Carta aberta aos Presidentes do Parlamento Europeu, da
Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional
Nas eleições de 6 de Maio o povo grego exprimiu
democraticamente a sua vontade, manifestando a sua oposição às condições
impostas pelo programa de assistência financeira. Essas condições lançaram os
gregos no desespero e na miséria. Pela sua brutalidade, as medidas do programa
estão a dilacerar a sociedade grega, provocando rupturas incompatíveis com uma
recuperação social e económica que salvaguardem padrões de vida aceitáveis para
a dignidade de todo o povo.
Goradas as negociações para a constituição de um governo, os gregos vão regressar às urnas no próximo dia 17 de Junho. Trata-se de uma decisão enquadrada nas regras democráticas daquele país. Porém, está a assistir-se da parte dos mais altos representantes das instâncias internacionais a declarações que em nada facilitam uma solução ajustada à situação que se vive naquele país. Pelo contrário, as tomadas de posição já conhecidas vão no sentido de influenciar e condicionar a liberdade de escolha e decisão dos gregos, ao colocar na agenda política, ao arrepio dos tratados europeus, a sua saída da zona euro com todas as consequências daí decorrentes.
Por outro lado, no mesmo sentido da consulta eleitoral na Grécia, os resultados das consultas eleitorais realizadas recentemente em França, na Alemanha, em Itália e no Reino Unido deram um sinal inequívoco de que também naqueles países as populações estão a rejeitar as medidas de austeridade que lhes querem impor em nome de um ajustamento orçamental cujos exemplos já conhecidos em nada estão a contribuir para melhorar as economias, nem sequer se revelam úteis para atingir o apregoado objectivo de resolver o problema das suas dívidas públicas.
Por estas razões, os signatários desta carta aberta entendem que nas actuais circunstâncias se deve expressar todo o apoio e solidariedade ao povo grego, exigindo o cancelamento das medidas de austeridade que lhe foram impostas. Entendem também que os governos europeus não devem poupar esforços junto da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu para serem encontradas soluções que aliviem a tensão vivida em toda a Europa. Exigem, finalmente, que sejam respeitados os resultados das eleições de 17 de Junho enquanto escolha democrática do povo grego.
Goradas as negociações para a constituição de um governo, os gregos vão regressar às urnas no próximo dia 17 de Junho. Trata-se de uma decisão enquadrada nas regras democráticas daquele país. Porém, está a assistir-se da parte dos mais altos representantes das instâncias internacionais a declarações que em nada facilitam uma solução ajustada à situação que se vive naquele país. Pelo contrário, as tomadas de posição já conhecidas vão no sentido de influenciar e condicionar a liberdade de escolha e decisão dos gregos, ao colocar na agenda política, ao arrepio dos tratados europeus, a sua saída da zona euro com todas as consequências daí decorrentes.
Por outro lado, no mesmo sentido da consulta eleitoral na Grécia, os resultados das consultas eleitorais realizadas recentemente em França, na Alemanha, em Itália e no Reino Unido deram um sinal inequívoco de que também naqueles países as populações estão a rejeitar as medidas de austeridade que lhes querem impor em nome de um ajustamento orçamental cujos exemplos já conhecidos em nada estão a contribuir para melhorar as economias, nem sequer se revelam úteis para atingir o apregoado objectivo de resolver o problema das suas dívidas públicas.
Por estas razões, os signatários desta carta aberta entendem que nas actuais circunstâncias se deve expressar todo o apoio e solidariedade ao povo grego, exigindo o cancelamento das medidas de austeridade que lhe foram impostas. Entendem também que os governos europeus não devem poupar esforços junto da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu para serem encontradas soluções que aliviem a tensão vivida em toda a Europa. Exigem, finalmente, que sejam respeitados os resultados das eleições de 17 de Junho enquanto escolha democrática do povo grego.
Lisboa, 23 de Maio de 2012
6 comentários:
Com o link que me deixou, não encontrei o post, diz que a página não existe... lá fiquei eu sem poder aprender no manual da poupança de água ;)
Bjos
Quanto à carta, suponho que as pessoas não imaginem que estamos bem perto de ficar pior que a Grécia, para mim 2013 vai ser um ano terrível, não vamos suportar tanta despesa, os juros do empréstimo da troika, mais os 3,5 Milhões DIÁRIOS de pagamentos das PPPs, as tais rendas que eles dizem ter diminuído (só não sabemos a percentagem) e como a economia está a afundar a pique, prevejo muitos cortes, seja em ordenados como reformas, tal e qual como se passou na Grécia e se a U.E. continuar com este banho-maria em ácido sulfúrico e com estes incompetentes a governar a Europa vai rebentar, a seguir à Grécia somos nós e depois muitos mais.
Bjos
Hoje estou com sérias dificuldades em abrir as páginas.
Concordo com a Isa. 2013 vai ser de nos arrasar. É o efeito dominó.
Beijo
Laura
Há cerca de um ano, Rodrigo, escrevi um post em que dizia que Portugal se podia ver ao espelho olhando para a Grécia.
Neste momento, de uma gravidade extrema para todos nós, compreendo a bondade desta petição e irei assiná-la, mas gostaria de ver igual empenho numa petição à AR e ao PR para que deixem de nos fustigar com esta política de austeridade que nos vai condenar à miséria durante décadas.
Abraço
Assinei porque, na Grécia, onde quer que seja, acredito que, efectivamente, o povo é quem mais ordena.
Aquele abraço e votos de bom fim-de-semana, Rodrigo
Assinei e até divulguei na minha página do FB.
Concordo com o Carlos. E isso que ele propõe bem podia acontecer na sequência do agendamento postativo que já foi anunciado, sobre uma questão em que BE e PCP estão de acordo... a renegociação da divida
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