sábado, 29 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
COSA NOSTRA PORTUGUESA
Tenho sempre algum cuidado quando publico algo relacionado com instituições e pessoas. Não conhecia o esclarecimento da Leirisport (o CBO chamou-me a atenção, mas só hoje a encontrei o desmentido).
Com um pedido de desculpas aos leitores e a quem mais se possa ter sentido ofendido, aqui fica o devido esclarecimento.
LEIRISPORT
RESPONDE
A MIGUEL SOUSA TAVARES
o Expresso de 21 de Julho ultimo apresenta urn artigo de Miguel
Sousa Tavares (MST) intitulado "0 PREe de Direita", no qual sao
feitas referencias incorretas a LEIRISPORT -Desporto, Lazer e Turismo de
Leiria, EM. Ao abrigo do direito de res posta previsto na Lei de Imprensa, a administração
desta empresa solicita a publicação do seguinte esclarecimento:
1-A LEIRISPORT e uma empresa detida integralmente pelo
Municipio de Leiria que se dedica gestão de 18 instalações municipais, e não
duas, como escreveu MST, as quais registaram, em 2011, cerca de 700 mil
entradas.
2 -A LEIRISPORT promove três programas de actividade fisica,
com cerca de 2 mil participantes efectivos, e organiza ou acolhe eventos
empresariais, institucionais e culturais.
3 -A LEIRISPORT tern 100 trabalhadores com salarios
inferiores e uma carga horaria superior aos praticados para os funcionarios da
autarquia. Dos tres membros da administra~ao, apenas urn e remunerado.
4 -Na epoca 2011/2012, 0 Estadio Municipal de Leiria acolheu
11 provas de atletismo, 9 jogos de futebol (urn deles da sele~ao AA), 3 encontros
de escolas de futebol, 30 treinos de sele¢es distritais, 80 treinos de árbitros
(incluindo Pedro Proença e equipa), 60 treinos de raguebi e 2 de eventos da
modalidade, 60 treinos de pentatlo modemo, 30 treinos de ultimate frisbee, alem
de 287 eventos empresariais. 0 Estádio não esta 'as moscas'.
5 -Sugerimos a MST e demais interessados a consulta do site
www.leirisport.pt. onde estilo publicadas as contas da empresa e outros
documentos e informações sobre a mesma.
PELA LEIRISPORT, António Martinho e
Manuel Mendes Nunes
domingo, 23 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Acordai
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
Música: Fernando Lopes Graça
Poema: José Gomes Ferreira
Interpretação: Coro de Câmara Lisboa Cantat.
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
Música: Fernando Lopes Graça
Poema: José Gomes Ferreira
Interpretação: Coro de Câmara Lisboa Cantat.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
"Isto não fica assim"
18 Set 2012 Edição Público
Cipriano Justo
No curto prazo de uma semana este Governo ficou rodeado de inimigos por todos os lados menos por um, a porta de saída, o único caminho amigo que ainda lhe sobra para sair pelo seu próprio pé. O caos não é o Governo demitir-se, ou ser demitido, o caos está instalado na vida dos portugueses e as reacções às medidas anunciadas a 7 e 11 de Setembro só vieram revelar a intensidade da ira que se foi acumulando desde que teve início a aplicação das medidas de austeridade. No 15 de Setembro, em todas as praças do país, o que vinha dividindo o Governo dos portugueses sofreu tal fractura que ficou exposto em toda a sua crueza o osso do problema: é preciso que tudo mude para que a democracia continue a ser o melhor dos sistemas.
Viu-se, para quem ainda tinha dado o benefício da dúvida, que vindo de onde vêm, os programas de ajustamento só se dirigem a quem passa a vida a ajustar-se às precárias condições de vida. E agora também àqueles que sempre imaginaram que o assunto não lhes dizia respeito ou nunca lhes bateria à porta. Mas a partir da altura em que os de baixo e os do meio se unem pelo mesmo sentimento — quando as condições subjectivas fazem a sua entrada em cena e se sobrepõem à hierarquia dos egoísmos — bem podem os de cima ameaçar com as mais atrozes penas do inferno, que nada destrói essa cumplicidade, até que uma nova síntese venha instaurar uma nova relação de forças.
Embora viessem a acumular-se sinais que indicavam estarem a ser ultrapassados os limites da tolerância para com a acção de alguns ministros, alguns deles objecto de escárnio e do anedotário nacional, os anúncios de 7 de Setembro canalizaram para o Governo as fúrias que até então iam sendo alimentadas e mantidas em ambiente controlado. Basicamente, nesse fim de tarde, o que disseram aos portugueses é que nem imaginavam o que os esperava a partir de 1 de Janeiro de 2013, que os esperava a descida aos infernos. Aquilo por que tinham passado desde que este Governo iniciou funções era, afinal, só o início de uma caminhada sem fim à vista.
Esta situação inesperada para as direcções dos partidos do centro-esquerda e das esquerdas criou um novo contexto no qual vão decorrer os congressos do PCP e do BE. As suas agendas sofreram uma súbita alteração nas prioridades: o que fazer dessas medidas, que resposta aos milhares de manifestantes, que alternativas para estas políticas? E no centro das respostas, a governabilidade do país obrigará a resolver a equação a que até agora todos se têm eximido: que política de alianças é possível e desejável construir para dar outro rumo ao país? Vários dirigentes daqueles partidos estiveram entre os milhares de manifestantes que saíram à rua para se opor ao Governo, mas nesta altura esse gesto ou tem consequências políticas ou não passa de um esotérico exercício de acrobacia partidária. É que nesta marcha, diferentemente do que simbolicamente se assinala no 25 de Abril e no 1.º de Maio, o que ficou sinalizado foi qualitativamente outra coisa, a radical oposição à austeridade dos que vivem exclusivamente dos rendimentos do seu trabalho, dos precários, dos desempregados e dos pensionistas. Porém, o saldo das declarações daqueles que se pronunciaram no calor do desfile era de que o Governo perdera a legitimidade popular mas que a oposição receava entrar em cena. E essa, sim, é a verdadeira face da crise política. O interesse do país ou coincide com o interesse dos portugueses ou não passa de uma figura de retórica para encobrir a defesa dos interesses particulares. O segundo programa de austeridade em que se transformou o elenco das medidas preconizadas pelo Governo, carecendo de legitimidade popular, exige o escrutínio dos eleitores se não for radicalmente alterado. Caso contrário, aos que desceram à rua a 15 de Setembro não lhes restará outra alternativa senão o caminho da rua, outra vez, desta vez em duplicado.
Viu-se, para quem ainda tinha dado o benefício da dúvida, que vindo de onde vêm, os programas de ajustamento só se dirigem a quem passa a vida a ajustar-se às precárias condições de vida. E agora também àqueles que sempre imaginaram que o assunto não lhes dizia respeito ou nunca lhes bateria à porta. Mas a partir da altura em que os de baixo e os do meio se unem pelo mesmo sentimento — quando as condições subjectivas fazem a sua entrada em cena e se sobrepõem à hierarquia dos egoísmos — bem podem os de cima ameaçar com as mais atrozes penas do inferno, que nada destrói essa cumplicidade, até que uma nova síntese venha instaurar uma nova relação de forças.
Embora viessem a acumular-se sinais que indicavam estarem a ser ultrapassados os limites da tolerância para com a acção de alguns ministros, alguns deles objecto de escárnio e do anedotário nacional, os anúncios de 7 de Setembro canalizaram para o Governo as fúrias que até então iam sendo alimentadas e mantidas em ambiente controlado. Basicamente, nesse fim de tarde, o que disseram aos portugueses é que nem imaginavam o que os esperava a partir de 1 de Janeiro de 2013, que os esperava a descida aos infernos. Aquilo por que tinham passado desde que este Governo iniciou funções era, afinal, só o início de uma caminhada sem fim à vista.
Esta situação inesperada para as direcções dos partidos do centro-esquerda e das esquerdas criou um novo contexto no qual vão decorrer os congressos do PCP e do BE. As suas agendas sofreram uma súbita alteração nas prioridades: o que fazer dessas medidas, que resposta aos milhares de manifestantes, que alternativas para estas políticas? E no centro das respostas, a governabilidade do país obrigará a resolver a equação a que até agora todos se têm eximido: que política de alianças é possível e desejável construir para dar outro rumo ao país? Vários dirigentes daqueles partidos estiveram entre os milhares de manifestantes que saíram à rua para se opor ao Governo, mas nesta altura esse gesto ou tem consequências políticas ou não passa de um esotérico exercício de acrobacia partidária. É que nesta marcha, diferentemente do que simbolicamente se assinala no 25 de Abril e no 1.º de Maio, o que ficou sinalizado foi qualitativamente outra coisa, a radical oposição à austeridade dos que vivem exclusivamente dos rendimentos do seu trabalho, dos precários, dos desempregados e dos pensionistas. Porém, o saldo das declarações daqueles que se pronunciaram no calor do desfile era de que o Governo perdera a legitimidade popular mas que a oposição receava entrar em cena. E essa, sim, é a verdadeira face da crise política. O interesse do país ou coincide com o interesse dos portugueses ou não passa de uma figura de retórica para encobrir a defesa dos interesses particulares. O segundo programa de austeridade em que se transformou o elenco das medidas preconizadas pelo Governo, carecendo de legitimidade popular, exige o escrutínio dos eleitores se não for radicalmente alterado. Caso contrário, aos que desceram à rua a 15 de Setembro não lhes restará outra alternativa senão o caminho da rua, outra vez, desta vez em duplicado.
Fado da Despedida - Luiz Goes
Acabo de saber através do Rui Pato (via facebook) da partida daquela que era seguramente uma das vozes mais emblemáticas do Fado De Coimbra. Aqui lhe deixo a minha homenagem.
Tempos de Coimbra Aula Magna, 1989. Fado da Despedida: música e letra de Luiz Goes. Arr. António Portugal. Músicos: António Portugal, António Brojo, Rui Pato, Aurélio Reis, Luís Filipe
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O Futuro
O futuro
José Carlos Ary dos
Santos
| |
Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente e um povo verdadeiro não se trai não quer gente mais gente que outra gente
Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente que o presente é um tempo que se vai e o futuro é o tempo resistente
Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança quando a água de Abril sobre nós cai.
O que é preciso é termos confiança
se fizermos de maio a nossa lança isto vai meus amigos isto vai. |
domingo, 16 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
Que se lixe a Troika e os seus serventuários.
Marinha Grande
Acabei de chegar a casa depois de participar naquela que me pareceu a mim e amigos com quem conversei talvez a maior concentração das últimas décadas, aqui por estas bandas. Era notória a presença de pessoas que nunca tinham participado numa acção destas. Gente sem partido, gente com partido (até destacados dirigentes) dos vários partidos de esquerda.
Sentiu-se uma brisa de unidade, factor imprescindível para impedir ainda um maior descalabro do nosso País.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA - Canção tão simples
Quem poderá domar os cavalos do vento
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?
Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?
Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?
Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?
Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?
Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?
Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Apelo!
Apelo!
Ao PS, PCP, BE, CGTP, UGT e, a
todas as associações, movimentos de Cidadãos independentes, promotores de
diversas iniciativas que visam a discussão e a apresentação de soluções para
travar a hecatombe a que os actuais governantes nos conduzem.
Uma manifestação pode levar tempo
a organizar. Mas a história mostra que não são precisas sequer 24 horas para o
fazer. Lembremo-nos das manifestações espontâneas em 25 de Abril de 1974 em que
o Povo veio para a rua apoiar os militares, sabendo-se o quanto isso contribui-o
para o êxito da acção militar e o fim do regime que oprimiu o nosso Povo
durante 48 anos.
Eu sou dos que pensa que um dia
que passe sem uma maciço clamor popular que rejeite nas ruas e em todo o lado
onde for possível, esta política e a que se propõem seguir, quem por um
lamentável erro histórico “dirige” os destinos do País, pode ser tarde.
Deixo o repto! Passem das
palavras aos actos. Apoiem explicitamente a manifestação marcada para o próximo
Sábado. Haverá tempo para as outras agendadas. Mas esta é na altura certa!
Aos amigos que concordem, apelo a que difundam este apelo, que o
modifiquem e o adaptem e o repliquem. Pode ser que haja vozes de B….
Que cheguem a alguns dos "Céus".
Zeca Afonso - Coro da Primavera
Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu
Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu
Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão
Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar
E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar
Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor
Venham enlaçadas
De mãos dadas
Semear o amor
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Venha a maré cheia
Duma ideia
Para nos empurrar
Só um pensamento
No momento
Para nos despertar
Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão
Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Ir embora ou ficar? Ficar Indiferente ou lutar?
Tinha 22 anos quando enfrentei pela primeira vez o desemprego, já trabalhava desde os 10. Já era casado e tinha uma filha com 2 anos. Tive uma oferta para emigrar que não aceitei. Tinham passado cerca de 2 anos em que numa data inesquecível (25 de Abril de 1974) numa radiosa manhã, o Movimento das Forças Armadas apoiado por grande parte do povo Português pôs termo à ditadura fascista que oprimiu esse mesmo povo durante 48 anos.
Apesar da incerteza e carências em que durante alguns meses eu e a família mergulhámos (o subsidio de desemprego ainda não tinha sido
inventado, ou se fora era de muito difícil obtenção) nunca a saída do meu País
foi uma opção. Havia que construir um País novo e eu estava nessa.
De retrocesso em retrocesso chegámos a uma situação
desastrosa interrogando-me se essa foi a opção certa. Vivo aos 57 anos a pior
fase da minha vida. Ainda não me falta nada de essencial. Mas temo, que a muito
curto prazo me falte tudo. Depois de 47 anos de trabalho 45 de descontos para a
segurança social, não tenho direito sequer à reforma, nem ao subsídio de desemprego.
Da minha capacidade de resolver os problemas cada vez mais difíceis
com que me deparo, dependem cerca de 25 pessoas. Interrogo-me até à exaustão
sobre o que é que fiz de mal. Tudo o que ganhei, investi em condições de
trabalho para os meus colaboradores e na permanente melhoria das condições de
elaboração dos produtos que transformo e coloco no mercado alimentar. Sim
recorri ao crédito bancário. Até hoje nunca tive incumprimentos, mesmo no que
respeita a impostos e contribuições e sobretudo salários e respectivos subsidios, já não posso dizer o mesmo em relação a
fornecedores. Uma falência e uma pré-falência de dois dos meus principais
clientes provocaram-me um rombo na tesouraria muito difícil de recuperar,
sobretudo quando a quebra no consumo está aí e naturalmente as vendas estão a cair
gradualmente e como é público e notório com os esbulhos programados essa tendência
vai ainda aumentar mais.
Mas partir? Para onde? Não, não vou abandonar o meu País.
Quem está cá a mais não sou eu.
Quem cá está cá a mais é esta corja de malfeitores que tomou
conta deste País e o está a destruir, bem como às nossas vidas. Juntarei (como sempre) a minha
voz aqueles que num coro que vai engrossando cada vez mais, vão dizendo BASTA!
Victor Jara Manifiesto
Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razon,
tiene corazon de tierra
y alas de palomita,
es como el agua bendita
santigua glorias y penas,
aqui se encajo mi canto
como dijera Violeta
guitarra trabajadora
con olor a primavera.
Que no es guitarra de ricos
ni cosa que se parezca
mi canto es de los andamios
para alcanzar las estrellas,
que el canto tiene sentido
cuando palpita en las venas
del que morira cantando
las verdades verdaderas,
no las lisonjas fugaces
ni las famas extranjeras
sino el canto de una alondra
hasta el fondo de la tierra.
Ahi donde llega todo
y donde todo comienza
canto que ha sido valiente
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
"Está tudo Grosso"
Governo avalia novo aumento de IVA em mais bens e serviços (VER MAIS)
Está difícil pelo menos para mim, encontrar novos argumentos para condenar as patifarias que se continuam a fazer neste País. À falta disso vou - me socorrendo do You Tube, desta vez com o Camilo e a saudosa Ivone Silva.
Ultima Hora:Segundo fontes bem informadas as novas medidas serão anunciadas hoje às 19,15h.
Lá vai mais um fim de semana para o caraças.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Engrenagem
José Mário Branco -- Margem de certa maneira (1973)
Engrenagem
Engrenagem
Do berço à cova sem parar
caminho fora sempre a andar
cá vou levando a minha vida
Um minutinho a descansar
a vida inteira a trabalhar
suor sem conta nem medida
Pra ter um companheiro nesta viagem
vou meter um pauzinho na engrenagem
Do berço à cova sem vagar
enxada à terra barco ao mar
a mão e a máquina a compasso
Os bois no campo a lidar
E o serventio a trabalhar
todos com o mesmo cangaço
Pra ter um companheiro nesta viagem
vou meter um pauzinho na engrenagem
Do berço à cova sol a sol
por pão, amor e futebol
dor no sapato e dor na espinha
Canta-se o fado em lá bemol
morde a sardinha no anzol
E o tubarão segura a linha
Pra ter um companheiro nesta viagem
vou meter um pauzinho na engrenagem
Do berço à cova sem parar
caminho fora sempre a andar
cá vou levando a minha vida
Um minutinho a descansar
a vida inteira a trabalhar
suor sem conta nem medida
Pra ter um companheiro nesta viagem
vou meter um pauzinho na engrenagem
terça-feira, 4 de setembro de 2012
«INDIGNAI-VOS!» de Stéphane Hessel
É um pequeno livro que encerra imensa sabedoria. A tradução portuguesa, publicada pela Editora Objectiva, veio a público em Março do ano passado. Nessa altura, já tinha vendido em França um milhão e meio de exemplares.
Foi um autor de 93 anos quem escreveu
este manifesto veemente a coroar uma vida inteira dedicada à luta pelos
direitos humanos.
Stéphane Hessel nasceu na
Alemanha, mas refugiou-se em França com os pais, perseguidos pelos nazis. Naturalizou-se francês e tomou parte activa na Resistência, tendo sido preso duas vezes e
internado em campos de concentração alemães de onde se evadiu. Depois de
terminada a II Guerra Mundial, representou a França nas Nações Unidas e
participou na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No seu manifesto Hessel
recorda o programa aprovado há sessenta anos pelo Conselho Nacional da Resistência
francesa, o largo alcance social das medidas que preconizava e que foram
concretizadas nos anos seguintes, mas que são postos em causa e atacados na
Europa dos nossos dias. Pergunta porquê e responde:
«Apenas porque o poder do
capital nunca foi tão grande, insolente, egoísta, com servidores próprios até
nas mais altas esferas do Estado. Os bancos, agora privatizados, preocupam-se
principalmente com os seus dividendos e com os elevadíssimos salários dos seus
administradores, e não com o interesse geral. O fosso entre os mais pobres e os
mais ricos nunca foi tão grande.»
Por isso alerta:
«Os responsáveis políticos,
económicos, intelectuais e a sociedade em geral não podem desistir, nem
deixar-se impressionar pela actual ditadura internacional dos mercados
financeiros que ameaça a paz e a democracia.»
E depois previne:
«A pior atitude é a
indiferença, dizer «como não posso fazer nada, desenvencilho-me como posso»
Este tipo de atitude conduz à perda de uma das componentes essenciais do ser
humano. Uma das componentes indispensáveis: a capacidade de indignação e a
consequente militância.»
Mais ainda do que no ano em
que foi publicado, o apelo de Hessel à indignação tem plena actualidade no
nosso país. Crescem todos os dias razões fortíssimas para nos indignarmos – o
desemprego que alastra, a fome que se instala, os cortes de subsídios e de
salários, as colossais fortunas dos senhores que dominam o país, as vergonhosas
negociatas dos governantes, como a que se prepara na RTP – entre tantas outras.
Na lógica de Hessel, é
preciso que a indignação se transforme em militância.
(A edição portuguesa é
prefaciada por Mário Soares e está à venda nas livrarias.)
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Meditação
Meditação (do Duque de Gandia sobre a Morte de Isabel de Portugal)
Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
...
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.
Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.
Sofia de Melo Breyner Andresen
Voz - Rita Loureiro (Um poema por semana RTP2)
Video - Miguel Costa (Imagens S.Pedro de Moel)
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