quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“ E diz o inteligente... Que acabaram as Canções”

Uma das críticas ou reparos que me fizeram pela minha participação como opinador no “Largo das Calhandreiras” era a de que publicava demasiados vídeos com músicas revolucionárias. Nota: esses reparos nunca vieram do colectivo que criou e dinamizou aquele blogue de que sinto grandes saudades e sei que não estou só neste sentimento

Sou duma geração em que a música, as canções e outras formas de dizer coisas que nos apetecia dizer, estavam por inteiro nos poemas e nas canções de que deles eram feitas e nos transmitiam mensagens não só de esperança, mas que nos mobilizavam para lutar por objectivos, uns atingidos outros não tanto. Aliás alguns muito longe de o serem.

Neste momento num País muito mais perto do que parece, há centenas de milhares (há quem fale em milhões) numa luta para depor um ditador que se mantem no poder há 30 anos. Para além da justeza desta revolta popular, há (e há sempre) os serventuários do regime que tentam aguentar os seus patronos até ao fim. Esperemos que isto não provoque uma sangrenta guerra civil com contornos imprevisíveis.
Há falta de melhor, a capacidade das pessoas também tem limites, vou publicando umas canções, pois para mim a "cantiga continua a ser uma arma".

13 comentários:

Fê blue bird disse...

Amigo Folha seca;
Estou inteiramente de acordo consigo.
Como bem sabe no meu blogue também faço uso da música chamada de intervenção para despertar as consciências.
Acabei de ver nas noticias que já há confrontos graves no Egipto. Vai ser difícil!

beijinhos

Manuel Veiga disse...

canções de luta e resistência. precisam-se...

venham elas!

abraços

Flor de Jasmim disse...

Meu Querido
Um blog coletivo por vezes é uma seca!!! Nem todos claro!!! Tu conseguiste manter o "Largo das calhandreiras" com uma qualidade extraordinaria durante muito tempo sózinho, embora de vez em quando lá um outro membro da comissão publicava algo. Mas o facto de podermos escrever, publicar umas canções, uns poemas, ou seja aquilo que nos vai na alma dependendo do nosso estado de espiríto. Ou do momento que estamos a viver. É muito bom. Eu pelo menos faço isso é o que me dá vontade é o que sinto no momento e tu melhor do que ninguém sabes que é isso que faço. E não preciso pedir autorização. Por isso deves publicar o que sentes vontade.
Beijinho

Rogério G.V. Pereira disse...

...e quem não gosta de canções não gosta da memória que elas nos trazem, desprezam a imagem e...a mensagem.
Venham as canções e não ligue a tais "opiniões"!

Abraço

Anónimo disse...

Eu estou de acordo com todos os que acham que fazem falta as canções que nos animavam a luta. Fazem falta as canções e a luta.!!

Anónimo disse...

Não sei como ou se é possivel colocar aqui o que quero mas vejam este link:

http://www.youtube.com/watch?v=CUwhoiqhx1Q&feature=fvw

Teófilo Silva disse...

Venham elas. E a "cantiga é uma arma" deve ser lembrada de vez em quando. Essa e outras do grande Zeca Afonso.
Um abraço.

Ana Paula Fitas disse...

"A cantiga é uma arma" e uma forma de união... dizia José Gomes Ferreira: "Nunca vi um alentejano cantar sózinho"... e aqui, a propósito deste post, Rodrigo, digo eu: cante, amigo, cante que nunca ficará a cantar sózinho :))
Grande abraço.

aprendiz disse...

A cantiga e a escrita fazem a história de um povo, Também a sua luta! e o povo egipcio luta tal como o povo português lutou para por fim a uma ditadura que nos amordaçou, que calou "o nosso grito errouquecido" mas "cada fio de vontade são dois braços e cada braço uma alavanca".
Espero que o povo egipcio conquiste a liberdade, e que possa gritar bem alto: Viva a LIBERDADE!

Pedro Coimbra disse...

Esta canção faz-me lembrar a minha primeira viagem para Macau.
No voo Lisboa/Londres, vinha sentado ao lado do Fernando Tordo.
Foi no dia 30 de Setembro de 1995.
Muitos anos depois, reencontrámo-nos no Facebook e nos blogues.
E ainda nos lembrávamos daquele voo.
Um tipo bestial, que espero ver novamente aqui por Macau a cantar esta e outras canções.
Um abraço

RC disse...

A cantiga, além de alegrar a mente, é uma arma poderosa.Estou totalmente de acordo consigo.

folha seca disse...

Caros amigos e amigas
É bom saber que há quem comungue das nossas opiniões.
De facto olhando para canções já com dezenas de anos, sente-se a sua actualidade. Embora tambem reconheça que temos hoje novas gerações de musicos e cantores que fazem coisas com muita qualidade.
Abraços

Clarisse Silva disse...

O Denunciar, embora só por si não resolva nada, é um ponto de partida. Para mim, a canção assim como outras manifestações de arte, é um meio de o fazer.
Saudações,
Clarisse