Fez precisamente hoje 38 anos que nasceste. Sim mal tive
tempo para te visitar (soubeste-o mais tarde) porque a defesa da democracia
conquistada há pouco mais de 1 ano obrigava-me a estar presente por imperativo
de consciência onde fosse necessário, era então um jovem acabado de se tornar Pai com 20 anos.
Fazia parte duma geração a quem queriam roubar o futuro, mas
graças ao 25 de Abril recuperámos parte dele. Era para os vindouros que queríamos
construir uma nova sociedade sem os constrangimentos porque passámos. Queríamos
transformar em realidade os nossos sonhos guiados pela utopia das canções que
cantávamos.
Não, não chegámos ao fim, muito ficou por fazer, mas
resta-nos ainda muito daquilo que conquistámos, sobretudo a liberdade. Se a tua
geração a souber usar este País pode de novo florir e a esperança renascer
desde que juntos façamos o que tem de ser feito.
Digo que te queria dar uma prenda, mas para além do beijo
que já te dei, não tenho mais nada para te dar. Até a esperança num futuro melhor
me está vedado prometer-te. Sim depois de ambos trabalharmos quase a nossa vida
inteira (eu comecei aos 10 e tu aos 15) fomos atirados quase para a indigência
sem disso nos apercebermos, mas
garanto-te que não vou ficar a definhar à espera que outros resolvam por mim o
que tenho que ser eu a fazer.
Amo-te!
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