Conheci-te ainda moço
Ou como tal eu te via
Habitavas o Procópio
Ias ao Napoleão
Mas ninguém sabia ao certo
Como se faz um
canalha
Se a memória me não
falha
Tinhas o mundo na mão
Alguma gente
enganaste
(A fé da muita
amizade
Tem também as suas
falhas
Hoje fazes alianças
A bem da Santa União
Em abono da verdade
A tua Universidade
Tem mesmo um nome: Traição
Um social-democrata
Não foge ao Grão-Timoneiro
Basta citar o paleio
O major psicopata
Já são tantos namorados
Só falta o Holden
Roberto
Devagar se vai ao
longe
Nunca te vimos tao perto
Nunca te vimos tao
longe
Daquilo que tens
pregado
Nunca te vimos tao
fora
Da vida do Zé Soldado
Ninguém mais te peça
meças
No fulgor dos
gabinetes
Hás-de acabar às
avessas
Barricado até aos
dentes
És um produto de sala
Rasputim cá dos Cabrais
Estas sempre em traje
de gala
A brincar aos
carnavais
Nos anais do
mundanismo
A nossa história
recente
Falará com saudosismo
Dum grande Lugar-Tenente
São tudo
favas-contadas
No país da verborreia
Uma brilhante
carreira
Dá produto todo o ano
Digamos pra ser exacto
Assim se faz um
canalha
Se a memória Não me
falha
Já te mandei pró
Caetano
1 comentário:
Penso que isto é congénito. Não se aprende a ser canalha. A canalhice nasce quando se nasce. E é um pandemia neste momento porque se perdeu a vergonha e o ser canalha é uma imagem de marca que ostentam.
Zeca sempre atual.
Bom domingo!
Beijo
Laura
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