Dizem-nos que hoje é dia de reflexão, dado que amanhã há eleições.
Admito que haja ainda muita gente que não sabe em quem votar, mas pior que isso
é ter consciência que há uma imensidão de gente que nem sequer se dá a esse trabalho,
pois não se vai dar à “chatice” de isso fazer, ressalvo que uma considerável
parte o não faz por falta de mobilidade física. Mas a maioria vai-se abster
porque votar ou não votar lhe é indiferente. Sabemos que não é assim, mas não
pretendo com esta nota, aprofundar o tema.
Há no entanto um aspecto que não sendo novo, sobressaiu nestes
últimos dias da campanha da primeira volta (coisa em que acredito
convictamente). O divórcio entre o povo e os políticos. Não alinho nada na
ideia de que os partidos são um mal e defendo que são absolutamente necessários
em qualquer regime democrático. O problema que tanto mal nos causou não foi
originado pelos partidos em si, mas por uma casta que deles se foi apoderando
não para servir, mas para se servir. Alguns episódios recentes mostram isso.
Os partidos e os políticos não são todos iguais, é um facto
e se generalizo sei que estas coisas acontecem mais nuns do que noutros, mas
não absolvo nenhum. Se alguém se sentir ofendido questione-me.
Mas reflicto (coisa para que não me falta tempo) no estado
em que este País se encontra, o que o fez chegar a este estado e se nada já podemos
fazer para o evitar, reflicto sobretudo no que cada uma de nós pode fazer para
inverter a marcha de degradação do nosso País e dos seus habitantes.
Dado que pouco mais posso fazer, amanhã vou votar
acreditando que o ”tempo novo” que
precisamos depende de nós!