quarta-feira, 25 de julho de 2012

Museu do Vidro - Marinha Grande

Visita guiada ao Museu do Vidro da Marinha Grande
Ontem um comentário no meu anterior post, feito pelo amigo “Vinagrete” (curiosamente um dos obreiros da concretização do Museu do Vidro) fez ressaltar em mim uma certa nostalgia. Dado que é tempo de férias e muita gente não se pode dar ao luxo de grandes despesas, que tal uma visita a este Museu que encerra em si grande parte da História da Marinha Grande. O Museu do Vidro encontra-se instalado no Palácio Stephens, edifício de inspiração neoclássica, construído na segunda metade do século XVIII. Este palácio que serviu de residência à família Stephens, mais tarde à do Engº. Calazans Duarte. Funcionava como apoio administrativo à então Fábrica Escola Irmãos Stephens mandada encerrar em 1994 pelo governo presidido por Cavaco Silva.

10 comentários:

Quase anónimo disse...

Seria interessante saber quantos marinhenses já se deram ao “incómodo” de gastar um pouco do seu tempo numa visita ao Museu do Vidro…
Trata-se de uma obra marcante de um executivo camarário, liderado, se bem me lembro, por Álvaro Órfão que tinha, à data, como seu vice Armando Constâncio, obreiros dessa importante referência para a cultura marinhense.
Depois do desaparecimento da quase totalidade das empresas de referência do sector vidreiro, o espólio que o Museu alberga permitirá perpetuar a nossa memória colectiva.
Será que nós, marinhenses, lhe damos o devido relevo?
O simples facto de alguém se lembrar do Museu do Vidro, em época de férias, e sugerir uma visita é digno de relevo.
E é tanto mais importante para quem todos os dias lhe passa à porta indiferente, como indiferente passa à triste imagem das decrépitas construções que albergaram diversas unidades industriais, de que é exemplo o degradante cartão de visita que constitui as ruínas da Dâmaso à entrada da Vieira.

A. Constâncio disse...

Se bem me lembro, a reivindicação da instalação do Museu Nacional do Vidro remonta ao ano de 1968.
O escultor Joaquim Correia encabeçou sempre esse movimento, que não teve sucesso em tempo útil.
De facto, Álvaro Órfão, presidente da Câmara eleito em 1993 e homem de elevado estatuto cultural, perante a recusa categórica dos organismos públicos em aceitar criar novos museus nacionais, na altura assessorado por mim, teve o engenho suficiente para convencer o Governo de Guterres de ceder o Património Stephens ao Município, o que veio a permitir a recuperação do Palácio que estava em ruinas e aí instalar o Museu Municipal do Vidro.
O que existe e o vídeo mostra, é só uma parte, talvez a menor, do que sonhámos para o nosso Museu.
Perdemos quase todas as empresas do vidro manual, estamos a perder os melhores artistas e, mais grave, estamos a perder a transmissão do saber.
Faltou-nos o tempo e a oportunidade para acabar o projeto. Está por fazer o Museu Vivo, com a fabricação em estúdio preparado para uma plateia de visitantes. Falta-nos os "atteliers" de lapidação, de pantogravura, de pintura à mão e não conseguimos criar espaços para os nossos artesãos produzirem as suas peças, com infraestruturas comuns e espaço de venda aos visitantes.
Aquele espaço confinado ao Palácio é um repositório de peças magníficas, mas não se torna suficientemente atrativo para deslocar multidões e, infelizmente, até a maioria dos marinhenses.
Não ambicionamos a ser a Morano portuguesa, mas podíamos aprender com eles.

Quase anónimo disse...

"Faltou-nos o tempo e a oportunidade para acabar o projeto", diz A. Constâncio.
Então, digo eu, há que pensar em novos tempos e novas oportunidades...
Ainda que seja apenas para acabar projectos antigos, à míngua de novos projectos!

Manuel Veiga disse...

que não se apague a memória. do vidro. e de cristal...

abraço

Pedro Coimbra disse...

Não conheço, Rodrigo.
Ainda, porque quero conhecer.
Saíram da Marinha Grande, no período áureo da produção do vidro na marinha Grande, verdadeiras obras de arte.
Que espero ver por aí.
Aquele abraço

folha seca disse...

Caros amigos
As minhas andanças pela bloga começaram precisamente num blog local. Onde este tipo de questões eram tratados regularmente. Infelizmente está em ibernação (recuso-me a aceitar que esteja morto).
Naturalmente que as questões levantadas dariam para um outro post.Prometo escrevê-lo, talvez ligando a importancia dos homens e da sua capacidade para fazer obra, como foi o caso do Museu do Vidro. Lamentavelmente a baixa política, acabou por afastar os mais competentes, dando lugar à mediocridade.
Abraços
Rodrigo

Quase anónimo disse...

"Lamentavelmente a baixa política, acabou por afastar os mais competentes, dando lugar à mediocridade"... Será assim tão claro?
Caro Rodrigo, não me parece que seja assim tão evidente 'a baixa política’ e que a mediocridade seja agora a regra. Não sejamos tão radicais a ponto de entender que, antes, era tudo bom e, agora que são outros, reina a mediocridade.
Ou então há que chamar os nomes aos ditos, e apontar-lhe os caminhos da superioridade ou, pelo menos, os factos que os caracterizam como menores (expressão menos azeda que medíocres).

Quase anónimo disse...

Ao Pedro Coimbra sugiro que a visita ao Museu do Vidro tenha como cicerone o autor deste blog, pois iria permitir-lhe uma visão dinâmica do que foi uma actividade que teve tanto de áurea como de profundamente marcante na sociedade, na política, enfim, na vida colectiva marinhense…

folha seca disse...

Caro Quase Anónimo (é mesmo só quase)

Quanto ao Pedro Coimbra, seria com enorme prazer que serviria de cicerone, assim ele me queira dar esse prazer.

Quanto ao outro ponto. De facto não fui claro e até fui injusto. Apesar das dificuldades e alguns erros, reconheço capacidades e esforço na actual equipe que gere os destinos da Mª Grande.
A minha intenção era referir-me ao penultimo acto eleitoral e ao periodo que o antecedeu, onde um dos melhores autarcas (opinião pessoal e suspeita, dado ser seu amigo pessoal) que a Mª Grande conheceu foi mal tratado. Como se lembra (questões profissionais à parte)a pessoa a que me refiro foi vitima das mais torpes campanhas jamais feitas, onde sim num acto de baixeza politica, se juntaram alguns camaradas de Partido e da oposição mais alguns pretensos independentes que zangados por terem sido preteridos numa candidatura a Presidente da Camara se tornaram até mandatários De Cavaco Silva nas presidênciais, numa estranha aliança para o queimar. Ouve tempos em que manifestei com maior contudência a minha opinião.
Apareça sempre.
Cumprimentos
Rodrigo

Anónimo disse...

O mesmo museu do vidro que está encerrado vai lá fazer dois anos.Uma vergonha !