sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Para onde caminhamos?


Isto de tentar ir escrevendo algo sobre os acontecimentos mais relevantes que se vão passando nesta “sociedade filarmónica” a que chamam País (com o devido respeito pelas sociedades filarmónicas) começa a não ser coisa fácil para um blogguer amador com muito pouco tempo (claro que ninguém me exige nada) mas com muito gosto em escrever e opinar.

Para além de variadíssimos temas que podiam ser tratados num post de uma sexta-feira à noite há um, que influenciado por também olhar para o umbigo (que me parece estar a tornar-se numa epidemia nacional) trato aqui, esperando que seja apenas um acidente de percurso.

Ora acontece que sem querer tornei-me um consumidor “compulsivo” de medicamentos. Eu até acho que não era necessária tanta coisa, mas o meu cardiologista e o meu médico de família não alinham com a minha tese e vá de receitar tudo e mais alguma coisa. São os Beta bloqueantes, mais os anti - hipertensores, os anti - colesteróis, os anti - diabetes e mais alguns de que agora não me lembro e não estou para ir ver a colecção. Pronto o problema é meu. Será?

Vivo numa Cidade com mais de 30 mil habitantes e hoje alguém por mim foi à farmácia (ou seja às farmácias) tentar fazer o avio mensal daquela catrefada de medicamentos que obrigatoriamente tenho que tomar à razão de mais de uma dúzia por dia.

Pronto não havia num lado nem nos outros. Percorrida a cerca de meia dúzia de farmácias existentes na freguesia,  um aqui e outro ali, lá se conseguiu comprar tudo sendo que um dos fundamentais (beta bloqueante) obrigou a um percurso de 20 Kms.
Claro que deu para perceber que havia muitas outras faltas, pelos clientes (doentes) que não conseguiam aviar as suas receitas.

Será um problema local? Terá alguma coisa a ver com as novas regras impostas às farmácias, armazenistas e industria farmacêutica? Será uma forma de pressão contra a diminuição de margens impostas por decreto?

Estarão acautelados os interesses dos doentes? Tem-se em conta que em variadas doenças a falta de uma simples toma de um medicamento pode ser fatal?

Alguém que saiba mais qualquer coisinha que diga.

6 comentários:

Isa GT disse...

O meu irmão tem que tomar certos medicamentos, todos os dias e para toda a vida, depois de ter sido operado, duas vezes, a um tumor no cérebro, e se não os tomar... simplesmente... morre e alguns só duram 20 dias, já teve que ir a Espanha comprá-los por estarem esgotados.
Portanto... não sei para onde caminhamos.
E nem imagina o que ele sofreu para ter a reforma, o processo foi longo e de loucos... tenho a impressão que se não fosse a carta do médico que o operou (Dr.Lobo Antunes) ele tinha acabado por morrer a trabalhar porque há Juntas Médicas... que devem ser constituídas por sapateiros... me perdoem os sapateiros que não são médicos lol

Rogério G.V. Pereira disse...

Para onde caminhamos?
Não há caminho... Num post, colocado há algum tempo, denunciei que a única farmácia da freguesia onde reside a minha filha fechou. A mais próxima, em Abrantes, dista 16 kms... e, pelo que me diz, já não é seguro que tenha o que o médico prescreve...

Não há caminho, porque todos nos estão vedados.
Sinto (também) por si, meu amigo.

Graça Sampaio disse...

Caro amigo, lamento pela sua saúde fragilizada. Mas o que me parece é que isso tem a ver com a falta de dinheiro e, claro, com as faltas - que são muitas - deste governo neoliberal de tecnocratas e burocratas que se está pouco preocupando com as pessoas.

Olhe, mas não descure os seus tratamentos!

Anónimo disse...

O melhor tratamento:

Alimentos saudáveis cozinhados de forma saudável, Bebida=água (eventualmente um vinho de quando em vez!)

e mais importante: EVITAR AO MÁXIMO AS DROGAS DO COMPLEXO MAFIOSO MÉDICO-FARMACÊUTICO...

Mas ei... quem não quer não faz!

Anónimo disse...

It shoud be a road to nowhere!!!

Octopus disse...

Amigo Rodrigo,

Soube do seu blogue através da Fada do Bosque.

Infelizmente, a falta de certos medicamentos nas farmácias deve-se ao facto que certos medicamentos, geralmente os mais antigos, apresentam frequentemente rupturas de stock.

Isto faz parte de uma estratégia comercial, dado que por serem mais antigos e terem perdido a patente de exclusividade, o seu fabrico oferece uma margem de lucro diminuta.

Esses mesmos laboratórios farmacêuticos têm em carteira nova moléculas para a mesma patologia que por serem recentes estão protegidos durante vários anos e portanto só esse laboratório o pode fabricar com uma margem de lucro muito mais elevada.

Infelizmente a maioria dessas novas moléculas, não só frequentemente não trazem nada de novo, como são colocadas no mercado precipitadamente e mal estudadas.

No caso dos beta bloqueantes, são moléculas na sua maioria antigas e cada vez menos usadas, apesar de excelentes.

Não conheço a sua patologia, mas na grande maioria dos casos, se não houver de maneira crónica o medicamente que toma, pode sem problema substitui-lo por outro beta bloqueante, a eficácia é semelhante. Estou-me a referir ao Atenolol (Tenormin e Tenoretic), ou ao Bisoprolol (Concor), ou ao Metoprolol (Lopressor), ou ao Nebivolol (Nebilet), com a respectiva correcção das dosagem.

Um abraço

Octopus