Uso como titulo deste post parte dum comentário que ontem fiz num blogue amigo.
Creio que a não ser que enterremos a cabeça na areia, as notícias que nos vão chegando das mais variadas formas, contribuem para que a tristeza se esteja a instalar no quotidiano dos Portugueses. Se as coisas já não estão fáceis e muitos de nós já sentimos directamente o efeito da chamada “crise” o que está para vir aumenta a nossa ansiedade colectiva, como há muito não se via.
Interrogo-me todos os dias sobre o meu (previsivelmente curto) futuro. Ao ler, ouvir e até a escrever, não consigo já esconder as lágrimas que teimam em aparecer. Os sonhos que acalentei durante uma vida de trabalho (já lá vão 46) teimam em tornar-se pesadelos.
Sei que muitos, mas mesmos muitos dos Portugueses passam por muitos maus dias. Sei que a esperança de dias melhores é uma miragem. Todos os vaticínios que vamos ouvindo só aumentam a nossa angústia.
Mas a grande questão é o que fazemos para alterar o sentido das coisas. Costumo defender a ideia de que na nossa Democracia os políticos têm um papel determinante no destino do País.
Será que só nos resta esperar pelas próximas eleições para como dizia Saramago “escolher um governo que talvez seja melhor”. Não! É necessário fazer mais!
Lembro as três palavras que a revolução Francesa consignou como princípios universais: Liberdade, Igualdade e fraternidade.
Que usemos a nossa liberdade (duramente conquistada) para “forçar” a que haja mais igualdade e que a fraternidade não seja uma palavra vã.
17 comentários:
"Vá camaradas mais um passo
Já uma estrela se levanta
E cada fio de vontade são dois braços
E cada braço uma alavanca"
Beijinho
"Ao ler, ouvir e até a escrever, não consigo já esconder as lágrimas que teimam em aparecer."
Também dou conta de mim assim.
Um beijo
A fraternidade está mal distribuída: tem-na quem dificilmente tem poder para a usar (coisa que cada vez é mais dificil de explicar). Ou não. Basta fazer sentir que ela não existe. A fraternidade hoje é subversiva...
A felicidade está também mal distribuida. Acompanha nisso a riqueza. Dum lado, mesa farta e candeia acesa. Do outro luz apagada e nem côdea sobra sobre a mesa
Caro amigo:
Refugio-me ultimamente só nas coisas que me dão prazer e felicidade, enterro a cabeça na areia propositadamente para sobreviver!
Não tenho saúde nem força para mais.
No entanto um texto como o seu faz-me vibrar, sinal que nem tudo está perdido e que poderei ainda resistir e quem sabe lutar.
Um beijo comovido.
Sou militante da vida
e do meu PCP
mas desde que me conheço
nas varandas da vida
sempre disse o que dizemos
o exercício político
a partilha democrática
a intervenção cívica
não se esgotam nos Partidos
Demasiados buracos, para um território tão diminuto.
Lá imaginaram um buraco para cada um de nós e puseram mãos à obra.
Como também já não estou tão longe assim de atingir o meu, resta-me a a grande preocupação com o futuro dos que cá ficam.
kandandos... inté
Lutar um luta desigual deixa qualquer um de rastos, sem vontade de batalhar mais.
É assim que me começo a sentir e a agir.
Beijo Amigo dos dias cinza!!
talvez sair à rua, não? e rencontrar a alegria na fraternidade da luta...
Sabemos que a esperança em dias melhores é uma miragem Rodrigo, mas perdê-la é perder a vontade de viver e de acreditar.
Então, como poderemos ser felizes, sem esperança?
Que ao menos isso ninguém nos tire.
Emocionou-me sentir a sua frustação, mas não se deixe derrotar.
Abraço amigo.
Janita
Já passei a fase da tristeza, caro Rodrigo. O que sinto agora é mesmo uma enorme revolta a crescer dentro de mim!Não só contra este governo, mas também contra quem criou as condições ideais para que esta gente lá chegasse.
Solidariedade entre os portugueses? Peço desculpa, mas não acredito nela. O tuga gosta dealiviar a consciência dando esmolas e, quando se trata de defender os próximos, dá de frosques. Foi isso, aliás, que hoje tentei retratar num post matutino. E nem lhe falem em sair à rua, para defender interesses que são de todos. Só vai para defender os seus interesses pessoais. Quanto ao resto, fica sentado numa cadeirinha a ver telenovelas à espera que alguém aja por ele. Par depois poder criticar, claro, como fazem muitos dos que saíram à rua no 1º de Maio de 74 a griatr Vivas à Liberdade e agora andam a reclamar um Salazar.
Peço desculpa se me excedi, caro Rodrigo
A situação é, de facto, assustadora! Todos os dias vem mais uma coisa para nos atormentar. Realmente... que vai ser de nós?!
Caras e caros amigos
Ao longo da vida fui transpondo para os meus cadernos e sebentas alguns dos pensamentos que a vida me ia fazendo sentir. Veio a informática e fui guardando em disketes os maus e bons momentos.
Hoje com esta forma de comunicar vou-me abrindo. Na verdade muito do que penso não é isolado outros e outras me acompanham. Não me sinto nada feliz por isso, antes pelo contrário.
A minha querida companheira no primeiro comentário deste post, transcreveu uma quadra do hino de Caxias. A Helena Pato uma grande resistente, que tambem esteve "hospedada" em Caxias escreveu um livro "já uma estrela se levanta". Sim, ouve gente que resistiu e pagou caro por isso. Devemos-lhe o continuar essa luta e não deixar que o desânimo nos torne moles ao ponto de que a sua luta não tenha continuidade. Apesar de tudo o seu sofrimento, só nós facilitou a continuidade da sua luta porque, vivemos em democracia.
Rodrigo,
Pensamento positivo.
Agora tem que ser sempre a melhorar.
Que se f@#$% a crise!!
Para pior já basta assim!!
Lembre-se do Solnado - faça-me o favor de ser feliz!!!
Um abraço
É emocionante o teu relato, a tua descrença, parece que sinto isso na pele, pois no Brasil somos roubados descaradamente pelos políticos sem vergonhas, sem dignidade...
*Só nos resta pensar que nada fica impune diante de Deus.
Que o divino faça a justiça.
Abraços do Brasil, Mery.Muita Paz!
O mais curioso é saber... onde o Governo não vai cortar e até vai aumentar o orçamento... ao Ministério da Defesa... e não por causa de alguma invasão do exterior, mas porque eles sabem, muito bem, o que nos andam a fazer porque, o pior ainda está para vir... 2012
Bjos
A hora não é de lamentações é de acção e luta.Vamos todos pois,juntar-se à manifestação da CGTP,dia 1 de Outubro em Lisboa ou no Porto.
Todos para fazer-mos de novo um Abril novo.
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