Caro Folha Seca, Apesar dos parcos comentários, sigo-o sempre com interesse e hoje tive que lhe dar conta do quanto estou esmagado com o discurso desta senhora. Logo ela, que chegou a ser distinguida em 2005 pela Assembleia da República com o Prémio dos Direitos Humanos. Afinal o que a senhora disfarçava era a pretensão à herança do cargo de Presidente do Movimento Nacional Feminino ou do Clube dos chás de caridade de Cascais. Tratou de aderir rapidamente ao discurso dos vencedores, quando finalmente se concretizou a eterna esperança do seu clã natural: maioria, governo, presidente. Agora é só ajustar contas com o passado e tratar as veleidades dos direitos à liberdade e á igualdade que o povo julga ter. Em vez de fraternidade, agradecem a bênção da oportunidade de voltar a praticar a tão reconfortável caridade. O único senão, é o problema de fazer com que Portugueses aceitem sem revolta o destino de pobreza que lhes está reservado por inerência de classe, porque afinal, ricos e pobres, governantes e governados, administradores de bancos ou auxiliares das limpezas, disse, todos gastaram de mais no passado, acrescentemos, depois da rebaldaria do 25 de Abril. Porque a roubalheira dos tubarões, a corrupção, o enriquecimento ilícito de quem quis, pode e ainda manda, a separação cada vez mais apurada e inequívoca entre pobres e ricos, não são referidos no seu discurso, já que não foram os causadores do estado actual das contas públicas. São naturais na sociedade que a senhora preconiza. Mas está a ver bem a senhora. Tem razão para temer o que de forma tão distraída chama de “pessoas completamente enraivecidas” aos jovens qualificados que não encontram trabalho, que um dia se assemelharão a cães famintos. Isto porque nem todos quiseram ouvir o Relvas e o Passos que lhes apontaram a emigração, para bom entendedor, antes que fosse necessário recriar as forças de repressão de que ainda devem ter os manuais à mão de semear. A cada dia cresce o nosso desalento com as demonstrações do pensamento dos vendilhões e traidores que aceitámos por líderes. Um abraço
O que ela diz, principalmente no início, é verdade e é, a par da corrupção e do "enriquecimento ilícito" (essas sim, são revoltantes), uma das grandes causas da crise: viver acima das possibilidades. O que está errado é generalizar da maneira que ela fez, há muita gente que vive de acordo com as possibilidades (que são quase nenhumas). Mas de resto, não percebo o porquê de tanta revolta em relação a isto
Rodrigo, Admiro (muito!!) o trabalho que ele tem feito ao longo de mais de 20 anos. Há mais de 20 anos que ela lida com a pobreza, a miséria. E faz trabalho para que esses flagelos sejam minorados.
Teve um discurso menos feliz? Enfim...como bem refere a Alexandra, numa coisa tem razão, Rodrigo - há muito tempo que em Portugal se vive acima das possibilidades. Não se pode generalizar, mas é um facto.
8 comentários:
Caro Folha Seca,
Apesar dos parcos comentários, sigo-o sempre com interesse e hoje tive que lhe dar conta do quanto estou esmagado com o discurso desta senhora. Logo ela, que chegou a ser distinguida em 2005 pela Assembleia da República com o Prémio dos Direitos Humanos.
Afinal o que a senhora disfarçava era a pretensão à herança do cargo de Presidente do Movimento Nacional Feminino ou do Clube dos chás de caridade de Cascais.
Tratou de aderir rapidamente ao discurso dos vencedores, quando finalmente se concretizou a eterna esperança do seu clã natural: maioria, governo, presidente. Agora é só ajustar contas com o passado e tratar as veleidades dos direitos à liberdade e á igualdade que o povo julga ter. Em vez de fraternidade, agradecem a bênção da oportunidade de voltar a praticar a tão reconfortável caridade.
O único senão, é o problema de fazer com que Portugueses aceitem sem revolta o destino de pobreza que lhes está reservado por inerência de classe, porque afinal, ricos e pobres, governantes e governados, administradores de bancos ou auxiliares das limpezas, disse, todos gastaram de mais no passado, acrescentemos, depois da rebaldaria do 25 de Abril. Porque a roubalheira dos tubarões, a corrupção, o enriquecimento ilícito de quem quis, pode e ainda manda, a separação cada vez mais apurada e inequívoca entre pobres e ricos, não são referidos no seu discurso, já que não foram os causadores do estado actual das contas públicas. São naturais na sociedade que a senhora preconiza.
Mas está a ver bem a senhora. Tem razão para temer o que de forma tão distraída chama de “pessoas completamente enraivecidas” aos jovens qualificados que não encontram trabalho, que um dia se assemelharão a cães famintos. Isto porque nem todos quiseram ouvir o Relvas e o Passos que lhes apontaram a emigração, para bom entendedor, antes que fosse necessário recriar as forças de repressão de que ainda devem ter os manuais à mão de semear.
A cada dia cresce o nosso desalento com as demonstrações do pensamento dos vendilhões e traidores que aceitámos por líderes.
Um abraço
De Isabel Jonet há muita coisa (má) para dizer.
Com este discurso ultrapassou os limites.
Vergonhoso.
Abraço
O que ela diz, principalmente no início, é verdade e é, a par da corrupção e do "enriquecimento ilícito" (essas sim, são revoltantes), uma das grandes causas da crise: viver acima das possibilidades. O que está errado é generalizar da maneira que ela fez, há muita gente que vive de acordo com as possibilidades (que são quase nenhumas). Mas de resto, não percebo o porquê de tanta revolta em relação a isto
quantos pobres são necessários para fazer um rico? eis a questão em toda a sua crueza...
abraço
Mais uma Madame Supico Pinto! Que nojo!
Rodrigo,
Admiro (muito!!) o trabalho que ele tem feito ao longo de mais de 20 anos.
Há mais de 20 anos que ela lida com a pobreza, a miséria.
E faz trabalho para que esses flagelos sejam minorados.
Teve um discurso menos feliz?
Enfim...como bem refere a Alexandra, numa coisa tem razão, Rodrigo - há muito tempo que em Portugal se vive acima das possibilidades.
Não se pode generalizar, mas é um facto.
Aquele abraço e votos de bom fim-de-semana
É gente desta que tem bons cargos e poder.
Ela só disse o que pensa.
Lamentável!
beijinhos
Como já escrevi, é a madame Supico Pinto do regime.
Abraço e bom fds, Rodrigo
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