Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009
Legislativas
A poucos dias das eleições legislativas, apetece-me escrever qualquer coisa sobre esse importante acontecimento, crucial em qualquer regime democrático.
Numa altura em que em tudo o que é media praticamente não se fala noutro assunto, que não os relacionados com o acto e os variados “casos” da campanha, sinto que cá por fora, não existe essa correspondência. Basta olhar aqui para o nosso largo onde este assunto é quase ignorado.
Já algumas vezes escrevi aqui e ali sobre a importância da representatividade dos nossos eleitos. Sabemos que nas últimas eleições, (Parlamento Europeu) menos de metade dos eleitores votou, o que quanto a mim reduz a legitimidade dos deputados eleitos.
Continuo a pensar que a abstenção não é apenas originada pela caloíce dos eleitores, mas sobretudo pela capacidade de mobilização que o conjunto dos partidos que se candidata ao não apresentar propostas suficientemente mobilizadoras para levar a ressuscitada “maioria silenciosa” às assembleias de voto.
Se eu estivesse à espera desta campanha eleitoral para me esclarecer e definir o meu sentido de voto, também seria um dos que ficava em casa no próximo Domingo, porque apesar dos meios e valores à disposição dos aparelhos partidários, sinto uma tristeza enorme pela má utilização feita dos mesmos. Posso estar enganado, mas parece-me que esta campanha eleitoral em vez de esclarecer, baralha ainda mais.
Sabemos que grande parte dos nossos concidadãos vive em grande incerteza. A nossa sociedade vive momentos de angústia. Mais do que nunca era necessário que aparecesse a tal luz ao fundo do túnel. Sinceramente eu não a vejo. No entanto se não tiver os tais sintomas de gripe (e seguir as instruções da SMS da DGS) vou sair de casa e vou votar e apesar de tudo ainda não é desta que altero o meu sentido de voto de há mais de 20 anos, confessando tristemente que não é com um entusiasmo por aí além.
Calhandrado por folha seca às Quarta-feira, Setembro 23, 2009 0 bitaites
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Informação
Fui recentemente convidado pelo Largo das Calhandreiras, para nele participar como "opinador convidado" o que, com agrado aceitei, por considerar aquele blogue como um dos melhores que por estas(e outras) bandas existe. Aliás a criação do folha seca foi inspirado precisamente pela participação como bitateiro que ia tendo no Largo. Mas como por vezes me apetecia escrever sobre outros assuntos achei o bitaite só por si insuficiente.
Agora que me deram a possibilidade de nele participar como opinador e sem limitação de tema e como a minha capacidade de produção tem muita limitação, sempre que achar oportuno lá vou opinando e trazendo para aqui a cópia do que vou escrevendo.
Agora que me deram a possibilidade de nele participar como opinador e sem limitação de tema e como a minha capacidade de produção tem muita limitação, sempre que achar oportuno lá vou opinando e trazendo para aqui a cópia do que vou escrevendo.
Post Largo das Calhandreiras 18 Setembro 2009
Coisas da vida real
Lombas na Amieira substituídas por semáforos de velocidade
Acabo de ler esta notícia no diário de Leiria, não deixando de estar de acordo, até que só por um triz não fui uma das vítimas de um acidente, naquele local.
Sob pena de dizer alguma enormidade, parece-me que a existência de este tipo de lombas, a que anedoticamente alguns chamam “policias deitados” é uma aberração que pegou moda não só por cá mas diria quase a nível Nacional. Não sei qual a diferença de custo entre aqueles empedrados e alcatroados barrigudos e a instalação de semáforos de velocidade, tendo em conta que hoje é perfeitamente possível pô-los a funcionar através da energia solar, parecendo-me que o maior custo seria a sua alimentação através de energia tradicional, especialmente a sua instalação. Desconheço se é possível através, de energias alternativas, torna-los 100% autónomos.
Já que a pressão popular neste caso funcionou e o actual executivo teve que ceder porque não levar a mesma solução a outros lugares começando por aquela enormidade na Av. Vítor Galo?
No entanto parece-me que a existência do semáforo só por si não resolve tudo se o civismo dos condutores não subir de nível. Por razões profissionais e pessoais, circulo com alguma regularidade pela estrada Garcia Pilado, onde estão instalados diversos desses equipamentos e não raro me acontece ao circular à velocidade legal, para manter o verde aceso, ser ultrapassado, passando o transgressor com o vermelho aceso, obrigando-me a mim a parar, quando circulo dentro dos limites. Não sou apologista de que se meta um agente de autoridade em cada semáforo, mas creio ser possível equipar alguns com um registo fotográfico para que o seu papel se torne efectivamente eficaz.
Os semáforos só por si não evitam os acidentes se não houver civismo e naturalmente alguma fiscalização e repressão aos infractores.
Calhandrado por folha seca às Sexta-feira, Setembro 18, 2009 0 bitaites
Quinta
Lombas na Amieira substituídas por semáforos de velocidade
Acabo de ler esta notícia no diário de Leiria, não deixando de estar de acordo, até que só por um triz não fui uma das vítimas de um acidente, naquele local.
Sob pena de dizer alguma enormidade, parece-me que a existência de este tipo de lombas, a que anedoticamente alguns chamam “policias deitados” é uma aberração que pegou moda não só por cá mas diria quase a nível Nacional. Não sei qual a diferença de custo entre aqueles empedrados e alcatroados barrigudos e a instalação de semáforos de velocidade, tendo em conta que hoje é perfeitamente possível pô-los a funcionar através da energia solar, parecendo-me que o maior custo seria a sua alimentação através de energia tradicional, especialmente a sua instalação. Desconheço se é possível através, de energias alternativas, torna-los 100% autónomos.
Já que a pressão popular neste caso funcionou e o actual executivo teve que ceder porque não levar a mesma solução a outros lugares começando por aquela enormidade na Av. Vítor Galo?
No entanto parece-me que a existência do semáforo só por si não resolve tudo se o civismo dos condutores não subir de nível. Por razões profissionais e pessoais, circulo com alguma regularidade pela estrada Garcia Pilado, onde estão instalados diversos desses equipamentos e não raro me acontece ao circular à velocidade legal, para manter o verde aceso, ser ultrapassado, passando o transgressor com o vermelho aceso, obrigando-me a mim a parar, quando circulo dentro dos limites. Não sou apologista de que se meta um agente de autoridade em cada semáforo, mas creio ser possível equipar alguns com um registo fotográfico para que o seu papel se torne efectivamente eficaz.
Os semáforos só por si não evitam os acidentes se não houver civismo e naturalmente alguma fiscalização e repressão aos infractores.
Calhandrado por folha seca às Sexta-feira, Setembro 18, 2009 0 bitaites
Quinta
sábado, 12 de setembro de 2009
Post Largo das calhandreiras 12 Setembro 2009
Mudando de assunto
Correndo o risco de entrar em campos, pouco habituais neste fórum, atrevo-me a trazer para aqui um tema que considero oportuno e duma forma enviesada (embora a ele não me vá referir)tenha a ver com as questões tratadas sobre a industria vidreira e a sua decadência.
Recordo o tempo em que quando me dirigia a uma drogaria ou loja de ferragens para comprar um parafuso ou chave de fendas, ser posto perante a pergunta, quer Nacional ou importado? Em geral preferia logo o importado. Comprar o importado era sinónimo de estar a comprar o melhor, pois como muitos de nós interiozei que comprar o vindo de fora era sempre melhor, independente do preço.
Esta realidade levou muitos pequenos e médios fabricantes a perceber que só com um grande esforço, na melhoria da qualidade dos produtos que produzia, se poderia quebrar esta tendência absurda de os Portugueses preferirem o “importado” ao Nacional independentemente da sua origem. Lembro ainda que, quando jovem e queria comprar umas calças de ganga parecidas com as usadas pelos meus heróis dos filmes de cow boys tinha que escrever para um determinado endereço, que secretamente me foi fornecido, dando a altura e largura da cintura aos pés e meter o valor respectivo em notas, claro, no sobrescrito e lá recebia as tais calças que depois de umas banhocas com elas vestidas e uma sarrafadas com areia na praia das Pedras Negras, lá ficavam parecidas com as vestidas pelos meus heróis dos filmes do teatro Stephens e nas televisões do Zé Folia; Quim Matos, ou sede da Ordem, porque a oferta em termos de media, era nessa altura muito escassa.
Toda esta conversa porque sinto que a nossa"necessidade" de comprar muito e barato nos leva a cair permanentemente em barretes, o que me tem acontecido com alguma frequência, sendo a vergonha tanta que nem me atrevo a reclamar. Ele é o restaurante que anuncia o prato do dia a 4.5€ e ou fico cheio de fome ou vou a correr para a casa de banho mais próxima com uma diarreia inesperada e sem “justificação”. Ele é o candeeiro que vem sem lâmpada e entre o apertar e desapertar o parafuso, a rosca foi-se e a solução passa por a segurar com um arame. Ele é o conjunto de chaves de luneta compradas a um preço espectacular, mas que depois de uns tempos a enfeitar a prateleira de ferramentas lá da garagem, que mostro com orgulho às visitas, mas quando é usada pela primeira vez, me deixa com metade na mão e a outra na porca que não cheguei a desapertar. Ele é as febras, mais as costeletas e lentriscas anunciadas num folheto promocional que comprei para um churrasco com os amigos e sem perceber bem esses convidados nunca mais aceitaram os meus convites. Ele é o detergente de marca branca e a metade do preço que enfiei na máquina de lavar e a roupa saiu esquisita e a carecer de nova lavagem e lá foram os 50% poupados. Enfim só falo naquilo que a mim me aconteceu e recentemente, porque quando sou enganado (e já o fui tantas vezes)faço um esforço para esquecer (para não me sentir o vacão da história do Relaxoterapeuta).
Passando à nossa realidade. É conhecido o esforço que muitas das nossas empresas, fizeram para modernizar,inovar e criar produtos de qualidade comparáveis ao que de melhor se fazia lá fora. Sabendo até que em diversos sectores ultrapassámos esse patamar.
Outra questão prende-se com o comportamento das nossas autoridades no que respeita à fiscalização. Se montamos uma qualquer actividade num “vão de escada” sem licenciamento e sem inscrição nas entidades oficias respectivas, safamos-nos vendendo sem facturar (acho que a expressão usada, é “ao negro”) e aí ninguém nos chateia. Se fizermos tudo como manda a lei, é uma carga de trabalhos. São finanças; é o ministério do trabalho e do ambinte mais o da economia; é a delegação de saúde; é a protecção civil e os bombeiros, para não citar a famigerada ASAE, que vem verificar se não faltam uns azulejos nos WC do pessoal e se existem autocolantes suficientes a proibir fumar; a proibir comer; a proibir beber e mais uma porrada de coisas que seria fastidioso enumerar. Ou seja neste País o problema é ter uma morada fiscal. “Se não a tiver,safamos-nos”.
Sobre questões alimentares deixo aqui uma nota: Sabemos que as empresas que produzem alimentos e têm a sua actividade em território nacional, desde a padaria ao produtor de carnes, passando pelo produtor de frutas, são fiscalizados e reprimidos ferozmente (esta expressão é apenas coincidência, com a outra do animal feroz) no entanto se dermos uma volta pelos hiper; super, minis mercados e até algumas mercearias, verificamos a existência de uma panóplia de produtos alimentares à venda de origens tão diversas e se perguntamos quem fiscaliza a sua salubridade e condição alimentar, dificilmente encontramos alguém que nos dê uma resposta concreta. Entretanto, vimos ouvimos e lemos, noticias sobre o fecho compulsivo de umas centenas de padarias; pastelarias; talhos e peixarias; unidades produtoras de alimentos dos vários ramos e até fábricas de rações para animais,como aconteceu recentemente na nossa região.
Perante o que disse, perguntar me-ão? Estou contra que as normas de higiene e segurança alimentar sejam rigorosamente aplicadas? Claro que não! O que sou contra é que só os alimentos produzidos em Portugal sejam rigorosamente fiscalizados. E os outros? Das proveniências mais diversas e por vezes suspeitas? Quem fiscaliza?
Entretanto lá vamos enchendo os carrinhos de compras, com produtos baratos que nos enfiam através de promoções cupões e outras coisas acabadas em ões e vamos assistindo ao cada vez maior número de desempregados, até que um dia quando menos o esperamos a mesma sorte nos bate à porta, mas se tivermos sorte, talvez consigamos arranjar um empregozito(das centenas prometidos) no novo empreendimento comercial a construir nos terrenos do campo da Portela, ou então um subsidiozito do fundo de desemprego, que complementaremos com umas horitas extras, numa qualquer actividade exercida por aí num "vão de escada".
Calhandrado por folha seca às Sábado, Setembro 12, 2009 0 bitaites
S
Correndo o risco de entrar em campos, pouco habituais neste fórum, atrevo-me a trazer para aqui um tema que considero oportuno e duma forma enviesada (embora a ele não me vá referir)tenha a ver com as questões tratadas sobre a industria vidreira e a sua decadência.
Recordo o tempo em que quando me dirigia a uma drogaria ou loja de ferragens para comprar um parafuso ou chave de fendas, ser posto perante a pergunta, quer Nacional ou importado? Em geral preferia logo o importado. Comprar o importado era sinónimo de estar a comprar o melhor, pois como muitos de nós interiozei que comprar o vindo de fora era sempre melhor, independente do preço.
Esta realidade levou muitos pequenos e médios fabricantes a perceber que só com um grande esforço, na melhoria da qualidade dos produtos que produzia, se poderia quebrar esta tendência absurda de os Portugueses preferirem o “importado” ao Nacional independentemente da sua origem. Lembro ainda que, quando jovem e queria comprar umas calças de ganga parecidas com as usadas pelos meus heróis dos filmes de cow boys tinha que escrever para um determinado endereço, que secretamente me foi fornecido, dando a altura e largura da cintura aos pés e meter o valor respectivo em notas, claro, no sobrescrito e lá recebia as tais calças que depois de umas banhocas com elas vestidas e uma sarrafadas com areia na praia das Pedras Negras, lá ficavam parecidas com as vestidas pelos meus heróis dos filmes do teatro Stephens e nas televisões do Zé Folia; Quim Matos, ou sede da Ordem, porque a oferta em termos de media, era nessa altura muito escassa.
Toda esta conversa porque sinto que a nossa"necessidade" de comprar muito e barato nos leva a cair permanentemente em barretes, o que me tem acontecido com alguma frequência, sendo a vergonha tanta que nem me atrevo a reclamar. Ele é o restaurante que anuncia o prato do dia a 4.5€ e ou fico cheio de fome ou vou a correr para a casa de banho mais próxima com uma diarreia inesperada e sem “justificação”. Ele é o candeeiro que vem sem lâmpada e entre o apertar e desapertar o parafuso, a rosca foi-se e a solução passa por a segurar com um arame. Ele é o conjunto de chaves de luneta compradas a um preço espectacular, mas que depois de uns tempos a enfeitar a prateleira de ferramentas lá da garagem, que mostro com orgulho às visitas, mas quando é usada pela primeira vez, me deixa com metade na mão e a outra na porca que não cheguei a desapertar. Ele é as febras, mais as costeletas e lentriscas anunciadas num folheto promocional que comprei para um churrasco com os amigos e sem perceber bem esses convidados nunca mais aceitaram os meus convites. Ele é o detergente de marca branca e a metade do preço que enfiei na máquina de lavar e a roupa saiu esquisita e a carecer de nova lavagem e lá foram os 50% poupados. Enfim só falo naquilo que a mim me aconteceu e recentemente, porque quando sou enganado (e já o fui tantas vezes)faço um esforço para esquecer (para não me sentir o vacão da história do Relaxoterapeuta).
Passando à nossa realidade. É conhecido o esforço que muitas das nossas empresas, fizeram para modernizar,inovar e criar produtos de qualidade comparáveis ao que de melhor se fazia lá fora. Sabendo até que em diversos sectores ultrapassámos esse patamar.
Outra questão prende-se com o comportamento das nossas autoridades no que respeita à fiscalização. Se montamos uma qualquer actividade num “vão de escada” sem licenciamento e sem inscrição nas entidades oficias respectivas, safamos-nos vendendo sem facturar (acho que a expressão usada, é “ao negro”) e aí ninguém nos chateia. Se fizermos tudo como manda a lei, é uma carga de trabalhos. São finanças; é o ministério do trabalho e do ambinte mais o da economia; é a delegação de saúde; é a protecção civil e os bombeiros, para não citar a famigerada ASAE, que vem verificar se não faltam uns azulejos nos WC do pessoal e se existem autocolantes suficientes a proibir fumar; a proibir comer; a proibir beber e mais uma porrada de coisas que seria fastidioso enumerar. Ou seja neste País o problema é ter uma morada fiscal. “Se não a tiver,safamos-nos”.
Sobre questões alimentares deixo aqui uma nota: Sabemos que as empresas que produzem alimentos e têm a sua actividade em território nacional, desde a padaria ao produtor de carnes, passando pelo produtor de frutas, são fiscalizados e reprimidos ferozmente (esta expressão é apenas coincidência, com a outra do animal feroz) no entanto se dermos uma volta pelos hiper; super, minis mercados e até algumas mercearias, verificamos a existência de uma panóplia de produtos alimentares à venda de origens tão diversas e se perguntamos quem fiscaliza a sua salubridade e condição alimentar, dificilmente encontramos alguém que nos dê uma resposta concreta. Entretanto, vimos ouvimos e lemos, noticias sobre o fecho compulsivo de umas centenas de padarias; pastelarias; talhos e peixarias; unidades produtoras de alimentos dos vários ramos e até fábricas de rações para animais,como aconteceu recentemente na nossa região.
Perante o que disse, perguntar me-ão? Estou contra que as normas de higiene e segurança alimentar sejam rigorosamente aplicadas? Claro que não! O que sou contra é que só os alimentos produzidos em Portugal sejam rigorosamente fiscalizados. E os outros? Das proveniências mais diversas e por vezes suspeitas? Quem fiscaliza?
Entretanto lá vamos enchendo os carrinhos de compras, com produtos baratos que nos enfiam através de promoções cupões e outras coisas acabadas em ões e vamos assistindo ao cada vez maior número de desempregados, até que um dia quando menos o esperamos a mesma sorte nos bate à porta, mas se tivermos sorte, talvez consigamos arranjar um empregozito(das centenas prometidos) no novo empreendimento comercial a construir nos terrenos do campo da Portela, ou então um subsidiozito do fundo de desemprego, que complementaremos com umas horitas extras, numa qualquer actividade exercida por aí num "vão de escada".
Calhandrado por folha seca às Sábado, Setembro 12, 2009 0 bitaites
S
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Post Largo das Calhandreiras 08 Setembro 2009
Democracia Participativa
A propósito do post da comissão de moradores onde anuncia o falecimento “prematuro” da SEGUNDA VAGA por inacção (ou falta de alimentação) apetece-me recordar aqui que um dos bens mais preciosos que a revolução de Abril nos trouxe, foi a possibilidade de participar na construção e aprofundamento da democracia.
É com alguma nostalgia que não posso deixar de comparar os períodos eleitorais que vivemos com os de outros tempos, em que à volta das sedes dos partidos políticos se via um fervilhar de gente ansiosa por dar a sua opinião sobre os candidatos a escolher e os programas a apresentar com base nos inúmeros problemas que havia a resolver.
De facto, hoje tornamo-nos (em grande parte) excelentes “treinadores de bancada” todos temos opinião sobre este ou aquele tema, especialmente sobre aquilo que nos interessa ver resolvido. Tornamo-nos indiferentes ao que ao colectivo diz respeito, somos capazes de fazer um chinfrim dos diabos se os 20 metros da nossa rua têm outros tantos buracos e quando nos brindam com um asfalto novo logo esquecemos que no lugar ao lado continua a haver buracos por tapar, desde que por lá não tenhamos que passar e dar cabo dos amortecedores.
Nas questões Nacionais o panorama não é muito diferente. Se o nossa profissão corre o risco de ficar com alguns privilégios ou direitos adquiridos a menos, logo somos capazes de nos mobilizar e mesmo que nunca na vida tenhamos ido a uma manifestação, até nos deslocamos a centenas de quilómetros para fazer couro e conseguir manter inalterado o nosso estatuto “conseguido com tanto sacrifício” e logo nos esquecemos daqueles que já não defendem os seus interesses profissionais, porque já nem profissão têm.
Enquanto vivemos a olhar para o umbigo, floresce por aí um conjunto de “políticos” cujo único objectivo é fazer carreira (excepções à parte) que apenas têm que dar conta aos chefes e manterem-se nas boas graças dos mesmos, para que “o tacho” com tanto “sacrifício” conquistado não se perca, porque não há que dar contas a mais ninguém.
Calhandrado por folha seca às Terça-feira, Setembro 08, 2009 4 bitaites
A propósito do post da comissão de moradores onde anuncia o falecimento “prematuro” da SEGUNDA VAGA por inacção (ou falta de alimentação) apetece-me recordar aqui que um dos bens mais preciosos que a revolução de Abril nos trouxe, foi a possibilidade de participar na construção e aprofundamento da democracia.
É com alguma nostalgia que não posso deixar de comparar os períodos eleitorais que vivemos com os de outros tempos, em que à volta das sedes dos partidos políticos se via um fervilhar de gente ansiosa por dar a sua opinião sobre os candidatos a escolher e os programas a apresentar com base nos inúmeros problemas que havia a resolver.
De facto, hoje tornamo-nos (em grande parte) excelentes “treinadores de bancada” todos temos opinião sobre este ou aquele tema, especialmente sobre aquilo que nos interessa ver resolvido. Tornamo-nos indiferentes ao que ao colectivo diz respeito, somos capazes de fazer um chinfrim dos diabos se os 20 metros da nossa rua têm outros tantos buracos e quando nos brindam com um asfalto novo logo esquecemos que no lugar ao lado continua a haver buracos por tapar, desde que por lá não tenhamos que passar e dar cabo dos amortecedores.
Nas questões Nacionais o panorama não é muito diferente. Se o nossa profissão corre o risco de ficar com alguns privilégios ou direitos adquiridos a menos, logo somos capazes de nos mobilizar e mesmo que nunca na vida tenhamos ido a uma manifestação, até nos deslocamos a centenas de quilómetros para fazer couro e conseguir manter inalterado o nosso estatuto “conseguido com tanto sacrifício” e logo nos esquecemos daqueles que já não defendem os seus interesses profissionais, porque já nem profissão têm.
Enquanto vivemos a olhar para o umbigo, floresce por aí um conjunto de “políticos” cujo único objectivo é fazer carreira (excepções à parte) que apenas têm que dar conta aos chefes e manterem-se nas boas graças dos mesmos, para que “o tacho” com tanto “sacrifício” conquistado não se perca, porque não há que dar contas a mais ninguém.
Calhandrado por folha seca às Terça-feira, Setembro 08, 2009 4 bitaites
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Bitaite Largo das Calhandreiras 08 Setembro 2009
A propósito deste artigo da constituição gostava de trazer para aqui um assunto há muito existente na Marinha Grande e que divide as opiniões de muitos Marinhenses e naturalmente vai trazer alguma polémica, espero que saudável ao nosso fórum.
Refiro-me aos Portugueses de etnia cigana que “habitam” no Concelho em condições deploráveis. Conheço o comportamento pouco ordeiro de alguns destes (quer queiramos ou não) nossos concidadãos, não desconheço os problemas que por aí têm criado e até vítimas de furtos. Não desconheço até a vandalização de bens colectivos praticados por membros desta etnia.
No entanto como diz o artigo 4º da nossa constituição (transcrito aqui) estes portugueses têm direito à cidadania Portuguesa com todos os direitos e deveres como qualquer um de nós. Ouvem-se aqui e ali criticas à forma como alguns dos membros desta etnia são tratados pelas nossas instituições, sendo uma delas o direito ao rendimento mínimo. Perguntando eu se são cidadãos Portugueses porque não deviam ter este direito? Pois todos conhecemos outros que não tendo a pecha de ser ciganos recebem o mesmo subsídio e quantas vezes nos interrogamos se a ele têm direito.
Outra questão: Também é reconhecido pelo constituição nos seu artigo 65º nº 1 o direito a uma habitação condigna. Ora sabemos que esse direito na nossa terra não tem sido concedido a esta etnia, o que quanto a mim, tem agravado a situação.
Ora há que encontrar soluções para alojar duma forma condigna e em condições de igualdade (artigo 13º) estes nossos concidadãos. Parece-me que a actual maioria camarária tem preparada a solução (ou parte) guardando todas as casas disponíveis no bairro do Camarnal para alojar estas famílias pois tem sido esta a resposta que os serviços sociais têm dado a outros necessitados, quando questionados sobre a possibilidade de lhes ser cedida uma dessas habitações. Só não percebo porque é que se a decisão está tomada, não se executa? Talvez porque esta não é uma questão pacífica e provavelmente estes cidadãos na sua maioria não vota.
Não sendo contra e defendendo o princípio da igualdade consignado na constituição: Deixo aqui 2 questões para o debate:
1- Porque são preteridos outros cidadão em favor dos de etnia cigana?
2- Não é consensual que a concentração de pessoas da mesma etnia no mesmo local tem contribuído para o agravar de problemas, como temos visto nalguns bairros problemáticos?
Refiro-me aos Portugueses de etnia cigana que “habitam” no Concelho em condições deploráveis. Conheço o comportamento pouco ordeiro de alguns destes (quer queiramos ou não) nossos concidadãos, não desconheço os problemas que por aí têm criado e até vítimas de furtos. Não desconheço até a vandalização de bens colectivos praticados por membros desta etnia.
No entanto como diz o artigo 4º da nossa constituição (transcrito aqui) estes portugueses têm direito à cidadania Portuguesa com todos os direitos e deveres como qualquer um de nós. Ouvem-se aqui e ali criticas à forma como alguns dos membros desta etnia são tratados pelas nossas instituições, sendo uma delas o direito ao rendimento mínimo. Perguntando eu se são cidadãos Portugueses porque não deviam ter este direito? Pois todos conhecemos outros que não tendo a pecha de ser ciganos recebem o mesmo subsídio e quantas vezes nos interrogamos se a ele têm direito.
Outra questão: Também é reconhecido pelo constituição nos seu artigo 65º nº 1 o direito a uma habitação condigna. Ora sabemos que esse direito na nossa terra não tem sido concedido a esta etnia, o que quanto a mim, tem agravado a situação.
Ora há que encontrar soluções para alojar duma forma condigna e em condições de igualdade (artigo 13º) estes nossos concidadãos. Parece-me que a actual maioria camarária tem preparada a solução (ou parte) guardando todas as casas disponíveis no bairro do Camarnal para alojar estas famílias pois tem sido esta a resposta que os serviços sociais têm dado a outros necessitados, quando questionados sobre a possibilidade de lhes ser cedida uma dessas habitações. Só não percebo porque é que se a decisão está tomada, não se executa? Talvez porque esta não é uma questão pacífica e provavelmente estes cidadãos na sua maioria não vota.
Não sendo contra e defendendo o princípio da igualdade consignado na constituição: Deixo aqui 2 questões para o debate:
1- Porque são preteridos outros cidadão em favor dos de etnia cigana?
2- Não é consensual que a concentração de pessoas da mesma etnia no mesmo local tem contribuído para o agravar de problemas, como temos visto nalguns bairros problemáticos?
Oportuno
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,
bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão
que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude
mais apreciada do que formar uma família
baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é,
pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal
E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares
dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil
para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,
onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,
reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que
é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis
que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média
e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada
finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro
e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas,
mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem
corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,
apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,
o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,
mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,
essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui
até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,
mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,
é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,
o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,
mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a
erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,
nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece
a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa
a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos,
a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses
nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,
não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,
de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
bitaite largo da calhandreiras 04/09/2009
folha seca disse...
Ainda a troca de números e o fez e não fez
Atento a estas coisas da governação autárquica e da troca de argumentos li com atenção o artigo de “opinião” do Dr. Luís Guerra Marques publicado no jornal da Marinha Grande na edição de ontem.
Esperava com sinceridade, e depois do que li escrito pelo ex- vereador Armando Constâncio secundarizado pelo bitateiro Vinagrete, no Largo das calhandreiras e tendo em conta a "preparação técnica" do Dr. L.G.M, uma resposta convincente, pelo menos para quem não domina tecnicamente as questões contabilísticas como é o caso dos dois.
Desilusão minha! Sobre as questões que ficaram no ar, disse, nada. Tirando um quarto de folha cheios de “viu e não viu” lá enumerou numa dúzia de parágrafos os feitos da coligação CDU/PSD (graças à qual foi guindado em dois mandatos a Presidente da Assembleia Municipal). Já agora também era bonito que em quatro anos, não houvesse nada feito, tanto que não desse para encher um artigo de opinião que mesmo assim teve que ser bem esticado para parecer muito.
Qualquer junta de freguesia do interior encheria uma página de jornal com o conjunto, de fontanários, caminhos, estradas e ruelas, mais os parques de merendas e praias fluviais que inaugurou durante os ultimo mandato.
Já o disse, às vezes, se algumas pessoas ficassem quietas e caladas prestariam um melhor serviço ao partido que dizem defender.
Quanto a este tema não me parece voltar a ele, porque quanto ao últimos quatro anos estou suficientemente esclarecido, vou estar atento aos programas propostos para os próximos quatro e aí sim, se entender dizer algo fálo-ei, embora a vida já me tenha ensinado que quem mente sobre o passado, mais facilmente o fará em relação ao futuro.
04 Setembro, 2009 18:45
Ainda a troca de números e o fez e não fez
Atento a estas coisas da governação autárquica e da troca de argumentos li com atenção o artigo de “opinião” do Dr. Luís Guerra Marques publicado no jornal da Marinha Grande na edição de ontem.
Esperava com sinceridade, e depois do que li escrito pelo ex- vereador Armando Constâncio secundarizado pelo bitateiro Vinagrete, no Largo das calhandreiras e tendo em conta a "preparação técnica" do Dr. L.G.M, uma resposta convincente, pelo menos para quem não domina tecnicamente as questões contabilísticas como é o caso dos dois.
Desilusão minha! Sobre as questões que ficaram no ar, disse, nada. Tirando um quarto de folha cheios de “viu e não viu” lá enumerou numa dúzia de parágrafos os feitos da coligação CDU/PSD (graças à qual foi guindado em dois mandatos a Presidente da Assembleia Municipal). Já agora também era bonito que em quatro anos, não houvesse nada feito, tanto que não desse para encher um artigo de opinião que mesmo assim teve que ser bem esticado para parecer muito.
Qualquer junta de freguesia do interior encheria uma página de jornal com o conjunto, de fontanários, caminhos, estradas e ruelas, mais os parques de merendas e praias fluviais que inaugurou durante os ultimo mandato.
Já o disse, às vezes, se algumas pessoas ficassem quietas e caladas prestariam um melhor serviço ao partido que dizem defender.
Quanto a este tema não me parece voltar a ele, porque quanto ao últimos quatro anos estou suficientemente esclarecido, vou estar atento aos programas propostos para os próximos quatro e aí sim, se entender dizer algo fálo-ei, embora a vida já me tenha ensinado que quem mente sobre o passado, mais facilmente o fará em relação ao futuro.
04 Setembro, 2009 18:45
sábado, 29 de agosto de 2009
Com mãos tudo se faz!!!
Num tempo em que se discute o que se fez e não se fez, um poema "velho" mas oportuno.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Bitaite Largo das Calhandreiras
Um Poema, dedicado aos "pequenos deuses caseiros", cá da terra.
Manuel Freire : Pequenos deuses caseiros
Música: Manuel Freire
Letra: Sidónio Muralha
In: "Pedra filosofal", 1993
(esta música esteve proibida de ser tocada pela censura)
--------------------------------------------------------------------------------
Pequenos deuses caseiros
que brincais aos temporais,
passam-se os dias, semanas,
os meses e os anos
e vós jogais, jogais
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.
Pequenos deuses caseiros
cantai cantigas macias
tomai vossa morfina,
perdulai vossos dinheiros
derramai a vossa raiva
gozai vossas tiranias,
pequenos deuses caseiros.
pequenos deuses caseiros.
Erguei vossos castelos
elegei vossos senhores
espancai vossos criados,
violai vossas criadas,
e bebei,
o vinho dos traidores
servido em taças roubadas
servido em taças roubadas
Dormi em colchões de pena,
dançai dias inteiros,
comprai os que se vendem,
alteai vossas janelas,
e trancai as vossas portas,
pequenos deuses caseiros,
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas
21 Agosto, 2009 08:23
Manuel Freire : Pequenos deuses caseiros
Música: Manuel Freire
Letra: Sidónio Muralha
In: "Pedra filosofal", 1993
(esta música esteve proibida de ser tocada pela censura)
--------------------------------------------------------------------------------
Pequenos deuses caseiros
que brincais aos temporais,
passam-se os dias, semanas,
os meses e os anos
e vós jogais, jogais
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.
o jogo dos tiranos.
Pequenos deuses caseiros
cantai cantigas macias
tomai vossa morfina,
perdulai vossos dinheiros
derramai a vossa raiva
gozai vossas tiranias,
pequenos deuses caseiros.
pequenos deuses caseiros.
Erguei vossos castelos
elegei vossos senhores
espancai vossos criados,
violai vossas criadas,
e bebei,
o vinho dos traidores
servido em taças roubadas
servido em taças roubadas
Dormi em colchões de pena,
dançai dias inteiros,
comprai os que se vendem,
alteai vossas janelas,
e trancai as vossas portas,
pequenos deuses caseiros,
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas.
e reforçai, reforçai as sentinelas
21 Agosto, 2009 08:23
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
2ª carta do ex-vereador Armando Constâncio
Publicada no Jornal da Marinha Grande edição de hoje.
DAS OBRAS ÀS CONTAS
TROCADILHO
A propósito da carta aberta que enderecei ao Sr. Presidente da Câmara, em que o meu único propósito foi usar o direito à defesa do meu bom-nome, entendeu responder o meu amigo Dr. Luis Guerra Marques.
Quero aqui lembrar, que de forma objectiva e reiterada, a maioria no poder, tem invocado ter recebido em 2005 uma Câmara falida e contas sem credibilidade.
Antes de nos focarmos nos seus argumentos, eu quero reafirmar que não me movem quaisquer interesses político-partidários, repetindo o que já disse. Não concorrerei a estas eleições, nem me revejo em nenhuma das candidaturas que se perfilam, sem que isso signifique que abdique, como sempre fiz, de usar a prerrogativa constitucional de votar.
Fui responsável pela gestão financeira do Município da Marinha Grande, de Janeiro de 1994 até Outubro de 2005.
Todas as contas da Câmara foram auditadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas e nunca foram objecto de censura e muito menos sanção, por parte daquele tribunal.
Por proposta de minha iniciativa, que fiz aprovar em reunião de Câmara, poucos meses antes do final do mandato, foi aberto concurso junto de prestigiadas empresas de auditoria, para que as contas e procedimentos da gestão financeira fossem devidamente escrutinados por entidades externas ao Município.
Durante meses, tudo foi passado a pente fino e, para além de alguns reparos sobre a não conformidade de este ou aquele procedimento administrativo, nada de relevante foi apontado.
Enquanto autarca e Vice-Presidente, nomeei o infelizmente já falecido Dr. José Inácio, prestigiado militante do PCP, na função de técnico na área jurídica, para a fiscalização e controlo de empreitadas e concursos. Por proposta minha, manteve-se a funcionária Isabel Paixão, também militante activa do PCP, como chefe de secção da Contabilidade, com o controlo das facturas e pagamentos a empreiteiros.
Quando abandonei a actividade política e a Câmara, tinha a consciência de que, apesar dos limites ao endividamento estarem quase atingidos por força do Pacto de Estabilidade e Crescimento imposto pela Drª. Manuela Ferreira Leite, deixava o nosso Concelho em lugar de destaque no Ranking que classificava a estabilidade económico-financeira dos municípios.
Posto isto, não adianta forçar a nota de me tentar ligar a qualquer motivação política, bem como me parece ficar claro, que durante quase doze anos em que fui responsável pela gestão financeira, fui assessorado por excelentes funcionários e a eles se devem muitos dos resultados obtidos.
Passando à análise dos argumentos usados pelo Dr. Luis Marques, porque ele os refere e enfatiza, só vou debruçar-me sobre os três pontos por ele indicados:
1º - Porquê comparar 2004/2005, final de mandato, com 2007/2008, a meio do mandato?
Em primeiro lugar porque o Relatório Financeiro de 2008 não tinha dados anteriores a 2004 e em segundo lugar, porque a análise comparativa deste biénio, em fase final de QCA e com o mandato a acabar em Outubro, era o menos favorável para a Gestão do PS.
No entanto, se o Dr. Luis Marques acha que eu tentei manipular o que não é manipulável, usemos então o biénio 2003/2004, meio mandato do PS, com 2007/2008, meio mandato da CDU/PSD:
A – DESPESA CORRENTE (MÁ DESPESA)
No biénio 2003/2004, da gestão financeira da minha responsabilidade, a Câmara consumiu, em despesas de funcionamento, 23.905.000,00€.
No biénio 2007/2008, da gestão CDU/PSD, a Câmara gastou, nas mesmas despesas, 29.251.000,00€.
Conclusão, a gestão “rigorosa e credível” do PCP, gastou MAIS 5.346.000,00€, ou seja aumentou a despesa em +22,4%.
B – DESPESA DE CAPITAL (BOA DESPESA)
No biénio 2003/2004, na gestão financeira do PS, a Câmara investiu, em obras e em património, 18.984.000,00€.
No biénio 2007/2008, da gestão CDU/PSD ficou-se pelos 10.682.000,00€.
Conclusão, neste biénio, o que se verificou foi que o PS, apesar de não ser ano de eleições, investiu + 8.302.000,00€ que o PCP, o que corresponde a + 43,6%.
Diz o Dr. Luis Marques que a explicação para haver mais investimento da Câmara anterior era simples, por estarmos em 2005 em ano de eleições, mas em 2003 foi mais do dobro, o que vai duplicar a dificuldade da explicação.
Ainda neste seu primeiro ponto, o Dr. Luis Marques volta a tentar fundamentar os falsos argumentos da Câmara, em médias de números publicados num Diário da República, dizendo que o fazem de forma “clara” mas sem dizer qual é, que nº. e que série do DR, não o disponibilizando no site da Câmara para o podermos consultar, site esse, de onde, estranhamente, desapareceram os Relatórios e Contas da Autarquia.
Mas eu sei a que é que o Dr. L. Marques se refere. O que é publicado no Diário da República e é obrigatório, é uma lista de concursos de empreitadas, que revela uma intenção de “fazer”, o que nem sempre corresponde ao acto concreto.
Quer isto dizer, que ele tenta comparar uma listagem de meras intenções, com obra paga e contabilizada nas contas, o que não é, de todo, a mesma coisa.
É como se eu, na minha empresa, tivesse que declarar as consultas que fiz para comprar uma máquina, que posso ou não adquirir, e depois me servisse desse acto puramente administrativo, sem consequência financeiras, para dizer que investi 106% mais do que a anterior gerência que tinha comprado e pago uma máquina de menor valor. Vale o que vale, ou melhor dizendo, NÃO VALE NADA!
2º. Provisões versus diminuição do passivo
Confesso que a minha formação me vem do que aprendi a trabalhar desde os meus catorze anos e do que tive capacidade para aprender com muitas pessoas de grande qualidade com que trabalhei e para quem trabalhei.
Posso até estar engano e se estiver, desde já me penitencio.
Não consigo perceber, onde é que a constituição de Provisões, que integram a contabilidade Patrimonial, tem alguma coisa a ver com a contabilidade orçamental e financeira da realização da despesa. Também não entendo como e de que forma é que a constituição de Provisões pode justificar o esforço de redução efectiva do passivo.
3º. Mais Investimento explica mais despesa corrente
Tenho pena, mas também não percebo, como é que se pode justificar o aumento da despesa corrente, dizendo que ele resulta do aumento do investimento. Como já se viu, houve 43% mais de investimento em 2003/2004 e as despesas correntes foram 22,4% menos dos que as de 2007/2008.
Contra factos não há argumentos, porque a matemática é uma ciência exacta.
Finalmente, cometi um erro na carta aberta ao Presidente e tenho obrigação de pedir desculpa por isso e rectificá-lo.
As despesas com as Remunerações dos Órgãos Autárquicos em 2004/2005 não foram de 156.482,00€, porque lhe faltou somar o ano de 2004, o que dá 297.000,00€. De qualquer forma, para quem acusava os outros de amiguismo, despesismo e outros adjectivos terminados em “ismo”, gastar mais 31% é obra.
Sem ressentimentos
Armando Constâncio
DAS OBRAS ÀS CONTAS
TROCADILHO
A propósito da carta aberta que enderecei ao Sr. Presidente da Câmara, em que o meu único propósito foi usar o direito à defesa do meu bom-nome, entendeu responder o meu amigo Dr. Luis Guerra Marques.
Quero aqui lembrar, que de forma objectiva e reiterada, a maioria no poder, tem invocado ter recebido em 2005 uma Câmara falida e contas sem credibilidade.
Antes de nos focarmos nos seus argumentos, eu quero reafirmar que não me movem quaisquer interesses político-partidários, repetindo o que já disse. Não concorrerei a estas eleições, nem me revejo em nenhuma das candidaturas que se perfilam, sem que isso signifique que abdique, como sempre fiz, de usar a prerrogativa constitucional de votar.
Fui responsável pela gestão financeira do Município da Marinha Grande, de Janeiro de 1994 até Outubro de 2005.
Todas as contas da Câmara foram auditadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas e nunca foram objecto de censura e muito menos sanção, por parte daquele tribunal.
Por proposta de minha iniciativa, que fiz aprovar em reunião de Câmara, poucos meses antes do final do mandato, foi aberto concurso junto de prestigiadas empresas de auditoria, para que as contas e procedimentos da gestão financeira fossem devidamente escrutinados por entidades externas ao Município.
Durante meses, tudo foi passado a pente fino e, para além de alguns reparos sobre a não conformidade de este ou aquele procedimento administrativo, nada de relevante foi apontado.
Enquanto autarca e Vice-Presidente, nomeei o infelizmente já falecido Dr. José Inácio, prestigiado militante do PCP, na função de técnico na área jurídica, para a fiscalização e controlo de empreitadas e concursos. Por proposta minha, manteve-se a funcionária Isabel Paixão, também militante activa do PCP, como chefe de secção da Contabilidade, com o controlo das facturas e pagamentos a empreiteiros.
Quando abandonei a actividade política e a Câmara, tinha a consciência de que, apesar dos limites ao endividamento estarem quase atingidos por força do Pacto de Estabilidade e Crescimento imposto pela Drª. Manuela Ferreira Leite, deixava o nosso Concelho em lugar de destaque no Ranking que classificava a estabilidade económico-financeira dos municípios.
Posto isto, não adianta forçar a nota de me tentar ligar a qualquer motivação política, bem como me parece ficar claro, que durante quase doze anos em que fui responsável pela gestão financeira, fui assessorado por excelentes funcionários e a eles se devem muitos dos resultados obtidos.
Passando à análise dos argumentos usados pelo Dr. Luis Marques, porque ele os refere e enfatiza, só vou debruçar-me sobre os três pontos por ele indicados:
1º - Porquê comparar 2004/2005, final de mandato, com 2007/2008, a meio do mandato?
Em primeiro lugar porque o Relatório Financeiro de 2008 não tinha dados anteriores a 2004 e em segundo lugar, porque a análise comparativa deste biénio, em fase final de QCA e com o mandato a acabar em Outubro, era o menos favorável para a Gestão do PS.
No entanto, se o Dr. Luis Marques acha que eu tentei manipular o que não é manipulável, usemos então o biénio 2003/2004, meio mandato do PS, com 2007/2008, meio mandato da CDU/PSD:
A – DESPESA CORRENTE (MÁ DESPESA)
No biénio 2003/2004, da gestão financeira da minha responsabilidade, a Câmara consumiu, em despesas de funcionamento, 23.905.000,00€.
No biénio 2007/2008, da gestão CDU/PSD, a Câmara gastou, nas mesmas despesas, 29.251.000,00€.
Conclusão, a gestão “rigorosa e credível” do PCP, gastou MAIS 5.346.000,00€, ou seja aumentou a despesa em +22,4%.
B – DESPESA DE CAPITAL (BOA DESPESA)
No biénio 2003/2004, na gestão financeira do PS, a Câmara investiu, em obras e em património, 18.984.000,00€.
No biénio 2007/2008, da gestão CDU/PSD ficou-se pelos 10.682.000,00€.
Conclusão, neste biénio, o que se verificou foi que o PS, apesar de não ser ano de eleições, investiu + 8.302.000,00€ que o PCP, o que corresponde a + 43,6%.
Diz o Dr. Luis Marques que a explicação para haver mais investimento da Câmara anterior era simples, por estarmos em 2005 em ano de eleições, mas em 2003 foi mais do dobro, o que vai duplicar a dificuldade da explicação.
Ainda neste seu primeiro ponto, o Dr. Luis Marques volta a tentar fundamentar os falsos argumentos da Câmara, em médias de números publicados num Diário da República, dizendo que o fazem de forma “clara” mas sem dizer qual é, que nº. e que série do DR, não o disponibilizando no site da Câmara para o podermos consultar, site esse, de onde, estranhamente, desapareceram os Relatórios e Contas da Autarquia.
Mas eu sei a que é que o Dr. L. Marques se refere. O que é publicado no Diário da República e é obrigatório, é uma lista de concursos de empreitadas, que revela uma intenção de “fazer”, o que nem sempre corresponde ao acto concreto.
Quer isto dizer, que ele tenta comparar uma listagem de meras intenções, com obra paga e contabilizada nas contas, o que não é, de todo, a mesma coisa.
É como se eu, na minha empresa, tivesse que declarar as consultas que fiz para comprar uma máquina, que posso ou não adquirir, e depois me servisse desse acto puramente administrativo, sem consequência financeiras, para dizer que investi 106% mais do que a anterior gerência que tinha comprado e pago uma máquina de menor valor. Vale o que vale, ou melhor dizendo, NÃO VALE NADA!
2º. Provisões versus diminuição do passivo
Confesso que a minha formação me vem do que aprendi a trabalhar desde os meus catorze anos e do que tive capacidade para aprender com muitas pessoas de grande qualidade com que trabalhei e para quem trabalhei.
Posso até estar engano e se estiver, desde já me penitencio.
Não consigo perceber, onde é que a constituição de Provisões, que integram a contabilidade Patrimonial, tem alguma coisa a ver com a contabilidade orçamental e financeira da realização da despesa. Também não entendo como e de que forma é que a constituição de Provisões pode justificar o esforço de redução efectiva do passivo.
3º. Mais Investimento explica mais despesa corrente
Tenho pena, mas também não percebo, como é que se pode justificar o aumento da despesa corrente, dizendo que ele resulta do aumento do investimento. Como já se viu, houve 43% mais de investimento em 2003/2004 e as despesas correntes foram 22,4% menos dos que as de 2007/2008.
Contra factos não há argumentos, porque a matemática é uma ciência exacta.
Finalmente, cometi um erro na carta aberta ao Presidente e tenho obrigação de pedir desculpa por isso e rectificá-lo.
As despesas com as Remunerações dos Órgãos Autárquicos em 2004/2005 não foram de 156.482,00€, porque lhe faltou somar o ano de 2004, o que dá 297.000,00€. De qualquer forma, para quem acusava os outros de amiguismo, despesismo e outros adjectivos terminados em “ismo”, gastar mais 31% é obra.
Sem ressentimentos
Armando Constâncio
Homens ou Caga-Lumes
Não sei bem qual a figura que usava a expressão que uso no título deste post, mas recordo-a ao ler o que por aqui e ali se vai dizendo a propósito e a despropósito das próximas eleições legislativas e autárquicas.
Apesar de serem eleições diferentes, a quase simultaneidade e tendo em conta que a estas se antecederam as Europeias, considero que o resultado de umas influenciam as outras e as próprias pré-campanhas e campanhas acabam por se misturar.
Para alem dos resultados finais a mim preocupa-me sobretudo a representatividade dos órgão eleitos, ou seja quantos eleitores representam os eleitos a sair das próximas eleições porque das mais recentes já estão as contas feitas e sabemos que do conjunto de eleitos mais de metade dos eleitores, neles, não se revêem porque pura e simplesmente não votaram.
Porque me lembro bem como eram as “eleições” nos tempos negros do fascismo e de como eram “escolhidos” pelo regime os eleitores com “direito” a voto e o que foi preciso fazer, mesmo já depois do 25 de Abril para que toda a gente com mais de 18 anos tivesse esse direito, é com grande mágoa que vejo milhões de cidadãos deixarem que outros (e cada vez menos) escolham por si.
A questão que se põe é? De quem a responsabilidade? Será que são os eleitores, que na sua maioria, gradualmente se foram transformando numa espécie de”zombies” a quem tudo o que diga respeito a questões politicas, passa ao lado? Sabemos que votações a 100% só em determinados “Países” onde o voto é “obrigatório” e por “procuração”, mas num País em que há pouco mais de 30 anos se reconhece aos seus cidadãos o direito ao voto em liberdade e mais de metade desses cidadãos e duma forma crescente, não o exerce, algo está mal e mesmo preocupante.
Mas mais preocupante é ver os nossos políticos fazerem como Pilatos e contribuir com os seus comportamentos para esta situação e simultaneamente fazerem apelos piedosos ao voto e ao combate à abstenção, quando as suas práticas afastam cada vez mais eleitores das urnas de voto.
Quando Portugal e o Mundo em geral enfrentam ao que dizem os “especialistas” a maior crise das ultimas décadas é deprimente ver o tipo de discussão que se trava, que me parece, sinceramente afastar cada vez mais os cidadãos da discussão que permita encontrar soluções e entusiasmo para juntos lutarmos contra as adversidades do presente.
Quantos às questões locais e como este post já vai longo para post, fica para depois, quando a areia começar a assentar.
Apesar de serem eleições diferentes, a quase simultaneidade e tendo em conta que a estas se antecederam as Europeias, considero que o resultado de umas influenciam as outras e as próprias pré-campanhas e campanhas acabam por se misturar.
Para alem dos resultados finais a mim preocupa-me sobretudo a representatividade dos órgão eleitos, ou seja quantos eleitores representam os eleitos a sair das próximas eleições porque das mais recentes já estão as contas feitas e sabemos que do conjunto de eleitos mais de metade dos eleitores, neles, não se revêem porque pura e simplesmente não votaram.
Porque me lembro bem como eram as “eleições” nos tempos negros do fascismo e de como eram “escolhidos” pelo regime os eleitores com “direito” a voto e o que foi preciso fazer, mesmo já depois do 25 de Abril para que toda a gente com mais de 18 anos tivesse esse direito, é com grande mágoa que vejo milhões de cidadãos deixarem que outros (e cada vez menos) escolham por si.
A questão que se põe é? De quem a responsabilidade? Será que são os eleitores, que na sua maioria, gradualmente se foram transformando numa espécie de”zombies” a quem tudo o que diga respeito a questões politicas, passa ao lado? Sabemos que votações a 100% só em determinados “Países” onde o voto é “obrigatório” e por “procuração”, mas num País em que há pouco mais de 30 anos se reconhece aos seus cidadãos o direito ao voto em liberdade e mais de metade desses cidadãos e duma forma crescente, não o exerce, algo está mal e mesmo preocupante.
Mas mais preocupante é ver os nossos políticos fazerem como Pilatos e contribuir com os seus comportamentos para esta situação e simultaneamente fazerem apelos piedosos ao voto e ao combate à abstenção, quando as suas práticas afastam cada vez mais eleitores das urnas de voto.
Quando Portugal e o Mundo em geral enfrentam ao que dizem os “especialistas” a maior crise das ultimas décadas é deprimente ver o tipo de discussão que se trava, que me parece, sinceramente afastar cada vez mais os cidadãos da discussão que permita encontrar soluções e entusiasmo para juntos lutarmos contra as adversidades do presente.
Quantos às questões locais e como este post já vai longo para post, fica para depois, quando a areia começar a assentar.
sábado, 15 de agosto de 2009
Um Bitaite esclarecedor
Retirado do Largo das calhandreiras, com a devida venia ao Largo e ao Vinagrete.
Vinagrete disse...
Ainda quanto às contas da Câmara.
Li com redobrada atenção o texto do Dr. Luis Marques, tanto mais que se trata de um técnico de reconhecida competência, com formação académica adequada à análise deste tipo de números e, como é sabido, Revisor Oficial de Contas, o que significa que detem competência para certificar as contas de terceiros.
Li, reli e voltei a ler, porque não consegui encontrar uma única linha de raciocínio que o levasse a afirmar que os números publicados estavam errados ou estavam manipulados, em vésperas de eleições, para servir interesses políticos.
Que se saiba, pela voz do próprio A.C. divulgada há poucas semanas no Jornal da Marinha, o autor da carta aberta ao Presidente já afirmou a sua total indisponibilidade para fazer parte de qualquer lista à Câmara nestas eleições, bem como deixou claro que não se revê em nenhuma das candidaturas. Posso concluir que é forçar muito especular com interesses políticos, quando parece evidente que o objectivo do autor da carta foi a defesa do bom nome a que tem direito.
As questões levantadas permanecem válidas e bem pode o Sr Dr. Luis Marques argumentar que aumentou a despesa corrente, porque fez mais obra e isso requere mais despesa de manutenção, porque toda a gente sabe, que "coisa nova", demora tempo até ser reparada, a menos que tenha sido mal feita e com defeitos de fabrico.
Pessoalmente, porque acredito que a matemática é uma ciência exacta, em primeiro lugar gostava que Alberto Cascalho e Luis Marques nos dissessem se os números não são correctos.
Depois, que explicassem como é que a despesa com os "Órgãos da Autarquia" triplicou em relação à do mandato anterior.
Finalmente, quais as obras em que a Câmara anterior gastou dinheiro, que nós todos possamos considerar despesismo.
Terá sido a compra ao Inst. de Gestão Financeira da Segurança Social do terreno para completar a Zona Desportiva e que agora está a servir para albergar Barracas Medievais?
Terá sido a compra à mesma entidade do Estado, dos terrenos da Cerca da FEIS para construir o Parque que lá está e que, vergonhosamente, CDU e PSD contaminaram com metais pesados?
Terá sido a Compra de 600.000 metros quadrados de pinhal para permutar com as Florestas para alargamento da Zona Industrial?
Só aqui, neste investimento em Património que passou a ser de todos os Marinhenses, está uma grossa fatia do "chamado endividamento" da Câmara. Foi um erro? Não se deveria ter adquirido aqueles terrenos?
O Dr. Luis Marques, fala em Provisões, diminuição do passivo, e depois mistura a inauguração das obras do Vale de S. Pedro. Ok. Percebe-se no político, mas fica por explicar no técnico.
Provisões, amortizações, reavaliações de activos, nada têm a ver com os números da Receita e Despesa descritos nas contas.
Sou o primeiro a concordar, que a medida de prudência da constituição de Provisões está correcta. Concordo que o passivo diminuiu, que os prazos de pagamento médio baixaram ligeiramente. Já eram bons no contexto dos Municípios Portugueses, mas agora são ainda melhores. Óptimo!
O problema é que isso não foi conseguido por força de uma gestão rigorosa, com base no controlo apertado da despesa. Pelo contrário, a despesa Corrente disparou na casa dos dois dígitos. O que a Câmara CDU fez, foi cortar nos investimentos.
Parou tudo. Mas mesmo tudo. E agora é que anda à pressa, a tentar tapar o sol com uma peneira, recorrendo a desculpas fundadas numa grosseira MENTIRA.
O Dr. Luis Marques sabe o que são os custos de oportunidade, Seria bom que em vez de escrever arrazoadas a justificar o injustificável, explicasse aos vereadores do seu partido algumas noções de gestão financeira da coisa pública.
Sem ressentimentos.
14 Agosto, 2009 18:30
Vinagrete disse...
Ainda quanto às contas da Câmara.
Li com redobrada atenção o texto do Dr. Luis Marques, tanto mais que se trata de um técnico de reconhecida competência, com formação académica adequada à análise deste tipo de números e, como é sabido, Revisor Oficial de Contas, o que significa que detem competência para certificar as contas de terceiros.
Li, reli e voltei a ler, porque não consegui encontrar uma única linha de raciocínio que o levasse a afirmar que os números publicados estavam errados ou estavam manipulados, em vésperas de eleições, para servir interesses políticos.
Que se saiba, pela voz do próprio A.C. divulgada há poucas semanas no Jornal da Marinha, o autor da carta aberta ao Presidente já afirmou a sua total indisponibilidade para fazer parte de qualquer lista à Câmara nestas eleições, bem como deixou claro que não se revê em nenhuma das candidaturas. Posso concluir que é forçar muito especular com interesses políticos, quando parece evidente que o objectivo do autor da carta foi a defesa do bom nome a que tem direito.
As questões levantadas permanecem válidas e bem pode o Sr Dr. Luis Marques argumentar que aumentou a despesa corrente, porque fez mais obra e isso requere mais despesa de manutenção, porque toda a gente sabe, que "coisa nova", demora tempo até ser reparada, a menos que tenha sido mal feita e com defeitos de fabrico.
Pessoalmente, porque acredito que a matemática é uma ciência exacta, em primeiro lugar gostava que Alberto Cascalho e Luis Marques nos dissessem se os números não são correctos.
Depois, que explicassem como é que a despesa com os "Órgãos da Autarquia" triplicou em relação à do mandato anterior.
Finalmente, quais as obras em que a Câmara anterior gastou dinheiro, que nós todos possamos considerar despesismo.
Terá sido a compra ao Inst. de Gestão Financeira da Segurança Social do terreno para completar a Zona Desportiva e que agora está a servir para albergar Barracas Medievais?
Terá sido a compra à mesma entidade do Estado, dos terrenos da Cerca da FEIS para construir o Parque que lá está e que, vergonhosamente, CDU e PSD contaminaram com metais pesados?
Terá sido a Compra de 600.000 metros quadrados de pinhal para permutar com as Florestas para alargamento da Zona Industrial?
Só aqui, neste investimento em Património que passou a ser de todos os Marinhenses, está uma grossa fatia do "chamado endividamento" da Câmara. Foi um erro? Não se deveria ter adquirido aqueles terrenos?
O Dr. Luis Marques, fala em Provisões, diminuição do passivo, e depois mistura a inauguração das obras do Vale de S. Pedro. Ok. Percebe-se no político, mas fica por explicar no técnico.
Provisões, amortizações, reavaliações de activos, nada têm a ver com os números da Receita e Despesa descritos nas contas.
Sou o primeiro a concordar, que a medida de prudência da constituição de Provisões está correcta. Concordo que o passivo diminuiu, que os prazos de pagamento médio baixaram ligeiramente. Já eram bons no contexto dos Municípios Portugueses, mas agora são ainda melhores. Óptimo!
O problema é que isso não foi conseguido por força de uma gestão rigorosa, com base no controlo apertado da despesa. Pelo contrário, a despesa Corrente disparou na casa dos dois dígitos. O que a Câmara CDU fez, foi cortar nos investimentos.
Parou tudo. Mas mesmo tudo. E agora é que anda à pressa, a tentar tapar o sol com uma peneira, recorrendo a desculpas fundadas numa grosseira MENTIRA.
O Dr. Luis Marques sabe o que são os custos de oportunidade, Seria bom que em vez de escrever arrazoadas a justificar o injustificável, explicasse aos vereadores do seu partido algumas noções de gestão financeira da coisa pública.
Sem ressentimentos.
14 Agosto, 2009 18:30
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Comentário(não publicado) enviado para o blogue Praça Stephens.
Caro Dr. João Paulo Pedrosa
Tenho lido com atenção os posts que raramente vai publicando no seu blogue, mas também, o que nos jornais vai dizendo.
Li no jornal da Marinha Grande (de ontem) o seu brilhante artigo de opinião sobre o cabeça de lista do PS às próximas legislativas no Distrito de Leiria. Sobre o Dr. Luís Amado, nada tenho contra. Mas aquela dos “candidatos Para Quedistas” é forte! Só uma inteligência fora do comum poderia inventar essa expressão para os candidatos que não tendo nada a ver com a região, encabeçam e fazem parte das listas de candidatos.
Então caro J.P.P e que chamar aos candidatos do P.S que encabeçam listas e foram metidos à pressão em Distritos a que nada os liga? Que dizer de um dos mais prestigiados deputados do nosso Distrito que por iniciativa sua, foi afastado das listas e transformado num candidato Paraquedista em Setúbal? Francamente!
Quanto à importância do Dr. Luís Amado, não tenho duvidas nenhumas, na sua utilidade para eventualmente usar a sua experiência internacional para dar alguma ajuda aos sectores económicos da Marinha Grande que dependem da exportação, mas e depois das eleições? Se P.S ganhar (como é provável e desejável) e formar governo? Não voltará o Dr. Luís Amado a integrar o Governo? Continuará a dar o apoio que o seu escrito promete? Enfim! Eu vou esperar para ver.
Ps
Sei que como é habito não vai publicar este comentário e provavelmente considerá-lo ofensivo. Mas pronto, aqui fica o desabafo
Tenho lido com atenção os posts que raramente vai publicando no seu blogue, mas também, o que nos jornais vai dizendo.
Li no jornal da Marinha Grande (de ontem) o seu brilhante artigo de opinião sobre o cabeça de lista do PS às próximas legislativas no Distrito de Leiria. Sobre o Dr. Luís Amado, nada tenho contra. Mas aquela dos “candidatos Para Quedistas” é forte! Só uma inteligência fora do comum poderia inventar essa expressão para os candidatos que não tendo nada a ver com a região, encabeçam e fazem parte das listas de candidatos.
Então caro J.P.P e que chamar aos candidatos do P.S que encabeçam listas e foram metidos à pressão em Distritos a que nada os liga? Que dizer de um dos mais prestigiados deputados do nosso Distrito que por iniciativa sua, foi afastado das listas e transformado num candidato Paraquedista em Setúbal? Francamente!
Quanto à importância do Dr. Luís Amado, não tenho duvidas nenhumas, na sua utilidade para eventualmente usar a sua experiência internacional para dar alguma ajuda aos sectores económicos da Marinha Grande que dependem da exportação, mas e depois das eleições? Se P.S ganhar (como é provável e desejável) e formar governo? Não voltará o Dr. Luís Amado a integrar o Governo? Continuará a dar o apoio que o seu escrito promete? Enfim! Eu vou esperar para ver.
Ps
Sei que como é habito não vai publicar este comentário e provavelmente considerá-lo ofensivo. Mas pronto, aqui fica o desabafo
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Desilusões
Transpus para aqui um escrito do Sr. Armando Constâncio publicado no Jornal da Marinha Grande (na penúltima edição) que achei interessante do ponto de vista do esclarecimento da opinião publica, tanto mais que esse texto (em estilo carta aberta) mais não fazia do que responder a uma carta aos Munícipes distribuída massivamente pelas caixas de correio do Concelho.
Nesse texto A.C. mais não fazia do que por imperativo de consciência pôr os pontos nos (is) ou seja, as virgulas nos números.
Esperei com alguma ansiedade que o Dr. Alberto Cascalho autor e alvo das duas missivas se pronunciasse, pelo menos usando o mesmo veículo de informação.
Desilusão minha! O Dr. Cascalho mostrando claramente que no que toca a valores só sabe ler bem o que lhe dão, não teve a ombridade de assumir com a postura de um candidato digno de poder vir a exercer o lugar a que se candidata, uma das duas posições: Ou de facto mentiu, ou argumentar e mostrar que escreveu a verdade. Não o fazendo por incapacidade técnica ou por falta de respeito pelos Munícipes, encarregou aquele que é o actual Presidente da Assembleia Municipal (fruto da vergonhosa coligação CDU/PSD) de o fazer, mesmo este, conhecido por ser um profissional no tratamento de números, escreveu um texto tão pobrezinho que qualquer merceeiro(sem menosprezo pelo merceeiro) de esquina faria melhor. (fraca nota caro Dr. Luís Guerra Marques). Se houvesse vontade de esclarecer e quisesse contribuir para a verdade podia contradizer os números apresentados, teria capacidade técnica para o fazer (ou obrigação para isso) ponto por ponto, alínea por alínea.
Não vou aqui enumerar o que ficou por esclarecer, outros mais preparados (tecnicamente) o farão, mas claramente ficou muito, aliás se tivesse ficado quieto serviria melhor a candidatura que apoia.
Termino com um manifestação de tristeza. Tenho de há longos anos um grande respeito pelo Dr. Alberto Cascalho. Começo a perde-la. Para se servir um ideal, para se ser coerente com os princípios do Partido em que se milita, não podemos perder nunca a nossa dignidade, nada vale isso!
Nesse texto A.C. mais não fazia do que por imperativo de consciência pôr os pontos nos (is) ou seja, as virgulas nos números.
Esperei com alguma ansiedade que o Dr. Alberto Cascalho autor e alvo das duas missivas se pronunciasse, pelo menos usando o mesmo veículo de informação.
Desilusão minha! O Dr. Cascalho mostrando claramente que no que toca a valores só sabe ler bem o que lhe dão, não teve a ombridade de assumir com a postura de um candidato digno de poder vir a exercer o lugar a que se candidata, uma das duas posições: Ou de facto mentiu, ou argumentar e mostrar que escreveu a verdade. Não o fazendo por incapacidade técnica ou por falta de respeito pelos Munícipes, encarregou aquele que é o actual Presidente da Assembleia Municipal (fruto da vergonhosa coligação CDU/PSD) de o fazer, mesmo este, conhecido por ser um profissional no tratamento de números, escreveu um texto tão pobrezinho que qualquer merceeiro(sem menosprezo pelo merceeiro) de esquina faria melhor. (fraca nota caro Dr. Luís Guerra Marques). Se houvesse vontade de esclarecer e quisesse contribuir para a verdade podia contradizer os números apresentados, teria capacidade técnica para o fazer (ou obrigação para isso) ponto por ponto, alínea por alínea.
Não vou aqui enumerar o que ficou por esclarecer, outros mais preparados (tecnicamente) o farão, mas claramente ficou muito, aliás se tivesse ficado quieto serviria melhor a candidatura que apoia.
Termino com um manifestação de tristeza. Tenho de há longos anos um grande respeito pelo Dr. Alberto Cascalho. Começo a perde-la. Para se servir um ideal, para se ser coerente com os princípios do Partido em que se milita, não podemos perder nunca a nossa dignidade, nada vale isso!
sábado, 8 de agosto de 2009
A minha homenagem ao Raul Solnado
Nestes dias cinzentos, ficamos sem o homem que ainda nos fazia rir.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Mentiras e Verdades
Publicada no Jornal da Marinha Grande edição de hoje.
CARTA ABERTA AO CANDIDATO ALBERTO CASCALHO
Permita-me, caro Dr. Cascalho, que responda à carta aberta que também me endereçou, porque a recebi na minha caixa do correio, na justa medida em que me sinto incomodado com a forma pouco rigorosa, nalguns casos factualmente falsa, como constrói o lançamento da sua candidatura a Presidente da Câmara na expectativa de poder ser eleito, vendo assim legitimada a sua permanência à frente dos destinos do Concelho.
Quero dizer-lhe, com simpatia, que não tinha necessidade de se continuar a desculpar com a “pesada herança”, tanto mais que invoca rácios de concretização da sua Câmara que são esmagadores, face à produção da anterior maioria, acreditando que os seus números reflectem a realidade.
Se começasse a sua carta no sexto parágrafo, em que invoca o que fez, no concreto, e o que vai fazer se for eleito, só lhe ficaria bem e eu não teria sentido a necessidade de o contraditar.
Ora, acontece que fui eu o responsável pela gestão financeira do Município, durante mais de onze anos e tenho de mim a ideia de que o trabalho realizado foi credível, deixando a Câmara da Marinha Grande muito bem colocada no ranking das autarquias portuguesas. Por isso, deixe que lhe apresente alguns números retirados do Relatório e Contas de 2008, da responsabilidade do executivo que dirige e portanto insuspeito de poder estar a ser manipulado.
Centremos então a nossa análise em três situações muito específicas:
- DISPONIBILIDADES DE TESOURARIA
Em 27 de Maio de 2005, quando da apresentação das contas de 2004 à aprovação da A.M., o executivo PS incluiu o Diário de Tesouraria, com um saldo de 1.870.000,00€ em Caixa e Depósitos à Ordem e mais 500.000,00€ em aplicações financeiras de curto prazo.
Em 27 Abril de 2009, nas contas apresentadas pelo seu executivo, foi exibido o mesmo Diário, que em Caixa e DO apresentava um saldo de 1.923.000,00€, mais 800.000,00€ em depósitos a prazo.
Como se pode comprovar, as diferenças nas disponibilidades de tesouraria são irrelevantes e ambas demonstram que os compromissos de curto prazo tinham cobertura suficiente.
Logo, em termos de tesouraria, não vamos encontrar razões para classificar de pouco credível a gestão financeira anterior.
- ARRECADAÇÃO DA RECEITA
Com base nos mapas de demonstração financeira que V. Exa. apresentou nas contas referentes a 2008, aprovadas pela AM, temos alguns dados importantes que podemos comparar, usando critérios iguais e tomando como padrão os últimos biénios do mandato do PS, 2004/2005 e do mandato da CDU/PSD, 2007/2008.
- RECEITAS CORRENTES
Na rubrica “Impostos Directos”, no período 2004/2005, a Câmara Socialista arrecadou 12.338.000,00€.
A mesma receita, no biénio 2007/2008, da responsabilidade de V. Exa., cifrou-se em 15.153.000,00€.
Conclusão; o executivo PCP/PSD arrecadou mais 2.815.000,00€ que o anterior, sendo certo que estes quase 3 milhões de euros saiu dos bolsos dos marinhenses e das suas empresas (Derrama, IMI, IMT, etc.), direitinhos para os cofres da Câmara.
Já quanto às “Transferências Correntes” que vêm da Administração Central, em 2004/2005 elas foram de 8.050.000,00€ e, em 2007/2008 foram de 10.045.000,00€, ou seja, mais 1.995.000,00€ que no mesmo período do mandato anterior, sendo que este dinheiro veio dos impostos que todos os portugueses pagam.
Contas feitas, o executivo que V. Exa. lidera passa a vida a queixar-se do Governo e da Câmara anterior que o impediam de fazer obra, mas só em dois anos, receberam mais 4.810.000,00€, o que, bem gerido, dava para pagar 43% do endividamento total da Câmara à data de 2005.
- RECEITAS DE CAPITAL
Esta receita, em que só uma pequena parte vem da Administração Central e se destina exclusivamente a ser gasta em Investimento, já revela um comportamento bem diferente.
No biénio 2004/2005, o PS arrecadou 9.839.000,00€, que investiu e em 2007/2008, a Câmara PCP/PSD ficou-se pelos 6.539.000,00€.
Quer isto dizer, que receberam a mais de Impostos que todos pagamos, para gastar em Despesa Corrente (má despesa), 4.810.000,00€ e ficaram com menos 3.300.000,00€ de Receitas de Capital para fazer despesa em OBRAS (boa despesa).
É interessante analisar, nos documentos que apresentaram referentes a 2008, o grau de execução da Receita de Capital:
Orçamentaram 15.209.000,00€ e concretizaram 4.555.000,00€, sendo o desvio de -10.654.000,00€.
Em termos de “credibilidade”, do lado das Receitas, estamos conversados.
- DESPESA CORRENTE
Do lado da Despesa, recorrendo sempre aos documentos que integram o Relatório e Contas de 2008, elaborado pelo executivo que dirige, podemos também continuar a comparar os dois biénios.
Neste tipo de despesa “Corrente”, (a má despesa), em 2004/2005 o PS gastou 24.982.000,00€ e a CDU/PSD, em 2007/2008, consumiu 29.251.000,00€, o que significa que fez aumentar a despesa em + 17% (4.269.000,00€).
- DESPESA DE CAPITAL
Neste tipo de despesa, que se destina a fazer OBRAS, em 2004/2005 o PS investiu 13.663.000,00€ e em 2007/2008, a CDU/PSD gastou 10.682.000,00€, ou seja, baixou os investimentos em 22% em dois anos (-2.981.000,00€).
Como em 2006 só gastaram 3.982.000,00€ e mais de 70% foi para pagar obra deixada feita pela Câmara anterior a que pertenci, não vejo como e com base em quê se pode afirmar, que investiram mais 107% em estradas, 40% em abastecimento de água, 128% em saneamento, etc.
O problema é que não vejo eu, através da análise dos números, nem vêm os munícipes com os dois olhos que a terra há-de comer.
Sendo assim e porque os números aqui tratados são da responsabilidade da actual maioria, posso concluir que alguém está a mentir aos marinhenses.
Ou mente o candidato Alberto Cascalho, ou mentem as contas oficiais da Câmara, apresentadas pelo Presidente em exercício… Alberto Cascalho.
Já agora, para sermos consequentes, porque credível já se percebeu quem é, pode enumerar dois ou três casos em que o dinheiro foi mal aplicado e possa ser classificado como “despesismo inconsequente”?
Se puder, eu agradeço, porque me sinto co-responsável por elas e gostaria, pelo menos para mim, de tirar as devidas ilações.
PS.
Só por curiosidade, na página 66 do Relatório de 2008, vem expresso que em 2004/2005as Remunerações dos Órgãos Autárquicos foram de 156.150,00€ e em 2007/2008 foram de 389.400,00€???
Até pode ter uma explicação aceitável, mas como não sei, chamo-lhe DESPESISMO (com consequências).
Do Amigo
Armando Constâncio
CARTA ABERTA AO CANDIDATO ALBERTO CASCALHO
Permita-me, caro Dr. Cascalho, que responda à carta aberta que também me endereçou, porque a recebi na minha caixa do correio, na justa medida em que me sinto incomodado com a forma pouco rigorosa, nalguns casos factualmente falsa, como constrói o lançamento da sua candidatura a Presidente da Câmara na expectativa de poder ser eleito, vendo assim legitimada a sua permanência à frente dos destinos do Concelho.
Quero dizer-lhe, com simpatia, que não tinha necessidade de se continuar a desculpar com a “pesada herança”, tanto mais que invoca rácios de concretização da sua Câmara que são esmagadores, face à produção da anterior maioria, acreditando que os seus números reflectem a realidade.
Se começasse a sua carta no sexto parágrafo, em que invoca o que fez, no concreto, e o que vai fazer se for eleito, só lhe ficaria bem e eu não teria sentido a necessidade de o contraditar.
Ora, acontece que fui eu o responsável pela gestão financeira do Município, durante mais de onze anos e tenho de mim a ideia de que o trabalho realizado foi credível, deixando a Câmara da Marinha Grande muito bem colocada no ranking das autarquias portuguesas. Por isso, deixe que lhe apresente alguns números retirados do Relatório e Contas de 2008, da responsabilidade do executivo que dirige e portanto insuspeito de poder estar a ser manipulado.
Centremos então a nossa análise em três situações muito específicas:
- DISPONIBILIDADES DE TESOURARIA
Em 27 de Maio de 2005, quando da apresentação das contas de 2004 à aprovação da A.M., o executivo PS incluiu o Diário de Tesouraria, com um saldo de 1.870.000,00€ em Caixa e Depósitos à Ordem e mais 500.000,00€ em aplicações financeiras de curto prazo.
Em 27 Abril de 2009, nas contas apresentadas pelo seu executivo, foi exibido o mesmo Diário, que em Caixa e DO apresentava um saldo de 1.923.000,00€, mais 800.000,00€ em depósitos a prazo.
Como se pode comprovar, as diferenças nas disponibilidades de tesouraria são irrelevantes e ambas demonstram que os compromissos de curto prazo tinham cobertura suficiente.
Logo, em termos de tesouraria, não vamos encontrar razões para classificar de pouco credível a gestão financeira anterior.
- ARRECADAÇÃO DA RECEITA
Com base nos mapas de demonstração financeira que V. Exa. apresentou nas contas referentes a 2008, aprovadas pela AM, temos alguns dados importantes que podemos comparar, usando critérios iguais e tomando como padrão os últimos biénios do mandato do PS, 2004/2005 e do mandato da CDU/PSD, 2007/2008.
- RECEITAS CORRENTES
Na rubrica “Impostos Directos”, no período 2004/2005, a Câmara Socialista arrecadou 12.338.000,00€.
A mesma receita, no biénio 2007/2008, da responsabilidade de V. Exa., cifrou-se em 15.153.000,00€.
Conclusão; o executivo PCP/PSD arrecadou mais 2.815.000,00€ que o anterior, sendo certo que estes quase 3 milhões de euros saiu dos bolsos dos marinhenses e das suas empresas (Derrama, IMI, IMT, etc.), direitinhos para os cofres da Câmara.
Já quanto às “Transferências Correntes” que vêm da Administração Central, em 2004/2005 elas foram de 8.050.000,00€ e, em 2007/2008 foram de 10.045.000,00€, ou seja, mais 1.995.000,00€ que no mesmo período do mandato anterior, sendo que este dinheiro veio dos impostos que todos os portugueses pagam.
Contas feitas, o executivo que V. Exa. lidera passa a vida a queixar-se do Governo e da Câmara anterior que o impediam de fazer obra, mas só em dois anos, receberam mais 4.810.000,00€, o que, bem gerido, dava para pagar 43% do endividamento total da Câmara à data de 2005.
- RECEITAS DE CAPITAL
Esta receita, em que só uma pequena parte vem da Administração Central e se destina exclusivamente a ser gasta em Investimento, já revela um comportamento bem diferente.
No biénio 2004/2005, o PS arrecadou 9.839.000,00€, que investiu e em 2007/2008, a Câmara PCP/PSD ficou-se pelos 6.539.000,00€.
Quer isto dizer, que receberam a mais de Impostos que todos pagamos, para gastar em Despesa Corrente (má despesa), 4.810.000,00€ e ficaram com menos 3.300.000,00€ de Receitas de Capital para fazer despesa em OBRAS (boa despesa).
É interessante analisar, nos documentos que apresentaram referentes a 2008, o grau de execução da Receita de Capital:
Orçamentaram 15.209.000,00€ e concretizaram 4.555.000,00€, sendo o desvio de -10.654.000,00€.
Em termos de “credibilidade”, do lado das Receitas, estamos conversados.
- DESPESA CORRENTE
Do lado da Despesa, recorrendo sempre aos documentos que integram o Relatório e Contas de 2008, elaborado pelo executivo que dirige, podemos também continuar a comparar os dois biénios.
Neste tipo de despesa “Corrente”, (a má despesa), em 2004/2005 o PS gastou 24.982.000,00€ e a CDU/PSD, em 2007/2008, consumiu 29.251.000,00€, o que significa que fez aumentar a despesa em + 17% (4.269.000,00€).
- DESPESA DE CAPITAL
Neste tipo de despesa, que se destina a fazer OBRAS, em 2004/2005 o PS investiu 13.663.000,00€ e em 2007/2008, a CDU/PSD gastou 10.682.000,00€, ou seja, baixou os investimentos em 22% em dois anos (-2.981.000,00€).
Como em 2006 só gastaram 3.982.000,00€ e mais de 70% foi para pagar obra deixada feita pela Câmara anterior a que pertenci, não vejo como e com base em quê se pode afirmar, que investiram mais 107% em estradas, 40% em abastecimento de água, 128% em saneamento, etc.
O problema é que não vejo eu, através da análise dos números, nem vêm os munícipes com os dois olhos que a terra há-de comer.
Sendo assim e porque os números aqui tratados são da responsabilidade da actual maioria, posso concluir que alguém está a mentir aos marinhenses.
Ou mente o candidato Alberto Cascalho, ou mentem as contas oficiais da Câmara, apresentadas pelo Presidente em exercício… Alberto Cascalho.
Já agora, para sermos consequentes, porque credível já se percebeu quem é, pode enumerar dois ou três casos em que o dinheiro foi mal aplicado e possa ser classificado como “despesismo inconsequente”?
Se puder, eu agradeço, porque me sinto co-responsável por elas e gostaria, pelo menos para mim, de tirar as devidas ilações.
PS.
Só por curiosidade, na página 66 do Relatório de 2008, vem expresso que em 2004/2005as Remunerações dos Órgãos Autárquicos foram de 156.150,00€ e em 2007/2008 foram de 389.400,00€???
Até pode ter uma explicação aceitável, mas como não sei, chamo-lhe DESPESISMO (com consequências).
Do Amigo
Armando Constâncio
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
A escolha dos representantes do povo na casa da Democracia
Concluída a escolha dos candidatos a deputados por praticamente todos os partidos com potencial para elegerem deputados à próxima legislatura, sinto que a nossa democracia está cada vez mais pobre.
Se o meu sentido de voto não estivesse já praticamente defenido e tivesse que escolher pelos candidatos apresentados pelos diversos partidos, teria alguma dificuldade em escolher o partido em quem votar. A luta por lugares; as traições; a ingratidão; o pagamento de favores o seguidismo ao "chefe" do momento, é confrangedor.
Não tendo eu qualquer actividade ou ligação partidária, conheço varias pessoas que a têm. Costumo perguntar qual o seu contributo para a escolha deste ou daquele candidato. Ainda não encontrei ninguém (e refiro-me a diversas tendências) que me tivesse respondido que participou numa reunião onde foram discutidos nomes e à volta de algum, foram gerados consensos.
E se a nível local ninguém fora dos aparelhos partidários é ouvido, que dizer das reuniões distritais e nacionais onde se vê a "unanimidade" demonstrada.
Não quero dizer que não há, gente de valor nas listas, mas digo que falta muita outra gente ligada à vida (a de cá de fora) que sinta na pele os reais problemas com que depara grande parte da nossa sociedade; gente que no parlamento contribuísse para a discussão e contribuisse para as decisões acertadas que urge tomar.
O espectáculo vivido nestes últimos dias é deprimente. Quando a preocupação fundamental devia ser a de voltar a trazer às mesas de voto centenas de milhares de eleitores que delas se têm afastado, parece-me que o efeito está a ser precisamente o contrário.
Já vivi muitos períodos pré-eleitorais e não me recordo nunca de ver tanto desinteresse pelos próximos resultados eleitorais.
Temo que cada vez menos Portugueses se sintam representados no parlamento o que não augura nada de bom.
Não foi para isto que se construiu a Democracia e se lutou pela Liberdade.
ASAE
Do melhor que tenho lido...Com a devida vénia ao autor e ao Jornal De Leiria
As tropelias da ASAE, os critérios da União
Europeia e a passividade das autarquias
Moisés Espírito Santo, professor catedrático de Sociologia
A ASAE, polícia criada pelo governo de Sócrates, foi declarada inconstitucional pelo Tribunal
da Relação de Lisboa. Vimos nas televisões as suas tropelias. Para fiscalizar os mercados
baratos e muito frequentados, convocava as televisões, e os seus agentes -
armados e encapuzados como salteadores - entravam de rompante, baldeavam tudo
e levavam. Fez mil malvadezes. Apreender todo o peixe duma faina, sob o pretexto de que as
canastas já foram utilizadas, é como esfregar um olho. Ataca sobretudo nos meios populares
e suburbanos. Por dá-cá-aquela-palha - a que ela chama “higiene” - já fechou centenas de
pequenas empresas, restaurantes, tabernas, queijarias (só empresas pequenas). Uma fabriqueta
de amêndoas precisa de mais uma sala; aos pastéis da praia falta um papel celofane; em
certas cozinhas a questão são uns azulejos; por cada bolo exige-se uma «ficha técnica». Queijos
serranos, doces e enchidos caseiros, vinho do pipo, sopa em tabernas ou pastelarias... tudo
fora da lei. Lembra os Vampiros de Zeca Afonso - para gáudio dos grandes produtores. Invoca
as leis da “Europa”?
Os responsáveis europeus até se demarcaram destes abusos, em favor da tolerância pelas
culturas. Declarada inconstitucional pela Relação de Lisboa, a ASAE recorreu para o Tribunal Constitucional.
Aqui pode ganhar. Este tribunal é constituído por juízes nomeados pelo Governo e pelos partidos
maiores. Que confiança merecem os juízes nomeados pelo Governo? As operações da ASAE -
inspiradas nos filmes de gangsteres - vão de par com a lei da União Europeia sobre a calibragem dos frutos e legumes.
Maçãs, pêras, ameixas, pepinos, nabos, cenouras e tutti quanti para serem comercializados, têm de ter certa
grossura (desde quando é que as qualidades nutrientes duma pêra dependem do seu diâmetro?). É evidente que
esta calibragem foi ditada pelos grandes produtores. Acabou de ser levantada «para 26 frutos e legumes (25% do
mercado)». Porquê só 26? E o que é que UE faz da concorrência? Quantos prejuízos não provocou essa burrice? E
quem indemniza os lesados? Milhares de agricultores portugueses deixaram de colher a azeitona porque se impuseram
«regras de higiene» que levaram ao fecho de pequenos lagares de azeite. Sem lagares de azeite nas redondezas,
não se colhe a azeitona. Fim do pequeno olival.
Eles dizem “higiene”? Passa muita arbitrariedade sob o coberto da higiene. Quer estas regras venham
da UE, da ASAE ou da puericultora da vila, a higiene é uma coisa relativa: num hospital é importante,
nos campos, na aldeia e nas cozinhas domésticas, nem por isso. Quantos portugueses morreram
por a azeitona ter sido moída assim ou assado? Há muita vontade de distinção classista
nestas modernas questões de higiene. Há poucos anos, um alto-comissário da Europa, alemão, foi a Espanha
para reformular os apoios à agricultura, e os anfitriões levaram-no a ver a apanha da azeitona. O alemão,
vendo as belas azeitonas reluzentes, apanhou uma da árvore e ia levá-la à boca quando a anfitriã,
Loyola de Palácios, lhe baixou a mão para lhe dizer que as azeitonas não se consomem assim. É um exemplo
de como os Comissários que decidem sobre frutos, legumes ou azeite, touros ou suínos, só conhecem
essas coisas por as comprarem no supermercado ou as terem visto em fotografia.
Qual câmara defendeu os seus artesãos, restauradores ou taberneiros dos terrores da
ASAE? Ou os cultivadores de maçã reineta ou camoeza, de pêra-amêndoa ou rabiça
e tutti frutti que chumbavam na calibragem? Uma Câmara devia encabeçar ou apoiar
os justos protextos e reinvindicações dos seus munícipes. Mas nada disso se vê. As
Câmaras só se têm importado por espalhar betão - para satisfazer os amigos das empresas de
construção. Elas põem alguns nostálgicos a falar de «património cultural», mas é só pelo folclore
que caducou. Na defesa da economia local e das pessoas, agricultores familiares, empresários
modestos, queijeiras ou boleiras sem “cunhas” (mas a quem pedem votos), desempregados,
vítimas das injustiças do Estado e dos critérios da UE, o balanço municipal pode ser
zero.
As tropelias da ASAE, os critérios da União
Europeia e a passividade das autarquias
Moisés Espírito Santo, professor catedrático de Sociologia
A ASAE, polícia criada pelo governo de Sócrates, foi declarada inconstitucional pelo Tribunal
da Relação de Lisboa. Vimos nas televisões as suas tropelias. Para fiscalizar os mercados
baratos e muito frequentados, convocava as televisões, e os seus agentes -
armados e encapuzados como salteadores - entravam de rompante, baldeavam tudo
e levavam. Fez mil malvadezes. Apreender todo o peixe duma faina, sob o pretexto de que as
canastas já foram utilizadas, é como esfregar um olho. Ataca sobretudo nos meios populares
e suburbanos. Por dá-cá-aquela-palha - a que ela chama “higiene” - já fechou centenas de
pequenas empresas, restaurantes, tabernas, queijarias (só empresas pequenas). Uma fabriqueta
de amêndoas precisa de mais uma sala; aos pastéis da praia falta um papel celofane; em
certas cozinhas a questão são uns azulejos; por cada bolo exige-se uma «ficha técnica». Queijos
serranos, doces e enchidos caseiros, vinho do pipo, sopa em tabernas ou pastelarias... tudo
fora da lei. Lembra os Vampiros de Zeca Afonso - para gáudio dos grandes produtores. Invoca
as leis da “Europa”?
Os responsáveis europeus até se demarcaram destes abusos, em favor da tolerância pelas
culturas. Declarada inconstitucional pela Relação de Lisboa, a ASAE recorreu para o Tribunal Constitucional.
Aqui pode ganhar. Este tribunal é constituído por juízes nomeados pelo Governo e pelos partidos
maiores. Que confiança merecem os juízes nomeados pelo Governo? As operações da ASAE -
inspiradas nos filmes de gangsteres - vão de par com a lei da União Europeia sobre a calibragem dos frutos e legumes.
Maçãs, pêras, ameixas, pepinos, nabos, cenouras e tutti quanti para serem comercializados, têm de ter certa
grossura (desde quando é que as qualidades nutrientes duma pêra dependem do seu diâmetro?). É evidente que
esta calibragem foi ditada pelos grandes produtores. Acabou de ser levantada «para 26 frutos e legumes (25% do
mercado)». Porquê só 26? E o que é que UE faz da concorrência? Quantos prejuízos não provocou essa burrice? E
quem indemniza os lesados? Milhares de agricultores portugueses deixaram de colher a azeitona porque se impuseram
«regras de higiene» que levaram ao fecho de pequenos lagares de azeite. Sem lagares de azeite nas redondezas,
não se colhe a azeitona. Fim do pequeno olival.
Eles dizem “higiene”? Passa muita arbitrariedade sob o coberto da higiene. Quer estas regras venham
da UE, da ASAE ou da puericultora da vila, a higiene é uma coisa relativa: num hospital é importante,
nos campos, na aldeia e nas cozinhas domésticas, nem por isso. Quantos portugueses morreram
por a azeitona ter sido moída assim ou assado? Há muita vontade de distinção classista
nestas modernas questões de higiene. Há poucos anos, um alto-comissário da Europa, alemão, foi a Espanha
para reformular os apoios à agricultura, e os anfitriões levaram-no a ver a apanha da azeitona. O alemão,
vendo as belas azeitonas reluzentes, apanhou uma da árvore e ia levá-la à boca quando a anfitriã,
Loyola de Palácios, lhe baixou a mão para lhe dizer que as azeitonas não se consomem assim. É um exemplo
de como os Comissários que decidem sobre frutos, legumes ou azeite, touros ou suínos, só conhecem
essas coisas por as comprarem no supermercado ou as terem visto em fotografia.
Qual câmara defendeu os seus artesãos, restauradores ou taberneiros dos terrores da
ASAE? Ou os cultivadores de maçã reineta ou camoeza, de pêra-amêndoa ou rabiça
e tutti frutti que chumbavam na calibragem? Uma Câmara devia encabeçar ou apoiar
os justos protextos e reinvindicações dos seus munícipes. Mas nada disso se vê. As
Câmaras só se têm importado por espalhar betão - para satisfazer os amigos das empresas de
construção. Elas põem alguns nostálgicos a falar de «património cultural», mas é só pelo folclore
que caducou. Na defesa da economia local e das pessoas, agricultores familiares, empresários
modestos, queijeiras ou boleiras sem “cunhas” (mas a quem pedem votos), desempregados,
vítimas das injustiças do Estado e dos critérios da UE, o balanço municipal pode ser
zero.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
E sempre que um homem sonha...
FINALMENTE… A TUMG JÁ ROLA - Armando Constâncio
A velha máxima “mais vale tarde que nunca” aplica-se aqui, com toda a propriedade. Com, pelo menos, trinta e seis meses de atraso, os transportes urbanos da Marinha Grande estão a dar os primeiros passos, mas só numa das funções para que foram criados.
Penso que é unânime o reconhecimento de que se trata de um projecto que os marinhenses validavam como importante, bem como não custa reconhecer que a campanha publicitária de lançamento do serviço foi muito bem concebida, é esteticamente perfeita e extremamente eficaz na mensagem que quer transmitir. Felicito por isso os seus autores.
Decorridos que já vão quase quatro anos de afastamento da actividade política, resolvi agora ditar alguns apontamentos, cujo objectivo é contribuir para que o projecto da Tumg seja assumido na sua integralidade, recorrendo a algumas reflexões que lhe estiveram na génese.
A Tumg começou a ser pensada na minha cabeça, em Junho ou Julho de 1993, se me não falha a memória, quando Álvaro Órfão fez a apresentação oficial da sua candidatura à Câmara Municipal, no Sport Operário Marinhense.
Sala cheia, ambiente de esperança e um discurso do candidato que fez o apelo à conquista da modernidade, expondo ideias e esgrimindo argumentos, muito sustentados pela qualidade de vida de que desfrutou na Suíça, durante os anos que lá viveu. Um dos temas abordados por Álvaro Órfão foi a necessidade de uma rede local de transportes.
Espectador e ouvinte atento, ainda sem nenhum compromisso assumido com o PS, “gravei” o que achei interessante e aí, nessa sessão, fui apresentado ao candidato que não conhecia pessoalmente.
O que sucedeu a seguir é conhecido e no segundo mandato, quando a pressão sobre a actividade da Câmara para resolver os problemas mais agudos abrandou, começou-se a definir um Plano Estratégico para a Marinha Grande. Melhorar as acessibilidades dos lugares mais periféricos ao Centro da Cidade, revitalizar o Centro Histórico, recuperar o Património Stephens, criar grandes zonas verdes de lazer, rasgar ciclo-vias, ligar a Zona Desportiva ao Centro por corredores verdes, criar um Centro Multi-modal de Transportes e zonas de estacionamento condicionado, encaixavam em novos conceitos de mobilidade que seria necessário assumir, ressurgindo aqui a ideia do então candidato Álvaro Órfão, que apontava para a criação de uma rede de transportes municipais.
Fazia todo o sentido esta estratégia, que apontava para ligações radiais, tipo “shutle”(vai/vem), dos lugares ao Centro e à zona Industrial, entroncando depois em circuitos circulares que serviam de forma intensiva a zona do comércio tradicional.
Sabendo-se que a actividade de transportes públicos é altamente deficitária, os estatutos da Tumg consagravam também a gestão do Parque de Máquinas e viaturas da Câmara, a gestão das zonas de estacionamento condicionadas e cheguei a elaborar, com a colaboração do Eng.º Massano, um pré-estudo de viabilidade económico-financeira, para a eventual e futura exploração da recolha de resíduos sólidos urbanos, parecendo-me que faz todo o sentido voltar a estudar esta possibilidade.
Com este pacote de actividades que ficariam a cargo da Tumg, a que se acrescentavam os transportes escolares e os apoios às Colectividades e Associações de Reformados, estavam reunidas condições para a sustentabilidade financeira da empresa, libertando a Câmara de tarefas para as quais tinha dificuldade em encontrar soluções, com destaque para as irregularidades na gestão dos horários de trabalho dos motoristas, pagamento de horas extras e controlar e tornar eficazes planos de manutenção da frota de viaturas.
Aprovaram-se os Estatutos e o estudo de viabilidade que era obrigatório, arranjaram-se instalações dignas, contratou-se um técnico com formação académica e profissional, ex-quadro da Rodoviária do Tejo, desenharam-se os circuitos, criou-se o ticket que tornava dispensável o uso de máquinas de pagamento ou parquímetros, fizeram-se reuniões com a ACIMG, as máquinas e viaturas passaram para activos da TUMG, adquiriram-se os dois primeiros novos autocarros Mercedes, de uma frota que deverá ter seis, mais um usado.
Quando, apesar da oposição sistemática da CDU, o projecto estava na fase final de implementação, surgiu um problema de ordem legal, não detectado pelos juristas da Câmara, que impedia a TUMG de fazer o aluguer de camiões de transporte da carga com mais de 5 TON., porque para essa actividade de transporte de mercadorias era necessário um alvará específico, a emitir pela Dir. Geral de Transportes Terrestres.
A partir daqui construiu-se a teoria das ilegalidades em que a TUMG estaria atolada, quando bastaria uma simples operação contabilística com a revenda dessas viaturas à Câmara, pelo valor de balanço, para que tudo ficasse sanado.
Este ridículo episódio, que se poderia resolver em poucos dias, serviu para sustentar a justificação do anunciado encerramento da empresa e tem sido usado agora, que se percebeu que a TUMG é um trunfo eleitoral, para justificar 4 anos de atraso.
Quero deixar claro que é bom para os Marinhenses que os transportes funcionem, mas é preciso dizer que, para subcontratar na Rodoviária do Tejo este serviço, o que na linguagem política usada pela CDU significa PRIVATIZAR um serviço público, nunca seriam necessários quase 4 anos.
Acho que deve ser um imperativo da força política que ganhar as eleições, qualquer que ela seja, retomar a estratégia traçada:
Fazer a gestão directa da rede de transportes, utilizando os motoristas da Câmara em regime de destacamento, ou outro enquadramento legal, que lhes garanta os direitos adquiridos, mas permita uma gestão de recursos humanos mais flexível e eficaz, com ganhos de produtividade e aumento de rendimento para os trabalhadores.
Alargar as linhas às zonas mais afastadas, Pilado, Amieira, Pêro Neto, Albergaria, Picassinos, Pedra/Fonte Santa, de forma a, gradualmente, se retirarem centenas de carros de circulação na cidade.
Intensificar os circuitos que servem as zonas de comércio tradicional, mesmo transitando em ruas fechadas ao trânsito automóvel.
Avançar com a construção do Centro Multimodal de Transportes, no chamado Parque da Móbil, para onde se transferiria a Gare da Rodoviária, se localizaria uma praça de táxis central, se daria forma a um parque de estacionamento bem estruturado e onde a Tumg teria uma plataforma de distribuição de várias ligações.
Retomar o projecto da transferência do Quartel dos Bombeiros para o lote de terreno no Casal de Malta reservado para esse efeito, construindo-se um parque subterrâneo, com jardim por cima, ligado ao Parque da Cerca e com um acesso pedonal subterrâneo ao renovado Edifício da Resinagem, onde se devem localizar duas salas de cinema.
Pôr em prática a gestão dos estacionamentos condicionados, especialmente no Centro Tradicional, para que fiquem estacionamentos disponíveis para os clientes, que agora estão impedidos de estacionar porque os lugares estão ocupados, das oito horas da manhã às dezanove horas, por viaturas de funcionários da Câmara, dos Bancos e até dos próprios comerciantes.
Retomar a actividade prevista nos estatutos, da gestão, manutenção e aluguer de máquinas e viaturas, emagrecendo a estrutura ineficaz da Autarquia, aumentando a eficácia e a eficiência dessa estrutura porque dispõe de técnico qualificado, o que iria gerar, com as receitas dos alugueres, os recursos financeiros suficientes para suportar os custos deficitários dos transportes públicos municipais.
Se a actividade da TUMG se confinar a uma empresa que se limita a fazer contratos de aluguer de autocarros de outras empresas privadas, então não me parece que se justifique a sua existência, porque o departamento de compras da Câmara está apto a fazer isso, como faz a aquisição de qualquer outro serviço.
Como marinhense, como munícipe e como cidadão do mundo, espero e desejo, que se concretizem acções pensadas e desenhadas num contexto coerente de planeamento, em vez de medidas desgarradas que servem para justificar o foguetório da propaganda, mas não cumprem, cabalmente, os objectivos para que foram criadas.
Ainda assim, é para mim motivo de alegria ver aqueles autocarros a circular, mesmo sendo alugados e os que precisam agradecem
A velha máxima “mais vale tarde que nunca” aplica-se aqui, com toda a propriedade. Com, pelo menos, trinta e seis meses de atraso, os transportes urbanos da Marinha Grande estão a dar os primeiros passos, mas só numa das funções para que foram criados.
Penso que é unânime o reconhecimento de que se trata de um projecto que os marinhenses validavam como importante, bem como não custa reconhecer que a campanha publicitária de lançamento do serviço foi muito bem concebida, é esteticamente perfeita e extremamente eficaz na mensagem que quer transmitir. Felicito por isso os seus autores.
Decorridos que já vão quase quatro anos de afastamento da actividade política, resolvi agora ditar alguns apontamentos, cujo objectivo é contribuir para que o projecto da Tumg seja assumido na sua integralidade, recorrendo a algumas reflexões que lhe estiveram na génese.
A Tumg começou a ser pensada na minha cabeça, em Junho ou Julho de 1993, se me não falha a memória, quando Álvaro Órfão fez a apresentação oficial da sua candidatura à Câmara Municipal, no Sport Operário Marinhense.
Sala cheia, ambiente de esperança e um discurso do candidato que fez o apelo à conquista da modernidade, expondo ideias e esgrimindo argumentos, muito sustentados pela qualidade de vida de que desfrutou na Suíça, durante os anos que lá viveu. Um dos temas abordados por Álvaro Órfão foi a necessidade de uma rede local de transportes.
Espectador e ouvinte atento, ainda sem nenhum compromisso assumido com o PS, “gravei” o que achei interessante e aí, nessa sessão, fui apresentado ao candidato que não conhecia pessoalmente.
O que sucedeu a seguir é conhecido e no segundo mandato, quando a pressão sobre a actividade da Câmara para resolver os problemas mais agudos abrandou, começou-se a definir um Plano Estratégico para a Marinha Grande. Melhorar as acessibilidades dos lugares mais periféricos ao Centro da Cidade, revitalizar o Centro Histórico, recuperar o Património Stephens, criar grandes zonas verdes de lazer, rasgar ciclo-vias, ligar a Zona Desportiva ao Centro por corredores verdes, criar um Centro Multi-modal de Transportes e zonas de estacionamento condicionado, encaixavam em novos conceitos de mobilidade que seria necessário assumir, ressurgindo aqui a ideia do então candidato Álvaro Órfão, que apontava para a criação de uma rede de transportes municipais.
Fazia todo o sentido esta estratégia, que apontava para ligações radiais, tipo “shutle”(vai/vem), dos lugares ao Centro e à zona Industrial, entroncando depois em circuitos circulares que serviam de forma intensiva a zona do comércio tradicional.
Sabendo-se que a actividade de transportes públicos é altamente deficitária, os estatutos da Tumg consagravam também a gestão do Parque de Máquinas e viaturas da Câmara, a gestão das zonas de estacionamento condicionadas e cheguei a elaborar, com a colaboração do Eng.º Massano, um pré-estudo de viabilidade económico-financeira, para a eventual e futura exploração da recolha de resíduos sólidos urbanos, parecendo-me que faz todo o sentido voltar a estudar esta possibilidade.
Com este pacote de actividades que ficariam a cargo da Tumg, a que se acrescentavam os transportes escolares e os apoios às Colectividades e Associações de Reformados, estavam reunidas condições para a sustentabilidade financeira da empresa, libertando a Câmara de tarefas para as quais tinha dificuldade em encontrar soluções, com destaque para as irregularidades na gestão dos horários de trabalho dos motoristas, pagamento de horas extras e controlar e tornar eficazes planos de manutenção da frota de viaturas.
Aprovaram-se os Estatutos e o estudo de viabilidade que era obrigatório, arranjaram-se instalações dignas, contratou-se um técnico com formação académica e profissional, ex-quadro da Rodoviária do Tejo, desenharam-se os circuitos, criou-se o ticket que tornava dispensável o uso de máquinas de pagamento ou parquímetros, fizeram-se reuniões com a ACIMG, as máquinas e viaturas passaram para activos da TUMG, adquiriram-se os dois primeiros novos autocarros Mercedes, de uma frota que deverá ter seis, mais um usado.
Quando, apesar da oposição sistemática da CDU, o projecto estava na fase final de implementação, surgiu um problema de ordem legal, não detectado pelos juristas da Câmara, que impedia a TUMG de fazer o aluguer de camiões de transporte da carga com mais de 5 TON., porque para essa actividade de transporte de mercadorias era necessário um alvará específico, a emitir pela Dir. Geral de Transportes Terrestres.
A partir daqui construiu-se a teoria das ilegalidades em que a TUMG estaria atolada, quando bastaria uma simples operação contabilística com a revenda dessas viaturas à Câmara, pelo valor de balanço, para que tudo ficasse sanado.
Este ridículo episódio, que se poderia resolver em poucos dias, serviu para sustentar a justificação do anunciado encerramento da empresa e tem sido usado agora, que se percebeu que a TUMG é um trunfo eleitoral, para justificar 4 anos de atraso.
Quero deixar claro que é bom para os Marinhenses que os transportes funcionem, mas é preciso dizer que, para subcontratar na Rodoviária do Tejo este serviço, o que na linguagem política usada pela CDU significa PRIVATIZAR um serviço público, nunca seriam necessários quase 4 anos.
Acho que deve ser um imperativo da força política que ganhar as eleições, qualquer que ela seja, retomar a estratégia traçada:
Fazer a gestão directa da rede de transportes, utilizando os motoristas da Câmara em regime de destacamento, ou outro enquadramento legal, que lhes garanta os direitos adquiridos, mas permita uma gestão de recursos humanos mais flexível e eficaz, com ganhos de produtividade e aumento de rendimento para os trabalhadores.
Alargar as linhas às zonas mais afastadas, Pilado, Amieira, Pêro Neto, Albergaria, Picassinos, Pedra/Fonte Santa, de forma a, gradualmente, se retirarem centenas de carros de circulação na cidade.
Intensificar os circuitos que servem as zonas de comércio tradicional, mesmo transitando em ruas fechadas ao trânsito automóvel.
Avançar com a construção do Centro Multimodal de Transportes, no chamado Parque da Móbil, para onde se transferiria a Gare da Rodoviária, se localizaria uma praça de táxis central, se daria forma a um parque de estacionamento bem estruturado e onde a Tumg teria uma plataforma de distribuição de várias ligações.
Retomar o projecto da transferência do Quartel dos Bombeiros para o lote de terreno no Casal de Malta reservado para esse efeito, construindo-se um parque subterrâneo, com jardim por cima, ligado ao Parque da Cerca e com um acesso pedonal subterrâneo ao renovado Edifício da Resinagem, onde se devem localizar duas salas de cinema.
Pôr em prática a gestão dos estacionamentos condicionados, especialmente no Centro Tradicional, para que fiquem estacionamentos disponíveis para os clientes, que agora estão impedidos de estacionar porque os lugares estão ocupados, das oito horas da manhã às dezanove horas, por viaturas de funcionários da Câmara, dos Bancos e até dos próprios comerciantes.
Retomar a actividade prevista nos estatutos, da gestão, manutenção e aluguer de máquinas e viaturas, emagrecendo a estrutura ineficaz da Autarquia, aumentando a eficácia e a eficiência dessa estrutura porque dispõe de técnico qualificado, o que iria gerar, com as receitas dos alugueres, os recursos financeiros suficientes para suportar os custos deficitários dos transportes públicos municipais.
Se a actividade da TUMG se confinar a uma empresa que se limita a fazer contratos de aluguer de autocarros de outras empresas privadas, então não me parece que se justifique a sua existência, porque o departamento de compras da Câmara está apto a fazer isso, como faz a aquisição de qualquer outro serviço.
Como marinhense, como munícipe e como cidadão do mundo, espero e desejo, que se concretizem acções pensadas e desenhadas num contexto coerente de planeamento, em vez de medidas desgarradas que servem para justificar o foguetório da propaganda, mas não cumprem, cabalmente, os objectivos para que foram criadas.
Ainda assim, é para mim motivo de alegria ver aqueles autocarros a circular, mesmo sendo alugados e os que precisam agradecem
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Sem comentários(2)
A gratidão é um fruto de grande cultura; não se encontra entre gente vulgar".
Autor: Samuel Johnson
Autor: Samuel Johnson
terça-feira, 28 de julho de 2009
Sem comentários
Marinhense Osvaldo Castro 'deixa' Leiria para avançar por Setúbal nas Legislativas O marinhense Osvaldo Castro não entra na lista de Leiria no sufrágio das Legislativas, integrando, pela primeira vez, o boletim de voto do PS pelo distrito de Setúbal. O socialista, um dos mais antigos deputados na Assembleia da República, e actualmente presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, é o sétimo na lista setubalense. As listas de candidatos a deputados socialistas foram votadas no sábado à noite em reunião da Comissão Política do PS, sendo que um dos casos mais problemáticos na formação das listas foi a exclusão de Osvaldo Castro dos nomes aprovados pelo PS/Leiria, avançou a agência Lusa. Em alternativa, o socialista - um dos mais destacados deputados do PS e com longa militância política na Marinha Grande - acabou por entrar na quota de 30 por cento dos nomes que o secretário-geral do PS, José Sócrates, tem o poder de indicar, ficando no sétimo lugar por Setúbal. Nas últimas Eleições Legislativas, em que o PS teve maioria absoluta, os socialistas elegeram oito deputados no círculo setubalense. À frente de Osvaldo de Castro, entre o primeiro e o sétimo lugar por Setúbal, entram Vieira da Silva, Eduardo Cabrita, Eurídice Pereira, Pedro Marques, Ana Catarina Mendes e um nome indicado pelo departamento das Mulheres Socialistas.No final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, o porta-voz dos socialistas, João Tiago Silveira, afirmou que as listas de candidatos a deputados "foram aprovadas com larguíssima maioria e com larguíssimo consenso"."As listas foram aprovadas com rapidez e antes tinham sido sujeitas a um intenso debate no PS. Houve debate antes, houve apreciação agora e houve uma votação esmagadora no sentido da aprovação destas listas", declarou João Tiago Silveira. Aveiro foi a excepção, ao registar oito rejeições, devido à não inclusão do secretário-geral adjunto da JS Pedro Vaz.Ministro Luís Amado lidera listaO ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, será o cabeça de lista dos socialistas por Leiria. O governante é natural de Porto de Mós e substitui no topo da lista do PS o actual ministro da Justiça, Alberto Costa, que há quatro anos liderou o sufrágio no distrito leiriense.Em número dois avança o secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, e em terceiro e quarto da lista seguem, respectivamente, o presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, João Paulo Pedrosa, e Odete João, deputada na Assembleia da República e presidente da Comissão Política Concelhia de Leiria do PS. Tomando como exemplo os resultados das últimas Legislativas, os quatro socialistas deverão ser eleitos para a Assembleia da República.
Nuno Henriques com Lusa
Nuno Henriques com Lusa
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Renovação ou exclusão?
Acabo de saber (ou confirmar) pela imprensa regional que o actual deputado, Osvaldo Castro ficou fora das listas de candidatos pelo PS às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Há uns dias escrevi aqui um texto aparentemente critico em relação a um artigo publicado pelo deputado Osvaldo Castro, pondo-o em contradição com outro escrito por Henrique Neto. Quando o fiz, não imaginava o desfecho aparentemente definitivo na composição das listas.
Arredado dos meios políticos há bastante tempo não conheço pessoalmente nenhum dos candidatos, embora tenha estado 2ou 3 vezes com o que parece ser o 2º elemento da referida lista.
Mas ao Osvaldo Castro conheço-o (sem pretensiosismo ) bem.
É um homem de causas, desde muito jovem envolveu-se em lutas por aquilo em que acreditava, pondo em risco a sua vida e liberdade. Dedicou grande parte da sua vida à defesa de princípios que adoptou. Por mérito próprio tornou-se um homem de estado, exercendo funções duma forma exemplar no Governo de António Guterres. Como Deputado e Presidente da comissão de direitos e liberdades foi exemplar, a impressa Nacional destacou-o recentemente como um dos 3 deputados sem faltas durante o ultimo mandato.
Abdicou da sua vida profissional (ao contrário de tantos outros) de advogado com reconhecido mérito, para se dedicar a tempo inteiro à causa publica.
Na Marinha Grande, terra que adoptou, foi um dos autarcas mais prestigiado. Osvaldo Castro tem um percurso que fala por si, não precisando de usar qualquer golpe palaciano para se perpetuar em qualquer lugar, muito menos bajulice (como o meu texto anterior parecia involuntariamente insinuar).
Tudo isto para dizer que aceito e apoio a renovação nas listas eleitorais dos partidos, para que não sejam sempre os mesmos. No entanto que se faça a renovação e que se dê a oportunidade a outros, mas que a escolha se faça duma forma transparente e que melhor sirva os interesses do País e não de acordo com arranjinhos de ultima hora e sem facadas nas costas. Mas sobretudo que não se excluam aqueles que merecem continuar.
Enfim: Há Partidos com excelentes princípios, mas com cada vez menos, boas pessoas.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Pensar e agir em liberdade ou seguir o "chefe"
Acabo de ler no "jornal de Leiria" 2 crónicas escritas por 2 ilustres membros do PS. Sobre uma já aqui me referi, comentando-a também no "Praça Stephens".
Tenho por qualquer um deles uma grande estima (quase reverencial) pelo seu papel na luta contra a ditadura e o papel de relevo que ambos tiveram na construção da Democracia em Portugal e o papel activo que sempre desempenharam na defesa de causas que também abracei.
Sobre estes 2 ilustres membros do PS muito teria a dizer, aliás creio não me enganar nada ao dizer que do ponto vista politico o seu percurso ter sido muito idêntico. Ambos tiveram um importante papel na dinamização dos "estados gerais" que levaram o PS a ganhar as eleições por maioria, quase absoluta.
Mas o que me leva a escrever é a diferença abismal na argumentação usada pelos 2 cronistas para que seja atingido o mesmo fim, a vitória do PS nas próximas eleições legislativas.
Enquanto um defende a necessidade urgente de mudança de protagonistas, outro utiliza meia dúzia de "papões" para justificar o voto no PS. Enquanto um desassombradamente (como é seu timbre) questiona a legitimidade para que se mantenham à frente desta força politica os responsáveis pelo desaire eleitoral recente, o outro não toca no assunto.
Resumindo: Enquanto um diz o que pensa e usa a liberdade que lhe assiste e pela qual lutou toda a vida, o outro deixa que as grilhetas da eventual promessa de mais um mandato parlamentar , o levem a abdicar da liberdade, porque também ele lutou toda a vida.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
As diferenças
http://joaopaulopedrosa.blogspot.com/2009/07/derrotar-o-pessimismoe-direita.html
Trago para aqui com a devida vénia o link de acesso a um extracto de um artigo subscrito pelo Dr. Osvaldo Castro a publicar amanhã no Jornal de Leiria.
Apesar de ter feito um comentário no Praça Stephens ( onde o referido extracto foi publicado) não resisto a trazê-lo para aqui, pois mais do que nunca é preciso reflectir e opinar sobre o futuro deste País, procurando quebrar o desinteresse (diria) quase pandémico verificado na nossa sociedade.
Como alguém disse: "Podes não te interessar por politica, mas os políticos interessão-se por ti, ou sobretudo pelo teu voto"
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Que dizer e fazer?
Há uns tempos criei este blogue inspirado pela participação que fui tendo como bitateiro num dos melhores, criados por estas bandas( Largo das calhadreiras).
O meu objectivo era o de ao exemplo do que faço há muitos anos (ir tomando umas notas sobre as mais variadas questões do quotidiano. O que não se compadece com o bitaite pura e simples
Daí e por achar que podia e devia partilhar algumas das minhas opiniões com quem quisesse, criei este blogue e tornei-o publico.
O meu ultimo post referia-se a uma situação em que não me devia meter (assuntos internos de um dos partidos concorrentes, às eleições autárquicas) mas que como cidadão independente e eleitor de há uns tempos largos nesse mesmo partido, achei que devia meter o nariz, para onde(nunca) não fui chamado.
Agora que aparecem dados novos, tais como a "confirmação" de que para alem dos partidos tradicionais mais o emergente Bloco de Esquerda, tambem o tal MCIvai a votos e uns boatos de que há mais um movimento de esquerda que se prepara para eventualmente entrar na disputa, parece-me que apesar do curto espaço de tempo que resta, as coisas estão a ficar seriamente baralhadas.
À partida para quem prefere pouca agitação e águas paradas, estas hipóteses vêm complicar. Eu sou daqueles que prefiro uma enxurrada do que a estagnação, até porque sou alérgico a melgas e mosquitos.
A Marinha Grande tem (independentemente dos rótulos ideologicos) grandes valores em capacidade de gestão a todos os níveis inclusive, autárquico. Porque não escolher os melhores e afastar os medíocres? Embora reconheça nalguns dos candidatos já conhecidos, qualidades inquestionáveis.
Nas candidaturas partidárias já pouco há a mexer. Os actores principais e os figurantes estão escolhidos. Sabemos da insatisfação e falta de entusiasmo existente em relação aos mesmos. A democracia assente nos Partidos politico é o melhor sistema inventado pelo homem, mas esse mesmo sistema permite outro tipo de participação aos cidadãos. Porque não usá-lo?
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Santos da casa
Ao ler no jornal da Marinha Grande a noticia da apresentação dos candidatos do PS ao órgãos autárquicos vi como excelente iniciativa a nomeação de Álvaro Orfão para mandatário da lista apresentada.
Sabemos que independentemente do Partido a figura e o prestigio dos candidatos e seus apoiantes têm uma grande influencia nos resultados finais.
Escrevi algumas vezes que O PS perdeu as ultimas eleições autárquicas por "falta de comparência" termo que chegou a ser interpretado pelo candidato do PS a presidente da Câmara em 2005, como um insulto, o que de facto nunca foi a minha intenção.
O que eu queria dizer é que a campanha feita na altura foi extremamente pobre e não se assumiu como uma candidatura de continuidade, deixando mesmo nalguns aspectos que parecesse uma candidatura de rotura em relação ao executivo anterior, deixando mesmo por conta própria a defesa da honra, arrastada para a lama pela miserável campanha difamatória de que foi vitima um dos melhores vereadores que compunham esse mesmo executivo. O PS nessa altura não esteve bem e a forma como fez campanha não convenceu o eleitorado que o caminho que se propunha seguir, seria o de dar continuação ao bom trabalho efectuado.
Para além dos candidatos, o núcleo de apoiantes, activos e passivos pode ser determinante para o êxito duma candidatura, daí ver com agrado Álvaro Orfão, mandatário.
No entanto foi com surpresa que vi que as figuras nacionais convidadas para a iniciativa, 2 deputados, que independentemente dos respeito que lhes tenho, não consigo perceber a não presença de um dos mais prestigiados deputados da Assembleia da Republica, Presidente da 1ª comissão, eleito pelo Distrito de Leiria e Marinhense por adopção. Será que foi convidado e por razões de agenda não pôde estar presente? Ou será que os actuais dirigentes do PS local, acham que os santos da casa não fazem milagres?
Se assim é começam mal. Aconselho a que revisitem os arquivos e vejam como Álvaro Orfão e a sua equipe saiu vencedora das duas vezes que se apresentou ao eleitorado. A direcção da campanha soube trazer apoiantes que complementaram o prestigio dos então candidatos.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Emilio Rato
Emílio Ferreira Rato
Nascido a 22 de Janeiro de 1927 no lugar da Ordem, Marinha Grande, começou a trabalhar, com 10 anos de idade, na Secção de Pintura da Ivima.Em 1961, Já casado, passou a residir em S. Pedro de Moel onde fundou a Pensão D. Dinis, que durante anos foi uma referência para o turismo do concelho. Aqui, em perfeita cumplicidade com a sua esposa, apoiou solidariamente os que experimentaram a dureza da vida clandestina, dando abrigo em sua casa aos antifascistas perseguidos pela Policia Política do Regime - PIDE. Após o 25 de Abril de 1974 foi convidado a integrar o MDP-CDE e, em simultâneo, a Comissão de Moradores de S. Pedro de Moel, tendo iniciado de imediato a colaboração com a Comissão Administrativa que geria o Município.Desde então dedicou mais de 13 anos da sua vida à causa pública, sempre ao serviço da população marinhense, primeiro como Vereador nos Executivos presididos por Artur Barros e João Barros Duarte, e por último (de 1983 a 1989) como Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande.
Fonte: Agenda Cultural da Câmara Municipal da Marinha Grande Edição de Março / 2007.
Nascido a 22 de Janeiro de 1927 no lugar da Ordem, Marinha Grande, começou a trabalhar, com 10 anos de idade, na Secção de Pintura da Ivima.Em 1961, Já casado, passou a residir em S. Pedro de Moel onde fundou a Pensão D. Dinis, que durante anos foi uma referência para o turismo do concelho. Aqui, em perfeita cumplicidade com a sua esposa, apoiou solidariamente os que experimentaram a dureza da vida clandestina, dando abrigo em sua casa aos antifascistas perseguidos pela Policia Política do Regime - PIDE. Após o 25 de Abril de 1974 foi convidado a integrar o MDP-CDE e, em simultâneo, a Comissão de Moradores de S. Pedro de Moel, tendo iniciado de imediato a colaboração com a Comissão Administrativa que geria o Município.Desde então dedicou mais de 13 anos da sua vida à causa pública, sempre ao serviço da população marinhense, primeiro como Vereador nos Executivos presididos por Artur Barros e João Barros Duarte, e por último (de 1983 a 1989) como Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande.
Fonte: Agenda Cultural da Câmara Municipal da Marinha Grande Edição de Março / 2007.
Emilio Ferreira Rato
Pela calada da noite a noticia chegou: Morreu o Emilio Rato!
Há um habito terrivel na nossa sociedade em tornar toda a gente excelente quando deixam o mundo dos vivos. Ainda recentemente vimos fazer uma(mais que merecida) homenagem a Salgueiro Maia, por iniciativa de quem em vida lhe recusou uma (mais que merecida) pensão.
Sobre o Emilio Rato a emoção retira-me a capacidade de escrever sobre aquele que foi seguramente um dos melhores autarcas da nossa terra e um dos melhores seres humanos com quem tive o previlégio de privar. Já que não fomos capazes de fazer nada ainda em vida que se perpetue pelo menos a sua memória prestando a homenagem merecida.
Gostava de te dizer, se fosse possível ouvires-me, que para quem acompanhou o poder local, que ficarás na nossa memória como um dos melhores obreiros do poder local democrático.
Junto um pequeno extracto de um comentário que publiquei recentemente no "Largo das Calhandreiras"
"Quando me refiro a um dos melhores, quero dizer que houve outros que também merecem ser recordados, felizmente um pelo menos ainda vivo, deixando eu a pergunta para quando o reconhecimento ao Emílio Rato pelos seus anos de trabalho como vereador e Presidente da nossa Câmara?4/30/2009 6:24
Publicada por folha seca em 21:50 0 comentários "
Há um habito terrivel na nossa sociedade em tornar toda a gente excelente quando deixam o mundo dos vivos. Ainda recentemente vimos fazer uma(mais que merecida) homenagem a Salgueiro Maia, por iniciativa de quem em vida lhe recusou uma (mais que merecida) pensão.
Sobre o Emilio Rato a emoção retira-me a capacidade de escrever sobre aquele que foi seguramente um dos melhores autarcas da nossa terra e um dos melhores seres humanos com quem tive o previlégio de privar. Já que não fomos capazes de fazer nada ainda em vida que se perpetue pelo menos a sua memória prestando a homenagem merecida.
Gostava de te dizer, se fosse possível ouvires-me, que para quem acompanhou o poder local, que ficarás na nossa memória como um dos melhores obreiros do poder local democrático.
Junto um pequeno extracto de um comentário que publiquei recentemente no "Largo das Calhandreiras"
"Quando me refiro a um dos melhores, quero dizer que houve outros que também merecem ser recordados, felizmente um pelo menos ainda vivo, deixando eu a pergunta para quando o reconhecimento ao Emílio Rato pelos seus anos de trabalho como vereador e Presidente da nossa Câmara?4/30/2009 6:24
Publicada por folha seca em 21:50 0 comentários "
sexta-feira, 19 de junho de 2009
De animal feroz a ovelha ronhosa
Usa-se com frequência a expressão "ovelha ranhosa" o que é errado. A expressão correcta é "ovelha ronhosa" ou seja ovelha que faz ronha.
Isto a propósito da metamorfose operada de um dia para o outro no "comportamento do Primeiro Ministro José Sócrates.
Não sou muito de malhar em ferro frio, nem de bater onde todos batem, mas depois de ver, ouvir e ler muito do que se disse e escreveu a seguir ao resultado das eleições, não vi mais ninguém defender o afastamento de José Sócrates da liderança do PS e consequentemente da sua candidatura a 1º Ministro.
Oxalá me engane, mas não basta passar de animal feroz a ovelha ronhosa, que em 3 meses se limpa a imagem criada durante 4 anos.
Conheço alguns "católicos" que quando confessam os seus pecados ficam aliviados e logo a seguir voltam a cometer os mesmos e outros.
O PS quanto a mim vai pagar caro não ter tido a coragem de mudar de rumo e de timoneiro o que vai fazer com que nos deixe de herança um poder de direita, mas pelas praticas anteriores vamos ver dentro de alguns tempos a recompensa, vendo muitos dos actuais dirigentes do PS e do Governo actual sentados nas administrações de bancos, empresas publicas e participadas, institutos e outras compensações habituais.
Isto a propósito da metamorfose operada de um dia para o outro no "comportamento do Primeiro Ministro José Sócrates.
Não sou muito de malhar em ferro frio, nem de bater onde todos batem, mas depois de ver, ouvir e ler muito do que se disse e escreveu a seguir ao resultado das eleições, não vi mais ninguém defender o afastamento de José Sócrates da liderança do PS e consequentemente da sua candidatura a 1º Ministro.
Costuma dizer-se em linguagem futebolistíca que em equipe que ganha, não se mexe, mas esta perdeu duma forma estrondosa e até humilhante.
Quem ler isto pensará certamente que tenho algo de pessoal contra o Homem, mas não é verdade. Estou é preocupado com a resignação com que o PS se prepara para deixar o poder cair nas mãos da direita, mantendo José Sócrates á frente da liderança e concorrer a Primeiro Ministro.
Em politica não há a inevitabilidade de ter que ser este ou aquele o candidato ideal a isto ou aquilo. Em politica especialmente quando se trata de eleições os cabeças de lista têm que ser os melhores, têm que oferecer confiança ao eleitorado, nunca podem ser aqueles que prometem coisas que não cumprem e ficam inevitavelmente "queimados". O nosso eleitorado (especialmente o que vota) está cada vez mais consciente.Oxalá me engane, mas não basta passar de animal feroz a ovelha ronhosa, que em 3 meses se limpa a imagem criada durante 4 anos.
Conheço alguns "católicos" que quando confessam os seus pecados ficam aliviados e logo a seguir voltam a cometer os mesmos e outros.
O PS quanto a mim vai pagar caro não ter tido a coragem de mudar de rumo e de timoneiro o que vai fazer com que nos deixe de herança um poder de direita, mas pelas praticas anteriores vamos ver dentro de alguns tempos a recompensa, vendo muitos dos actuais dirigentes do PS e do Governo actual sentados nas administrações de bancos, empresas publicas e participadas, institutos e outras compensações habituais.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Carlos Candal
Há nomes que povoam a minha memória como exemplos de lutadores pela Democracia e o fim do Fascismo. Entre eles está Carlos Candal . Soube há poucos minutos da sua morte.
Hoje é para mim e certamente para muitos milhares de Portugueses um dia triste. Para além do grande musico e orquestrador, José Calvário a morte rouba-nos o grande Democrata Carlos Candal, dois grandes nomes em áreas distintas mas extremamente importantes para a minha e outras gerações.
Num momento em que se decide o nosso futuro colectivo e se questiona se a solução passa pela esquerda ou direita recordarei sempre a Voz de trovão de Carlos Candal nos discursos que ainda antes do 25 de Abril ouvi contra o fascismo e a extrema direita que o sustentava e recordarei sempre a melodia do "depois do adeus" cantada por Paulo de Carvalho e orquestrada por José Calvário, canção esta que serviu de senha para os capitães de Abril iniciarem o processo de libertação e a instauração da Democracia.
Hoje é para mim e certamente para muitos milhares de Portugueses um dia triste. Para além do grande musico e orquestrador, José Calvário a morte rouba-nos o grande Democrata Carlos Candal, dois grandes nomes em áreas distintas mas extremamente importantes para a minha e outras gerações.
Num momento em que se decide o nosso futuro colectivo e se questiona se a solução passa pela esquerda ou direita recordarei sempre a Voz de trovão de Carlos Candal nos discursos que ainda antes do 25 de Abril ouvi contra o fascismo e a extrema direita que o sustentava e recordarei sempre a melodia do "depois do adeus" cantada por Paulo de Carvalho e orquestrada por José Calvário, canção esta que serviu de senha para os capitães de Abril iniciarem o processo de libertação e a instauração da Democracia.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Mais do mesmo ou remar contra a maré?
Apresentados os cabeças de lista aos principais órgãos autárquicos do Concelho, verificamos uma pobreza de ideias que ao exemplo das recentes eleições europeias não é difícil antecipar uma fraca mobilização do eleitorado. Não me refiro naturalmente ás pessoas mas sobretudo à falta de projectos mobilizadores.
Tendo feito parte activa de grupos de trabalho que prepararam candidaturas ganhadoras, recordo a importância dada à participação dos munícipes no levantamento dos principais problemas existentes nos lugares, freguesias, nos sectores sócio profissionais, no ensino na saúde, etc…
Alguns partidos, se verificassem nos seus arquivos encontrariam trabalho feito noutros tempos que bem poderia servir de exemplo de como mobilizar o eleitorado pondo-o a participar activamente na elaboração dos respectivos programas de candidatura.
Hoje o que verificamos são “encontros”, normalmente à mesa de um qualquer restaurante apadrinhados por algumas figuras nacionais onde se fazem meia dúzia de promessas vagas mas que sejam o mais “inovadoras” possíveis para se diferenciem da dos adversários, se um promete acabar com a kaka outro promete subsidiar os medicamentos aos mais carenciados.
Enquanto isto e sem ser contra o aparecimento de novos protagonistas verificamos o afastamento de excelentes ex-autarcas e outras pessoas com excelentes capacidades que só não fazem parte das listas porque não integram os pequenos grupos restritos em que se transformaram as direcções locais dos Partidos políticos.
Quanto a isto, acredito que na sociedade Marinhense há gente com Partido e sem Partido que, apesar do curto espaço existente até ás próximas eleições autárquicas podem potenciar uma candidatura, senão vencedora, pelo menos que possa contribuir para a discussão das reais necessidades da Marinha Grande e contribuir para que não se fique pela kaka e a comparticipação no custo dos medicamentos para os mais necessitados
Tendo feito parte activa de grupos de trabalho que prepararam candidaturas ganhadoras, recordo a importância dada à participação dos munícipes no levantamento dos principais problemas existentes nos lugares, freguesias, nos sectores sócio profissionais, no ensino na saúde, etc…
Alguns partidos, se verificassem nos seus arquivos encontrariam trabalho feito noutros tempos que bem poderia servir de exemplo de como mobilizar o eleitorado pondo-o a participar activamente na elaboração dos respectivos programas de candidatura.
Hoje o que verificamos são “encontros”, normalmente à mesa de um qualquer restaurante apadrinhados por algumas figuras nacionais onde se fazem meia dúzia de promessas vagas mas que sejam o mais “inovadoras” possíveis para se diferenciem da dos adversários, se um promete acabar com a kaka outro promete subsidiar os medicamentos aos mais carenciados.
Enquanto isto e sem ser contra o aparecimento de novos protagonistas verificamos o afastamento de excelentes ex-autarcas e outras pessoas com excelentes capacidades que só não fazem parte das listas porque não integram os pequenos grupos restritos em que se transformaram as direcções locais dos Partidos políticos.
Quanto a isto, acredito que na sociedade Marinhense há gente com Partido e sem Partido que, apesar do curto espaço existente até ás próximas eleições autárquicas podem potenciar uma candidatura, senão vencedora, pelo menos que possa contribuir para a discussão das reais necessidades da Marinha Grande e contribuir para que não se fique pela kaka e a comparticipação no custo dos medicamentos para os mais necessitados
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Comentario Praça Stephens
folha seca disse...
Caro Osvaldo
O título da tua crónica (excerto) traz-me à memória os tempos em que em face de questões concretas passava-mos horas e até noites a discutir pequenas coisas e a procurar soluções para as mesmas. Apesar de todos estes meios tecnológicos ao nosso dispor creio que nada substitui uma acesa discussão do tipo daquelas que fizemos no Operário(para não ir mais a traz). Pode-se dizer que no seio dos partidos tudo se pode discutir, mas ambos sabemos o que isso trouxe à nossa sociedade. Daí sugerir-te que passemos das palavras (escritas por vezes no recanto dos nossos gabinetes) aos actos, mais do que nunca sob pena de retroceder-mos duma forma irremediável no tempo, há que passar aos actos, tão simples como sugeres no titulo da crónica (excerto) que vais publicar "trocar umas ideais sobre o assunto".
9/6/09 15:40
Caro Osvaldo
O título da tua crónica (excerto) traz-me à memória os tempos em que em face de questões concretas passava-mos horas e até noites a discutir pequenas coisas e a procurar soluções para as mesmas. Apesar de todos estes meios tecnológicos ao nosso dispor creio que nada substitui uma acesa discussão do tipo daquelas que fizemos no Operário(para não ir mais a traz). Pode-se dizer que no seio dos partidos tudo se pode discutir, mas ambos sabemos o que isso trouxe à nossa sociedade. Daí sugerir-te que passemos das palavras (escritas por vezes no recanto dos nossos gabinetes) aos actos, mais do que nunca sob pena de retroceder-mos duma forma irremediável no tempo, há que passar aos actos, tão simples como sugeres no titulo da crónica (excerto) que vais publicar "trocar umas ideais sobre o assunto".
9/6/09 15:40
terça-feira, 9 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
E agora?
No curto espaço de tempo que passou desde que se conheceu o resultado das eleições Europeias e se conheceram as tristezas de uns e alegrias de outros e sem pretender armar-me em analista politico, creio que há um dado indesmentível: O PS e a sua liderança levaram um banho como há muito não se via.
Embora as eleições sejam para órgãos diferentes, passar de uma maioria absoluta para menos de 30% é no mínimo humilhante.Perder 1/2 milhão de votos é obra! Obra que tem um responsável, responsável esse que tem tem nome.
Repare-se nas declarações do Engº José Sócrates ao "aceitar" a derrota "o governo vai manter a mesma linha de rumo".
Sobre isto recordo aquela velha expressão" de derrota em derrota até à derrota final".
Quer isto dizer que vamos continuar a assistir à teimosia e arrogância do primeiro Ministro e da sua equipe nos próximos 3 meses e vermos uma nova derrota igual ou pior do que aquela agora sofrida... e não há nada a fazer para a evitar? Que isto dizer que vamos ter que gramar com a Drª Manuela Ferreira Leite como 1º Ministro? apoiada num PS esfrangalhado mas suficiente para viabilizar um Governo do bloco central mais ou menos disfarçado?
Não tenho duvidas que é do PS que este País precisa a governar e sendo previsível que não vá ter a maioria absoluta, terá que fazer acordos parlamentares com as forças de esquerda presentes no Parlamento.
Agora não tenho duvidas(mesmo que desvie o rumo) com José Sócrates á frente do Governo só por milagre (e eu não acredito em milagres) o PS terá uma nova maioria, mesmo relativa.
Onde estão (ou que estão a fazer) os Socialistas que há muito não se reviam neste liderança?
Já que Sócrates não teve a iniciativa de se demitir há meios para o demitir apesar do curto espaço de tempo que falta. Há que segurar a cantareira antes que caía e não esperar para apanhar os cactos.
Embora as eleições sejam para órgãos diferentes, passar de uma maioria absoluta para menos de 30% é no mínimo humilhante.Perder 1/2 milhão de votos é obra! Obra que tem um responsável, responsável esse que tem tem nome.
Repare-se nas declarações do Engº José Sócrates ao "aceitar" a derrota "o governo vai manter a mesma linha de rumo".
Sobre isto recordo aquela velha expressão" de derrota em derrota até à derrota final".
Quer isto dizer que vamos continuar a assistir à teimosia e arrogância do primeiro Ministro e da sua equipe nos próximos 3 meses e vermos uma nova derrota igual ou pior do que aquela agora sofrida... e não há nada a fazer para a evitar? Que isto dizer que vamos ter que gramar com a Drª Manuela Ferreira Leite como 1º Ministro? apoiada num PS esfrangalhado mas suficiente para viabilizar um Governo do bloco central mais ou menos disfarçado?
Não tenho duvidas que é do PS que este País precisa a governar e sendo previsível que não vá ter a maioria absoluta, terá que fazer acordos parlamentares com as forças de esquerda presentes no Parlamento.
Agora não tenho duvidas(mesmo que desvie o rumo) com José Sócrates á frente do Governo só por milagre (e eu não acredito em milagres) o PS terá uma nova maioria, mesmo relativa.
Onde estão (ou que estão a fazer) os Socialistas que há muito não se reviam neste liderança?
Já que Sócrates não teve a iniciativa de se demitir há meios para o demitir apesar do curto espaço de tempo que falta. Há que segurar a cantareira antes que caía e não esperar para apanhar os cactos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Reflexão sobre o voto nas Europeias
Legalmente hoje é o ultimo dia para fazer campanha eleitoral.
Amanha é dia de reflexão.
Antecipando o dia de reflexão até porque o tempo tem dado para isso. Já reflecti.
Vou votar na lista do PS encabeçada pelo Dr. Vital Moreira.
Alguns dos poucos leitores deste modesto blogue, enterrogar-se-ão, depois do que aqui e noutros lados tenho escrito o porquê deste meu voto.
Perante as alternativas de facto ainda não é desta que vou deixar de votar no Partido em que voto para aí há duas dezenas de anos.
Embora o voto seja secreto, a revelação do nosso sentido de voto pode ser feita. Eu faço-o por um imperativo de consciência.
De facto sou um critico do Engº Sócrates e da sua equipe governativa, mas considero que há mais PS para além do Engº Sócrates. Penso até que a derrota previsível nestas Europeias (mesmo que o seja o partido mais votado, nunca vai igualar os votos das ultimas Europeias) vai levar os Socialistas a repensar se o Partido está a ser gerido pelos melhores(eu penso francamente que não) por isso voto PS, porque acredito que ainda é a melhor opção para quem quer ter uma atitude responsável e por acreditar que neste Partido ainda há muita gente de esquerda e que a curto prazo serão capazes de fazer com se inverta a tendência que infelizmente tem desviado este partido do seu verdadeiro caminho.
Amanha é dia de reflexão.
Antecipando o dia de reflexão até porque o tempo tem dado para isso. Já reflecti.
Vou votar na lista do PS encabeçada pelo Dr. Vital Moreira.
Alguns dos poucos leitores deste modesto blogue, enterrogar-se-ão, depois do que aqui e noutros lados tenho escrito o porquê deste meu voto.
Perante as alternativas de facto ainda não é desta que vou deixar de votar no Partido em que voto para aí há duas dezenas de anos.
Embora o voto seja secreto, a revelação do nosso sentido de voto pode ser feita. Eu faço-o por um imperativo de consciência.
De facto sou um critico do Engº Sócrates e da sua equipe governativa, mas considero que há mais PS para além do Engº Sócrates. Penso até que a derrota previsível nestas Europeias (mesmo que o seja o partido mais votado, nunca vai igualar os votos das ultimas Europeias) vai levar os Socialistas a repensar se o Partido está a ser gerido pelos melhores(eu penso francamente que não) por isso voto PS, porque acredito que ainda é a melhor opção para quem quer ter uma atitude responsável e por acreditar que neste Partido ainda há muita gente de esquerda e que a curto prazo serão capazes de fazer com se inverta a tendência que infelizmente tem desviado este partido do seu verdadeiro caminho.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Do Blogue Metralhadora(sem comentarios)
SILVA LOPES, 77 ANOS, NOMEADO ADMINISTRADOR DA EDP RENOVÁVEIS.. .Meus amigos(as), vamos unir esforços e angariar fundos para ajudar o COITADO.SILVA LOPES, 77 ANOS, NOMEADO ADMINISTRADOR DA EDP RENOVÁVEIS .
A pouca vergonha continua. Ao que isto chegou.SILVA LOPES, com 77 ( setenta e sete ) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, onde saiu há pouco tempo com uma indemnização de mais de 400.000 euros, acrescidos de varias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador, logoque saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP RENOVAVEIS, empresa do Grupo EDP.Com mais este tacho dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego dado pela escumalha politica do governo, que continua a distribuir milhões pela cambada afecta aos partidos do centrão.Entretanto o Zé vai empobrecendo cada vez mais, num pais com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para niveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nivel da subsistencia.Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competividade da economia portuguesa. Claro que para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar, ( desde que não congelem o dele, claro ).
Quanto a FERNANDO GOMES, mais um comissário politico do PS, recebeu em 2008, como administrador da GALP, mais de 4 milhões de euros de remunerações. Acresce a isto um PPR de 90.000 euros anuais, para quando o " comissário PS " for para a reforma. Claro que isto não vai acontecer pois, tal como Silva Lopes, este senhor vai andar de tacho em tacho, tal como esta cambada de ex-politicos que perante a crise " assobia para o ar ", sempre com os bolsos cheios com os milhões de euros que vão recebendo anualmente.Estes senhores não tem vergonha na cara ?
A pouca vergonha continua. Ao que isto chegou.SILVA LOPES, com 77 ( setenta e sete ) anos de idade, ex-Administrador do Montepio Geral, onde saiu há pouco tempo com uma indemnização de mais de 400.000 euros, acrescidos de varias reformas que tem, uma das quais do Banco de Portugal como ex-governador, logoque saiu do Montepio foi nomeado Administrador da EDP RENOVAVEIS, empresa do Grupo EDP.Com mais este tacho dourado, lá vai sacar mais umas centenas de milhar de euros num emprego dado pela escumalha politica do governo, que continua a distribuir milhões pela cambada afecta aos partidos do centrão.Entretanto o Zé vai empobrecendo cada vez mais, num pais com 20% de pobres, onde o desemprego caminha para niveis assustadores, onde os salários da maioria dos portugueses estão cada vez mais ao nivel da subsistencia.Silva Lopes foi o tal que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competividade da economia portuguesa. Claro que para este senhor, o congelamento dos salários deve ser uma atitude a tomar, ( desde que não congelem o dele, claro ).
Quanto a FERNANDO GOMES, mais um comissário politico do PS, recebeu em 2008, como administrador da GALP, mais de 4 milhões de euros de remunerações. Acresce a isto um PPR de 90.000 euros anuais, para quando o " comissário PS " for para a reforma. Claro que isto não vai acontecer pois, tal como Silva Lopes, este senhor vai andar de tacho em tacho, tal como esta cambada de ex-politicos que perante a crise " assobia para o ar ", sempre com os bolsos cheios com os milhões de euros que vão recebendo anualmente.Estes senhores não tem vergonha na cara ?
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Roubalheira
Há largos anos que tenho uma forte admiração pelo Dr. Vital Moreira, com quem tive oportunidade de privar em tempos já longiquos.
É conhecida a sua competencia em matéria de direito constitucional, tendo sido mesmo um dos Pais da nossa constituição, creio que ainda hoje das mais proguessistas da Europa.
No entanto a sua perfomance nesta campanha para as Europeias começa a deixar muito a desejar. Quando em Evora se refere ás minas de Aljustrel como se fossem as de S.Domingues comete um erro de palmatória imperdoável até a um miudo do ensino básico que estude ali para aqueles lados. Reparemos como afirmou a certeza do que estava a dizer "posso-vos confirmar!!!"
Outro aspecto e usando uma linguagem que não se lhe conhecia, Classificou o caso BPN como uma "roubalheira".
Só agora viu isso Dr. Vital? Grande descoberta! Pelo menos que a campanha eleitoral sirva a este ilustre constitucionalista para dizer o que pensa usando uma linguagem pouco habitual nas cátedras das universidades por onde tem andado, se não fosse candidato provavelmente nunca esta expressão lhe saísse da boca.
Mas a questão de fundo é esta? Roubalheira cometida pelos altos quadros do BPN.... estamos inteiramente de acordo... mas que chamar ao Governo (por quem Vital dá a cara) que pegou em largos milhões de euros do erário publico e se apressou a enterrar no BPNpara o "salvar".
Claro que isto é um desabafo, nunca o Dr. Vital me vai responder(até porque vozes de bloguista amador não chegam ao "Céu" .
É conhecida a sua competencia em matéria de direito constitucional, tendo sido mesmo um dos Pais da nossa constituição, creio que ainda hoje das mais proguessistas da Europa.
No entanto a sua perfomance nesta campanha para as Europeias começa a deixar muito a desejar. Quando em Evora se refere ás minas de Aljustrel como se fossem as de S.Domingues comete um erro de palmatória imperdoável até a um miudo do ensino básico que estude ali para aqueles lados. Reparemos como afirmou a certeza do que estava a dizer "posso-vos confirmar!!!"
Outro aspecto e usando uma linguagem que não se lhe conhecia, Classificou o caso BPN como uma "roubalheira".
Só agora viu isso Dr. Vital? Grande descoberta! Pelo menos que a campanha eleitoral sirva a este ilustre constitucionalista para dizer o que pensa usando uma linguagem pouco habitual nas cátedras das universidades por onde tem andado, se não fosse candidato provavelmente nunca esta expressão lhe saísse da boca.
Mas a questão de fundo é esta? Roubalheira cometida pelos altos quadros do BPN.... estamos inteiramente de acordo... mas que chamar ao Governo (por quem Vital dá a cara) que pegou em largos milhões de euros do erário publico e se apressou a enterrar no BPNpara o "salvar".
Claro que isto é um desabafo, nunca o Dr. Vital me vai responder(até porque vozes de bloguista amador não chegam ao "Céu" .
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Fracos Reis...
Citando de cor Camões, o mesmo terá dito mais ou menos isto " Fracos Reis, fracos fazem as fortes gentes"
Quando "vemos ouvimos e lemos" algumas citações dos clássicos não podemos deixar de fazer um paralelo com o momento em que nos encontramos.
Não tendo nada contra a classe politica em geral e não conhecendo outro regime melhor do que aquele em que são os políticos a dirigir os destinos das nações (refiro-me, claro aos regimes democráticos) não deixa de ser deprimente ver como alguns desses políticos se agarram ao poder como lapa à rocha. Isto a propósito do conjunto de políticos e ex-políticos que envoltos em escândalos continuam a exercer funções como se nada se passasse e passam o tempo a atirar com areia para os olhos dos Portugueses.
Recordo António Guterres, António Vitorino e Jorge Coelho e as atitudes que tomaram em situações diferentes, mas que mostraram que não estavam agarrados ao poder e tiveram a coragem de se demitir quando a sua honra foi posta em causa.
Espero que alguns políticos da nosso País também sejam capazes de se demitir, pois como é mais do que previsível (sondagens encomendadas à parte) nas próximas eleições (dentro de dias) os resultados serão bastante clarificadores e se não o forem nos resultados de cada Partido selo-ão pelos menos nos resultados da abstenção e aí sim terão que ser tiradas ilações. Eu sou daqueles que pensa que a abstenção não reflecte o desinteresse dos eleitores, mas a incapacidade dos políticos do presente mobilizarem esses mesmos eleitores.
Quando "vemos ouvimos e lemos" algumas citações dos clássicos não podemos deixar de fazer um paralelo com o momento em que nos encontramos.
Não tendo nada contra a classe politica em geral e não conhecendo outro regime melhor do que aquele em que são os políticos a dirigir os destinos das nações (refiro-me, claro aos regimes democráticos) não deixa de ser deprimente ver como alguns desses políticos se agarram ao poder como lapa à rocha. Isto a propósito do conjunto de políticos e ex-políticos que envoltos em escândalos continuam a exercer funções como se nada se passasse e passam o tempo a atirar com areia para os olhos dos Portugueses.
Recordo António Guterres, António Vitorino e Jorge Coelho e as atitudes que tomaram em situações diferentes, mas que mostraram que não estavam agarrados ao poder e tiveram a coragem de se demitir quando a sua honra foi posta em causa.
Espero que alguns políticos da nosso País também sejam capazes de se demitir, pois como é mais do que previsível (sondagens encomendadas à parte) nas próximas eleições (dentro de dias) os resultados serão bastante clarificadores e se não o forem nos resultados de cada Partido selo-ão pelos menos nos resultados da abstenção e aí sim terão que ser tiradas ilações. Eu sou daqueles que pensa que a abstenção não reflecte o desinteresse dos eleitores, mas a incapacidade dos políticos do presente mobilizarem esses mesmos eleitores.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Bitaite largo das calhandreiras
Com a devida vénia ao autor, deixo aqui um excerto do romance Ensaio sobre a lucidez de José Saramago, acompanhado da sugestão aos jovens e menos jovens a leitura da respectiva obra.
"Num país qualquer, num dia chuvoso de votação, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de atuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez. Estranhamente, não houve uma mobilização para o facto"
5/24/2009 12:32 PM
"Num país qualquer, num dia chuvoso de votação, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de atuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez. Estranhamente, não houve uma mobilização para o facto"
5/24/2009 12:32 PM
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Dia da espiga
Na vespera de mais um dia da espiga(ou 5ª Feira de Ascensão) recordo o grande encontro da familia Marinhense que este dia representava para a nossa terra.
O coelho com ervilhas; os garrafões de tinto, o baile a toque de acordeom, na eira da tasca , a solidariedade manifestada e as bebedeiras que se apanhavam, pois era quase impossível não provar o vinho do amigo que estava ali ao lado.
Tudo isto à volta do Tremelgo.
Infelizmente a partidarização e tentativa de aproveitamento deste dia pelos partidos com mais implantação no Concelho fizeram com que actualmente haja uma triste divisão, chegando mesmo a haver famílias que se dividem no local do repasto por causa das conotações politicas que representa ir para as Árvores ou parque das merendas.
Enfim como se costuma dizer "a tradição já não é o que era" salva-se pelos menos o coelho com ervilhas.
O coelho com ervilhas; os garrafões de tinto, o baile a toque de acordeom, na eira da tasca , a solidariedade manifestada e as bebedeiras que se apanhavam, pois era quase impossível não provar o vinho do amigo que estava ali ao lado.
Tudo isto à volta do Tremelgo.
Infelizmente a partidarização e tentativa de aproveitamento deste dia pelos partidos com mais implantação no Concelho fizeram com que actualmente haja uma triste divisão, chegando mesmo a haver famílias que se dividem no local do repasto por causa das conotações politicas que representa ir para as Árvores ou parque das merendas.
Enfim como se costuma dizer "a tradição já não é o que era" salva-se pelos menos o coelho com ervilhas.
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