segunda-feira, 26 de março de 2012

Há coisas que não nos convencem e nos marcam.

Não registei a data mas registei o acontecimento. Depois de passar uma semana no hospital enfrentando um enfarte do miocárdio de que escapei mais ou menos ileso (uma estória atribulada que talvez um dia conte) e depois de dormir uma noite na minha cama sem aqueles equipamentos esquisitos a medir tudo e mais alguma coisa, mais os cateteres em vários sítios. Estava finalmente "despido". Enquanto esperava pelo almoço com aquelas limitações todas de caracter dietético, liguei a televisão e levei em cima com a notícia da prisão do Carlos Cruz. Um choque!
Convém dizer que a distância mais curta a que estive do Carlos Cruz,  foi a que separa a televisão de um espectador. Claro que me lembro perfeitamente dos primeiros programas em que a sua imagem, trabalho e competência profissional me marcaram. O ZIP ZIP.
Claro que apesar do desgosto e como nessa altura ainda acreditava que a justiça em Portugal existia e não era um arremedo, lá fui aceitando a ideia de que no “melhor pano cai a nódoa” e fui-me conformando com o desgosto então sofrido.
Mas na verdade cedo fui ficando com sérias dúvidas. Se a minha ligação ao Carlos Cruz era aquela que a maioria dos Portugueses tinha, vi darem a cara por ele pessoas que com ele privaram ao ponto de que se fosse pedófilo nunca o fariam. Nunca imaginaria que homens que com ele trabalharam dias e noites seguidas a preparar grandes programas de televisão como o Saudoso Raul Solnado e Fialho Gouveia a defendê-lo da grave acusação só por solidariedade profissional. Muitos outros se lhe juntaram.
De facto hoje não tenho dúvidas em afirmar que independentemente do julgamento final e a eventual capacidade da nossa ”justiça “ fazer jus ao seu nome, muitos atropelos há e por isso estou aqui a dar a cara juntando-me aqueles que entendem que há coisas que podem acontecer a qualquer um de nós. Pela Justiça, pura e simplesmente.

Vou Subscrever a petição cujo endereço está inserido na notícia cujo link Junto

12 comentários:

Teófilo Silva disse...

Sempre fui um admirador de Carlos Cruz o qual considero um dos mais brilhantes Apresentadores da Televisão Portuguesa. Mas quanto a ilibá-lo das acusações de que é acusado, me desculpem mas não sou capaz. Também não o acuso porque não sei se é culpado ou inocente. A culpa não é minha mas sim da justiça que temos tido há muitos anos a esta data que condena (os pobres) quem rouba um pão e põem em liberdade todos aqueles que cometem crimes graúdos. Mas se Carlos Cruz está inocente, então que seja ilibado e indemnizado por todos os danos causados pela (in)justiça.

Um abraço.

Graça Sampaio disse...

Eu não...

Rogério G.V. Pereira disse...

Os termos da petição (que solicitei) poderão ter a minha subscrição pois, ao que parece, não incidem - directamente- sobre o resultado do processo e consequente condenação mas sim sobre o rigor e legitimidade do próprio processo. Se assim for, assinarei com todo o gosto. Ninguém deve ser condenado na base de procedimentos pouco rigorosos e de conclusões não legitimadas por práticas incorrectas ou arbitrárias.

Rogério G.V. Pereira disse...

No comentário acima, queria referir conclusões que terão sido legitimadas por práticas incorrectas ou arbitrárias.

Pedro Coimbra disse...

Não percebo, Rodrigo.
Há quantos anos se anda a "investigar" esta situação nojenta?
E ainda não há conlusões?
Haverá alguma vez?
O tema enoja-me, a investigação, e o espectáculo mediático à volta da mesma, revoltam-me.
Aquele abraço

Anónimo disse...

Neste país, ser-se figura pública é um grande factor de risco! Continuo a acreditar que há muitas tramóias nisto tudo!
Um grande abraço!

Fê blue bird disse...

Meu amigo este é um daqueles casos que mostra a inépcia da nossa justiça.
Só os envolvidos saberão toda a verdade, espero sinceramente que sejam punidos pela consciência já que duvido que sejam pela justiça.
Vou assinar.

beijinhos

Anónimo disse...

Pelo que li sobre o assunto, Rodrigo, este é um processo kafkiano que só nos pode deixar com medo da justiça e a pedir a todos os santinhos para nunca cairmos nas suas malhas.
Abraço

Unknown disse...

Rodrigo não comento estas noticias pois elas são apenas uma ponta de um grande Icebergue.
Está provado que a Justiça é que ficou mal e não funcionou. Em meio do julgamento trocaram de juízes e calaram as vitimas a troco de mais investigações...

Desculpa não poder passar todos os dias. O teu blogue merece-o mas eu não tenho tempo para ler e comentar tudo.
Um grande abraço para ti e a Adélia.

Isa GT disse...

Se agora querem continuar a convencer que nem sequer houve vítimas e estão todos inocentes... aqui passo.

Bjos

Anónimo disse...

Ismo mesmo afinal não há pedofilos neste país.As centenas de crianças violadas foram por quem ?Tenham vergonha ! deixem a justiça apesar das pressões funcionar ainda que mal.

folha seca disse...

Caro Anónimo
"deixem a justiça apesar das pressões funcionar ainda que mal". Pois é isso que quanto a mim há muitos pedófilos, que continuam no anonimato e sim devim ter vergonha quando vêm (eventualmente) inocentes pagar o miserável crime que alguns (que se mantêm) anónimos ficar incólemes.
Quem sabe que esta intenção de "investigar a investigaçao" não crie alguns sobressaltos.
Cumprimentos

Quanto aos anteriores comentaristas. Sabia que sendo um assunto tabu e eventualmente a condenação de que foram alvo meia duzia de eventuais pedófilos tranquilize algumas consciências. Só por "distração" se pode pensar que o fenómeno da pedofilia está resolvido, mesmo metendo na prisão os condenados (justa ou injustamente).