O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas horas em capitalização de produtos armazenados.
De onde saiu o dinheiro: algum do bolso, mas grande parte saiu das contas bancárias por intermédio de cartões. Logo, os bancos
vão acusar a saída de tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, no principio do mês, em que os bancos contam com esse
dinheiro nas contas, para se organizarem com ele. Mas, ainda ganham algum porque alguns compraram a crédito.
Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a 5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada.
O povo deu-lhe boa parte do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se à rasca porque com arroz não se paga a electricidade.
O resto, 75% da quantia aparentemente "oferecida", distribuiu-se assim:
1 - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) devem estar a chegar ao fim do prazo de validade. Teriam de ser amortizados como
perdas e lançados ao lixo. Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência, logo considerado como ganho
e sujeito a impostos. Assim poupam-se impostos, despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o povinho acartou
o lixo futuro.
2 - Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida
com lucro, apesar do "desconto".
3 - O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria lucro por motivos de estratégia empresarial a saber:
1 - Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para dois meses, não vai às compras nesse mesmo tempo.
2 - Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia "benfeitora".
3 - Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos produtores (que estão à rasca e muitos são espanhóis)
para repor os novos stocks em grande quantidade.
4 - Transpor já para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo do país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda.
Não vá o diabo tecê-las e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J. Martins a passar a empresa para a Holanda.
5 - Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso
despedir alguns funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de higiene" pago ao metro quadrado.
6 - Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade. A comunicação social trabalhou para eles.
Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000 Euros, para o resto não há medidas jurídicas.
Verdadeiramente isto são "Peanuts" em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal.
A ASAE irá só apresentar serviço.
E o governo o que faz? Até agora calou-se. Se calhar sabia da manobra.
10 comentários:
Como eu já tinha dito, aqui não há beneméritos, há espertalhões e, antes do dia 1 já ele andava a despedir funcionários.
Bjos
Das duas uma, Rodrigo. Ou foi dumping, ou vão ser os produtores e fornecedores a pagar a festa. Quanto à publicidade, foi à borla...
No fundo, um excelente negócio.
Agora, se puder e quiser, vá lá ao CR ver o caso da IKEA.
Abraço
Meu amigo, que eles são espertos já ninguém duvida, eu só tenho pena é que seja o povo a pagar essa esperteza.
Nunca fui cliente do Pingo Doce e decerto nunca serei.
É muito elucidativo o texto.
beijinhos
Um texto esclarecedor, sem dúvida, Rodrigo.
*
virtual amigo
e
companheiro virtual,
sou contra os elogios,
porém incenso-te !
sabes ?
o nosso País é doce . . .
e esta Democracia,
sem Demo nem Cracia
logo sem Povo nem Poder,
foi dividida no 1º, 1º de Maio,
é que na ditadura, manda só um,
nas Democracias, os aprendizes
de Salazar, dizem que é a única
forma de defender o Povo,
os Partidos mostraram logo
no 1º, 1º de Maio,
os temporais que se adivinhavam !
,
se quiseres me compreender, vai ao
meu blog, http://vislumbresmeus.blogspot.pt/
de, 22de Abril 2012 . . .
,
olha,
na próxima promoção aproveita,
digo eu, que estou Troykado, srsrsrsr .
,
sabores a maresia, deixo-te,
*
O Cipriano faz um texto enxuto e justo. Contudo não fala na questão mais critica: a crise da dramática baixa do poder de compra chegou à grande distribuição: não havendo dinheiro para comprar, não se vende. Para o PD, a ideia é genial mas pontual. Adivinha-se uma luta de galos entre os "merceeiros"... Deixá-los?
Rodrigo,
Insisto (sou teimoso!!) - de mim não levam mais publicidade à borla!!
Aquele abraço e bfds
Bom fim de semana e um abraço, caro Rodrigo.
Mas sem PD.
Jogadas que sempre resulta.
Ainda que paguem uma multa, o que não me parece viável, já ganharam o dinheiro deles e muito mais em publicidade.
Com as mercadorias paradas não fazem dinheiro e assim foi um aviar à fartazana...
A desmontagem perfeita!
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