sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Desabafos.

Ouvi com a devida atenção as discursatas da tomada de posse do governo hoje empossado.
Talvez devesse, pelos  “azares” que me aconteceram nestes últimos quatro anos, reagir com a indiferença, com que quase metade dos portugueses (com capacidade eleitoral) fazem.
É frequente ouvir por aí manifestações do estilo, de: “não quero saber disso, são todos iguais” e por aí fora.
Talvez, porque me roubaram tudo de material que tinha, fruto do trabalho de 48 anos, não me conseguiram roubar a minha dignidade e cidadania. Nunca me calei e creio que só o farei quando perder o pio.
Naturalmente que também eu sou um “revoltado”. Também eu chamo nomes feios à cambada que conduziu centenas de milhares de Portugueses a situações completamente irreversíveis. Sim porque mesmo que se concretize uma alteração significativa no caminho a percorrer nos próximos tempos, não tenho dúvidas da irreversibilidade de muitas e muitas situações.  

Quem ouviu as discursatas de hoje e tenha um conhecimento mínimo da realidade deste País que dá pelo nome de Portugal, não pode ter deixado de sentir que não era deste mesmo País que se falava em relação aos “sucessos alcançados”. As centenas de milhares de Portugueses que partiram, as dezenas de milhares de pequenos empresários atirados para a insolvência, as dezenas de milhares de suicidas, as centenas de milhares de desempregados que aí continuam e cujas estatísticas têm sido manobradas para que percentualmente tenham descido e mais um rol de patifarias de difícil descrição que só por cegueira “ainda” convencem os incautos.


Espero que alguns sinais à vista se concretizem e que o orgulho de ser Português renasça em muitos de nós.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

É agora?

Consta que parte considerável dos incêndios que ano após ano devastam grandes áreas do nosso património florestal e agrícola têm por trás interesses económicos e outros inconfessáveis.
Para além dos pirómanos, há uma indústria que ganha (parece que muito) com a desgraça alheia e a destruição irreparável de grande arte das nossas riquezas e lança para a miséria os seus detentores que sobreviviam dos meios assim destruídos.
Como os tempos de fogos, estão temporariamente afastados certamente este tema não faz sentido ser agora referido.

Claro que a razão que me leva a escrever, não é o a da introdução. Mas o da situação política actual e algumas das novidades.
Durante quatro longos anos estivemos a ver e a sofrer as consequências duma política que dizimou grande parte dos nossos recursos humanos e materiais. Esta destruição para muitas das centenas de milhares de Portugueses é irreversível. As vidas, as empresas e famílias destruídas em geral nada as faz voltar ao ponto de partida. Fica-nos a tristeza e a revolta e àqueles que não desistiram, resta dar o seu contributo (mesmo que só opinativo) para ajudar a estancar a hemorragia a que temos estado (e ainda estamos) sujeitos.

As notícias dizem-nos que a hipótese de uma solução de esquerda, possa estar a nascer e finalmente, alguns passos começam a ser dados nesse sentido. Que assim seja e que os “bombeiros pirómanos” que durante cerca de duas décadas impediram essa solução não estejam à espera que o restolho seque para voltar a incendiar o resultado do trabalho que começa a ser feito.