Pareceu-me ter lido ou ouvido há uns dias Mário Soares comparar os bons e maus políticos às boas e más colheitas de vinho.
Não me parece uma comparação muito descabida se estivéssemos a falar de vinho feito genuinamente com uvas e tudo. Aí sim, sabemos que há uma série de influências para que haja anos em que o vinho saia pior do que noutros. Agora uma coisa é vinho feito de uvas, outra é “vinho” feito a martelo” (mesmo que estagie em cascos de carvalho ou afins) e aí sai normalmente uma surraipa intragável.
Comparar vinhos com políticos tem que se fazer, partindo da base de que são feitos uns e outros.
As influências naturais podem fazer com que as colheitas saiam melhores ou piores, mas não deixam de o ser por isso. Vinho ou político feito à martelada já são embustes, mas na verdade
metido numa boa embalagem o vinho aldrabado vende e o consumidor só depois de abrir a garrafa é que percebe o “barrete” em que caiu.
No político feito também à martelada (e neste caso até pode ter estagiado uns tempos numa (j) qualquer, não deixa de ser um embuste. O grande problema, tal como acontece no vinho, também aqui é vender ao cidadão eleitor uma imagem devidamente embalada e só depois de desembrulhada é que se vê a fraude em que se caiu.
No entanto vamos deixar de beber vinho só porque nos enfiaram um barrete? Acho que não. Teremos é que ser mais cautelosos nas escolhas.
Vamos deixar de votar e exercer o nosso direito ao exercício da Democracia só porque nos têm enfiado uns barretes? Também não e aqui também teremos que ser mais cautelosos nas escolhas.
Sou dos que acredita que em Portugal há bons vinhos e também há bons políticos. A questão põe-se na nossa capacidade de escolher os certos, num e noutro caso.
Boa Pascoa. E Já agora escolham um bom e legítimo vinho para acompanhar o tradicional almoço. Porque, para já (pelo menos nesta) vamos ter que aguentar estes políticos que nos calharam na rifa e que são feitos duma massa esquisita que cheiram a uma “borra” pior que a do engaço.
12 comentários:
Tchim... tchim... aos bons vinhos!
...àqueles que nos enchem a alma e nos fazem sorrir!
Escolha bem
uns e outros
Boa passagem
Caro mfc
Acho que nos temos cruzado muito por aí. De facto esta "coisa" é tão rica e diversificada que não consegimos acompanhar tudo o que há de tão bom na bloga. E eu que até andavava a pensar meter os papéis para a reforma antecipada (uma ova)poerque por aqui já passaram 47 anos de trabalho efectivo e 45 de descontos. Mas parece que lá vão mais alguns.Pronto. Por enquanto vou tendo emprego.
Grato pela visita.
abraço
Rodrigo
Ainda assim, é mais fácil escolher os vinhos do que os políticos, Rodrigo.
Uma boa escolha para o almoço e uma Páscoa Feliz
Abraço
Caro Puma
No que toca a vinhos sempre que não tenho a certeza. Bebo agua.
No outro tema procuro sempre dar o melhor uzo à minha escolha. Mas acho que é preferível escolher mal e assumir o erro (conscientemente) do que ficar de "consciência" tranquila, por cumprir aquilo que alguem decide por nós. Claro que é mais fácil...
Abraço
Rodrigo
Mário Soares sabe da poda. E generoso que é, ensina o seu saber fazer. Fazer vinho? Não sei se seus saberes chegam a tanto, nem sei exactamente o que ele anda a ensinar na universidade onde os políticos da nova geração se preparam. Sim, porque o bom vinho não dispensa um bom enólogo...
http://www1.ionline.pt/conteudo/140087-mario-soares-e-o-convidado-luxo-da-rentree-do-psd
Rodrigo...
De vinhos não sou entendida! Quanto aos políticos parece-me que todos acabam por fermentar demais e azedar ou então somos nós que não temos por cá uma casta de qualidade que se aproveite.
Páscoa feliz para si e para os seus, Rodrigo.
Um beijo.
Janita
No vinho vou por regiões bem demarcadas ou por produtos caseiros de amigos, nos políticos aposto no meu "feeling", não saindo de uma zona também bem demarcada!
Mas como dizes...só experimentando! :-))
Abraço
Caro Rodrigo
Soares sabe da poda e também soube da f**a quando tratou de f***r os portugueses.
Já fiquei mal disposto. Amuei mesmo!
:)
Um abraço e boa Páscoa.
Meus caros
Quando citei Mário Soares não foi com qualquer sentido de o considerar questão central. Posso dizer-vos que foi um político a quem nunca dei o meu voto (salvo naquela vez em que aceitei a disciplina partidária e engoli o tal Sapo).
No entanto e apesar de nunca ter sido um político da minha simpatia, reconheço-lhe algum mérito e sim foi um político de boa cepa. Comparando com grande parte dos congéneres da actualidade, não foi feito a "martelo".
Abraços
Rodrigo
Meu caro,
Os congéneres da actualidade tem clara hereditariedade.
Soares continua a pregar-lhes a boa enologia... sabia?
Viu o link que lhe deixei?
E que tal o "seu sapo" a ser transportado em carros do Estado? Será que um carro do Tesouro estaria disponível para um cidadão que não fosse da tal boa cepa que lhe reconhece?
Caro Rogério
Só respondo ao aspecto "vinhateiro"
Gosto sobretudo de tinto. De quando em vez lá vai um branco fresquinho.
Rosé não gosto. No entanto também o há de boa cepa...ou não?
Abraço
Rodrigo
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