Apetece-me não me apetecer...
embrulhar o dia,
na noite que vem,
sair sem ler,
a palma da mão a ninguém!
...E rasgar as Palavras uma a uma,
como se rompesse o meu peito com os dedos!
E os medos,
da Alma triste,
arranca-los sem temor.
E deitar fora a dor,
das Palavras que sangrando lamentos,
se esvaem na terra,
que, sedenta, as traga voraz!
Apetece-me não ser capaz,
de lhes restituir a vida.
E deixar cada letra perdida
na solidão!
Apetece-me apertar a mão,
aprisionar os dedos
e cerrar os olhos para não ler!
Apetece-me não me apetecer,
voltar a escrever...
Palavras que a terra, traga voraz!
Apetece-me, não me apetecer,
porque um poeta, nem sempre é capaz.
4 comentários:
Lindo, Rodrigo, lindo!!!
Aquele abraço
Se conseguisse dizer o que quero desta maneira!
Muito lindo! Fui espreitar o autor. Tenho de o ler.
Boa Páscoa, Rodrigo!
Beijo
Adorei, Rodrigo!
Grande abraço
Hoje fiquei por aqui e digo-te que me apetece ficar a ler. Apetece-me dar vida aos dedos e a cada palavra deste belíssimo poema.
Cito:
"..E rasgar as Palavras uma a uma,
como se rompesse o meu peito com os dedos!
E os medos,
da Alma triste,
arranca-los sem temor."
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