Nos tempos que correm vamos assistindo a alguma decadência no tecido comercial da nossa Cidade.
Ao dar-mos uma voltinha pelo nosso centro histórico e por cada uma das ruas que percorremos, recordamos lojas e estabelecimentos que, uns há muito, outros há menos tempo, já lá não estão.
Entretanto em qualquer um dos acessos à nossa terra, encontramos grandes “Magazans” onde não falta nada. Haja graveto claro.
No entanto, do chamado comércio tradicional algo vai sobrevivendo e é com pena que vimos um desses estabelecimentos encerrar. Assistimos nos últimos dias ao encerramento da loja das aldrabas ali num dos mais conhecidos “Largos”da nossa terra. Por redução de clientela e alguma falta de vontade de alguns dos sócios, as coisas foram ficando murchas e apesar da persistência de alguns dos que se foram mantendo firmemente ao balcão, abrindo sempre a horas e mantendo um sorriso cativante nos lábios ( prática imprescindível de qualquer comerciante que se preze) as coisas não corriam bem. Como tal e como aquela sociedade era composta por gente séria, já não havia mais do que fazer do que liquidar a sociedade, honrando todos os compromissos. Liquidadas as facturas aos fornecedores, a factura com o devido acerto com a baixa do contador à EDP, mais as rendas e ainda o acerto do contador da água, ainda sobrou o suficiente para dar uma boa indemnização ao único empregado.
Enfim. Não se tratou de mais uma falência, mas sim um fecho, antes que acontecesse a dita.
Anunciado o dito encerramento assim de repente, apareceu algo que pretendia substituir o respectivo estabelecimento e vai daí, há que escolher o nome mais parecido e confundível possível.
Em simultâneo surgiu um novo estabelecimento que ao não poder usar o nome de casa das Aldrabas, num rasgo de “inteligência” baptizaram-no por casa das aldrabices. Como havia que rapidamente tentar recuperar a clientela da antiga, vá de fazer publicidade e até se insinuarem ex-sócios da antiga casa. Nada melhor que fazer uns saldos e publicitá-los. Alguma falta de pudor até os levou a afixar na porta do anterior estabelecimento a nova loja e a respectiva morada.
Em tudo tentaram copiar o que de bom havia na antiga casa, mas como haviam que vender bem e depressa, recorreram ao que de mais fraco havia no mercado. Uns dias depois já só vendiam Pichebeques e os clientes começaram a achar que de facto não era a mesma coisa e a rarear.
Moral da estória. Aldrabice não é o plural de aldraba, nem tem nada a ver uma coisa com outra.
8 comentários:
E para bom entendedor, meia palavra basta - aldra!
Abraço, caro Folha Seca!
Nem mais!!! À nova loja fui dar uma olhadela mas não gostei... falta de qualidade, mais me pareceu produto das lojas dos chineses.
Beijinho
Esta é uma triste estória de aldrabices.
Numa outra, um conto seu, peguei eu e a Fê-blue bird tanto gostou que até o postou...
Só acho que o titulo devia incluir os aldrabões.
Ou seja devia ser:
Aldrabas, aldrabices e Aldrabões.
Quanto ao resto está tudo dito.
Já deve faltar pouco para o comércio tradicional se transformar todo em lojas chinesas... vai uma apostinha ;)
Bjos
Caras e caros amiga(os) Esta é uma estória assim par o truncado. Mas penso que deu para entender.
Isa. Sou teimoso, mas apostas, Nah!
Abraços
Boa noite,
Só este post, me fazia rir a esta hora.
A nova loja, na minha modesta opinião, não tem a ver com as lojas chinesas parece-me mais, o pasquim cá da terra e, os post parecem os editoriais do Dr Tó-Zé Ferreira. Pensam, que somos parvos.
Abraço
Não é só por aí que há aldrabices dessas ;-)
Infelizmente assistimos ao acabar do que tínhamos mais genuíno, o nosso comércio tradicional, substituído por aldrabices de olhos em bico e grandes centros e hiper-aldrabões!
beijinhos
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