sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Show off ou tapar o sol com a Peneira.

Para aí há dezena e meia de anos aqui na Marinha Grande, a brigada anticrime andou durante cerca de um ano a vigiar um “hipotético” traficante de drogas. Noites e dias de vigilância ao local, policias escondidos em locais estratégicos munidos de máquinas fotográficas para juntar os indícios suficientes para que o respectivo Juiz emitisse o mandato, coisa que demorou mais de um ano.

Reunidos os indícios suficientes e determinado o modus operandi  dos “artistas” lá se marcou uma acção, com a mobilização de todos os efectivos da terra e presumo com ajuda de forças policiais de outras corporações. Segundo me contaram aquilo parecia “coisa má” eram sirenes e pirilampos, dezenas de agentes fardados e á civil e zás lá vai o traficante (presumível) e mais alguns clientes de Ramona direitos ao tribunal para serem ouvidos pelo respectivo Juiz. Dá-se a bronca! Havia traficante e clientes, mas não havia prova do crime. Os agentes encarregados da respectiva apreensão esqueceram-se da respectiva, em cima de uma mesa. Imediatamente voltaram ao local, mas o dono da casa (familiar do tal presumível traficante) que não se encontrava no local na altura da acção, foi alertado pelo espectáculo e voltando a casa verificou que havia em cima da tal mesa, uns pacotes de pó branco que de imediato enfiou pela sanita abaixo.
Conclusão. Os artistas foram de imediato libertados e parece que até tiveram direito a boleia de regresso.

Lembrei-me desta “cena” ao assistir ao show off da tal acção de ontem, na busca a 41 locais (acho que era este o numero) para recolha de algumas provas dos crimes cometidos no BES. Alguém acredita que depois de 5 meses as provas não foram já todas pela sanita abaixo?

11 comentários:

Júlio Gouveia disse...

Faz lembrar a "Ida à Guerra" do Solnado: - "Meu Capitão, fiz um prisioneiro." - "Onde é que ele está?" - "Não quis vir."

Curioso disse...

Talvez para não cometerem esse erro, em relação a outro processo, fizeram as coisas bem feitas... e nem por isso deixam de ser criticados.

Francisco Clamote disse...

Não, Rodrigo. Ficaram á espera da visita.

Majo disse...

~
~ ~ Operações à portuguesa...

~ Nesta caso, não interessa somente mostrar que se está a fazer uma pseudo-intervenção...
~ È bem visível o espalhafato e que se pretende protagonismo pela mediatização.


~ ~ ~ Bom fim de semana. ~ ~ ~

Rogério G.V. Pereira disse...

Rodrigo, não quero meter-me consigo, venho só dizer que
pelo menos dois não tiveram tempo de puxar o autoclismo

folha seca disse...

Obrigado Rogério.
Mas o próprio Ricardo salgado já era arguido. Vamos ver quais as medidas de quação aplicadas aos novos arguidos e ver se não se aplica aquela de que "quem se lixa é o Mexilhão".

Unknown disse...

Boa noite Rodrigo
Esse foi o nosso comentário depois de ouvir a noticia no jornal das vinte.
A desorganização brada aos céus,até nem sei se a mesma não é propositada.

Fê blue bird disse...

Meu amigo, eles pensam que o povo é ignorante. Tudo isto é premeditado como bem sabemos.

beijinho

Graça Sampaio disse...

Por isso mesmo deixaram passar o tempo necessário para que as provas fossem mandadas sanita abaixo.... O pessoal pode ser distraído, mas não é estúpido...

Beijinho.

Pedro Coimbra disse...

Rodrigo,
Acredita que aconteceu o mesmo com um cliente meu em Coimbra?
Quando era advogado tive como cliente um traficante (ele fazia questão de deixar bem claro que não era consumidor, o estupido!) que me pediu à mim e ao meu colega para ir buscar as coisas dele à pensão onde residia antes de ir dentro.
Eu mandei-o à fava.
O meu colega foi lá.
E a dona da pensão disse-lhe que, como ele já não aparecia há muito tempo, tinha guardado as coisas (máquina fotográfica, calculadora, máquina de escrever).
Só devolvia aquilo, e a roupa, se o meu colega pagasse a conta.
E não podia devolver um pó branco, tipo pó de talco, que tinha ido sanita abaixo :))))

Deve ter sido o mesmo caminho das provas do BES.
Fora à me%^da, em bom rigor.
Grande abraço

Anónimo disse...

Há esquecimentos muito convenientes ( no caso dos tipos que prenderam os traficantes)e atrasos nas buscas muito oportunos. Devia haver vergonha mas, infelizmente, não há.