Sou apologista de que a Democracia assenta na base do funcionamento
de partidos políticos. Não vale a pena referenciar o autor deste princípio por
ser suficientemente conhecido há largas décadas e na verdade ainda não foi
inventado um melhor sistema Democrático.
Claro que a ideia adjacente, pressupõe a existência de
movimentos de cidadãos organizados nos variados campos sociais e sindicais. Não
concebo a Democracia refém dos partidos e em movimentos (exclusivamente satélites
dos mesmos) pois se assim fosse, deixava de o ser.
Mas para que os partidos cumpram a sua função é absolutamente
necessário que no seu interior funcione uma ampla democracia interna, o que
pelo que conheço está cada vez mais reduzida.
Apesar do momento politico que vivemos no País, é um facto
que as estruturas partidárias locais estão bastante atarefadas com as próximas eleições
para o poder local. Atrevo-me até a dizer que a intensidade da luta necessária para
derrubar esta calamidade que dá pelo nome de governo estará a ser prejudicada
pela ânsia de um lugar numa qualquer lista a um qualquer dos milhares de
lugares disponíveis, pois grande parte deles são remunerados e em alturas de
crise, nem que sejam só uns trocos, dão sempre jeito.
O que digo no parágrafo anterior não tem a pretensão de
caracterizar a situação a nível nacional. Como vivo na província, mas numa
terra que desde sempre foi bastante politizada, limito-me (provavelmente
errando) a projectar para outros Concelhos a situação aqui vivida.
Se nos partidos do arco do poder (aqui assenta no PS e PCP)
houvesse Democracia interna a escolhas das listas seria antecedida de um amplo
debate interno para que fossem escolhidos os melhores e mais capazes. De facto
não aconteceu. Se de um lado se pratica a velha ideia de que em equipa que
ganha não se mexe, do outro apresentam-se os disponíveis e “oferecidos”, não
significa de forma alguma, que não reconheça no conjunto dos candidatos,
membros bastante válidos que se o voto fosse nominal não teria duvidas em votar
nalguns.
Toda esta conversa para me questionar se não estarei a cair
em contradição. Se defendo que os partidos políticos são a base da democracia,
porque é que me tornei apoiante de um movimento independente? Fi-lo porque não
encontro num dos dois partidos potencialmente ganhadores e onde me situo ideologicamente,
listas capazes de gerir os destinos da minha terra, como ela necessita. Fi-lo
porque encontro na lista independente do + Concelho, essa lista.
Eu tomo partido pela minha terra.
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