quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pensar e agir em liberdade ou seguir o "chefe"

Acabo de ler no "jornal de Leiria" 2 crónicas escritas por 2 ilustres membros do PS. Sobre uma já aqui me referi, comentando-a também no "Praça Stephens".
Tenho por qualquer um deles uma grande estima (quase reverencial) pelo seu papel na luta contra a ditadura e o papel de relevo que ambos tiveram na construção da Democracia em Portugal e o papel activo que sempre desempenharam na defesa de causas que também abracei.
Sobre estes 2 ilustres membros do PS muito teria a dizer, aliás creio não me enganar nada ao dizer que do ponto vista politico o seu percurso ter sido muito idêntico. Ambos tiveram um importante papel na dinamização dos "estados gerais" que levaram o PS a ganhar as eleições por maioria, quase absoluta.
Mas o que me leva a escrever é a diferença abismal na argumentação usada pelos 2 cronistas para que seja atingido o mesmo fim, a vitória do PS nas próximas eleições legislativas.
Enquanto um defende a necessidade urgente de mudança de protagonistas, outro utiliza meia dúzia de "papões" para justificar o voto no PS. Enquanto um desassombradamente (como é seu timbre) questiona a legitimidade para que se mantenham à frente desta força politica os responsáveis pelo desaire eleitoral recente, o outro não toca no assunto.
Resumindo: Enquanto um diz o que pensa e usa a liberdade que lhe assiste e pela qual lutou toda a vida, o outro deixa que as grilhetas da eventual promessa de mais um mandato parlamentar , o levem a abdicar da liberdade, porque também ele lutou toda a vida.

2 comentários:

A. Constâncio disse...

Caro Folha Seca

Se bem conheço o Osvaldo, me parece que ele vai ter dificuldade em aceitar o enquadramento que dás, e bem, aos escritos que ele tem produzido.
Na verdade, estamos perante duas personalidades completamente diferentes. H. Neto, para o bem e para o mal, sempre assumiu uma postura de verticalidade, frontalidade, mas também lealdade, que lhe moldou o caráctere lhe deu a visibilidade pública que lhe reconhecemos.
As cedências, os rodriguilhos, as manobras, os golpes palacianos e as cambalhotas, não fazem parte do seu código genético. Daí o desassombro da sua independência, que o leva a travar um combate, quase solitário, contra o "sistema" que produz políticos de cordel, que se movem de acordo com os invisiveis fios a que estão ligados, como marionetas de fantoches em permanente espectáculo para animar a malta.
Uma cultura de exigência exige mudanças, mas pelo que diz a imprensa, o nível de qualidade que se perfila para tomar assento na Assembleia da República, relegando o nosso amigo Osvaldo para um lugar de muito problemática eleição, é dos mais baixos da última década.
Esperemos para ver..

zé lérias (?) disse...

gostei do texto e intenção ;)