terça-feira, 26 de junho de 2012

A Cura vem a Caminho (entretanto Tussa)


Para quem sofre de uma doença crónica é com grande satisfação que lê na imprensa especializada ou não, o anúncio de uma possível cura que ainda o possa safar a tempo de ir desta para melhor. Mas a satisfação passa depressa quando a anunciada descoberta, ainda não passou de ensaios de laboratório, normalmente usando ratos para esse fim. No fundo estes anúncios e não lhes retirando a importância científica, destinam-se a publicitar os laboratórios farmacêuticos que subsidiam os estudos e assim asseguraram a patente do tal medicamento que uns anos mais tarde, será comercializado com a sua marca. Entretanto os doentes carentes dessa nova descoberta, quando a mesma se tornar medicamento, já passaram todos para o outro lado e apenas foram cobaias e criaram a necessidade da tal descoberta salvadora. Claro que não ignoro que foi assim que algumas terríveis maleitas foram erradicadas do seio da humanidade.

Este intróito não tem nada a ver (não terá?) com a questão que queria levantar. Ontem foi um dia, não de grandes acontecimentos mas, um teve particular importância. De facto uma moção de censura por muito que se a queira desvalorizar, não é um acontecimento habitual e muito menos um instrumento constitucional vulgarizado. “Ganhador ou perdedor” foi a partir de algumas que se deram das grandes modificações na correlação de forças que geriram (mal ou bem) os destinos do nosso País.

Algumas notas evidentes.
1.     O PCP o proponente mostrou um profundo conhecimento da realidade do nosso País e dos malefícios que lhe têm sido impostos pelo celebérrimo acordo da Troika, com os acrescentos de quem quer ser mais Troikano do que a respectiva. Mas quanto a mim mostrou também que qualquer alternativa de poder credível não passa por ali. A forma isolada sem (pelo menos conhecida) qualquer tentativa de juntar aos seus votos, outros mesmo que dispersos, assim o demonstrou. Claro que o B.E lá juntou os seus, como teria que ser.
2.      O PS tentou mostrar uma unanimidade que se sabe não ser autêntica e lá obteve a sua vingançazinha por o PCP há pouco mais de um ano ter contribuído com o seu voto a ajudar a derrubar o Governo de José Sócrates. Para além disso não fez mais do que se ter tornado verdadeiramente, o Partido do NIM. (nem coiso nem sai de cima).
3.     Quanto à maioria, claro aquela gente, como outra gente, noutros tempos recentes está ali para dizer que sim com a cabeça.

Entretanto e tendo em conta a “desvalorização” da militância colectiva e partidária não faltam por aí iniciativas que se propõem transformar em alternativas a este estado de coisas. Não tenho nada contra, até porque eu próprio subscrevi e divulguei pelo menos uma delas. Mas será que os timings propostos não estarão a ser demasiado atirados para a frente?
Estamos num País em que cada dia que passa há demasiado “doente a morrer “ porque o tal remédio “milagroso” continua no laboratório e como tal os pacientes estão proibidos de usar os já existentes. Ou seja. Se tem tosse tussa, até encontrarmos a cura!

Sem comentários: