"No próximo ano, os trabalhadores do Estado não ficarão sem
subsídios, mas voltarão a ser mais penalizados do que os colegas do privado". VER MAIS
Parece-me que quem escreve este tipo de notícias conhece mal
a realidade do País.
Desde já afirmo que para muitos sectores da função pública é
uma violência o que se está a fazer e contra ela me manifesto. No entanto
apesar das arrumações que se estão a fazer não me pareçe que a função pública
ameace falir e que mesmo com direitos retirados, os empregos estão garantidos e caso o
não estejam, estão pelo menos as indemnizações a que têm direito, tal como a
passagem à reforma mesmo que antecipada.
Vejamos o que se passa no privado.
Grande parte das micro, pequenas e médias empresas vivem
para o mercado interno. Quanto menor for o poder de compra da população em
geral, mais dificuldade há em colocarem os seus produtos no mercado. Contam-se
por 2 dígitos o número de falências diárias. Grande parte destas falências
acontecem quando já não há meios para indemnizar os seus trabalhadores,
restando-lhe o subsídio de desemprego quando a ele têm direito. Normalmente
acontece que há um período em que subsídio de férias e de natal há muito deixou
de ser pago tal como vários meses de salários, deixo aqui um exemplo dos muitos
que infelizmente se conhecem (AQUI).
Esta ideia de que só os funcionários públicos são
penalizados é falsa e está a ser utilizada para dividir os trabalhadores do púbico
e privado. A intenção é evitar que a unidade aconteça pois quando efectivamente
a unidade se concretizar, haverá mudanças muito sérias no que respeita à
continuidade do esbulho miserável que tem vindo a acontecer a quem trabalha
quer no público quer no privado.
5 comentários:
Amigo Rodrigo; há para este povo ignorante (no qual se incluem os "nossos" governantes)dois únicos culpados pela crise (nacional e internacional) o Sócrates e os funcionários públicos. Portanto há que zurzi-los bem senão mesmo acabar com eles...
Bom domingo (se conseguir...)
Rodrigo, meu amigo,
nada do que diz está,
no essencial,
errado.
Mas cuidado:
o ataque cirúrgico
é ao público!
O privado está assegurado!
Faço-me entender?
Rodrigo,
O debate público/privado é universal.
Como é universal o facto de o funcionário público ter, por regra, mais garantias, maior estabilidade no emprego, mais regalias sociais.
Já o afirmei milhentas vezes (sou funcionário público) - como funcionário público não ganho as fortunas que se pagam no sector privado, nunca serei muito rico (nem ganhando o euromilhões porque não jogo!!).
Mas tenho outra estabilidade de emprego, no presente e no futuro, uma reforma garantida.
A "tigela de arroz" para mim e para a família.
E eu, conservador e medroso, prefiro isso a ser um dia muito rico e no outro andar aflito.
Aquele abraço e votos de boa semana!
De há uns anos para cá que os funcionários públicos são o bode expiatório dos sucessivos governos.
Segundo a Ideologia de Sócrates funcionários públicos era o próprio governo, as forças armadas e os consulados ...
Alguém se enganou na porta e estão roubando erradamente....
Concordo com muito do que escreve,Rodrigo, mas deixe-me apenas acrescentar uma coisa: ninguém diz( e ninguém explica a razão) que os funcionários públicos, mesmo aceitando rescisões amigáveis, não têm direito ao subsídio de desemprego. Porque será?
Talvez pela mesma razão que a comunicação social fala sempre dos funcionários públicos, mas omite que os cortes também atingiram os reformados do sector privado que andaram a descontar 40 anos. Como se justificam esses cortes?
Grande abraço
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