Comemora-se hoje o 79º Aniversário da revolta dos operários
vidreiros da Marinha Grande contra a fascização dos sindicatos.
O objectivo era de que esta revolta tivesse proporções
nacionais, mas falhou e só numa ou outra
localidade mexeu alguma coisa, mas foi
de facto na Marinha Grande que assumiu proporções de grande relevo.
Não pretendo historiar, outros amigos o têm feito. Pretendo
apenas deixar aqui a minha simbólica homenagem àqueles que em luta pela
liberdade e o direito a terem o seu sindicato, foram presos, torturados,
deportados e assassinados.
Faz todo o sentido continuar a recordar e homenagear os
Heróis do 18 de Janeiro de 1934.
11 comentários:
Uma recordação oportuna, Rodrigo.
Aquele abraço e votos de bom fim-de-semana
Ainda não éramos nascidos nesta data mas fomos criados com a dor e a revolta destes vidreiros corajosos.
Nasceu nesse tempo a força da união contra aqueles que amordaçavam o povo.
Passados tantos anos apenas lamento que os nossos sindicatos dividam em vez de se unirem numa causa comum - os direitos e deveres dos trabalhadores.
Jamais serão esquecidos!
Abraço
Bem lembrado... trago o lido em um outro lado:
"No final dos anos 20 e início dos anos 30 do século XX os tempos foram particularmente difíceis para a classe operária em geral e especialmente na Marinha Grande. A grande crise do capitalismo iniciada em 1929 teve efeitos devastadores na indústria vidreira. Muitas empresas faliram ou encerraram, deixando muitos operários no desemprego. Mas a classe operária não baixou os braços e o número de greves e manifestações foi imenso. «Não sei se houve alguma zona do País em que as lutas atingissem o grau que atingiram na Marinha Grande.» (Avante! n.º 1572, de 15 de Janeiro de 2004). Merecem destaque as «marchas da fome» e a grande greve de nove meses na Guilherme Pereira Roldão, que culminaria com uma vitória dos operários. Ao mesmo tempo, reforçava-se a unidade e organização da classe operária marinhense.
As associações sindicais de classe – dos garrafeiros, vidraceiros, cristaleiros e lapidários – unificam-se, dando lugar a uma única organização da indústria vidreira, de âmbito nacional, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria do Vidro, criado em 1931. No plano político, o PCP era já a força determinante junto dos operários vidreiros
Também em 18 de Janeiro de 1934, O movimento e as lutas foram organizadas e dirigidas pelo Partido Comunista Português. Durante algumas horas, na Marinha Grande, o poder esteve nas mãos dos operários vidreiros. Contudo a insurreição não alastrou e as forças repressivas do fascismo conseguiram dominar os revoltosos. Foram feitas dezenas de prisões, em especial comunistas e a maioria dos presos foram deportados para o campo de concentração do Tarrafal.
No seu conjunto, as condenações ultrapassaram os 250 anos de prisão. António Guerra e Augusto Costa morreram no Tarrafal e Francisco da Cruz não resistiu às condições prisionais em Angra do Heroísmo. Os estragos provocados pela repressão na organização sindical e partidária na Marinha Grande foram profundos, mas acabaram por ser ultrapassados. Em breve, o Partido tinha reconstruído a sua organização nas principais empresas. A solidariedade com as famílias dos operários presos, que se viram privadas do salário, foi outra coisa que o fascismo não matou. Grupos organizados recolhiam contribuições à saída das fábricas."
Uma recordação muito oportuna, Rodrigo
Abraço e bom fds
boa lembrança - para que não nos apaguem a memória...
abraços
Tinha a certeza que esta homenagem estaria aqui. Como muitos mais resistentes à ditadura fascista não vão ser esquecidos nunca!
Beijinho
Recorda-los é a melhor homenagem!
Com eles morrem as fábricas de vidro.
beijinho e uma flor
Aquele abraço e votos de boa semana, Rodrigo!!
Não podemos e agora mais do que nunca, esquecer estes Homens , esta valentia!
Tenho saudades das suas visitas meu amigo, espero e desejo que esteja bem.
beijinho
Fê
Um grande abraço e votos de bom fim-de-semana, Rodrigo!
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