quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Coisas da vida real...

Desemprego e recusas de ofertas de emprego

Um dos temas de que mais se fala no momento e infelizmente parece que por muito mais tempo é o do índice de desemprego.
No entanto também aparecem notícias que nos dão conta de que em alguns sectores há serias dificuldades no recrutamento de empregados.
Parece-me que o problema é demasiado complexo para ser tratado num post. No entanto atrevo-me a mandar alguns palpites, embora reconheça que vozes de blogger amador não chegam ao “céu”.

Um desempregado com uma profissão de 10 ou mais anos auferia um salário muito superior ao mínimo Nacional. Lógico que quando um desempregado pede (ou lhe é oferecido) emprego numa outra empresa, dum ramo e profissão a que é alheia, dificilmente o novo empregador lhe oferece mais que o salário mínimo, dado que à partida não se conhecem as qualidades profissionais do potencial novo empregado. Lógico se o desempregado em causa aufere um subsídio de desemprego superior, recusa porque não faz sentido voltar a trabalhar, recebendo menos, gastando mais em transporte e outros custos inerentes e enquanto o subsidio for chegando à sua caixa de correio lá se vai aguentando. Para não falar daqueles (e não são assim tão poucos) que vão fazendo uns “ganchos” que sempre ajudam o orçamento.

Este último tema merecia ser mais aprofundado dado que não faltam por aí “empresários” sem escrúpulos que aproveitam esta abundante mão-de-obra disponível e que sem pagamento dos devidos encargos aproveitam despudoradamente este expediente de usar, por vezes considerável mão-de-obra ao “negro” como por aqui se diz.
Claro que esta é uma parte muito pequena do problema. O fenómeno do desemprego é muito mais complexo. Se fosse só isto atrevia-me a sugerir que houvesse um sistema de compensação temporária para permitir que pelo menos não houvesse uma redução na remuneração (subsidio) auferida.

8 comentários:

Isa GT disse...

É realmente muito complexo, mas concordo que o subsídio não devia ser maior que o ordenado porque até para ir trabalhar há despesas... nem que seja com o passe de transportes que está cada vez mais caro.
Mas os empresários abusam quando o desemprego sobe porque, com pessoas desesperadas, passam a pagar o mínimo dos mínimos.
Depois os recibos verdes são muitas vezes utilizados como se a pessoa fosse prestadora de serviços e não é... tem horário de entrada e saída como um funcionário normal mas o empresário poupa nos descontos e outros direitos.
Outra coisa que eu noto é escolherem jovens, mas pelo único motivo de lhes poder pagar menos do que a alguém com mais experiência.
Isto é um autêntico pantanal mas ainda querem facilitar mais a precaridade.
Como diz e muito bem, isto tem muito que se lhe diga.

Bjos

Flor de Jasmim disse...

Infelizmente cada dia que passa aumenta o número de desempregados, entretanto também eu irei contribuir para esse aumento. É verdade que existe quem ganhe mais no desemprego do que se fôr trabalhar para um novo emprego. Assim como é verdade que existem empresários a aproveitarem-se do desemprego para pagar menos. Também é verdade que com o cheque do desemprego e mais uma horita aqui e outra ali até que a coisa funciona. Afinal quem é que fica mal no meio disto tudo!!!? Não será tanto o empresário como o desempregado? Não estão ambos a puxa a brasa à sua sardinha. Nã não dá para entender!!! isto tem muito pano para mangas ai isso tem. exite um ciculo vicioso.
Beijinho

Flor de Jasmim disse...

No fim do comentário dá para perceber que eu queria escrever: " existe e circulo".

Fê blue bird disse...

O desemprego é um assunto que mexe com a dignidade do ser humano,roubar a dignidade a alguém e tirar-lhe tudo.
Vermos empresários a valerem-se desta situação é repugnante.
A mim, que tenho um filho licenciado e com mestrado à procura de emprego, é um assunto que mexe muito comigo.

beijinhos

O Puma disse...

Lutar contra o desmprego

é abrir os olhos

contra a globalização dos mercados
contra a privatização da sociedade

contra a indiferença nas urnas eleitorais

Anónimo disse...

É realmente um assunto muito complexo, que infelizmente tende a ser analisado, pelos governos, na perspectiva do empregador. E por aqui me fico...

Pedro Coimbra disse...

Rodrigo,
Se chegasse agora a Macau, e ouvisse a discussão entre patrões e empregadores, ia perceber que o Mundo é mesmo muito pequeno.
Um abraço

Carlos Albuquerque disse...

Elegemos governos para que sejam gestores do Estado, que somos todos nós, esperando que o incentivem a ser uma pessoa de bem que, sem ambiguidades, desenvolva políticas de equidade.
Mas, não!
Há muito que os governos deixaram de ser mandatários da vontade do povo que lhes confere o poder. Tornaram-se em obedientes seguidores do capital sem pátria, sem cor e sem povo para além dele próprio.
Não surpreende que, aqui chegados, o problema do desemprego seja complexo e de difícil (para não dizer impossível) solução. Como bem diz o CBO os governos tendem sempre a analisá-lo na perspectiva do empregador, isto é, do capital financeiro, predador insaciável, a que hoje, eufemisticamente, se dá o nome de Mercado.
Creio que a Humanidade assim continuará enquanto a Grande Revolução não chegar, trazendo-nos o Homem Novo, capaz de criar uma Nova Ordem Económica Mundial.
Um abraço