Concluída a escolha dos candidatos a deputados por praticamente todos os partidos com potencial para elegerem deputados à próxima legislatura, sinto que a nossa democracia está cada vez mais pobre.
Se o meu sentido de voto não estivesse já praticamente defenido e tivesse que escolher pelos candidatos apresentados pelos diversos partidos, teria alguma dificuldade em escolher o partido em quem votar. A luta por lugares; as traições; a ingratidão; o pagamento de favores o seguidismo ao "chefe" do momento, é confrangedor.
Não tendo eu qualquer actividade ou ligação partidária, conheço varias pessoas que a têm. Costumo perguntar qual o seu contributo para a escolha deste ou daquele candidato. Ainda não encontrei ninguém (e refiro-me a diversas tendências) que me tivesse respondido que participou numa reunião onde foram discutidos nomes e à volta de algum, foram gerados consensos.
E se a nível local ninguém fora dos aparelhos partidários é ouvido, que dizer das reuniões distritais e nacionais onde se vê a "unanimidade" demonstrada.
Não quero dizer que não há, gente de valor nas listas, mas digo que falta muita outra gente ligada à vida (a de cá de fora) que sinta na pele os reais problemas com que depara grande parte da nossa sociedade; gente que no parlamento contribuísse para a discussão e contribuisse para as decisões acertadas que urge tomar.
O espectáculo vivido nestes últimos dias é deprimente. Quando a preocupação fundamental devia ser a de voltar a trazer às mesas de voto centenas de milhares de eleitores que delas se têm afastado, parece-me que o efeito está a ser precisamente o contrário.
Já vivi muitos períodos pré-eleitorais e não me recordo nunca de ver tanto desinteresse pelos próximos resultados eleitorais.
Temo que cada vez menos Portugueses se sintam representados no parlamento o que não augura nada de bom.
Não foi para isto que se construiu a Democracia e se lutou pela Liberdade.
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