Vivemos um tempo "sem tempo".
Sem tempo para pensar.
Sem tempo para ter esperança.
Sem tempo para acreditar.
Sem tempo para protestar.
Muitos de nós, por ventura da classe média baixa, ou até desempregados, precários e indigentes, aceitam esta explicação e atiram-se, como lobos, aos funcionários públicos, ao Sócrates e ao sistema social que é a nossa matriz, acusando-os de gastarem de mais e para além do que não tinham.
Para este Betinho, que fez carreira política na JSD, que nunca esteve desempregado, "estar no desemprego ou ser despedido não é um drama, pode até ser uma oportunidade". Esta caricatura de político, que nos acusa de termos gasto de mais a comprar casa, ou carro, ou a recorrer ao SNS, é uma figura sinistra de aprendiz de tirano, que não pode ser menosprezada. Em condições políticas normais, no quadro do funcionamento democrático das sociedades modernas, este Governo já deveria ter sido regeitado pela maioria da opinião pública e as sondagens deveriam mostrar isso mesmo. Infelizmente não acontece assim, porque a "oposição eficaz", entenda-se o PS, navega em águas turvas e com um timoneiro que tirou a sua licença de navegação à vista, na mesma escola do 1º ministro.