No Comboio Descendente
No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...
No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E outros a dar-lhes trela
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...
No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não
No comboio descendente
De Palmela a Portimão
Fernando Pessoa
6 comentários:
Mais descendente que isto era difícil... ainda estou zonza
Bjos
Que parelha, amigo, Zeca e Pessoa!!!
Faz bem ao nosso ego ter compatriotas assim!
Da Moita a Palmela
Vai um salto de criança,
A descer, sempre a descer
Até onde a vista alcança!
:)
Abraço,
António
Caro amigo:
Não podia ter escolhido post mais apropriado.
Estamos na recta descendente a caminho do precipício.
É o salve-se quem puder :(
bjos
Olá amigo
Viajei muito de comboio na nossa linha do oeste.Que histórias e que viagens.Os tempos eram outros, mas aquelas viagens nunca esquecerão.
O comboio às cinco da manhã para as Caldas com os magalas a dormir....Depois para Queluz...e por último para o Rossio e do Cais do Sodré para Cascais.
As primeiras viagens com um medo de passar e nem ver o comboio e mais tarde distraído entrar no comboio errado.........
O saudoso Zeca Afonso. Quando o escuto sou assaltado por recordações que me entristecem. Às vezes dou comigo a pensar se não haverá uma forma de voltar atrás no tempo, para voltar a sonhar com um futuro melhor e que cinicamente nos foi e será negado.
Um abraço
Eu hoje nãop estou com vontade nenhuma de rir, Rodrigo.
Pelo contrário, estou com vontade de dizer @#$%^%^ e &*()^%^e ainda !@$#%%&^&!!!
Já passa.
P.S. Eliminei o post.
Abraço
Enviar um comentário