Retirado do Largo das calhandreiras, com a devida venia ao Largo e ao Vinagrete.
Vinagrete disse...
Ainda quanto às contas da Câmara.
Li com redobrada atenção o texto do Dr. Luis Marques, tanto mais que se trata de um técnico de reconhecida competência, com formação académica adequada à análise deste tipo de números e, como é sabido, Revisor Oficial de Contas, o que significa que detem competência para certificar as contas de terceiros.
Li, reli e voltei a ler, porque não consegui encontrar uma única linha de raciocínio que o levasse a afirmar que os números publicados estavam errados ou estavam manipulados, em vésperas de eleições, para servir interesses políticos.
Que se saiba, pela voz do próprio A.C. divulgada há poucas semanas no Jornal da Marinha, o autor da carta aberta ao Presidente já afirmou a sua total indisponibilidade para fazer parte de qualquer lista à Câmara nestas eleições, bem como deixou claro que não se revê em nenhuma das candidaturas. Posso concluir que é forçar muito especular com interesses políticos, quando parece evidente que o objectivo do autor da carta foi a defesa do bom nome a que tem direito.
As questões levantadas permanecem válidas e bem pode o Sr Dr. Luis Marques argumentar que aumentou a despesa corrente, porque fez mais obra e isso requere mais despesa de manutenção, porque toda a gente sabe, que "coisa nova", demora tempo até ser reparada, a menos que tenha sido mal feita e com defeitos de fabrico.
Pessoalmente, porque acredito que a matemática é uma ciência exacta, em primeiro lugar gostava que Alberto Cascalho e Luis Marques nos dissessem se os números não são correctos.
Depois, que explicassem como é que a despesa com os "Órgãos da Autarquia" triplicou em relação à do mandato anterior.
Finalmente, quais as obras em que a Câmara anterior gastou dinheiro, que nós todos possamos considerar despesismo.
Terá sido a compra ao Inst. de Gestão Financeira da Segurança Social do terreno para completar a Zona Desportiva e que agora está a servir para albergar Barracas Medievais?
Terá sido a compra à mesma entidade do Estado, dos terrenos da Cerca da FEIS para construir o Parque que lá está e que, vergonhosamente, CDU e PSD contaminaram com metais pesados?
Terá sido a Compra de 600.000 metros quadrados de pinhal para permutar com as Florestas para alargamento da Zona Industrial?
Só aqui, neste investimento em Património que passou a ser de todos os Marinhenses, está uma grossa fatia do "chamado endividamento" da Câmara. Foi um erro? Não se deveria ter adquirido aqueles terrenos?
O Dr. Luis Marques, fala em Provisões, diminuição do passivo, e depois mistura a inauguração das obras do Vale de S. Pedro. Ok. Percebe-se no político, mas fica por explicar no técnico.
Provisões, amortizações, reavaliações de activos, nada têm a ver com os números da Receita e Despesa descritos nas contas.
Sou o primeiro a concordar, que a medida de prudência da constituição de Provisões está correcta. Concordo que o passivo diminuiu, que os prazos de pagamento médio baixaram ligeiramente. Já eram bons no contexto dos Municípios Portugueses, mas agora são ainda melhores. Óptimo!
O problema é que isso não foi conseguido por força de uma gestão rigorosa, com base no controlo apertado da despesa. Pelo contrário, a despesa Corrente disparou na casa dos dois dígitos. O que a Câmara CDU fez, foi cortar nos investimentos.
Parou tudo. Mas mesmo tudo. E agora é que anda à pressa, a tentar tapar o sol com uma peneira, recorrendo a desculpas fundadas numa grosseira MENTIRA.
O Dr. Luis Marques sabe o que são os custos de oportunidade, Seria bom que em vez de escrever arrazoadas a justificar o injustificável, explicasse aos vereadores do seu partido algumas noções de gestão financeira da coisa pública.
Sem ressentimentos.
14 Agosto, 2009 18:30
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