domingo, 19 de dezembro de 2010

A Morte saíu à Rua...Num dia Assim...

Faz hoje 49 anos que o militante comunista José dias Coelho foi assassinado pela PIDE à queima-roupa em plena rua.
Quando hoje se questiona a legitimidade dos políticos e até a sua existência é bom lembrar que tal como os homens, os políticos não são todos iguais. Há políticos sérios e há políticos que se aproveitam por o serem, para servirem os seus interesses pessoais e de grupo. Durante a ditadura muitos homens deram o peito às balas para que a mesma ditadura fosse derrotada e a liberdade conquistada. Alguns desses continuam a lutar pela liberdade e a defender as conquistas de Abril. Nos tempos que correm, mais do que nunca, depois dessa madrugada libertadora é preciso juntar forças e cerrar fileiras pela defesa da constituição da Republica Portuguesa.

“Eram oito horas da noite, de 19 de Dezembro de 1961. José Dias Coelho, funcionário clandestino do PCP, seguia pela Rua dos Lusíadas. Cinco agentes da PIDE saltaram de um automóvel, perseguiram-no, cercaram-no e dispararam dois tiros. Um tiro à queima-roupa, em pleno peito, deitou-o por terra; o outro foi disparado com ele já no chão. Os assassinos meteram-no num carro e partiram a toda a velocidade. Só duas horas depois, quando estava a expirar, o entregaram no Hospital da CUF. «De todas as sementes deitadas à terra, é o sangue derramado pelos mártires que faz levantar as mais copiosas searas»: eis a legenda que José Dias Coelho dera à sua última gravura, criada um mês antes de ser assassinado, e representando o assassínio do operário Cândido Martins Capilé à frente de uma manifestação popular”

Lembremos hoje José dias Coelho, ouvindo outro homem grande, da resistência antifascista, na canção que lhe dedicou”
O assassinato levou o cantor Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música A morte saiu à rua.

Para ouvir clique no simblo da esquerda. Para visionar o video clique depois no da direita.

9 comentários:

Eu, Meu Contrário e Minha Alma disse...

«De todas as sementes deitadas à terra, é o sangue derramado pelos mártires que faz levantar as mais copiosas searas»

Estamos a tempo de fazer parte da seara...

Abraço solidário

Ana Paula Fitas disse...

Caro Rodrigo,
Obrigado pela evocação... há lições que podemos esquecer e exemplos que vale sempre a pena recordar.
Abraço solidário.

folha seca disse...

Caro (Trio) Rogério Pereira
Cara Ana Paula Fitas
Que poderei acrescentar? José Dias CoelhO, pagou com o que tinha de mais importante (a vida) A sua "ousadia" Zeca Afonso, deu-nos a conhecer este monstruoso crime. Resta-nos honrar os seu actos e mostrar que valeu a pena a sua luta.
Renvio os vossos abraços solidários para quem continua a luta de um portugal livre e solidário e para quem quem faz da "palavra cantada" uma mensagem.
Abraços (tambem solidários)

Flor de Jasmim disse...

Ler este post e ouvir o Zeca, além de já conhecer e de o ouvir várias as vezes, mas sempre que ouço as lágrimas correm e o nó que se forma na minha garganta, apenas me deixa dizer que é necessário recordar por muito triste que seja, é bom não esquecer aqueles que perderam a vida e os que sobreviveram na luta contra a maldita ditadura.
Beijinho

Fê blue bird disse...

Meu amigo:
Fez bem em lembrar-nos que houve quem pagou com a vida a luta por um ideal.
Homens e mulheres tombaram por uma causa, ganhámos a liberdade, mas hoje faz-nos falta um novo ideal colectivo, uma luta colectiva, uma causa.Será que ainda existem portugueses destes?
Esta canção do Zeca Afonso, emociona-me sempre!

Beijinhos

Desejo-lhe para si e para a sua família, um Feliz Natal!

Carlos Albuquerque disse...

Por vezes, creio, quando as palavras teimam em não se nos chegarem, não fica mal que nos juntemos às de outros.
Sei que ela se não importará, por isso faço minhas, uma por uma, as palavras que a Amiga Fê aqui deixou.
Para si um Bom Natal e que o Novo Ano lhe traga tudo de bom.
Abraço

folha seca disse...

Caras Flor de Jasmim, Fê-Blue bird e Carlos Albuquerque.
As canções do Zeca contêm todas elas uma grande dose de emoção. Porque em geral tambem foi com emoção que o Zeca as escreveu e compôs, em geral tratam situações reais. Por isso mais do que nunca estão vivas no coração de várias gerações.
Abraços.

Retribuo os votos de um bom Natal e um bom ano de 2011.

poetaeusou . . . disse...

*
a ex-Rua da Creche
ainda cheira a sangue Patriota !
,
a morte saiu á rua, quando um
Patriota subia rapidamente na
estrutura do seu Partido, corajoso,
atingia a mente dos seus camaradas,
que o aceitavam, pela sua humanidade
na vertente do afecto, interessando-se
pelos seus problemas,
movendo-se com facilidade, nos meios
clandestinos, terá sido detectado depois
de ser o responsável pelos Arquivos do
Partido Comunista na Clandestinidade.
Quem o Denunciou ? ainda hoje
perguntam antigos e ex -.Comunistas . . .
,
saudações deixo,
,
*

folha seca disse...

Caro poetaeusou
Agradeço a sua visita.
O meu caro aflora aspectos que não estão bem claros na vida daquele que tambem foi durante muito tempo o meu Partido. As forças repressivas souberam infiltrar no seu seio "provocadores" que levaram à morte e prisão, destacados membros do partido, com todos os problemas de desconfiança que isso trouxe.
Agora aqui este post tratava de fazer lembrar que para gozarmos a liberdade, muita gente fez com que isso acontecesse. José Dias Coelho, pagou com a vida.
Volte sempre
Cumprimentos