Para quem viveu em regimes políticos onde a Democracia esteve ausente (como foi o nosso caso) não pode deixar de ficar preocupado com estes dados agora em divulgação.
Há uma ideia de que só quando perdemos uma coisa, lhe passamos a dar o devido valor. Neste caso podemos pôr as coisas ao contrário.
Tenho consciência de que a Democracia “pariu” uma ninhada de políticos que nos últimos anos não contribui-o para o seu aprofundamento e qualidade. É frequente ouvir por aí um coro generalizado contra os políticos. Mas não conheço nenhuma Democracia sem políticos. Agora não tenho dúvidas de que qualitativamente há uma degradação na qualidade dos mesmos. Lamentavelmente têm que se incluir nesses, não só os actuais detentores do poder, mas também muitos dos das várias “oposições”.
A prática política tem tendencialmente deixado de ser um acto de servir e a tornar-se num acto de se servirem.
Cabe àqueles que disso têm consciência fazer algo para alterar este estado de coisas, sob pena de sem resistência se aceite um qualquer ditador como o estudo em causa assustadoramente parece enunciar.
Tal como a água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte a história também não se repete. Mas se Salazar não ressuscita (cujo pedido se ouve com demasiada frequência) há que estar atento a potenciais candidatos (naturalmente com novas roupagens).
9 comentários:
Subscrevo.Abraço, Rodrigo.
Repito o comentário que deixei na nossa amiga Ariel:
Sabia que o número de espectadores dos realy shows, na noite da passagem do ano, foi superior ao número de votantes?
Sabia que, nesse mesmo estudo, 15% dos inquiridos acham que isto só vai lá com um poder musculado?
Bom, se sabe, agora imagine que colunistas, opinadores, jornalistas-analistas e outros senhores pegam neste último dado e o exploram até à exaustão... Os "seus" referidos 56% vão cair por aí abaixo. É o que eu acho..."
A si, caro Rodrigo acrescento que o tal estudo não é, nem ocasional nem inocente
Preocupante, caro Rodrigo. Sem dúvida!
Li partes do estudo e senti um calafrio.
Poderia deixar-lhe reflexões minhas, mas subscrevo, por inteiro,o que diz o Rogério Pereira
De facto nada disto é ocasional ou inocente.
Avolumam-se os indicadores inquietantes, o último dos quais é a assinatura do "Acordo de Concertação Social" pela UGT!
Aproveitando-se, manipulando-a, da cegueira da ignorância que ainda prevalece sobre parte da população portuguesa, o actual governo, em obediência a interesses obscuros,está conduzindo este povo ao passado.
Abraço, em dia triste
Fiquei pasmada e preocupada com semelhante informação! :-((
Abraço
O pior, amigo Rodrigo, é que 15% deles acham que seria melhor termos um regime autoritário. Há tantos saudosistas desse tempo que até assusta!
Caro Rodrigo,
Há uma nova ordem económica que exige a destruição das conquistas e garantias dos trabalhadores. Ora, quando as pessoas se vêm sem perspectivas de vida agarram-se a qualquer "salvador" que lhes acene com a salvação..., se acrescentarmos a isto a degradação da vida democrático-partidária, o espectáculo degradante de se prometer em campanha eleitoral uma coisa e fazer-se exactamente o contrário no dia seguinte, o cenário é propiciador a sentimentos anti-democráticos.
Abraço
Rodrigo,
Cito Churchill - "A democracia é o mais imperfeito de todos os sistemas políticos. Se exceptuarmos todos os outros".
Aquele abraço e Kung Hei Fat Choi!!
Por acaso ouvi uma estatística arrepiante, muito pior do que os 15% de que fala a Graça, há cada vez mais portugueses a desejarem autoridade em vez de liberdade...
o Mundo está a andar para trás... daqui a nada estamos na Idade Média... andarão a drogar as águas de Portugal... da Europa? ;)
Bjos
Posts como este, são necessários para despertar a malta.
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