quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Secretismos, ligações e distracções


Até agora não escrevi uma única palavra sobre a polémica dos últimos tempos que envolve a maçonaria. A razão principal deve-se ao facto de ser um profundo ignorante sobre esta matéria. Outro facto deve-se a ter por alguns membros desta “organização” um profundo respeito pelo seu comportamento ao longo da vida.
A notícia que para aqui transcrevo através do link acima,  em que um desses homens faz declarações é para mim esclarecedora.
Penso que tal como aconteceu com outras estruturas, nomeadamente alguns partidos políticos, houve um parasitismo levado a cabo por gente sem escrúpulos que por distracção ou desinteresse da parte sã dessas estruturas levou a que um conjunto de oportunistas nelas se infiltrasse e as usassem em benefício próprio, emporcalhando ideais que estejamos ou não de acordo, foram constituídas com objectivos respeitáveis.
Lamentavelmente em muitos aspectos o “poder” directa ou indirectamente, atraiu do pior que há na nossa sociedade e não se olhou a meios.  
Resta saber se se vai a tempo de separar o trigo do joio.

14 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Nada escapa... Sobre o que escreve, não posso deixar de dizer que subscrevo muito de um texto do qualfiz link, num comentário Possivelmente ainda volto a ele... ficou demasiado escondido

Mas estou de acordo consigo, meu amigo.

Fada do bosque disse...

Concordo com o Amigo Rodrigo.
Quanto a secretismos e distracções... é tipo de um Bilderberg... lembra-se de Sócrates e das escutas em Belém? A Ongoing estava para comprar a TVI. Agora até os compinchas do PSD vacilam com o caso da maçonaria, porque está em causa a privatização da RTP. Este senhor pelo poder de controlar e dinheiro, é capaz de mandar qualquer governo português por água abaixo (apesar deste estar já condenado). Pelos vistos tem poder para isso.
Quanto à maçonaria estar corrompida, já Fernando Pessoa se queixava...Muito poder concentrado corrompe.
Ainda bem que alguém resolveu falar no réptil

O Puma disse...

Clandestinidade em tempo de ditadura

contra a ditadura
é um imperativo democrático

mas sociedades secretas
em democracia
mesmo que limitada
é um atentado perigoso

mais quando o objecto é o poder
e o interesse pessoal

Laços e Rendas de Nós disse...

A tudo se chega!

Beijo

Teófilo Silva disse...

Também conheço muito pouco sobre maçonaria. Mas com o pouco que sei dá para separar o trigo do joio. Sei que há maçons que merecem o nosso respeito. Eis alguns dos mais famosos: Carlos Viegas Gago Coutinho, José Relvas, Benjamin Franklin, Mário Soares, Charles Chaplin, Beethoven, Martin Luther King Jr, Amadeus Mozart, Salvador Allende etc. etc.
Penso que o comentário da Fada do Bosque nos esclareceu um pouco sobre o réptil...

Um abraço

Graça Sampaio disse...

Muito bem visto, folha seca. Como muito bem diz A. Arnaut, não é maçon quer quer; são escolhidos e bem escolhidos e se "não servem" são postos a andar. Se há um ou outro que se aproveita, ou tenta aproveitar-se, é a exceção. Por isso não se pode massacrar toda uma organização por duas ou três maçãs podres (ai, que até me lembrei do João Moutinho...)Sabe o que é toda esta história à volta dos maçons? Uma boa manobra de diversão deste "nosso" governo de c*ca!

A.Tapadinhas disse...

Vi o comentário de António Arnault e julgo que fiquei esclarecido. Se for convidado para entrar, então, logo procurarei saber mais...
:)
Abraço,
António

Agradeço a sua visita e as suas palavras amáveis. Como sempre!

Rosa dos Ventos disse...

Isso é uma tarefa bem difícil!
Tal como as actuais nomeações...foi pela competência ou pela filiação?:-)

Abraço

Unknown disse...

Rodrigo, transcreveste aqui aquilo que eu penso e tu estás atento a muitas situações escandalosas.
Lamento que as pessoas não olhem a meios para atingir fins.
Pergunto, a continuar assim aonde vamos parar...?
Desejo-vos um bom fim de semana.

Na Rosária não ficaste longe da verdade. Pedaços de vida e vida com muitas histórias.

Relaxoterapeuta disse...

Enquanto a televisão debitava "novas revelações" para o assunto do momento, Lurdes Rata polia afincadamente o roda-pé da sala, deixando escapar, de quando em vez, impropérios e grunhidos de desaprovação, acompanhados de manguitos dirigidos ao pequeno ecrãn.
Divertido com a reacção da sopeira ao tema que de repente passou a estar mais presente no nosso miserável dia-a-dia, do que as novelas onde a voluptuosa Alexandra Lencastre contracena com o incontinente babal Rogério Samora, procurei provocar-lhe a reacção que se espera de uma comentadora de análise fina e pronta, sobre todos os assuntos e mais alguns.
“- Tá bonita tá, esta coisa da Loja Mozart!...” – atirei eu para o ar, em tom provocatório.
Lurdes não se fez rogada e retorquiu com propriedade, soerguendo ligeiramente o afilado nariz, projectando-o de forma confiante em direcção ao horizonte: - “Isto do comércio tradicional está uma desgraça, sim senhora. Está tudo às mocas! A culpa é do Belmiro e do outro que fugiu lá para a Holanda, esses patifes! Olhe, aquele pequenito, o Relvas, esse é que a leva direita.”
Obviamente fiquei sem resposta.

É o que se me apraz registar sobre um tema redondo e vazio. Como um odre abandonado após boda farta.

Bom fim-de-semana.

Carlos Albuquerque disse...

Caro Rodrigo
Vou desafinar, mas pronto, não há volta a dar!
Foi, provavelmente, por ter conhecido pessoalmente alguns maçons (falo do GOL), e com eles ter convivido por motivos profissionais e ter acompanhado os seus comportamentos, que nunca me passou pela cabeça (apesar de uma ou outra vez tentado) aderir à "organização".
Admito, sem esforço, que há lá gente de bem (até Chaplin o foi). Para mim, contudo, isso não chega quando um juramento de fidelidade à maçonaria se sobrepõe a tudo o mais.
O actual tsunami maçónico traz água no bico, descentra-nos dos problemas reais com que nos debatemos...
Grande abraço

Fada do bosque disse...

Ora aqui vai um
pouco de Fernando Pessoa publicadas no site da GOL:

No ano seguinte faz uma série de poemas a que dá o título de “Além Deus” que podem ser sintetizadas na seguinte frase: ” O universo está já onde estará, e já isso, é Deus” / “Deus é o sentido para onde tendem todas as inteligências que governam este mundo contra a vontade satânica da matéria inerte”

(…) Creio na existência de mundos superiores ao nosso e de habitantes desses mundos, em experiências de diversos graus de espiritualidade, subtilizando-se até chegar a um Ente Supremo, que presumivelmente criou este mundo. Pode ser que haja outros Entes, igualmente Supremos, que hajam criados outros Universos, e que esses Universos coexistam com o nosso interpenetradamente ou não. Por essas razões, e ainda outras, a Ordem Externa do Ocultismo, ou seja, a Maçonaria, evita (excepto a Maçonaria anglo-saxónica) a expressão “Deus”, dadas as suas implicações teológicas e populares, e prefere dizer “Grande Arquitecto do Universo”, expressão que deixa em branco o problema se Ele é Criador, ou simples Governador do Mundo. Dadas estas escalas de seres, não creio na comunicação com Deus, mas, segundo a nossa afinação espiritual, podemos ir comunicando com seres cada vez mais altos. (…)

http://www.gremiolusitano.eu/reservado-para-navegacao_3/reflexoes-de-fernando-pessoa-sobre-a-maconaria

Fada do bosque disse...

eheheheh enganei-me a fazer o copy paste... queria deixar esta parte sobre Fernando Pessoa:

Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda infiltração católico-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: “Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação”.

Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.

Isa GT disse...

Temos que admirar a consistência, a persistência, a tenacidade... este apego de Portugal à mediocridade... um país tão pequenino mas cheio de recantos escuros e traiçoeiros

Bjos