Post Largo das Calhandreiras
quinta-feira, 15 de Abril de 2010
Há uns anitos, quando Bagão Félix era ministro do trabalho e S.Social ( penso que era mais ou menos isto) alterou as leis do trabalho prejudicando os trabalhadores nos chamados “direitos adquiridos”. para atenuar as manifestações contra, teve a “esperteza” de aumentar as férias anuais em 3 dias. Ou seja tirou com uma mão e deu com outra. Diga-se de passagem que teve um grande êxito pois os sindicatos logo se ocuparam a discutir a forma de interpretar a lei, pois o importante passou a ser trabalhar menos 3 dias por ano e logo foram esquecidos os “direitos adquiridos” retirados nessa mesma lei.
Ainda me lembro da reacção dum trabalhador da minha empresa ao dizer: “para que é que quero mais dias para gozar férias, se o dinheiro do subsidio já tem para onde ir (dividas acumuladas) e nas férias não vou sair de casa, porque não tenho dinheiro para as gozar”.
Ainda gostava de ver alguém fazer as contas e saber quanto custa em termos de redução de produtividade e do PIB esta “Chico-espertice deste ministro do governo PSD/CDS.
Noutra forma e noutros tempos e de acordo com o PEC (que vai ter umas costas muito largas, para justificar muita coisa que se está a fazer e ainda a procissão vai no adro) o governo actual (PS) congelou os salários durante 3 anos à função publica. Com uma série de protestos agendados, zás, sai o coelho da cartola. Mais 1 dia (que se transforma em 2) de férias extra a propósito da visita papal.
Dirão alguns que não faz mal, até se poupa nos subsídios de alimentação. E o resto? Quantos Pais que trabalham nas empresas privadas não vão poder trabalhar, por não terem onde deixar os filhos? Quantos actos administrativos se vão deixar de fazer prejudicando os cidadãos que deles precisam. Quantos julgamentos vão ser atrasados numa justiça que já anda a passo de caracol… etc. , etc.…
Alguém me disse que foi uma alta individualidade colocada no” vértice do estado” que pressionou nesse sentido. Então e o PEC? As recomendações de prudência de Bruxelas? E a real situação do País?
Não tenho nada contra a visita de tão alta individualidade ao País. Não tenho nada contra, que se facilite a ida de quem em Lisboa, Porto ou Fátima queira saudar o Santíssimo. Mas porra ,que não seja à custa de quem fica a trabalhar, porque a tolerância de ponto não é para todos.
Mais, será que nalgum destes locais, cabem os 700 mil funcionários públicos?
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