado.
Via Albano Laranjeira no Facebook

sábado, 13 de julho de 2013

Bana. Querida


Falar de Adriano Gonçalves, ou Bana como era conhecido, é ter contacto com história viva da música de Cabo-Verde. Bana começou a cantar muito jovem, encorajado pelo sei "padrinho" B.Leza.
Imortalizou para sempre os maiores temas da música cabo-verdiana, com o conjunto Voz de Cabo Verde e o saudoso Luís Morais.
Neste vídeo, Bana actua na Aula Magna com amigos, para uma plateia cheia para ouvir o Rei das Mornas.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Ontem, hoje e amanhã"


Há alguns anitos que ando nestas andanças da “ bloga”. Tempos houve em que o meu despertador tocava 1 hora antes do habitual para manter vivo um blog colectivo que por razões que ainda hoje não percebi, foi perdendo pedalada e eu teimei em mantê-lo vivo.
 
Na verdade vivo um período na minha vida em que o tempo sobra, mas na verdade a força anímica falta. Não me parece que um blog deva ser um muro de lamentações, até porque cada vez mais os problemas que cada um de nós enfrenta, são tantos que a muitos falta pachorra para o dos outros. Não significa que a solidariedade e a amizade deixaram de existir, conheço até situações de através da blogosfera se desencadearem movimentos de apoio e solidariedade que ajudaram pelo menos a minorar situações gritantes.
 
Hoje (tudo o indica) vai ser um dia marcante na história da nossa democracia em que a farsa da dita em que vivemos, vai assistir a mais um episodio desprestigiante para o regime restaurado em Abril de 1974 ou seja a declaração de que mais vale manter a farsa do que devolver a palavra ao povo, razão principal da motivação do movimento dos capitães.
 
Mas se podemos e devemos condenar os farsantes que detém actualmente os órgãos do poder, também é tempo de quem está na oposição (institucionalmente falando) olhar para a sua consciência colectiva e nos dizerem se fizeram tudo o que estava ao seu alcance para evitar a situação actual. Sim porque se queremos ser sérios temos que ir atrás (e 2 anos não chegam).
 
Se já não podemos fazer nada para alterar o passado e o presente imediato, podemos fazer (e muito) para alterar o futuro. Analisar as fórmulas e os procedimentos do passado e tirar as devidas ilações sob pena de que o clamor que por aí anda, de que os políticos no geral são os culpados de tudo, comece a ter alguma razão de ser.
 
Eu sou dos que pensa que o melhor sistema continua a ser a Democracia sustentada na existência de Partidos Políticos, movimentos e organizações sindicais e um vasto número de movimentos cívicos, sociais e de cidadania. Mas também sou dos que teme que alguns dos citados, estejam infestados de oportunistas em que a situação actual lhes traga benefícios e se orientem pelo critério do “quanto pior melhor”
 

sábado, 6 de julho de 2013

“Vem lá o Lobo”


Num local relativamente fresco (ao natural) vou lendo algumas noticias, uns posts,  respectivos comentários e algumas bocas.
Não preciso de justificar as razões que fizeram que não fosse à manifestação/concentração de Belém. Para além da distância há outras que não refiro porque não tenho que justificar a falta.
 
Recordo o verão quente de 1975 em que as condições climatéricas não eram tidas em conta para convocar uma manif. Quando o não era no próprio dia e o pessoal não tinha os avisos da D.G.S (saúde). Mas sabendo-se que o dia de hoje ia ser tórrido, tendo-se alterado alguns dos pressupostos da convocatória, mantê-la, foi um erro crasso no mínimo sabendo que grande parte dos habituais manifestantes são heróicos resistentes já com uns anitos em cima, era óbvio que o fracasso se adivinhava.
 
Pronto, isto sou eu que penso. Mas também penso (e não é de agora) que ou se alteram os métodos ou o desgaste tornar-se-á de tal forma que a fábula do “vem lá o Lobo” pode transpor-se para a necessidade de os antifascistas deste País responderem no momento certo, cansados de serem tantas vezes chamados e não sentirem a utilidade do seu esforço.
 
Não tenho qualquer dúvida de que este Governo mesmo que recauchutado tem que ser posto a andar. Mas também não tenho duvidas que as forças políticas, sindicais e outras têm muito que alterar nas suas tácticas e estratégias, sob pena de à força de usar sempre o mesmo medicamento, o dito deixar de fazer efeito

sexta-feira, 5 de julho de 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

E a seguir?



 Quando ontem à tarde soube da demissão do Gaspar e sem me armar em adivinho, afirmei que o governo ia todo pelo mesmo caminho.
Se os dados eram insuficientes para ter certezas absolutas a demissão do nº 3 promovido a nº2 não deixa margens para duvidas. Este governo está podre e o caminho só pode ser a lixeira, de preferência, uma das equipadas com incineradora.
 
Quanto a mim não há lugar para festa o mal (irreparável) que causou a centenas de milhares de portugueses não pode ser um motivo de alegria mas antes de tristeza.
 
Muito provavelmente haverá eleições legislativas a curto prazo (a não ser que o P.R. tenha ensandecido de vez). Sou dos que há largos anos luta para que haja a capacidade de as forças de esquerda, sejam capaz de juntar o que as une deixando de parte o que as separa em nome de uma unidade que no essencial credibilize
uma alternativa. Creio que ao não o fazerem perdem uma oportunidade que poderá, não se repetir.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Poema a Salgueiro Maia

Ele ia de Santarém
a caminho de Lisboa
não sabia se ganhava
não sabia se perdia.
Ele ia de Santarém
para jogar a sua sorte
a caminho de Lisboa
em marcha de vida ou morte.
E dentro dele uma voz
todo o tempo lhe dizia:
Levar a carta a Garcia.

Ele ia de Santarém
todo de negro vestido
como um cavaleiro antigo
em cima do tanque verde
com o seu elmo e sua lança
ei-lo que avança e avança
ninguém o pode deter.

Ele ia de Santarém
para vencer ou morrer.

E em toda a estrada o ruído
da marcha do Capitão.
Eram lagartas rangendo
e mil cavalos correndo
contra o tempo sem sentido.
E aquela voz que dizia:
Levar a carta a Garcia.

Era um cavaleiro andante
no peito do Capitão.
E o pulsar do coração
de quem já tomou partido.
Ele ia de Santarém
todo de negro vestido.

Manuel Alegre