Se estivesse vivo o professor Rómulo de Carvalho faria hoje 106 anos. Para além de eminente cientista usando o seu nome próprio, escreveu intensa poesia usando o pseudónimo de António Gedeão. “Habitante” habitual neste blog, não podia deixar de assinalar a data, com aquela que para mim foi a forma mais brilhante de tratar um dos seus mais conhecidos poemas e dar a voz a um dos seus grandes divulgadores.
4 comentários:
António Gedeão
Meu irmão
(o que estou fazendo pela poesia
é um hino à sua, que me tomou a alma...)
Bela homenagem a António Gedeão.
Foi assim, com este nome, que ele entrou cá em casa.
O homem passa mas a sua obra vive.
Rodrigo.
Como sabe, António Gedeão também é um poeta com lugar cativo no meu blog. Gostei muito de re-ouvir a sua "Pedra Filosofal"
Se me der licença, junto-me a si nesta merecida homenagem, e deixo este seu poema:
"Amargo estilo novo"
Tudo é fácil quando se está brincando com a flor entre os dedos
quando se olham nos olhos as crianças,
quando se visita no leito o amor convalescente.
É bom ser flor, criança, ou ser doente.
Tudo são terras donde brotam esperanças,pétalas, tranças,
a porta do hospital aberta à nossa frente.
Desde que nasci que todos me enganam,em casa, na rua, na escola, no emprego, na igreja, no quartel.
Com fogos de artifício e fatias de pão besuntadas com mel.
E o mais grave é que não me enganam com erros nem com falsidades mas com profundas, autênticas verdades.
E é tudo tão simples quando se rola a flor entre os dedos
Os estadistas não sabem,
mas nós, os das flores, para quem os caminhos do sonho não guardam segredos,
sabemos isso e todas as coisas mais que nos livros não cabem.
António Gedeão
Obra Poética
Edições João Sá da Costa
2001.
Um beijo e boa semana.
Ouvi esta música, cantada pelo Manuel Freira, ainda era garoto.
Nunca mais a esqueci e nunca me cansei de a ouvir.
Um preciosidade!
Aquele abraço e votos de boa semana, Rodrigo
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