sábado, 20 de setembro de 2014

Um passado que morre. Um futuro incerto.


Faz tempo que a existência de piscinas públicas ou privadas, por aqui eram apenas uma miragem (no que diz respeito a públicas quase que assim continua na nossa freguesia se não chamarmos piscina ao tanque da Embra).
De facto à época não sei bem, se a palavra “piscina” fazia parte da linguagem corrente. Que me lembre os “putos” da minha geração conheciam bem o Barreiro do “Melro”, o do Camarnal o da Cerâmica (junto ao Lisboa e Marinha) mais a vala do Tremelgo, a do Pelão (que recentemente soube chamar-se Ribeira das Bernardas) e ainda mais uma ou outra que íamos descobrindo. Eram as nossas piscinas, onde nos refrescávamos nos verões mais quentes que em tempos de “aquecimento global” teimam em passar por aqui fugazmente.

Ora bem. Hoje e depois e depois do já habitual (aos Sábado) cozido no clube de Casal Galego, rumámos a S.Pedro de Moel. Como a intenção era só cheirar a maresia e olhar o mar fomos direitinhos ao chamado parque de estacionamento das piscinas de onde se avista S.Pedro de Moel quase por inteiro. Não sei se foi do “cozido” ou da visão, mas que me senti mal, senti. Não, não pode estar a acontecer. Aquela bela imagem que se sobrepunha a todas as outras, aquela que já foi nacional e internacionalmente a imagem de S. Pedro de Moel, apresenta, mesmo a alguma distância um estado lastimoso de degradação e abandono.
Não, não pode estar a acontecer!

Ao iniciar este curto post  tinha por intenção contar uma pequena história que descrevia as aventuras e desventuras da minha ida à inauguração das referidas piscinas. Decorria (sujeito a confirmação) o ano de 66/67. Do que me lembro mesmo é que a minha pasteleira roda 28 só era boa para descidas e rectas, dado que só funcionava em terceira (mas esta parte fica para outra ocasião, se houver).

Surripei na net (por facilidade) a foto que encima este post. Digo por facilidade porque terei alguma dezenas algures por aí, mas teria que procurar. Caloíce.  Também podia ilustrar com uma das fotos actuais, que já por aí circulam mas, tal como aos amigos que partem, prefiro guardar a imagem dos bons tempos. Coisas minhas.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Opções (sem desculpas)

Confesso que sou muitas vezes tentado a desistir de falar de política, não assistir a debates e a não me meter nestas “coisas”. Desculpas, tinha várias. O facto de ser um miserável falido e poder culpar tudo e todos, a desilusão provocada pelos políticos no activo no poder e na oposição e até o veredicto do meu cardiologista que me aconselha a não me meter em situações que provoquem emoções fortes.

Na verdade a política faz parte da minha vida desde que me conheço. Para quem ainda em criança é “acusado” de ser neto de um ex-presidiário e demora tempo a perceber que talvez a pessoa de que mais gostou na vida, tinha sido preso politico, porque defendeu causas justas que o levaram a passar 14 anos no carceres fascistas. Para quem com 10 anos de idade, come o pão que o diabo amassou, indo trabalhar para o forno de uma fábrica de vidros, para ajudar a melhor o miserável orçamento familiar, não pode alhear-se daquilo que se passa à sua volta, olhar para a degradação da situação económica e social do seu País.

Na verdade fui um dos simpatizantes do PS (mais assim, do que assado) que na altura própria manifestei o meu desacordo com o “oferecimento” de A. J. Seguro para a liderança do PS. Também fui manifestando o desencanto que (nunca tive )pela sua gestão do principal partido da oposição.
Também fui um dos cidadãos anónimos que dirigi umas palavras (numa noite muito dolorosa) a António Costa dando o meu modesto empurrão, usando mais ou menos a expressão de que “o PS precisa de alguém na sua liderança, que não se limite a ser um bom rapazinho”.

Tudo para dizer que se já não tinhas dúvidas de que A. Costa (dos perfilados) é o meu preferido a quem vou dar o meu voto (se me reconhecerem esse direito) para que assim seja.