Há largos anos que tenho uma forte admiração pelo Dr. Vital Moreira, com quem tive oportunidade de privar em tempos já longiquos.
É conhecida a sua competencia em matéria de direito constitucional, tendo sido mesmo um dos Pais da nossa constituição, creio que ainda hoje das mais proguessistas da Europa.
No entanto a sua perfomance nesta campanha para as Europeias começa a deixar muito a desejar. Quando em Evora se refere ás minas de Aljustrel como se fossem as de S.Domingues comete um erro de palmatória imperdoável até a um miudo do ensino básico que estude ali para aqueles lados. Reparemos como afirmou a certeza do que estava a dizer "posso-vos confirmar!!!"
Outro aspecto e usando uma linguagem que não se lhe conhecia, Classificou o caso BPN como uma "roubalheira".
Só agora viu isso Dr. Vital? Grande descoberta! Pelo menos que a campanha eleitoral sirva a este ilustre constitucionalista para dizer o que pensa usando uma linguagem pouco habitual nas cátedras das universidades por onde tem andado, se não fosse candidato provavelmente nunca esta expressão lhe saísse da boca.
Mas a questão de fundo é esta? Roubalheira cometida pelos altos quadros do BPN.... estamos inteiramente de acordo... mas que chamar ao Governo (por quem Vital dá a cara) que pegou em largos milhões de euros do erário publico e se apressou a enterrar no BPNpara o "salvar".
Claro que isto é um desabafo, nunca o Dr. Vital me vai responder(até porque vozes de bloguista amador não chegam ao "Céu" .
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Fracos Reis...
Citando de cor Camões, o mesmo terá dito mais ou menos isto " Fracos Reis, fracos fazem as fortes gentes"
Quando "vemos ouvimos e lemos" algumas citações dos clássicos não podemos deixar de fazer um paralelo com o momento em que nos encontramos.
Não tendo nada contra a classe politica em geral e não conhecendo outro regime melhor do que aquele em que são os políticos a dirigir os destinos das nações (refiro-me, claro aos regimes democráticos) não deixa de ser deprimente ver como alguns desses políticos se agarram ao poder como lapa à rocha. Isto a propósito do conjunto de políticos e ex-políticos que envoltos em escândalos continuam a exercer funções como se nada se passasse e passam o tempo a atirar com areia para os olhos dos Portugueses.
Recordo António Guterres, António Vitorino e Jorge Coelho e as atitudes que tomaram em situações diferentes, mas que mostraram que não estavam agarrados ao poder e tiveram a coragem de se demitir quando a sua honra foi posta em causa.
Espero que alguns políticos da nosso País também sejam capazes de se demitir, pois como é mais do que previsível (sondagens encomendadas à parte) nas próximas eleições (dentro de dias) os resultados serão bastante clarificadores e se não o forem nos resultados de cada Partido selo-ão pelos menos nos resultados da abstenção e aí sim terão que ser tiradas ilações. Eu sou daqueles que pensa que a abstenção não reflecte o desinteresse dos eleitores, mas a incapacidade dos políticos do presente mobilizarem esses mesmos eleitores.
Quando "vemos ouvimos e lemos" algumas citações dos clássicos não podemos deixar de fazer um paralelo com o momento em que nos encontramos.
Não tendo nada contra a classe politica em geral e não conhecendo outro regime melhor do que aquele em que são os políticos a dirigir os destinos das nações (refiro-me, claro aos regimes democráticos) não deixa de ser deprimente ver como alguns desses políticos se agarram ao poder como lapa à rocha. Isto a propósito do conjunto de políticos e ex-políticos que envoltos em escândalos continuam a exercer funções como se nada se passasse e passam o tempo a atirar com areia para os olhos dos Portugueses.
Recordo António Guterres, António Vitorino e Jorge Coelho e as atitudes que tomaram em situações diferentes, mas que mostraram que não estavam agarrados ao poder e tiveram a coragem de se demitir quando a sua honra foi posta em causa.
Espero que alguns políticos da nosso País também sejam capazes de se demitir, pois como é mais do que previsível (sondagens encomendadas à parte) nas próximas eleições (dentro de dias) os resultados serão bastante clarificadores e se não o forem nos resultados de cada Partido selo-ão pelos menos nos resultados da abstenção e aí sim terão que ser tiradas ilações. Eu sou daqueles que pensa que a abstenção não reflecte o desinteresse dos eleitores, mas a incapacidade dos políticos do presente mobilizarem esses mesmos eleitores.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Bitaite largo das calhandreiras
Com a devida vénia ao autor, deixo aqui um excerto do romance Ensaio sobre a lucidez de José Saramago, acompanhado da sugestão aos jovens e menos jovens a leitura da respectiva obra.
"Num país qualquer, num dia chuvoso de votação, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de atuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez. Estranhamente, não houve uma mobilização para o facto"
5/24/2009 12:32 PM
"Num país qualquer, num dia chuvoso de votação, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de atuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. Os governantes, sentindo-se ameaçados, trataram de agir em nome da ordem, perseguindo, prendendo, maltratando, eliminando. Alguns que viveram os horrores da cegueira branca, novamente sofreram. Os governantes, preocupados em salvar a própria pele, em garantir o poder, não perceberam que a cegueira branca de outrora, demonstrativo de que há muito o homem estava cego, tinham paralelo com o voto branco de agora, indicativo de que a população não perdera a lucidez. Estranhamente, não houve uma mobilização para o facto"
5/24/2009 12:32 PM
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Dia da espiga
Na vespera de mais um dia da espiga(ou 5ª Feira de Ascensão) recordo o grande encontro da familia Marinhense que este dia representava para a nossa terra.
O coelho com ervilhas; os garrafões de tinto, o baile a toque de acordeom, na eira da tasca , a solidariedade manifestada e as bebedeiras que se apanhavam, pois era quase impossível não provar o vinho do amigo que estava ali ao lado.
Tudo isto à volta do Tremelgo.
Infelizmente a partidarização e tentativa de aproveitamento deste dia pelos partidos com mais implantação no Concelho fizeram com que actualmente haja uma triste divisão, chegando mesmo a haver famílias que se dividem no local do repasto por causa das conotações politicas que representa ir para as Árvores ou parque das merendas.
Enfim como se costuma dizer "a tradição já não é o que era" salva-se pelos menos o coelho com ervilhas.
O coelho com ervilhas; os garrafões de tinto, o baile a toque de acordeom, na eira da tasca , a solidariedade manifestada e as bebedeiras que se apanhavam, pois era quase impossível não provar o vinho do amigo que estava ali ao lado.
Tudo isto à volta do Tremelgo.
Infelizmente a partidarização e tentativa de aproveitamento deste dia pelos partidos com mais implantação no Concelho fizeram com que actualmente haja uma triste divisão, chegando mesmo a haver famílias que se dividem no local do repasto por causa das conotações politicas que representa ir para as Árvores ou parque das merendas.
Enfim como se costuma dizer "a tradição já não é o que era" salva-se pelos menos o coelho com ervilhas.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
À Americana
Acabo de ouvir no noticiário da Antena 1, que o PS contratou a empresa de publicidade que fez a campanha do Obama nas ultimas eleições nos EUA.
Começa a ser claro que nos próximos actos eleitorais o numero de abstencionistas vai ser elevado, o que motiva grande preocupação nos partidos políticos e até do próprio Presidente da Republica.
Como é que se consegue levar à urna de voto um trabalhador desempregado, com salários em atraso ou mesmo um pequeno empresário a contas com o fisco, reflexo da exploração que a todos os níveis está a ser feita, quando não há dinheiro que chegue para tapar todos os buracos e se vê que o Partido do Governo tem á sua disposição quantias exorbitantes para gastar?
Com que moral o Partido que sustenta o actual Governo contrata uma empresa Americana para lhe fazer a campanha, quando muitas empresas Portuguesas na área dos media definham porque a falta de investimento nesta área é particularmente notória.
De facto começa a ser claro que os actuais Partidos não correspondem ás necessidades da nossa Democracia, daí e ao exemplo do que já fiz nas ultimas eleições Presidenciais apoio com entusiasmo a hipótese de ver um Partido encabeçado por Manuel Alegre, disputar as próximas eleições legislativas para que parte considerável do eleitorado Socialista não fique em casa por não se reconhecer num Partido que impõe aos Portugueses os sacrifícios que todos conhecemos e gasta (com empresas Americanas) quantias certamente astronómicas para vender uma imagem
que não corresponde à realidade.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Pouca Vergonha
Afastado da politica activa há muitos anos, não deixo de estar atento ao que se passa em Portugal e no resto do Mundo, não me limitando a ser um simples expectador passivo, mandando aqui e ali uma "boca".
Recordo aqui o alerta de Mário Soares já há alguns meses alertando para a possibilidade de graves conflitos sociais. Manifestando toda a minha solidariedade ao Vital Moreira e repudiando o comportamento de alguns seus(e meus também) ex-camaradas creio que a sua conhecida e reconhecida inteligência lhe vão dar inspiração para ajudar a acabar com o autismo que o Partido por quem mais uma vez dá a cara, tem demonstrado.
Nestes ultimas dias assistimos a um conjunto de acontecimentos que há muito deviam estar arredados da nossa vida colectiva. Li tantos comentários a propósito e a desproposito, que tirando o que publiquei no "Praça Stephens"não me vou referir ao caso Vital Moreira. Quando a massa cinzenta de todos nós devia estar virada para a procura de soluções para os graves problemas que a todos afligem deixamos que as notícias das primeiras páginas dos media, sejam acontecimentos, que apesar da sua importância, são apenas consequência de situações gritantes que a não ser atacadas poderão ter graves consequências no nosso futuro colectivo.
Recordo aqui o alerta de Mário Soares já há alguns meses alertando para a possibilidade de graves conflitos sociais. Manifestando toda a minha solidariedade ao Vital Moreira e repudiando o comportamento de alguns seus(e meus também) ex-camaradas creio que a sua conhecida e reconhecida inteligência lhe vão dar inspiração para ajudar a acabar com o autismo que o Partido por quem mais uma vez dá a cara, tem demonstrado.
Uma nota Final: Gostei de ver publicado no "Praça Stephens" um link de acesso ao artigo de José Saramago sobre os incidentes no primeiro de Maio. Uma sugestão que deixo! Leiam o livro do mesmo autor"ensaio sobre a lucidez"...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
1º de Maio de 2009
Algum "saudosismo" de que enfermo levou-me a procurar uma foto memorável das varias tiradas naquela que foi a primeira grande manifestação em liberdade na nossa terra, o 1º de Maio de 1974.
Existe um conjunto de fotos desse dia memorável mas não consegui encontrar uma a tempo de aqui a publicar.
No entanto tenho-as gravadas não em formato digital, mas na minha memória. Recordo aquela praça Stephens a transbordar de gente que bem apertadinha chegava até à rotunda do vidreiro.
Como em cada acontecimento há sempre uma personalidade que sobressai na minha memória quero recordar aqui o "Toino Ganiço"
Desde que me lembro depois da meia noite do dia 1 de maio ouviam-se de vários locais, foguetes a estalar no silêncio da noite. Desde Muito pequeno que me diziam que era o dia trabalhador e por ser proibido festejar esse dia era durante a noite que varias pessoas de vários locais distantes para evitar ser apanhados, lançavam foguetes.
Soube mais tarde já em liberdade quem era o homem que organizava esta acção, de seu nome António de Sousa Júnior( se a memória não me trai) mas eu recordo-o simplesmente como o Toino Ganiço.
Existe um conjunto de fotos desse dia memorável mas não consegui encontrar uma a tempo de aqui a publicar.
No entanto tenho-as gravadas não em formato digital, mas na minha memória. Recordo aquela praça Stephens a transbordar de gente que bem apertadinha chegava até à rotunda do vidreiro.
Como em cada acontecimento há sempre uma personalidade que sobressai na minha memória quero recordar aqui o "Toino Ganiço"
Desde que me lembro depois da meia noite do dia 1 de maio ouviam-se de vários locais, foguetes a estalar no silêncio da noite. Desde Muito pequeno que me diziam que era o dia trabalhador e por ser proibido festejar esse dia era durante a noite que varias pessoas de vários locais distantes para evitar ser apanhados, lançavam foguetes.
Soube mais tarde já em liberdade quem era o homem que organizava esta acção, de seu nome António de Sousa Júnior( se a memória não me trai) mas eu recordo-o simplesmente como o Toino Ganiço.
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