terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pra não dizer que não falei das flores ...



Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Barco à Deriva

BARCO À DERIVA
Poema de Antonio Miranda

Antes que os edifícios invadissem as dunas,
que os peixes expostos em entrepostos,
que os portos congestionados, ondas
estancadas, maré sem retorno, nãos.

Pássaros sem pouso, nuvens estagnadas.
Ilhas (ainda) desabitadas, escaladas impossíveis.
Sonhar. Ares degradados, repouso, vácuo
e um olhar sem rumo, sem prumo, turvo.


Dever haver uma saída, janela, fosso,
muro abrupto, caminhos interrompidos.
Deve haver uma saída, escada, cadafalsos,
mapas imprecisos, vestígios indecifráveis.


Antes que a orla virasse muralha e vidro,
horizonte tapado, visão retroversa, errática
onde os peixes, onde os pássaros, ondas, ais.
Deve haver alguma saída. Antes que os.


Digo na minha declaração de intenções, que o que publico corresponde ao meu estado de espírito. Como escrever poesia não é coisa para que tenha dotes, faço muita vez das palavras dos poetas (uns mais concidos do que outros) as minhas.

sábado, 28 de janeiro de 2012

ZECA SEMPRE. O que faz falta...


Naturalmente que o original é sempre o autêntico. No entanto ouvir o Zeca em canções com um grande simbolismo, cantadas por novas gerações, não deixa de ser significativo e demonstrativo que as suas canções são intemporais. Nos tempos que correm é importante de facto: avisar, animar e empurrar a malta!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lançamento de “Almas que não foram fardadas”

Não é muito frequente assistir ao lançamento de um livro em que sentimos que pelo menos uma virgula das que lá constam , é nossa. Naturalmente que neste caso estaría lá mesmo sem a vírgula. Mas deixo para os entendidos as palavras que neste momento há a dizer.

Almas Que Não Foram Fardadas é a primeira obra de Rogério Pereira. O autor, que revela paixão e vontade de partilha de emoções e factos, decidiu colocar, numa prosa pejada de poesia e expressões de oralidade local, uma vivência  própria de quem enfrentou e viveu por dentro a Guerra Colonial em Angola (1969-1971), lado a lado com muitos nomes desconhecidos para a maioria mas muito caros para o autor, de um tempo que a actual geração praticamente desconhece.

 A apresentação da obra terá lugar no próximo dia 28 de Janeiro (Sábado), às 16:30, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, nas Galerias do Alto da Barra, no Concelho de Oeiras. A editora EMACO e o autor têm o prazer de convidar todos os que queiram marcar presença neste evento especial, que terá intervenções do Coronel Barão da Cunha (que apresentará a obra), de Eufrázio Filipe (ex-autarca e escritor) e de Jorge Castro (poeta), com leitura de algumas das mais belas passagens deste livro de memórias.

“Não é, apenas, mais um livro…”, refere Rogério Pereira, situando a sua escrita na preocupação de não fazer com que o tempo dilua a memória. “É um narrar de uma «viagem imposta», sem trama de personagens urdida em torno de um qualquer fio de outra história, que não seja aquela que é possível ir buscar à minha memória sobre gentes, lugares, afectos, cumplicidades e medos, tidos e havidos em Angola, na Guerra Colonial, entre 1969 e 1971. Eu, o Meu Contrário e a Minha Alma, as principais personagens, teremos a acompanhar-nos actores secundários, de entre gente de dois  continentes: mouros, negros, índios, mestiços, falsos brancos e brancos mesmo, daqueles que se consideram com ‘pedigree’ e tudo. Eles, suas almas e contrários. Os lugares a contar, de onde os testemunhos são recolhidos, são: Luanda, Maquela do Zombo, Nharea, Umpulo e Nova Lisboa. Memórias minhas, que partilho”.

Autor do blog http://conversavinagrada.blogspot.com/ que alimenta com regularidade, Rogério Pereira nasceu em 1945, em Lousa (Concelho de Loures) descrevendo-se em três entidades: “Eu, Minha Alma e Meu Contrário, nascidas no mesmo momento e, a partir daí, sempre complementares, partilhando as várias experiências de vida, desde a Lisboa que nos viu crescer e frequentar o ensino de menino, à passagem pela indelével vertente militar (parte dela descrita no livro) e às muito variadas realidades profissionais”.

 Da escola, que não lhe foi nada primária, a Alma do autor não se sentiu diminuída por frequentar como operário o ensino industrial, ingressando depois num curso médio não terminado, “não por cabulice mas por pressa de viver, casar e ser pai”.

 Após quatro anos de serviço militar, o Autor e o Seu Contrário despiram uma farda que a Alma nunca vestiu, ingressando no mercado de trabalho, numa função fabril que, contudo, não durou muito. Seguiu-se uma carreira de consultoria em organização e gestão que o mesmo define como “um verdadeiro ‘boomerang’, lançado para novos rumos e com regressos festivos e melhorados em salário, categoria e respeito profissional”.

 No que se refere à escrita, a sua lista é infinita, mas até à preparação do livro Almas Que Não Foram Fardadas, nada reflectira em letras sobre a vida. Apenas desenvolvera relatórios e textos para conferências em ilustres parlatórios, alguns artigos técnicos e os conteúdos do blog. “Só agora aconteceu a partilha de cenas da minha vida, com este livro meu”.


Escrito por Rui Cardoso.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Contágios

Há muitos anos vi um filme de que não registei o nome, os actores, o realizador ou mesmo a época em que era passado. Aliás  o que aconteceu a muitos dos filmes que vi.
Mas há algum tempo que este filme em particular me vem à memória. Naturalmente que isto acontece por razões que me tocam (lá estou a olhar para o umbigo) mas penso que não é só a mim.
Esse filme retractava um dos períodos em que havia uma grande epidemia de Lepra que dizimou milhões de pessoas em todo o mundo, embora estivesse mais localizado em determinadas zonas do globo.
Recordo que uma das grandes preocupações dos efectivamente contaminados era o de se esconderem para não serem enviados à força para os campos de leprosos, onde a única certeza era a morte.

Mas havia um outro problema. A paranóia sobre o efeito de contágio era tal, que quem tivesse uma simples borbulha visível também tinha que se esconder para que não lhe fosse diagnosticada essa terrível doença de que não padecia. Mas a delação, o diagnóstico improvisado das autoridades fazia com que gente saudável fosse enviada à força para os campos de leprosos, onde inevitavelmente a morte era o destino, porque o contágio os fazia inevitávelmente contrair aquela doença (naquele tempo mortal).
Fico por aqui.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Que há-de ser de nós?

Sergio Godinho Letra - Musica Ivan Lins. CD - coincidências 1983
Cantam os dois

Que há-de ser de nós

Já viajámos de ilhas em ilhas
já mordemos fruta ao relento
repartindo esperanças e mágoas
por tudo o que é vento

Já ansiámos corpos ausentes
como um rio anseia p´la foz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser do mais longo beijo
que nos fez trocar de morada
dissipar-se-á como tudo em nada?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já avivámos brasas molhadas
no caudal da lágrima vã
e flutuando, a lua nos trouxe
à luz da manhã

Reencontrámos lágrimas e riso
demos tempo ao tempo veloz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós

Que há-de ser da mais longa carta
que se abriu, peito alvoroçado
devolver-se-á: «endereço errado?»

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já enchemos praças e ruas
já invocámos dias mais justos
e as estátuas foram de carne
e de vidro os bustos

Já cantámos tantos presságios
pondo o fogo e a chuva na voz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser da longa batalha
que nos fez partir à aventura?
que será, que foi
quanto é, quanto dura?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

domingo, 22 de janeiro de 2012

Uma onda de solidariedade espontânea

Nestes últimos dias fui ficando extremamente sensibilizado com a onda de solidariedade em volta de um desgraçado que depois de uma vida inteira de trabalho tem como rendimento duas míseras reformas, que não lhe chegam minimamente para as despesas.Dando uma volta pelas redes socias, blogosfera e ainda alguns jornais, de facto não posso deixar de ficar comovido pela nossa capacidade de dar atenção a um nosso irmão que depois de dar o seu contributo em mais de 40 anos de trabalho e ainda gratuitamente servir os interesses do País, trabalhando arduamente pelo nosso bem-estar.


Eu que até achava que nos tornámos num povo egoísta e olhamos demasiado para o nosso umbigo, vem este facto demonstrar-me que estava enganado.
Não posso deixar de lamentar o facto de ontem quando o tal reformado aceitou o convite do edil de Guimarães que o levou (incluído nesta onda de solidariedade) a jantar, alguns invejosos assobiaram e vaiaram o homem. Ver Aqui. e Aqui

Pronto ficamos a saber que a solidariedade não é uma palavra vã. Só tenho duvidas é se as televisões vão continuar a ser veículos de denuncia da situação de muitos outros que estão na mesma situação pois depois de anos e anos de árduo trabalho ficaram apenas com miseras reformas e nalguns casos ainda têm que pagar balúrdios a advogados caros para se defenderem de acusações certamente injustas de que foram alvo.
Mas caso as televisões não lhes dêem a devida atenção, podem sempre fazer como aquela personalidade (conhecida por emplastro) que por tanto aparecer à socapa à frente das câmaras acabou por ganhar uma dentadura.

O Chamamento do Mar


Praticada um pouco por toda a costa centro de Portugal, a Arte Xávega, uma tradição centenária que ganhava vida nos meses de Verão. Foi adquirindo ao longo dos tempos, particularidades únicas em cada praia, onde o sacrifício e a cumplicidade comungam de mãos dadas.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Políticos e Democracia

Só 56% dos portugueses acreditam que o melhor sistema é a democracia.Link
Para quem viveu em regimes políticos onde a Democracia esteve ausente (como foi o nosso caso) não pode deixar de ficar preocupado com estes dados agora  em divulgação.

Há uma ideia de que só quando perdemos uma coisa, lhe passamos a dar o devido valor. Neste caso podemos pôr as coisas ao contrário.

Tenho consciência de que a Democracia “pariu” uma ninhada de políticos que nos últimos anos não contribui-o para o seu aprofundamento e qualidade. É frequente ouvir por aí um coro generalizado contra os políticos. Mas não conheço nenhuma Democracia sem políticos. Agora não tenho dúvidas de que qualitativamente há uma degradação na qualidade dos mesmos. Lamentavelmente têm que se incluir nesses, não só os actuais detentores do poder, mas também muitos dos das várias “oposições”.

A prática política tem tendencialmente deixado de ser um acto de servir e a tornar-se num acto de se servirem.

Cabe àqueles que disso têm consciência fazer algo para alterar este estado de coisas, sob pena de sem resistência se aceite um qualquer ditador como o estudo em causa assustadoramente parece enunciar.

Tal como a água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte a história também não se repete. Mas se Salazar não ressuscita (cujo pedido se ouve com demasiada frequência) há que estar atento a potenciais candidatos (naturalmente com novas roupagens).

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Na “véspera” da revolta


Comemoram-se amanhã 78 anos da revolta dos vidreiros da Marinha Grande. Digo dos vidreiros da Marinha Grande porque o movimento que era para ser nacional só aqui atingiu proporções significativas.
Num vídeo que publicarei às primeiras horas de amanhã haverá uma síntese daquilo que foi esta acção que ficou como uma das grandes acções contra o totalitarismo fascista na primeira metade do século Vinte.

Creio que pouca gente da minha geração não teve um familiar envolvido. Pouca gente da minha geração não teve algum familiar que não passasse pelos carceres fascistas. Pouco gente da minha geração não se curva perante a memória daqueles homens, que arriscando tudo, vários deles a própria vida disseram não ao fascismo e embora apenas por algumas horas, tomaram conta da sua terra barricando-se, sendo vencidos só pela força das armas das forças repressivas.

Comemoraram-se recentemente outras acções que durante os negros 48 anos de fascismo, o procuram derrubar. Só em Abril de 1974 esse objectivo foi conseguido.
Quantas vidas isso custou? Quantos anos de prisão e tortura, de clandestinidade, de exílio forçado muitos dos nossos compatriotas sofreram.
A liberdade teve um preço e se não "pagámos" directamente honremos aqueles que tanto para ela contribuíram.

“Não deixemos apagar a memória!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pescadinha de Rabo na Boca

Tenho acompanhado com atenção a estória da “concertação social” que hoje provavelmente, no momento em que publicar este post, já deve haver festa com direito à presença do Primeiro-ministro e tudo.

Quem conhece a minha “classe social” deverá pensar que serei um dos beneficiados, pois as medidas a sair do conclave, vão tornar o trabalho mais barato e como tal deveria estar a esfregar as mãos de contente. Puro engano! Para as grandes empresas exportadoras os benefícios são reais, pois não dependem do poder aquisitivo dos Portugueses. Para as centenas de pequenas e médias empresas que vivem e sobrevivem no mercado nacional, o que é fundamental é que o consumo não continue a decrescer.

Podem inventar medidas que reduzam o custo do trabalho que não resolvem o verdadeiro problema. Esse consiste em haver ou não trabalho para distribuir pelos actuais trabalhadores.

O resto são tretas, porque ao reduzir o poder aquisitivo dos trabalhadores do País grande parte das empresas que vivem do consumo que aqui se faz, estão inevitavelmente condenadas e com elas os empregos que ainda suportam.

E não nos podemos pôr todos a fazer pastéis de nata para exportação.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Portugal suicidado

Final do célebre "Manifesto Anti-Dantas", de José de Almada Negreiros, dito por Mário Viegas.

Há coisas que um dia "vemos, ouvimos e lemos" de que nos vamos lembrando consoante as circunstâncias. Aqui fica um desabafo de Almada Negreiros, escrito em 1915 mas que podia sê-lo hoje. (versão abreviada e titulo adaptado).

Por achar interessante e "imperdível" acrescento a este post um comentário que foi deixado na respectiva caixa.

Sem ousar sequer alcançar as barbas do mestre Almada, deixo aqui também, com saudade, o que a inspiração deste magnífico Manifesto Anti Dantas proporcionou. Talvez a
Quinta-feira, 3 de Abril de 2008, data em que foi publicado no Largo das Calhandreiras, ainda não tenha visto o sol se pôr. Basta olhar para as Águas de Portugal, EDP, etc, para o confirmar.

Abraço
Relaxoterapeuta

Manifesto Anti-Cunha

“Basta PUM Basta!!!”

Basta de picadas de melgas e mosquitos, basta! Morte à Cunha e morte a todos quantos a bajulam, a adornam, a todos quantos lhe alimentam uma existência perversa e dissimulada! Que morra a Cunha, que morra! PIM! Porque um país que vê ingénito nos olhos da menina Cunha, transparência, candura, inocência, é um país da treta, uma choldra, um punhado de feltreiros e palanfrórios que apenas têm o que merecem: um país deslambido, uma nação agarrada ao fadinho da fatalidade, da fatalidade de ter nascido no dia em que o filho deu uma aquecedela na mãe, um país de espertinhos, de chico-espertinhos “a mim não me comem não!...” Não te comem? Só se não calhar, sonso, ó pensas que a menina Cunha não é uma saloia atrevida? “Alto aí que eu não sou desses!” Desengana-te néscio, já todos piscaram o olho à bisca, já todos lhe miraram o cú e as mamas sem que ela tenha sequer corado de acanhamento. A menina Cunha é uma rameira, a menina Cunha é uma oferecida, a menina Cunha é uma meretriz. Enquanto se arrefenha com gajos como tu, coça o nariz e come tremoços e pevides, indiferente, incônscia, puta dos pés à cabeça e da cabeça aos pés, puta todos os dias, a qualquer hora, em qualquer lugar. E olha que a gaja está em todo lado, c’uma porra! É nas empresas, é nas associações, é nos clubes, é nos hospitais, é nas repartições, é nos partidos, é nas câmaras, é no parlamento, é no governo... c’uma porra! Vai com todos, porra! Com todos, ouviste?
“Olá!...” T’ás a pensar: “mas quem é este gajo p’ra falar assim de tão inocente e prendada menina?” T’ás a pensar... mas tu lá pensas, carago? Tu lá tens escrúpulo de dares uma facadinha com a gaja só para internares a sogra, para ela ser operada à frente dos outros vinte mil que estão em lista de espera? Tu lá tens escrúpulo de dares uma facadinha com a gaja para veres aprovada a licença de construção da marquise? Tu lá tens escrúpulo que o teu filho passe à frente de cem garotos para entrar no infantário que escolheste? Tu lá tens escrúpulo de passares à frente de duzentos tipos mais qualificados do que tu, para aquele emprego que sabias impossível? Tu lá pensas nisso? Tu queres é chegar a casa e teres a janta na mesa. Tu queres é ver a bola no sofá, queres pular p’ra cima da patroa (como carinhosamente a tratas) sempre que te apetecer. Tu queres é que os outros decidam por ti e sabes porquê? Porque estás confiante, porque crês que a menina Cunha está à tua espera de perna aberta e que te vai safar, que te vai abrir as portas do empregozinho, do cargozinho, da consultazinha, do subsídiozinho, do lugarzinho no céu. E sabes porquê, chibante? Porque não acreditas no mérito, no esforço, no valor do trabalho. Enxovalhas a garota que arrancou o telemóvel das mãos da professora de francês, gritando e exigindo respeito pelos valores, pelo antigamente, mas sempre que podes dás uma trancadinha na puta, na cândida e prestimosa menina Cunha. Chafurdas na lama convencido que és impoluto.
Basta de picadas de melgas e mosquitos, basta! Que morra a Cunha, que morra! PUM! Porque caso não saibas ou a memória te falte, PIM, sabes de quem é filha a dita menina, sabes? É filha duma velha que odeias mas que engordas a couve e farelo. É filha da velha Corrupção, essa mesma, ouviste bem. És tu, eu e outros cabrões como nós que lhe damos trabalho, que permitimos que faça o que melhor sabe, minar o Estado, fazer-nos não acreditar...

“Morra o Dantas, morra! PIM!” E mais a puta da menina Cunha! PUM! 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Secretismos, ligações e distracções


Até agora não escrevi uma única palavra sobre a polémica dos últimos tempos que envolve a maçonaria. A razão principal deve-se ao facto de ser um profundo ignorante sobre esta matéria. Outro facto deve-se a ter por alguns membros desta “organização” um profundo respeito pelo seu comportamento ao longo da vida.
A notícia que para aqui transcrevo através do link acima,  em que um desses homens faz declarações é para mim esclarecedora.
Penso que tal como aconteceu com outras estruturas, nomeadamente alguns partidos políticos, houve um parasitismo levado a cabo por gente sem escrúpulos que por distracção ou desinteresse da parte sã dessas estruturas levou a que um conjunto de oportunistas nelas se infiltrasse e as usassem em benefício próprio, emporcalhando ideais que estejamos ou não de acordo, foram constituídas com objectivos respeitáveis.
Lamentavelmente em muitos aspectos o “poder” directa ou indirectamente, atraiu do pior que há na nossa sociedade e não se olhou a meios.  
Resta saber se se vai a tempo de separar o trigo do joio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Saudade


Uma canção que me foi lembrada por um amigo (via mail) que tem muito para nos dizer, mas está um  bocado na "retranca" (acontece) mas de quem se sente a saudade.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

“Todos temos direito a ser um pouco Loucos”.

Um amigo poeta, um dia escreveu uma frase que me tem acompanhado e de vez em quando obriga-me a meditar. A frase era: “todos temos direito a ser um pouco loucos”.

Isto a propósito de algumas notícias que ontem vi e ouvi na televisão, coisa que evito fazer à noite dado o efeito ser pior que o do café que também não bebo para evitar insónias. Mas pronto, não sou capaz por (muito que me apeteça) de enfiar a cabeça na areia e de vez em quando lá vão umas horas de sono pró caraças, nem os ansiolíticos me safam.

Pronto hoje às 7 e pico (não era o baile da Dª Ester) quando estava para sair de casa tinha o carro que é preto, completamente branco olhei à volta e tudo estava também branco da camada de geada que caiu. A torneira mais próxima estava bloqueada com gelo. Lá foi preciso arranjar um balde e ir ao interior de casa arranjar água para pôr no pára-brisas de forma a ter alguma visibilidade e o aquecimento do carro fez o resto.

Tudo isto a propósito do “direito a sermos um pouco loucos”. E se de repente este País sofresse uma congelação global e até lá não se consumisse, não se gastasse dinheiro. Ficasse tudo numa profunda hibernação. Será que lá para 2015 o sol voltaria radioso e acordava-nos, sem défice, sem austeridade sem empresas a fechar diariamente às dezenas e os seus trabalhadores a ir para o desemprego, sem famílias com o mínimo de meios para subsistir, sem crianças a pedir pão onde já não há e a irem pedi-lo às regressadas (em força) instituições de caridade, sem vivermos sob um medo profundo em relação ao nosso futuro, mesmo imediato.

Perdoem-me o partilhar esta dose de loucura convosco. Tenho outras, mas para já sai esta.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Nós e a Natureza


                                                                        
Conhecer a natureza
da qual nós fazemos parte
é um prazer com certeza
que requer engenho e arte...

São os montes e os vales
rios e o mar tão fundo,
os bichos, o céu, a terra
e o linguajar do mundo.

E o silêncio dos que gostam
de filosofar calmamente
sem poluição sonora
que incomoda toda a gente

Incomodar uns e outros
é também da natureza...
conhecemos esses casos
não lhes encontramos beleza.

Com o tal engenho e arte
parto à procura do belo
seja flor ou pedra ou pão
tuas mãos, o teu cabelo ...

Encontro quase o que quero
neste infinito Universo,
Só depois quero mais
não fico por este verso.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Para onde caminhamos?


Isto de tentar ir escrevendo algo sobre os acontecimentos mais relevantes que se vão passando nesta “sociedade filarmónica” a que chamam País (com o devido respeito pelas sociedades filarmónicas) começa a não ser coisa fácil para um blogguer amador com muito pouco tempo (claro que ninguém me exige nada) mas com muito gosto em escrever e opinar.

Para além de variadíssimos temas que podiam ser tratados num post de uma sexta-feira à noite há um, que influenciado por também olhar para o umbigo (que me parece estar a tornar-se numa epidemia nacional) trato aqui, esperando que seja apenas um acidente de percurso.

Ora acontece que sem querer tornei-me um consumidor “compulsivo” de medicamentos. Eu até acho que não era necessária tanta coisa, mas o meu cardiologista e o meu médico de família não alinham com a minha tese e vá de receitar tudo e mais alguma coisa. São os Beta bloqueantes, mais os anti - hipertensores, os anti - colesteróis, os anti - diabetes e mais alguns de que agora não me lembro e não estou para ir ver a colecção. Pronto o problema é meu. Será?

Vivo numa Cidade com mais de 30 mil habitantes e hoje alguém por mim foi à farmácia (ou seja às farmácias) tentar fazer o avio mensal daquela catrefada de medicamentos que obrigatoriamente tenho que tomar à razão de mais de uma dúzia por dia.

Pronto não havia num lado nem nos outros. Percorrida a cerca de meia dúzia de farmácias existentes na freguesia,  um aqui e outro ali, lá se conseguiu comprar tudo sendo que um dos fundamentais (beta bloqueante) obrigou a um percurso de 20 Kms.
Claro que deu para perceber que havia muitas outras faltas, pelos clientes (doentes) que não conseguiam aviar as suas receitas.

Será um problema local? Terá alguma coisa a ver com as novas regras impostas às farmácias, armazenistas e industria farmacêutica? Será uma forma de pressão contra a diminuição de margens impostas por decreto?

Estarão acautelados os interesses dos doentes? Tem-se em conta que em variadas doenças a falta de uma simples toma de um medicamento pode ser fatal?

Alguém que saiba mais qualquer coisinha que diga.

Partiu o Maestro Pedro Osório


Como não sei o que dizer deixo aqui um link de alguem que conheceu pessoalmente Pedro Osório.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um ar de graça...

surripiado ao publicoonline
Como é notório, a inspiração por aqui anda fracota. Socorro-me daquilo que os outros fazem., para tentar dar um ar de graça (sem graça nenhuma, convenhamos)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Venha Cá!


Os tais convites à emigração estão a dar os seus resultados. Vamos continuar a comprar no Pingo Doce e a massa dos lucros vai parar à Holanda. Nem mais,  "sem complicações" e outras coisas acabadas em ões.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Francisco Fanhais - Cantata da Paz


Uma canção que algumas vezes publiquei. Não conhecia a razão da sua existência. Apenas um poema da Sophia de Mello Breyner cantada pelo Francisco Fanhais.
Ontem no Blogue "Entre As Brumas da Memória" encontrei a pérola que para aqui trancrevo através de link.
Obrigado cara Joana Lopes.