Gravura surripiada algures na intenet
Eis que de novo chega um tempo de batalhas.
Chega um tempo de povo. Tempo de viver
Ou morrer. Chega um tempo de romper as malhas
que um tempo-aranha tece para nos prender
nas teias de cadeias malhas de muralhas.
Chega um tempo de massa. Tempo revolucionário.
Tempo de negação. Afirmação. Transformação.
Chega um tempo em que o poeta - mesmo o solitário -
já não está só: é só mais um na multidão.
Tempo de ver em cada coisa o seu contrário.
Chega um tempo febril. Fabril. Tempo de sín-
tese. Tempo de guerra. Tempo de mudança.
Chega um tempo de não. Chega um tempo de sim.
Tempo de desespero. Tempo de esperança.
Chega um tempo de início num tempo de fim.
Chega um tempo de agir no sentido do Tempo
tempo de se ganhar o tempo já perdido
tempo de se vencer o tempo-contratempo
para que o Tempo torne a ser sentido.
Chega um tempo de empunhar as armas do Tempo
Manuel Alegre ( o Canto e as Armas)
5 comentários:
"O Canto e as Armas" e "A Praça da Canção" são os meus livros de eleição.
Este poema é forte. Que tenhamos sorte...
Um poema que retrata este tempo de luta e de guerras.
Uns que convencem e outros que vencem
Uns que nos baralham e que voltam apenas a oferecer mais do mesmo. Apenas e só a eles oferecem benesses.
O povo será sempre o castigado sem apelo nem agravo.
Se vota foi enganado.
Se não vota foi derrotado...????
Nestas últimas décadas tenho visto muito retrocesso, as consciências foram sendo adormecidas e, entre enganos muito bem planeados, valorizando o Ter, em vez, de Ser, conseguiram que as pessoas esquecessem o fundamental que é a união que faz a força porque isto de reivindicar por classes profissionais não vai dar em nada, assim o Sistema em que vivemos consegue sempre dividir para reinar e o povo dividido em grupos que vão lutanto de uma forma, mais ou menos egoista, irá, à partida, perder a batalha.
Lutar por causas comuns seria o fundamental para conseguir mudar alguma coisa, mas a mania da clubite vai conseguir fazer-nos regredir e acabar com tudo por que se lutou e, voltaremos a escravos.
À conta da segurança, da modernidade e da simplificação, já deve faltar pouco para nos implantarem, no pescoço e como aos cães, um Chip electrónico e a maioria vai achar isso... bestial ;)
Bjos
É assim que eu gosto do manuel Alegre, Rodrigo.
Não gosto nada da versão que publiquei ontem.
Abraço
aos que fazem poemas
cultive essa dádiva
é sensacional a combinação certa da palavras. Demais!
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