segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Acreditar ou não, nos políticos?

Uma das expressões muito ouvida e lida hoje em dia é da que “não Acredito nos políticos” com as mais diversas variantes.
Na verdade, o comportamento de uma remessa de políticos que nos têm calhado na rifa não abona nada em favor dos políticos em geral. Mas isto deve levar-nos a achar que o nosso regime democrático pode prescindir desta “classe”? Sem políticos quem é que nos governaria?
Talvez optássemos por militares como em parte da América latina e África. Talvez por burocratas (o que já acontece em parte). Sendo assim também prescindiríamos de eleições.

Estou convicto que o problema não está nos políticos. O problema está na nossa capacidade de os escolher, ou seja de escolher os mais sérios e mais capazes. Quando falo em escolher, incluo também a escolha no interior dos partidos (pelo menos naqueles onde aparentemente isso é possível).

Vivemos tempos em que a militância política está adulterada. Vivemos tempos em que a luta pela defesa das ideologias que cada um “professa” tem sido substituída pela troca de favores e a luta por lugares no chamado aparelho de Estado. Sim também eu detesto estes Políticos.

Está na nossa capacidade de discernimento, sempre que a isso somos chamados, escolher os melhores. Até porque qualquer outra solução podia-nos sair muito cara. Da última vez custou-nos 48 anos de ditadura fascista.

Ontem mesmo, aqui e muitos outros lugares foi recordado o golpe militar de 11 de Setembro de 1973 no Chile, onde os políticos foram duma forma sangrenta, substituidos pelos militares.

7 comentários:

Laços e Rendas de Nós disse...

Que Fatum é este que nos persegue?

Até quando?

Beijo

Rogério G.V. Pereira disse...

Tudo (ou quase tudo) certo. Apenas uma omissão. No dia em que disseram que a utopia não existia, mataram a crença e a esperança.

É preciso voltar a acreditar que a utopia nos está no horizonte. Haja quem o aponte...

Graça Sampaio disse...

São um mal necessário. Mas temos de estar atentos. Muito atentos mesmo!

Isa GT disse...

Os políticos apenas têm que ser metidos na ordem... Lei e Justiça andam cada vez mais separadas ;)

Bjos

folha seca disse...

Caras amigas e caros amigos.
Este texto pode atiingir algumas susceptibilidades neste mundo da blogosfera. Sem pretender desculpar-me, o que escrevi é mesmo o que penso. Apenas peço que oiçam até ao fim a declamação de que me socorri no final do post. Sim mesmo até ao fim, só aí o post será compreendido.

Fê blue bird disse...

Meu amigo vou responder-lhe o que penso dos políticos com outro poema de Bertolt Brecht.

Esse Desemprego
Meus senhores, é mesmo um problema
Esse desemprego!
Com satisfação acolhemos
Toda oportunidade
De discutir a questão.
Quando queiram os senhores! A todo momento!
Pois o desemprego é para o povo
Um enfraquecimento.
Para nós é inexplicável
Tanto desemprego.
Algo realmente lamentável
Que só traz desassossego.
Mas não se deve na verdade
Dizer que é inexplicável
Pois pode ser fatal
Dificilmente nos pode trazer
A confiança das massas
Para nós imprescindível.
É preciso que nos deixem valer
Pois seria mais que temível
Permitir ao caos vencer
Num tempo tão pouco esclarecido!
Algo assim não se pode conceber
Com esse desemprego!
Ou qual a sua opinião?
Só nos pode convir
Esta opinião: o problema
Assim como veio, deve sumir.
Mas a questão é: nosso desemprego
Não será solucionado
Enquanto os senhores não
Ficarem desempregados!

beijinhos

folha seca disse...

Cara Fê
Os poetas vão escrevendo ao longo das suas vidas poemas que poderão eventualmente, até ser contraditórios. Nesta caso não há contradição. Não sendo um grande conhecedor da obra de Brecht, conheço o suficiente para saber que fazia a distinção entre o político corrupto e oportunista e o político que servia o seu povo. Foi isto que tentei realçar.
Abraço

13 de Setembro de 2011 22:04