quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Manual de Poupança de Água (incompleto)

Água pode aumentar para evitar desperdício
Eu como nunca acreditei que este governo e as personalidades que o compõem resolveriam com alguma eficácia os problemas do País, nem sequer lhes concedi o estado de graça (até porque não achei graça nenhuma à vitória eleitoral que os levou ao poder) tive ontem uma primeira surpresa.

Sim. Disse a nossa ministra do ambiente (e de mais qualquer coisa) a propósito do "eventual" aumento da água «Este recurso tem de ser devidamente valorizado. As pessoas têm de saber que a água custa dinheiro, a água não é para desperdiçar, a água é para ser usada com todo o cuidado e com toda a parcimónia e associar um preço a água favorece comportamentos mais cuidadosos, mais sustentáveis no que diz respeito ao uso do recurso da água».

Eu até já tinha suspeitado que esta ministra ia dar nas vistas com aquela ideia dos desengravatados. Mas agora sim fiquei impressionadíssimo, a pasta está bem entregue. Até porque sabemos que os recursos deste precioso líquido são escassos e também sabemos que a água custa dinheiro. Assim e porque aquela intervenção deixou-me impressionado, peguei num bloco de notas e fiz o esboço de um manual de procedimentos a pôr em prática rapidamente.

1- Banhos: 1 vez por semana e com sabão macaco, para que a espuma não seja abundante e não seja necessária muita água para a retirar do corpo.

2- Fazer a barba: só ao Domingo antes de ir à missa.

3- Utilização da sanita. Só em casos de emergência. Como vivo junto a uma floresta, sempre que possível as necessidades fisiológicas passam a ser lá feitas (dupla poupança, pois também o papel higiénico passa a ser dispensável)

4- Água para cozeduras. Como lá em casa se consome bastante Peixe passa a consumir-se cru (claro que temos que mandar vir um livro de receitas Japonês, espero que haja uma tradução acessível.

5- Beber 1,5 lt de água diariamente como aconselham os médicos (que se lixem os médicos porque não são eles que pagam a respectiva conta). Passa a beber-se só com sede e pouca.

Pronto este vai ser o manual de procedimentos lá de casa no que toca a poupança de água. Claro que ainda é só um esboço, haverá certamente ainda mais qualquer coisa a acrescentar.

Espero que a inspiração “divina” que a Ministra me deu seja acompanhada pelos seus pares nas outras (muitas) poupanças que vou ter que fazer.

Desculpem a "vaidade". Mas esta ministra, foi eleita deputada pelo meu Distrito.

11 comentários:

Teófilo Silva disse...

Essa ministra do ambiente sabe bem quem é que desperdiça água. Ela e todos os que como ela tem dinheiro para a poder pagar. Mas ela não a vai poupar como nós. Logo há uma ignorância sobre o valor deste precioso líquido, como disse no texto deste post. Obrigarem a poupar no farelo quando eles esbanjam na farinha. Não é preciso obrigar a poupar, porque eles já puseram os pobres a tirar à barriga para poderem pagar os medicamentos na farmácia.

E dentro de pouco tempo vão deixar de comer para...

Um abraço

Anónimo disse...

Aumentar o preço de um bem essencial que já está tão caro?
Com o argumento de que será para poupar?
Nada disso, senhora ministra.
Há aumentos que acontecem apenas - e este será um deles - para aumentar as receitas.

Por outro lado, quem consome muito e ao mesmo preço, são os senhores das piscinas no quintal.
Mas nesses não se toca, é perigoso.

P.S. - Concordo com o que escreveu o Teófilo Silva.

Fê blue bird disse...

Caro amigo:
Todos sabemos onde a a água é desperdiçada, nos campos de golfe, nas piscinas, etc...etc...
Ainda agora a procissão vai no adro.

beijinhos

Graça Sampaio disse...

Vou seguir escrupulosamente os seus conselhos - exceto o n.º 2; o da barba, claro!....

Ainda bem que lá puseram a Miss Cristas, para nos dier estas cosas que ninguém sabia... e foi pelo nosso distrito? Que bom!

Flor de Jasmim disse...

Não basta eu estar no desemprego, também tu me vais dar menos que fazer.
Ainda bem que dispensamos a mulher a dias, ela lavava tudo à mangueirada.
Essa ministra devia ir viver para o deserto com os camelos, aqueles camelos.
Beijinho

Laços e Rendas de Nós disse...

Vou copiar os seus conselhos de poupança e colocar cada um deles de acordo com as respetivas divisões da casa.

Mas vou também arranjar um reservatório do tamanho maior que existir para canalizar toda a 'água' que este Governo meter. Assim, consumirei água sem a pagar...

Ah, se não couber toda no dito reservatório, eu partilhá-la-ei convosco. É só dizerem.
Contudo, não me responsabilizarei pelo estado da água que me chegar e que cederei. Conto com a compreensão de todos.

Beijo

Carlota Pires Dacosta disse...

A água está cada vez mais cara.
Há meses que chego a pagar mais de água do que de luz.
As medidas não são de todos descabidas, eheheheh.

Beijokas

Rogério G.V. Pereira disse...

Tem um ponto omisso, que devia ser o primeiro do manual: o governo suspender por tanta água meter. Boa?

Anónimo disse...

Esqueci-me de um enorme pormenor.

Grande parte do que se paga na factura da água diz respeito a taxas e tarifas (saneamento, limpeza pública, etc.)

Estará isto certo?

Isa GT disse...

Neste momento estou aqui a olhar para a minha factura da água que por acaso é bimensal mais especificamente como eles indicam 61 dias, ora o total é de 45,37€, o curioso é que a parcela da água é 10.81€ o que dá à volta de 5 euros mensais, o resto são quotas de Serviço com taxas adicionais saneamento variável, saneamento fixo, taxa de recursos hídricos, iva... portanto se a "menina da crista" pensa que eu posso poupar mais na água, só se cá em casa passarmos a cheirar mal, vestirmos roupa suja e fazer o comer com vinho... mando cortar a água e passo a poupar quase o dobro nas taxas. Haja paciência para aturar crianças crescidas!
Anualmente chega uma outra factura, da CML, de cento e muitos euros para os esgotos portanto o saneamento da factura da água, deve ser de lavar a salada porque o do WC é quase a peso de ouro.
Aqui em Lisboa, limpam-nos bem as algibeiras... nem um cotãozinho fica ;)

Bjos

Anónimo disse...

Há algum fundamento de verdade, quando a ministra diz que é preciso as pessoas terem consciência que a água é um recurso finito e nós não a valorizamos. O problema é que só aprendeu a lição até metade e depois puxou do copianço e baralhou-se toda,porque não tinha a lição estudada.
Mas de uma coisa não tenhamos dúvidas, caro Rodrigo. A água já é, hoje em dia, causa de muitas guerras ( a do Darfour é uma delas) e se nada for feito dentro de 50 anos os riscos de conflitos podem alastrar.
Só que como este governo vê tudo ao contrário, pensa que é aumentando o preço da água e entregando a sua gestão aos privados, que vai resolver o problema, quando a solução deve ser precisamente a inversa.
A privatização da gestão da água, como já em tempos escrevi no CR, será o maior crime cometido pelo governo contra os portugueses.