Acabei de escrever um comentário de resposta a um amigo
(advogado de profissão) no Facebook a propósito de uma questão local. Logo de
seguida respondi a um mail da minha advogada a propósito de um assunto em que
estou envolvido e me parece haver discordâncias (ou não) de interpretação.
Para que não haja duvidas confesso que ao aproximar-me
(perigosamente) dos 60 anos só uma vez sentei o meu traseiro no banco dos réus.
Tratou-se de um acidente de viação com uma vítima mortal do qual fui absolvido,
porque apenas estava no sítio errado à hora errada. (ultimo parágrafo da
sentença que me absolveu). Não deixei no entanto de durante quase 3 anos ter
sobre mim uma acusação de homicídio por negligência.
No entanto os meus contactos com a justiça levaram-me a
conhecer aspectos da mesma que me foram levando a cada vez acreditar menos na
palavra (ou na sua utilização) que devia estar sempre presente na sua verdadeira
acepção. Justiça, pura e simplesmente.
Para quem não tem qualquer preparação em termos académicos e
sendo um leigo em matéria tão complicada, pôr-me a mandar palpites é um acto
complicado e passível de levar alguns dos meus amigos que exercem a digna
profissão de advogados ou mesmo juízes a mandar-me umas porradas (por acção ou
omissão).
Mas num País onde o Ministério da respectiva está entregue a alguém
que até tem um diploma de direito e sendo publica a real incapacidade de
semelhante criatura para o exercício de tão relevante cargo, porque é que não
hei-de estar à vontade para mandar umas bocas.
Termino contrariando a ideia de que a chamada “justiça
popular” seria a solução, embora às vezes apeteça, apeteça mesmo. Mas acho que
seria sempre pior. Mas para isso é necessário que os agentes (a montante e a
jusante) dignifiquem a justiça e que não a deixem tornar-se apenas uma fonte de
rendimento (quantas vezes, bastante altos) e de tráfico de influências como tem
vindo a verificar-se.
PS: Se alguém se sentir ofendido com este escrito e me
quiser mover um processo, aviso que não tenho dinheiro para pagar a um advogado
e nem direito a assistência judiciária, pois os meus rendimentos (apesar de parcialmente
penhorados) não me dão esse direito.
7 comentários:
Falar de Justiça neste país , Rodrigo, é falar sobre algo que não existe. Infelizmente. Belo post!
Abraço
Estamos em sintonia. Hoje também escrevi sobre a criatura, embora num registo mais olfactivo.
Abraço.
É este o triste estado da (in)Justiça em Portugal! (E o da Saúde, e o da Educação e de tudo enfim!!!) Uma pena! Um vergonha! Ao estado a que chegámos!!
É este o triste estado da (in)Justiça em Portugal! (E o da Saúde, e o da Educação e de tudo enfim!!!) Uma pena! Um vergonha! Ao estado a que chegámos!!
Rodrigo,
Sou da área visada.
Sou advogado, exerci, mas deixei a profissão porque aquilo não era para mim.
Hoje em dia sou jurista na Administração de Macau.
E, quer aqui, quer aí, vejo e ouço coisas que até arrepiam.
Grande abraço
o meu saudoso amigo J. H Vareda, "patrono" no meu estágio de advocacia, que por uns tempos exerci, dá voltas no túmulo, perante a Justiça que temos...
abraço
Meu amigo:
Justiça, Educação, Saúde são alvos a abater para beneficiar quem bem sabemos.
beijinho e bom fim de semana
Fê
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