quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Justiça (outra vez).

Acabei de escrever um comentário de resposta a um amigo (advogado de profissão) no Facebook a propósito de uma questão local. Logo de seguida respondi a um mail da minha advogada a propósito de um assunto em que estou envolvido e me parece haver discordâncias (ou não) de interpretação.

Para que não haja duvidas confesso que ao aproximar-me (perigosamente) dos 60 anos só uma vez sentei o meu traseiro no banco dos réus. Tratou-se de um acidente de viação com uma vítima mortal do qual fui absolvido, porque apenas estava no sítio errado à hora errada. (ultimo parágrafo da sentença que me absolveu). Não deixei no entanto de durante quase 3 anos ter sobre mim uma acusação de homicídio por negligência.

No entanto os meus contactos com a justiça levaram-me a conhecer aspectos da mesma que me foram levando a cada vez acreditar menos na palavra (ou na sua utilização) que devia estar sempre presente na sua verdadeira acepção. Justiça, pura e simplesmente.

Para quem não tem qualquer preparação em termos académicos e sendo um leigo em matéria tão complicada, pôr-me a mandar palpites é um acto complicado e passível de levar alguns dos meus amigos que exercem a digna profissão de advogados ou mesmo juízes a mandar-me umas porradas (por acção ou omissão).

Mas num País onde o Ministério da respectiva está entregue a alguém que até tem um diploma de direito e sendo publica a real incapacidade de semelhante criatura para o exercício de tão relevante cargo, porque é que não hei-de estar à vontade para mandar umas bocas.

Termino contrariando a ideia de que a chamada “justiça popular” seria a solução, embora às vezes apeteça, apeteça mesmo. Mas acho que seria sempre pior. Mas para isso é necessário que os agentes (a montante e a jusante) dignifiquem a justiça e que não a deixem tornar-se apenas uma fonte de rendimento (quantas vezes, bastante altos) e de tráfico de influências como tem vindo a verificar-se.

PS: Se alguém se sentir ofendido com este escrito e me quiser mover um processo, aviso que não tenho dinheiro para pagar a um advogado e nem direito a assistência judiciária, pois os meus rendimentos (apesar de parcialmente penhorados) não me dão esse direito.  

7 comentários:

Anónimo disse...

Falar de Justiça neste país , Rodrigo, é falar sobre algo que não existe. Infelizmente. Belo post!
Abraço

Relaxoterapeuta disse...

Estamos em sintonia. Hoje também escrevi sobre a criatura, embora num registo mais olfactivo.
Abraço.

Graça Sampaio disse...

É este o triste estado da (in)Justiça em Portugal! (E o da Saúde, e o da Educação e de tudo enfim!!!) Uma pena! Um vergonha! Ao estado a que chegámos!!

Graça Sampaio disse...

É este o triste estado da (in)Justiça em Portugal! (E o da Saúde, e o da Educação e de tudo enfim!!!) Uma pena! Um vergonha! Ao estado a que chegámos!!

Pedro Coimbra disse...

Rodrigo,
Sou da área visada.
Sou advogado, exerci, mas deixei a profissão porque aquilo não era para mim.
Hoje em dia sou jurista na Administração de Macau.
E, quer aqui, quer aí, vejo e ouço coisas que até arrepiam.
Grande abraço

Manuel Veiga disse...

o meu saudoso amigo J. H Vareda, "patrono" no meu estágio de advocacia, que por uns tempos exerci, dá voltas no túmulo, perante a Justiça que temos...

abraço

Fê blue bird disse...

Meu amigo:
Justiça, Educação, Saúde são alvos a abater para beneficiar quem bem sabemos.

beijinho e bom fim de semana