sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pois...

Não sei porquê mas algumas notícias de ontem a propósito do corte na comparticipação da pílula contraceptiva, só me faziam lembrar este poema da saudosa Natália Correia.
“Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;

e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.

Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -

Uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.”

(Natália Correia - 3 de Abril de 1982)

João Morgado, Deputado do CDS disse na Assembleia da Republica, no Dia 3 de Abril de 1982, no debate obre a Despenalização do Aborto, assim:

«O acto sexual é para ter filhos»
A resposta de Natália Correia, Deputada, disse como resposta e em poema, o anterior descrito que fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção!
Foi publicado depois, pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:

8 comentários:

Pedro Coimbra disse...

E eu fico a rir com o poema da Natália.
Abraço

Anónimo disse...

Bom dia meu caro.

http://tasebemnaminhabarraca.blogspot.com/2011/09/estado-deixa-de-comparticipar-pilulas.html

;)

Mar Arável disse...

Boa memória

Fê blue bird disse...

Caro amigo:
Sou admiradora de Natália Correia e desconhecia este seu humorístico poema tão bem captado pelo meu amigo para a notícia citada.
Fazem faltas estas almas poéticas no nosso parlamento.

beijinhos

Fada do bosque disse...

A verdade sobre o Iraque e outras guerras. Vejam pois a vímeo já retirou a versão inglesa. Contem muitas verdades!

Maria de Fátima Filipe disse...

Muitíssimo bem lembrado, a intervenção da Natália Correia foi memorável!!!!

:))

Hugo Nofx disse...

enooorme Natália!

Anónimo disse...

Uma Natália Correia incomparável.
A facilidade com que escrevia fez com que jamais fosse esquecida esta sua intervenção parlamentar,e tão falada na altura-
Obrigado por teres recordado
Um abraço