Música cedida por José Mário Branco, agora numa nova versão, gravada em exclusivo para o Q por Camané e Dead Combo.
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Boss AC / Mariza - Alguém me Ouviu (Mantém-te Firme)
Desde muito jovem que encontrei na poesia e nas canções, em que se tornaram muitos dos grandes poemas, embora alguns dos poemas fossem feitos para se transformarem em canções.
Dizia que quando não há mais nada ou o que há é insuficiente, uma canção que nos toque, com que nos identifiquemos que nos diga coisas que precisamos de ouvir, não resolve mas ajuda a encontrar as forças e a motivação que nos começam a faltar.
Perdoem-me a repetição, mas senti necessidade de a ouvir e partilhá-la convosco.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
"Raiva de Viver"
Eu sei que a música hoje é outra. Mas não troco esta por outra qualquer, embora não me seja indiferente e vou estar atento pelo menos ao resultado. Gostos são gostos e como tal não se discutem.
Não consegui encontrar este belo poema escrito, se algum amigo o conseguir e o colocar na caixa de comentários, acrescentá-lo-ei ao post.
terça-feira, 26 de junho de 2012
A Cura vem a Caminho (entretanto Tussa)
Para quem sofre de uma doença crónica é com grande
satisfação que lê na imprensa especializada ou não, o anúncio de uma possível cura
que ainda o possa safar a tempo de ir desta para melhor. Mas a satisfação passa
depressa quando a anunciada descoberta, ainda não passou de ensaios de laboratório,
normalmente usando ratos para esse fim. No fundo estes anúncios e não lhes
retirando a importância científica, destinam-se a publicitar os laboratórios farmacêuticos
que subsidiam os estudos e assim asseguraram a patente do tal medicamento que
uns anos mais tarde, será comercializado com a sua marca. Entretanto os doentes
carentes dessa nova descoberta, quando a mesma se tornar medicamento, já
passaram todos para o outro lado e apenas foram cobaias e criaram a necessidade
da tal descoberta salvadora. Claro que não ignoro que foi assim que algumas
terríveis maleitas foram erradicadas do seio da humanidade.
Este intróito não tem nada a ver (não terá?) com a questão
que queria levantar. Ontem foi um dia, não de grandes acontecimentos mas, um
teve particular importância. De facto uma moção de censura por muito que se a queira
desvalorizar, não é um acontecimento habitual e muito menos um instrumento
constitucional vulgarizado. “Ganhador ou perdedor” foi a partir de algumas que
se deram das grandes modificações na correlação de forças que geriram
(mal ou bem) os destinos do nosso País.
Algumas notas evidentes.
1. O PCP o proponente mostrou um profundo
conhecimento da realidade do nosso País e dos malefícios que lhe têm sido
impostos pelo celebérrimo acordo da Troika, com os acrescentos de quem quer ser
mais Troikano do que a respectiva. Mas quanto a mim mostrou também que qualquer
alternativa de poder credível não passa por ali.
A forma isolada sem (pelo menos conhecida) qualquer tentativa de juntar aos
seus votos, outros mesmo que dispersos, assim o demonstrou. Claro que o B.E lá
juntou os seus, como teria que ser.
2. O PS tentou mostrar uma unanimidade que se sabe
não ser autêntica e lá obteve a sua vingançazinha por o PCP há pouco mais de um
ano ter contribuído com o seu voto a ajudar a derrubar o Governo de José Sócrates.
Para além disso não fez mais do que se ter tornado verdadeiramente, o Partido
do NIM. (nem coiso nem sai de cima).
3. Quanto à maioria, claro aquela gente, como outra
gente, noutros tempos recentes está ali para dizer que sim com a cabeça.
Entretanto e tendo em conta a “desvalorização” da militância
colectiva e partidária não faltam por aí iniciativas que se propõem transformar
em alternativas a este estado de coisas. Não tenho nada contra, até porque eu
próprio subscrevi e divulguei pelo menos uma delas. Mas será que os timings
propostos não estarão a ser demasiado atirados para a frente?
Estamos num País em que cada dia que passa há demasiado “doente
a morrer “ porque o tal remédio “milagroso” continua no laboratório e como tal
os pacientes estão proibidos de usar os já existentes. Ou seja. Se tem tosse
tussa, até encontrarmos a cura!
Coisas que vamos encontrando por aí, nos comovem mas sobretudo, não deixam apagar a memória.
António Lopes de Almeida, Maria da Piedade (mulher) e Suzete
(filha)
No início do ano passado homenageei aqui António Lopes de
Almeida, assassinado pela PIDE, no Aljube, em 1949. Na altura baseei-me nos
arquivos da PIDE/DGS e nos jornais da época. Só mais tarde tomei conhecimento
de um livro de 2008, - Mulheres da Marinha Grande, histórias de luta e de
coragem -, da autoria de Júlia Guarda Ribeiro, com uma excelente recolha de
testemunhos, entre os quais o de Maria da Piedade Almeida, viúva daquele
malogrado operário vidreiro da Marinha Grande.
É esse testemunho que vos deixo aqui, nos 61 anos da morte
de António Lopes de Almeida. Continuar a ler.
Obrigado Julia Coutinho.
Nota: este post no Blog da Julia, foi publicado em 25 de Janeiro de 2010.
Nota: este post no Blog da Julia, foi publicado em 25 de Janeiro de 2010.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
"Não me peçam razões"
Não me Peçam Razões...
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis
sábado, 23 de junho de 2012
Jorge Palma
Há alturas na nossas vidas em que temos que tomar opções. Outras em que já não as podemos tomar. Na minha passagem pela bloga tenho-as tomado. Uma delas é trazer a quem tem a pachorra de me visitar canções que me marcaram. Não sei bem, mas pelo menos é a segunda vez que por aqui ponho o Jorge Palma a cantar esta canção.
hoje voltou a apetecer-me...Cá por coisas!
a gente vai continuar
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o
que tinha a dar
Quem ganhou ganhou e
usou-se disso
Quem perdeu há-de ter
mais cartas pra dar
E enquanto alguns
fazem figura
Outros sucumbem á
batota
Chega a onde tu
quiseres
Mas goza bem a tua
rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver
estrada pra andar
Enquanto houver
ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver
ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e
não poupa ninguém
Somos todos escravos
do que precisamos
Reduz as necessidades
se queres passar bem
Que a dependência é
uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma
maluca
Que sabe quanto vale
um beijo
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Que esperava?
Com uma redução drástica e em crescendo da redução do poder
de compra da generalidade da população Portuguesa. Com um autêntico cataclismo
no que respeita ao aumento do número de desempregados, resultado em grande
parte do número gritante de falências de empresas e muitos outros factores que seria
fastidioso enumerar, como é que não se teria que esperar este resultado: “valores
abaixo do esperado para a receita fiscal e nas “contribuições para a Segurança
Social”.
Irritante é ouvir (ou ler) esta afirmação: “ Mas insistiu na
garantia de que o Governo permanece “determinado a cumprir o teto de 4,5 por
cento” para o défice das contas públicas em 2012”.
O que de facto me preocupa é a “incapacidade” por puro
oportunismo político das principais forças políticas da oposição, não porem na
ordem do dia a necessária e urgente demissão deste governo que não é mais do
que uma comissão liquidatária do nosso País e que o está a reduzir a cinzas.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Manuel Alegre e Carlos Paredes
"Trova do vento que passa" do disco "É
preciso um país" (1974)
Poema de Manuel Alegre
Acompanhamento improvisado por Carlos Paredes em guitarra
portuguesa,citolão (guit. port. de som grave) e viola de fabrico popular.
Pintura de Vieira da Silva (1908-1992) 12/21
terça-feira, 19 de junho de 2012
O meu amigo Manel (post reeditado)
Ontem, como faço muita vez ao Domingo fui até à beira mar. Quando já estava de regresso vejo ao longe alguém num local isolado, que me pareceu conhecido. Enquanto fazia a manobra fui-me aproximando e depois de me certificar que era o Manel a ele me dirigi para o cumprimentar.
Vi logo que não estava bem pareceu-me que tinha limpo à pressa as lágrimas que teria estado a verter. Depois do cumprimento fomos beber um café.
Percebi que precisava de um ombro pois conhecia-o muito bem e ambos tínhamos muito em comum. O nosso passado de operários vidreiros onde se usava uma linguagem um bocado “grosseira” onde os palavrões eram usuais, fez com que a conversa fosse mais fácil.
Enquanto estávamos no café falámos de coisas banais dado que havia alguma gente perto e não estávamos à vontade para desabafar.
Já na rua e direitos à foz do Lis em jeito de passeio lá foi contando as suas desgraças. Merda de vida a minha Pá! Como sabes desde criança que trabalho, nunca recebi um tostão de qualquer subsídio, de doença ou doutra coisa qualquer, até quando estive desempregado, nada. Hoje como sabes à custa de muito esforço criei a minha empresa e tenho 30 colaboradores. Até a meio do ano passado estava tudo a correr normalmente, embora com tendência ao decréscimo nas vendas e a maior dificuldade nas cobranças. Sempre trabalhei com dinheiro dos bancos sem nunca ter tido qualquer incidente. No que respeita a impostos tenho tudo em dia. Não devo um tostão aos meus colaboradores. Sou solidário com os trabalhadores vítimas dos roubos que esta corja que tomou conta do poder, lhes estão fazer. Até já tenho ido a manifestações como nos velhos tempos.
Fui ouvindo em silêncio o desfiar de infortúnios do meu amigo. Senti que precisava de falar e sobretudo ser ouvido.
Voltando à conversa, questionei. Então se tens as contas todas em ordem o que é que se passa? Pois lá ter ainda tenho, salvo as de alguns fornecedores com quem já me estou a atrasar e sem matéria prima, nada a fazer. Voltei a questionar. Então os Bancos aqueles fundos especiais que os governos têm posto à disposição das PMES, etc… etc…?
Não me fales nisso! Nesses ladrões que na altura em que mais precisamos é quando nos tiram o tapete. Repara, quando precisamos de reforçar os apoios de tesouraria para fazer face à crise é que me estão a exigir que amortize as contas caucionadas e cortam-nos os plafonds de livranças e o que mantêm é com juros altíssimos. Quanto aos apoios governamentais, nada nunca recebi um tostão nem de governo nenhum nem da CEE ou lá do raio que os parta. Tu sabes como é que fiz, sabes que trabalhei que nem um “Galego” passei mais de uma dezena de anos em que não soube o que foram férias e quando as comecei a ter, nunca passaram de uma semanita e nunca saí do País.
Sabendo que era tudo verdade acenei em jeito de confirmação e disparei. Mas ó Manel, se calhar tens que dispensar pessoal para ver se aguentas. Os olhos saltaram-lhe das órbitras quase que me fulminava e remata. Isso? Achas que sou capaz de despedir alguém, eu fazer como os patrões reaccionários fascistas, despedir trabalhadores?
A conversa prosseguiu depois deste momento emocionante onde senti que pouco podia ajudar, para além de o ouvir.
Vi logo que não estava bem pareceu-me que tinha limpo à pressa as lágrimas que teria estado a verter. Depois do cumprimento fomos beber um café.
Percebi que precisava de um ombro pois conhecia-o muito bem e ambos tínhamos muito em comum. O nosso passado de operários vidreiros onde se usava uma linguagem um bocado “grosseira” onde os palavrões eram usuais, fez com que a conversa fosse mais fácil.
Enquanto estávamos no café falámos de coisas banais dado que havia alguma gente perto e não estávamos à vontade para desabafar.
Já na rua e direitos à foz do Lis em jeito de passeio lá foi contando as suas desgraças. Merda de vida a minha Pá! Como sabes desde criança que trabalho, nunca recebi um tostão de qualquer subsídio, de doença ou doutra coisa qualquer, até quando estive desempregado, nada. Hoje como sabes à custa de muito esforço criei a minha empresa e tenho 30 colaboradores. Até a meio do ano passado estava tudo a correr normalmente, embora com tendência ao decréscimo nas vendas e a maior dificuldade nas cobranças. Sempre trabalhei com dinheiro dos bancos sem nunca ter tido qualquer incidente. No que respeita a impostos tenho tudo em dia. Não devo um tostão aos meus colaboradores. Sou solidário com os trabalhadores vítimas dos roubos que esta corja que tomou conta do poder, lhes estão fazer. Até já tenho ido a manifestações como nos velhos tempos.
Fui ouvindo em silêncio o desfiar de infortúnios do meu amigo. Senti que precisava de falar e sobretudo ser ouvido.
Voltando à conversa, questionei. Então se tens as contas todas em ordem o que é que se passa? Pois lá ter ainda tenho, salvo as de alguns fornecedores com quem já me estou a atrasar e sem matéria prima, nada a fazer. Voltei a questionar. Então os Bancos aqueles fundos especiais que os governos têm posto à disposição das PMES, etc… etc…?
Não me fales nisso! Nesses ladrões que na altura em que mais precisamos é quando nos tiram o tapete. Repara, quando precisamos de reforçar os apoios de tesouraria para fazer face à crise é que me estão a exigir que amortize as contas caucionadas e cortam-nos os plafonds de livranças e o que mantêm é com juros altíssimos. Quanto aos apoios governamentais, nada nunca recebi um tostão nem de governo nenhum nem da CEE ou lá do raio que os parta. Tu sabes como é que fiz, sabes que trabalhei que nem um “Galego” passei mais de uma dezena de anos em que não soube o que foram férias e quando as comecei a ter, nunca passaram de uma semanita e nunca saí do País.
Sabendo que era tudo verdade acenei em jeito de confirmação e disparei. Mas ó Manel, se calhar tens que dispensar pessoal para ver se aguentas. Os olhos saltaram-lhe das órbitras quase que me fulminava e remata. Isso? Achas que sou capaz de despedir alguém, eu fazer como os patrões reaccionários fascistas, despedir trabalhadores?
Mais um intervalo. Mais um cigarro e voltei à carga. Olha, tens 30 colaboradores por este caminho e pelo que me contas e ainda sabendo nós que a situação económica do País ainda vai piorar mais, é evidente que não os vais conseguir aguentar todos. O meu amigo respirou fundo, indiciando que já tinha pensado no assunto o que a seguir confessou e disse-me: Olha, por enquanto vou tentar outra solução. Vou vender uma propriedade que é a única coisa que tenho meu, fruto do meu trabalho, vou reforçar o capital da empresa, tentar ver como aguentar e depois logo se vê. Mas se esta merda continua assim não sei se daqui por uns meses não estou na mesma. Aí só me resta dar um tiro na cabeça ou no mínimo guardar uns trocos e pirar-me daqui para fora.
A conversa prosseguiu depois deste momento emocionante onde senti que pouco podia ajudar, para além de o ouvir.
Depois recordámos os nossos sonhos, ainda quando era proibido, falar em liberdade. Das manifestações, das greves das cargas policiais, da alegria com que vivemos o 25 de Abril dos sonhos, da nossa militância partidária, das razões que levaram a este estado de coisas e sobretudo debruçámo-nos muito sobre a falta de alternativas credíveis para pôr termo a isto. Terminámos com um até já (pura e simplesmente).
1ª publicação em 05 Março 2012
1ª publicação em 05 Março 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
PORQUÊ (português)
Porquê
Uhf
Porquê
Quem diz porquê
Quer entender
O que não vê
Porquê
É a pergunta
Que sai da boca
E enche a rua
Porquê, porquê, porquê
Outra vez
O naufrágio português
Porquê
Diz o poder
Sem perceber
Que o cego vê
Porquê
É a pergunta
Que o povo faz
Com amargura
Porquê, porquê, porquê
Outra vez
O naufrágio português
Porquê, porquê, porquê
Outra vez
O naufrágio português
Porquê
Até morrer
Tenho direito
Quero saber
Porquê
Que tenho pressa
Não sou freguês
Desta tragédia
Porquê, porquê, porquê
Outra vez
O naufrágio português
Porquê, porquê, porquê
Outra vez
O naufrágio português
Português
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
“Unidos Venceremos”
Provavelmente, depois da ”estabilidade democrática “ que se
seguiu ao 25 de Abril e ao chamado PREC em que as forças conservadoras e os
aliados de então conquistaram o poder, especialmente a partir dos acontecimentos
(ainda por esclarecer) do 25 de Novembro de 1975, nunca nenhum governo reuniu tantas
e de variadas formas, uma contestação tão grande.
As circunstâncias são também das piores que qualquer governo
poderia enfrentar. Mas quanto maior é o problema, maior tem de ser a capacidade
de o enfrentar. Mas lamentavelmente o que vemos é o crescendo amadorismo e incompetência e quanto mais tempo
passa mais isso se faz notar.
Por todo o lado chegam denúncias, acções, abaixo assinados,
manifestações umas antes e outras marcadas para depois.
Hoje foi anunciada uma moção de censura por um dos partidos
de esquerda com representação parlamentar. Claro que aplaudo com ambas as mãos.
Mas o que é que este partido fez para assegurar que na respectiva votação, não fique só?
Para mim começa a ser demasiado folclore, em que ainda para
aí muita gente a dizer “agarrem-me se não eu vou-me a ele” .
Há alguns pontos comuns em que os partidos da oposição são
coincidentes, há também nos movimentos independentes e emergentes muita coincidência de
objectivos, porque não juntar o que nos une? porque
sem dúvida “é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa”.
É tempo de nos deixarmos de protagonismos bacocos. O nosso
País está diariamente a ser destruído. Juntos seremos capazes de parar a sua
liquidação.
Porque não Juntar sem tibiezas os 3 Partidos da oposição numa
moção de censura colectiva? Porque não deslocar as manifestações agendadas para
diversas datas, numa só que coincida com a votação (que será derrotada com
certeza no parlamento) mas que na rua seria aprovada, com certeza.
Claro que isto é só um desabafo de Sexta Feira (mas pronto! Deixem-me sonhar).
quinta-feira, 14 de junho de 2012
"Talvez a Injecção Letal"
tão cansada de engolir
comprimidos sem dormir
do meu sexo que se embota
do meu coração que se esgota
esticado na horizontal
sob uma agulha sensual
e a sopa na panela
embacia-me a janela
comprimidos sem dormir
do meu sexo que se embota
do meu coração que se esgota
esticado na horizontal
sob uma agulha sensual
e a sopa na panela
embacia-me a janela
se há uma falha um abalo
Dickinson Plath Woolf Kahlo
onde foram estavam loucas
queriam coisas eram ocas
queriam chique eram pedras
queriam arte eram merdas
tentando o voo eram estacas
punho em riste eram farpas
Dickinson Plath Woolf Kahlo
onde foram estavam loucas
queriam coisas eram ocas
queriam chique eram pedras
queriam arte eram merdas
tentando o voo eram estacas
punho em riste eram farpas
e a sopa na panela
embacia-me a janela
embacia-me a janela
e sorbo mas sem palato
sem ter forças para o salto
tão cansada de engolir
comprimidos sem dormir
do meu sexo que se embota
do meu coração que se esgota
esticado na horizontal
sob uma agulha sensual
comprimidos sem dormir
do meu sexo que se embota
do meu coração que se esgota
esticado na horizontal
sob uma agulha sensual
do meu sexo que se embota
do meu coração que se esgota
do meu coração que se esgota
e a sopa na panela
embacia-me a janela
e sorbo mas sem palato
sem ter forças para o salto
Margarida Vale de Gato, Talvez a injecção letal
quarta-feira, 13 de junho de 2012
"Desmancha Prazeres"
Com o meu pedido de desculpas àqueles que neste momento ainda gozam a vitória da nossa selecção (diga-se que por um triz) frente à Dinamarca, coisa que não deixou de me proporcionar alguma emoção dado que ouvi durante alguns minutos o final do relato transmitido pela Antena 1, acabei por sentir uma ou outra lágrima soltar-se.
Não pude durante o resto do percurso que fiz, deixar de lembrar "cenas" que me levaram a afastar completamente de tudo ao que ao futebol respeita. Pois quando vejo um jovem futebolista exibir a sua bomba de quatro rodas que custou tanto como um trabalhador normal recebeu uma vida inteira pelo seu trabalho, quantas vezes profundamente árduo, mexe profundamente comigo.
Inveja? Não! um sentimento de revolta que não é de agora.
Entretanto surripiei para aqui uma imagem que achei adequada.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Prof. António Sampaio da Nóvoa no Dia de Portugal
Confesso que não liguei quase nada às comemorações deste dia, neste ano. Como o meu estado anímico não anda pelos melhores dias, não me apetecía levar com umas discursatas em cima. Não sabía que o Dr. António Sampaio de Nódoa era o Presidentes das comemorações e ía intervir. Pena mas à posterior dá para ouvir. São 15 Minutos, mas garanto que vale a pena.
domingo, 10 de junho de 2012
Luís de Camões
Luís de Camões
por Manuel Alegre Domingo, 10 de Junho de 2012 às 1:33 ·
Tinha uma flauta.
Não tinha mais nada mas tinha uma flauta
tinha um órgão no sangue uma fonte de música
tinha uma flauta.
Os outros armavam-se mas ele não:
tinha uma flauta.
Os outros jogavam perdiam ganhavam
tinham Madrid e tinham Lisboa
tinham escravos na Índia mas ele não:
tinha uma flauta.
Tinham navios tinham soldados
tinham palácios e tinham forcas
tinham igrejas e tribunais
mas ele não:
tinha uma flauta.
Só ele Príncipe.
Dormiam rainhas na cama do rei
princesas esperavam no belvedere
Ele tinha uma escrava que morreu no mar.
Morreram escravas as rainhas
morreram escravas as princesas
nenhuma teve o seu rei
para nenhuma chegou o Príncipe.
Por isso a única rainha
foi aquela escrava que morreu no mar:
só ela teve
o que tinha uma flauta.
Morreram os reis que tinham impérios
morreram os príncipes que tinham castelos
mas ele não:
tinha uma flauta.
De fora vieram reis
vieram armas de fora
os príncipes entregaram armas
ficou sem armas o povo.
As armas de fora venceram
todas as armas de dentro.
Só não venceram o que não tinha armas:
tinha uma flauta.
E as vozes de fora mandaram
calar as vozes de dentro.
Só não puderam calar aquela flauta.
Vieram juízes e cadeias.
Mas a flauta cantava.
Passaram por todas as fronteiras.
Só não puderam passar
pela fronteira
daquela flauta.
E quando tudo se perdeu
ficou a arma do que não tinha armas:
tinha uma flauta.
Ficou uma flauta que cantava.
E era uma Pátria.
Manuel Alegre
Surripiado na página do Facebook de Manuel Alegre
sábado, 9 de junho de 2012
Vinicius de Moraes - Dia da Criação (Porque hoje é sábado)
Sei que é uma repetição. Mas apeteceu-me voltar a ouvir esta "obra prima" e partilhá-la convosco.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Oração . a banda mais bonita da cidade (c/ leo fressato)
Uma sugestão (sempre bem vinda) do Relaxoterapeuta Com esta menção: "afinal de contas as coisas simples são o melhor da vida"
Meu amor essa é a última oração
Pra salvar seu
coração
Coração não é tão
simples quanto pensa
Nele cabe o que não
cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas
inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu
coração
Coração não é tão
simples quanto pensa
Nele cabe o que não
cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas
inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois
Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão
simples quanto pensa
Nele cabe o que não
cabe na despensa
Cabe o meu amor!
Cabem três vidas
inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração
quinta-feira, 7 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Até os "Santos" perdem a paciência.
O Bispo das Forças Armadas confessou à TSF estar
«profundamente chocado» com os agradecimentos de Pedro Passos Coelho à
paciência dos portugueses. D. Januário Torgal Ferreira disse ter ficado com
vontade de pedir ao povo para sair à rua para fazer a democracia.
D. Januário Torgal Ferreira lamentou que as ações e as palavras do atual Governo façam recordar outros tempos de «má memória».
Em declarações à TSF, o Bispo das Forças Armadas confessou estar «profundamente chocado» com os agradecimentos de Pedro Passos Coelho à paciência dos portugueses, fustigados pela austeridade.
O Bispo das Forças Armadas disse ainda que ficou com vontade de apelar ao povo para que saia à rua para fazer a democracia, perante um Governo que, na sua opinião,
fala do povo português como um «povo amestrado» que «devia
estar no Jardim Zoológico».
terça-feira, 5 de junho de 2012
Ceguetas é o que somos!!!
Portugal "está hoje mais forte", diz Passos
O primeiro-ministro defendeu hoje que, ao fim de um ano de
Governo, "os portugueses já não estão perante o abismo" e que está em
curso uma mudança económica que é "a mais importante dos últimos 50
anos".
Durante um jantar promovido pela Câmara de Comércio e
Indústria Luso-Alemã, no Convento do Beato, em Lisboa, Pedro Passos Coelho
considerou que "a envolvente externa" oferece motivos de preocupação,
mas que Portugal "está hoje mais forte, mais sólido e mais resistente a
contágios adversos".
Numa intervenção de cerca de quinze minutos, o
primeiro-ministro referiu que hoje foram conhecidas as "conclusões
positivas" da quarta avaliação ao cumprimento do programa de assistência
financeira a Portugal e que na terça-feira se cumpre um ano desde as eleições
legislativas que deram a vitória ao PSD, na sequência das quais foi formado o
atual Governo de coligação com o CDS-PP.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
CURSO DE ESCUTATÓRIA
Belo texto do Rubem Alves sobre a incapacidade de ouvir,
muitas vezes porque estamos dominados por nossa arrogância, nossa vaidade. As
vezes porque nos julgamos bons demais, ocupados demais e ouvir dá trabalho,
requer tempo, atenção, doação. E a vida passa tão depressa, não é mesmo? Seja
qual for a nossa justificativa, afinal, são tantas, merecemos parar um
pouquinho e apreciar essa leitura. Espero que gostem.
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi
anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer
aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que
ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil….
Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver
as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia
é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas… Para se ver,
é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos
para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”.
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um
palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada
consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer,
que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante
e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados
Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os
índios….
Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo
silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam
assentados em silêncio, abrindo vazios de silêncio, expulsando todas as idéias
estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de
repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus
pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É
preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são
duas as possibilidades.
Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade,
não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria
falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse
falado”.
Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou
como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que
nem preciso pensar sobre o que você falou”.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é
pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando
cuidadosamente tudo aquilo que você falou”. E assim vai a reunião. Não basta o
silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí,
quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência,
e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde
não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos
olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia,
ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim,
Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir
os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a
beleza da gente se juntam num contraponto.
Rubem Alves é escritor, professor e psicanalista, nasceu no dia 15 de Setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais.
Surripiado aqui (através de José Zaluar)
domingo, 3 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
Um post sem assunto
Isto de ser blogguer amador dá-nos uma grande liberdade. Se apetece publicamos. Se não apetece, não publicamos. Se há inspiração sai qualquer coisa. Se não há, népias.
Mas há sempre qualquer coisa para publicar. Pode ser um poema que alguém escreveu (se não tivermos jeito para isso) Uma música que surripiamos no You Tube ou congéneres.
Mas há mais muito mais para dizer através deste meio que se tornou incontornável. Hoje já rabisquei alguns textos, mas na verdade as motivações são tantas e tão diversificadas que não encontrei o assunto certo para sobre ele opinar. Podia escrever sobre a chafurdice das secretas e os envolvimentos que ainda ninguém sabe até onde chegam.
Podia falar sobre o aumento diário do número de desempregados (que também ninguém faz ideia até onde vai chegar) podia escrever sobre a tristeza profunda que crescentemente invade a sociedade Portuguesa, juntando-lhe a desesperança a angústia e a desilusão que lhe estão associados.
E podia escrever sobre um grande número de temas que nos fazem interrogar, como chegámos aqui? No entanto sou dos que pensa que já passou o tempo da reclamação feita da mais variada forma. Atingimos um estado de degradação e afundamento da economia com todas as consequências que lhe conhecemos e que é preciso estancar.
Sou dos que pensa que sim. É possível travar a destruição do nosso País. Como? Acordar!
Mas há mais muito mais para dizer através deste meio que se tornou incontornável. Hoje já rabisquei alguns textos, mas na verdade as motivações são tantas e tão diversificadas que não encontrei o assunto certo para sobre ele opinar. Podia escrever sobre a chafurdice das secretas e os envolvimentos que ainda ninguém sabe até onde chegam.
Podia falar sobre o aumento diário do número de desempregados (que também ninguém faz ideia até onde vai chegar) podia escrever sobre a tristeza profunda que crescentemente invade a sociedade Portuguesa, juntando-lhe a desesperança a angústia e a desilusão que lhe estão associados.
E podia escrever sobre um grande número de temas que nos fazem interrogar, como chegámos aqui? No entanto sou dos que pensa que já passou o tempo da reclamação feita da mais variada forma. Atingimos um estado de degradação e afundamento da economia com todas as consequências que lhe conhecemos e que é preciso estancar.
Sou dos que pensa que sim. É possível travar a destruição do nosso País. Como? Acordar!
sexta-feira, 1 de junho de 2012
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